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O ser humano (versão 2024) em pleno Apocalipse

 Queridos leitores deste blogue: sumi, eu sei.

Janeiro, fevereiro, março... foram meses intensos. Vivi mais uma vida inteira em três meses. Purguei o passado e coisas velhas e tão antigas. Um constante novo eu surge a cada dia, eis a beleza inenarrável de minha vida.

Comecei a escrever um tuíte e durante a criação do quarto fio do novelo me dei conta de que o tema deveria ser devidamente registrado aqui, no meu blogue. Então, cá estou para compartilhar esse pensamento que me surgiu.

Essas reflexões costumam ser construídas depois que tenho conversas boas. Fazia tempo que não tinha uma conversa que atingisse esses níveis profundos da minha mente. Afinal, a cada dia que passa, é mais difícil encontrar alguém que se disponha a ter esse tipo de conversa, a maioria prefere ficar na superfície — e eu não julgo! Pois a superfície está bastante complexa e difícil. Mas me parece muito desperdício gastarmos nossos neurônios só para sobreviver apenas com a cara para fora, lutando apenas para não morrer afogado.

Eu sempre tive um fascínio enorme em conhecer pessoas novas. Apesar de ter um lado antissocial muito acentuado que associado à minha timidez me impele a ficar quieta na minha ao invés de interagir com as pessoas, por vezes, me sinto disposta e com desejo de conhecer pessoas. Ao longo dos anos de minha vida, fui aprendendo a moldar meu desejo de espaço e solidão que existe quase que na mesma medida com minha vontade de conhecer pessoas novas.

E o que mais me fascina ao conhecer alguém novo é ouvir as histórias que elas têm pra contar. Podem ser histórias engraçadas, tristes, de seuperação, de aprendizados. Nada supera uma história bem contada.

Mas o ato de contar uma história não é apenas uma repetição lamuriosa. Ela envolve reflexão, tempo de maturação, acrescentar coisas novas, excluir outras, o dom do lúdico e o de prender a atenção de quem ouve, usando entonação, escolha de palavras, construção com início meio e fim. Sacou, né? Contar uma história é como voltar às tradições antigas quando livro era algo raro e só tínhamos a voz e a memória para repassar algo adiante (guardadas as devidas proporções atualizadas para 2024).

E eu confesso aqui para vocês: que hora decidi conhecer novas pessoas — em pleno Apocalipse!

As pessoas estão completamente saturadas sob o caos.

As que já não tinham condições de sobrevivência estão loucas. 

As que sobreviviam com alguma decência estão cedendo à loucura. 

E tem aquelas que parecem alheias a tudo e odeiam ouvir falar de desgraça: vivem no mundo de Alice.

Sobreviver, desde a pandemia, é uma habilidade que, definitivamente, já fez sua seleção natural.

Hoje não temos mais histórias sendo contadas. Hoje as pessoas ou são verborrágicas ou são monossilábicas. O que narram são o caos em que vivem, sem perspectiva de saída. E no silêncio doloroso de todos seus traumas não resolvidos, de dores que sequer ainda foram identificadas, elas acabam também se tornando portadores e transmissoras do caos. No fim, é tudo uma legião sem rostos identificados de pessoas agindo instintivamente e irracionalmente. Buscando ser felizes porque é um objetivo que foi implantado em seu cérebro. E a felicidade essa que perdeu todo seu significado original, sendo relegada a um puro materialismo, consumismo, status e poder.

O apocalipse é vivermos nesse caos de extremos com sanidade e equilíbrio.

(gargalhada) 

Mas aqui e ali eu ainda consigo ouvir uma boa história. Eu ainda vejo luz. A sabedoria da vida é que ela é cíclica e por mais que nem consigamos ver o quadro maior, a volta inteira de uma volta, nada dura para sempre.

Mas aqui e ali eu ainda conheço alguém incrível que parece ativar todos os neurônios que eu nem sabia que existiam meu cérebro. Ou outra pessoa que ilumina os cantos mais escuros de minha consciência que imploravam por luz. Já confundi isso com paixão e já aprendi essa lição também. Há um amor maior, muito maior que tudo que nem sonhamos existir, que eu aprendi a prestar atenção. O verdadeiro amor.

E cá também estou escrevendo e registrando minhas histórias. Comecei a compor um livro desde o final do ano passado. Enquanto novos estímulos ainda não surgem para eu retomar a faísca da escrita criativa, vivo.

Até o próximo post!

Olar, 2024!

Então, 2024 começou!

Cheio de uma energia única e especial que nem imaginei que fosse possível. Afinal, meu último post foi bastante triste até. No entanto, como tudo na vida são escolhas, eu fiz uma. E sequer sabia que, ao fazer essa escolha simples, eu estava fazendo uma baita escolha que nortearia minha vida este ano (e que já vinha norteando a minha vida de alguma forma).

Olhando em perspectiva, percebo que eu iniciei esse movimento justamente no dia do meu aniversário, 18 de julho de 2023, quando decidi comemorar em um karaokê com minhas poucas amigas, um sonho que tinha sido protelado por décadas. Acho que ali a sementinha foi plantada.

