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Falta de assunto (ou de inspiração?)

Minhas amigas blogueiras andam tendo surtos de falta de inspiração. Eu confesso que tinha tido (como eventualmente tenho) esses problemas umas duas semanas atrás.

Eu arriscaria dizer que isso acontece por causa desse estresse louco que tem acometido cada uma de nós! (homens e mulheres) Uma crise de criatividade exige que a gente procure por estímulos de maneira livre. E não que sejamos presos por estímulos de pura pressão da rotina.

Eu sempre penso em temas novos, tenho uma lista gigante deles, mas nem sempre consigo transformar a ideia em texto prático e agradável de ler. Então, melhor nem escrever.

Assim, para as minhas amigas blogueiras com crise de criatividade e inspiração, sugiro uma avalanche de filmes novos, leitura de temas novos. Ou mesmo um longo período de reclusão que também é muito salutar e necessário para nos salvar da nossa própria loucura.

Para quem você escreve?

Esta pergunta sempre me vem à cabeça toda vez que posto neste blogue. E a minha resposta -- egoísta e mais previsível -- é: para mim mesma.

Muita gente tem me falado, uns de maneira mais direta do que outros, que blogue é sinônimo de megalomania de um eu egomaníaco. Não tiro a razão. Nenhuma. Mas, cada um tem seus motivos particulares de demonstrar sua necessidade de atenção. Uns podem fazer Arte disso. E acho que o blogue é um desses caminhos meio "tortuosos" entre a egomania e a Arte. Ou será que a própria Arte não seria megalomaníaca? Na sua forma mais bela, claro...

O fato é que eu vou explicar os motivos de ter iniciado este blogue, pra quem não sabia. Até fevereiro deste ano eu nunca fui leitora de blogues, nunca tive paciência, justamente por pensar meio assim. Mas meio que meu novo emprego, pessoas diferentes e ambiente hostil me fizeram precisar expressar meus pensamentos de alguma forma. E eis que resolvi começar este blogue.

Outro dia qualquer é originalmente uma música do Bon Jovi, minha banda favorita de todos os tempos. Any other day, incluída no último álbum de 2007 Lost Highway, parecia escrita para mim. Aliás, como muitas músicas bonjovianas, este foi meu hino em um ano difícil para mim, sob muitos aspectos. E eu ouvia essa música no repeat one sem parar.

Any other day (vejam este vídeo com letra, uma das melhores versões ao vivo!), assim como meu blogue, Outro dia qualquer, foi uma forma de salvação pessoal. Não tenho vergonha de admitir isso pra quem quiser me perguntar. Eu costumava escrever poemas. Tenho mais de 800 devidamente guardados, e vez ou outra eu posto algum aqui. Mas, é fato que a poesia não atinge mais as pessoas hoje em dia. Ironia ou não, nos animalizamos tanto que poesia só remete a um pensamento romântico do século XIX, infelizmente.

O pulo para a prosa foi um exercício mesclado de necessidade com desafio. E eu adorei. Já conheci muita gente legal e interessante. Pude conhecer assuntos que não conhecia até então. Quer coisa melhor que isso? E ainda por cima, pude ir exorcizando pequenos demoninhos que se aninhavam na minha cabeça, gritando para sair.

Hoje em dia, os demoninhos ainda existem, e minha necessidade de escrita diária também serve para manter minha criatividade e meus neurônios sempre em alerta, para nenhum deles morrer. Porém, da mesma forma que eu escrevia poemas para mim, pensando em cada um dos meus leitores, eu também escrevo este blogue para mim e para cada um que pode cair aqui. Quem sentir a conexão comigo, será mais uma ponte invisível criada. Se a conexão não existir, segue a vida.

Acho que meu único defeito (que para muitos, como eu, é uma virtude), é que não sei andar em grupos. Tenho imensa dificuldade em me classificar, porque acho que todos somos únicos para sermos encaixotados em alguma lista. Muitas pessoas sentem essa necessidade, e eu não as recrimino, muito pelo contrário. Assim, este blogue é um exercício de se manter único -- na medida do possível -- em um mar de tantas coisas iguais e parecidas.

Espero poder estar cumprindo esses objetivos a que me propus. Adoro louvores, como boa lua em leão que tenho. Mas não aqui. Como sempre digo, que esteja ao meu lado, quem verdadeiramente deseja estar.

Hum..

De bode, sem muitas ideias, embora o estoque mental seja imenso e infinito. Cara, preciso de férias mentais. Muitas e prolongadas.

Pelo twitter, o Stereophonics anunciou novo single. Chama-se Innocent. Interessante, mas ainda não é o big hit, como It means nothing, por exemplo.

Uma nova manhã

Da janela onde estou, visualizo uma manhã meio vanilla sky, com céu azul e vento quase frio. O ar está fresco e úmido na medida certa. Estes dias são os primeiros com esta sensação, depois da pesada turbulência. Você está ao meu lado e eu apenas penso: agora, não há nenhum outro lugar onde eu queira estar. Como diria Joel Barish "I could die right now. I'm just happy. I've never felt that before. I'm just exactly where I wanna be."

Doce música

Tava pensando em compartilhar um pouco dos meus gostos musicais. Primeiramente, sou eclética. Minha vênus em gêmeos não me permitiria ser uma pessoa com horizontes limitados... vcs verão isso agora.

De criança, tive duas influências básicas: enka (música tradicional japonesa) e sertanejo. Pois é. Eram o que os meus pais ouviam. Assim, conheço a clássica Misora Hibari, uma espécie de Maria Callas da música japonesa. Ela tem uma música belíssima chamada Kawa no nagare no youni (o vídeo selecionado tem uma apresentação linda!). Leiam a letra, vale a pena. Eu sei cantar o refrão dela num karaokê... :P e confesso que já cantei! Tenho até o CD dela, com esta música, em casa! Fora isso, ouvi muita outra coisa que nem lembro mais! Ainda bem. Confesso também que não gosto desse estilo, cheio de miados e gemidos. Embora a Misora tenha um timbre mais grave, meio incomum entre as cantoras japonesas.

Do sertanejo, pensem em João Mineiro e Marciano, Milionário e Zé Rico, Chitão e Xororó. Clássicos na veia, nada do que se popularizou hoje em dia. Sou craque em cantar Estrada da vida, que por sinal, acho um letra brega-incrível! 

Depois passei pela fase adolescente e pós-adolescente ouvindo rock. Nesta época, trago músicas e bandas que ouço até hoje, a principal delas Bon Jovi, meu ídolo maior que não tenho vergonha nenhuma de assumir que gosto e admiro!

Em 2000, por influência de duas mulheres importantes que passaram pela minha vida na época, conheci o mundo da música erudita. E deixaram marcas indeléveis. Conheci Sala São Paulo, Teatro Municipal. Vi óperas e concertos. E perfilei meus gostos. Barroco, um pouco de romantismo. Do mais atual, gosto do Krzysztof Penderecki e suas Sete Portas de Jerusalém. Ainda me recordo da apresentação das Quatro estações, de Vivaldi e de Carmina Burana, do Carl Orff, ambas na Sala São Paulo. Eu, sozinha, numa fileira lateral, chorando ao ouvir o último movimento... uma divindade para os ouvidos.

Bem, descobri que amo trilhas sonoras e tentei começar uma humilde coleção. Minhas favoritas ainda continuam sendo Somewhere in time, Requiem for a dream, The sheltering sky, The hours e 2001 - uma odisseia no espaço.

Na verdade, eu ouço de tudo que cair na minha mão. Durante 1995-1996 eu ouvi muito pagode e samba. Mas, descobri que num rola. MPB de raiz, pura, ainda não consigo, me dá sono. Embora esteja atualmente enveredando cada vez para a MPB que não seja o pop que ouvimos fácil, eu ainda tenho dificuldade com certas pérolas que todos adoram, tipo Chico Buarque. Perdoem, mas não consigo ouvir mais de duas músicas. E olha que já tentei inúmeras vezes! Minha amiga de trabalho, Lilian, me indicou Rômulo Fróes... mas olha, achei tão igual (em termos de sono) que nem disse pra ela que não tinha gostado...

Durante muito tempo, teimei com alguns como Keane, Adriana Calcanhoto, Lenine e Zeca Baleiro por exemplo. Hoje eu os escuto e até já fui em show da Adriana no Rio. A Gabitchs sempre me dá dicas valiosas. Com ela, descobri Placebo, Stereophonics, James, She Wants Revenge e Black Rebel Motorcycle Club, por exemplo.

Ultimamente, ouvi também Neneh Cherry, Uh Huh Her (amo!), Black Eyed Peas, Pitty, Dead Kennedys, Maria Gadú... e descobrindo horizontes novos.

Pra compartilhar, hoje vai uma das músicas mais lindas do Bon Jovi, na minha opinião. A velha e boa dupla Jon-Richie acerta umas às vezes.... Bitter wine.