E essa sementinha rendeu novas atitudes, a primeira dela, entrar em apps de relacionamentos. Que então gerou aprendizados novos quando decidi sair da minha bolha. 

Participei do lançamento da maior tradução que fiz até o momento. Comecei a conher pessoas novas, fisicamente, não apenas virtualmente. Literalmente me abri a todas as possibilidades. E tive a clara certeza de que não quero estar em um relacionamento amoroso neste momento da minha vida. Por que? Porque estou apaixonada por mim mesma! De novo! Como não estava há décadas.

Estar apaixonada por si mesma, em outros tempos, significaria muitas atitudes imaturas e impulsivas, o que, de certa forma, eu acabei cometendo. Mas, como disse recentemente em meu twitter, quando você é uma máquina extremamente bem azeitada (e esse tema rende muitos posts: "o que é ser uma máquina bem azeitada") por mais que uma peça dê problemas, o restante dá conta de segurar enquanto você faz a manutenção ou a troca daquela peça.

Desse modo, o último mês do ano, dezembro, começou reflexivo mas terminou extremamente feliz. Tive o melhor natal e o melhor reveillon em anos. Feliz por simplesmente ser quem eu sou e por estar onde estou. Feliz por ter sobrevivido à intempérie de 2018-2022. Felicidade não tem explicação, assim como todos os bons sentimentos que sentimos, apenas sentimos e cuidamos deles.

O segundo semestre começou um dos movimentos mais belos da minha vida até este momento: o de abertura a tudo que me desafie e me tire da zona de conforto. Eu literalmente me lancei ao desconhecido, com minha sabedoria espiritual aprendida até este momento, com minha eterna fé, esperança e idealismo (que, obrigada mãezinha, eu nunca mais perderei!). Aonde isso vai me levar? NÃO SEI. Mas como diz a frase que já conhecemos: pelo menos eu sei que não caminharei numa estrada dolorosa e amarga que já conheço!

E aqui estamos! 2024.

Não fiz lista de promessas, não fiz lista de desejos. Nada disso.

Apenas reafirmei que quero continuar nessa toada. E precisa de mais do que isso?

Eu estou curtindo demais a jornada da minha vida. E estou aberta a todas as pessoas que queiram compartilhá-la comigo. Todas serão bem-vindas!

E obrigada, Halu Gamashi: sem você, nada disso teria sido possível. Obrigada por eu ter conhecido a família eletromagnética, a verdadeira família que eu busquei a minha vida inteira. Agora eu me sinto em casa.


O último post de 2023

Eu sobrevivi ao ano de 2023 — eu deveria fazer uma camiseta para usar no ano que vem.

O mundo está doente. 

Você sabia disso. Eu sabia disso. Todos nós sabíamos disso. (mesmo?)


Mas foi apenas a partir do momento em que eu saí da minha bolha é que pude vivenciar isso na prática! E como isso aconteceu? Quando os apps de relacionamento aconteceram em minha vida.

Quem acompanhou meus posts por aqui a partir de agosto viram as minhas reações iniciais. Em seguida, as experiências — algumas inicialmente boas, outras maravilhosas — até estarmos aqui, hoje, 08 de dezembro de 2023, com essa sensação que mistura derrota com desilusão e realidade brutal.

Eu realmente não fazia ideia de que as atuais lésbicas (não importa a idade) estivessem tão mentalmente doentes. E, com isso, não quero chamar ninguém de louca, psicopata, stalker, intensa ou qualquer outro adjetivo. Nada disso. Longe disso!

Essas classificações seriam muito superficiais, muito clichês e muito preconceituosas.

Eu venho de um tempo (olha a frase cringe) em que as pessoas (mulheres lésbicas incluídas) pareciam estar conscientes de si próprias. Porque todos nós temos algum tipo de doença mental em algum nível (eu não me excluo disso). Mas a forma como lidamos com isso é que me assusta. Não há mais discernimento algum. Autoconhecimento? Aprofundamento de si próprio?

Muitas estão aí dizendo que "estão com a terapia em dia" e eu afirmei, categoricamente, que essa era uma frase clichê usada como muleta. Desculpe por ter dito isso! Hoje em dia eu sei que essas mulheres se destacam por estarem tentando. Se estão fazendo isso corretamente ou não são outros questionamentos, mas, ao menos, há a tentativa. Esse é o primeiro passo, como de uma criança aprendendo a andar, a ter mais autoconsciência de si própria.

Autoconhecimento é um ato de extrema coragem.

Mas a maioria de nós (nisso, eu não estou incluída) tem medo de conhecer as próprias sombras. Passam um verniz ou empurram deliberadamente para baixo do tapete porque, afinal, se não está na minha vista, não preciso me preocupar. Admita: quem aqui nunca fez isso na vida?

Nos apps, eu não conheci tantas mulheres assim, mas uma característica me chamou a atenção em todas elas, sem exceção: falha de comunicação. E, nisso, eu também estou incluída, infelizmente.

A falha de comunicação gera falta de clareza e falta de propósitos.

Comunicação, como dizem todos os terapeutas por aí, é crucial para o estabelecimento de qualquer tipo de relacionamento. Ainda mais quando conhecemos alguém por um meio virtual. Afinal, não temos a presença, não temos parâmetros, não temos conhecidos em comum que nos apresentariam outros pontos de vista. Contamos, única e exclusivamente, com o que nos é dito pela pessoa.

Então, se a comunicação é falha, isso se chama: receita para o desastre.

Eu sempre me considerei uma pessoa que sabia se comunicar.

E esta foi a maior lição, a mais dura de todas, que eu tive de aprender neste ano: saber me comunicar com clareza.

Comunicar-se com clareza é o ato maior de amor que você pode ter por você mesma.

Não deixar indicativos, não deixar subentendido, não esperar que a pessoa compreenda por si própria. Nada disso.

FALAR COM O MÁXIMO DE CLAREZA POSSÍVEL.

Eu tive de errar bastante para chegar à essa conclusão. Talvez, para algum leitor aqui, isso já seja óbvio. Parabéns para você! Que você continue nessa jornada, que é uma estrada de eterno aprendizado.

O outro poderá reclamar de sua suposta falta de tato com uma fala direta, mas nunca questionará suas intenções. Então, desde que você seja uma pessoa que tenha muito autoconhecimento de si mesmo, falar com clareza além de um ato de amor por si próprio também é um ato de amor com o outro — a despeito de ele não conseguir compreender isso no começo.

E, aí, fechamos o círculo e voltamos ao tal do clichê chamado "autoconhecimento". Imagine uma pessoa que não tenha consciência de si própria e que, obviamente, não saberá comunicar com clareza o que nem ela mesma sabe. 

Imagine os estragos que os encontros dessas mulheres estão causando por aí?

Imaginou?

Isso não é exclusividade de lésbicas, não. Isso é endêmico no ser humano da atualidade.

Mas, pense. O que é um app de relacionamento? É um local onde as pessoas se reúnem para vender o próprio peixe. E como se faz isso? Maquiando o peixe da melhor forma possível.

Gostos? Arte, urbanismo, café, viagens e animais.

Fotos? Uma prévia do Instagram (local onde mais encontramos a exposição da riqueza construída em detrimento da pobreza interior).

O melhor peixe exposto ganha mais curtidas, visualizações, seguidores e fãs. Que tristeza viver nestes atuais tempos.

Então, os apps não mostram, como já disse, uma foto do cérebro e, melhor, uma foto da alma. Nao temos acesso a esse raio x. Não há outra forma de saber além de observar, prestar atenção e notar como se dá a passagem do tempo — sempre, o tão sábio tempo. Além da nossa intuição.

Hoje em dia, que obviamente não é mais como há vinte anos atrás, as pessoas estão muito mais perdidas, confusas e... sequer têm noção disso. E, se têm, escondem isso dentro de um cofre de titânio sem chave de acesso. Como podemos conviver bem uns com os outros sendo e estando assim?

Não sei: esta é a minha mais sincera resposta.

E eu que, ingenuamente, achei que os maiores desafios deste ano seriam em torno do cuidado com a minha saúde, com a minha espiritualidade (obrigada, Halu Gamashi, por estar em minha vida, eu não teria conseguido sem os seus ensinamentos!) ou com a parte material da minha vida. Nada disso.

Tudo na minha vida sempre aponta para a mesma direção: os relacionamentos humanos.

Então, quero finalizar este ano refletindo e aprendendo tudo que puder aprender e continuamente seguir aprendendo. E que 2024 me traga bons ventos (mais frescos, de preferência).

Desejo o mesmo a cada leitor que me acompanhou por aqui em 2023. Sigamos juntos e fortes. Fiquem com Deus.

E o livro de Britney Spears aconteceu em minha vida!

Escreverei um post sobre meu trabalho, algo que quase não faço por aqui (embora já tenha feito mais há anos atrás).

Desde 2022, me enveredei pelo campo da tradução literária, um caminho quase meio clichê para a maioria dos profissionais do texto no mercado editorial. E por que isso acontece? Porque os revisores, em geral, ficam exauridos de sempre corrigirem traduções péssimas feitas por profissionais duvidosos e decidem, então, eles mesmos serem os produtores de um texto com maior qualidade. Além de, claro, remunerar melhor.

Não há glamour na vida do profissional do mercado editorial! Quem acredita nisso ou é jovem demais ou está do outro lado da cadeia! rs 

No entanto, no final do ano passado, eu fiquei sabendo que a Britney Spears tinha escrito sua biografia e eu fui convidada a fazer a tradução para a língua portuguesa. Quer um convite mais irrecusável que esse?

Foi um desafio! Foi intenso! O término da leitura me deixou depressiva porque a história dela é muito triste. A despeito do lado de quem queremos ficar, a gente sabe que toda verdade tem vários lados. Mas quando uma voz é calada, uma injustiça está sendo feita. É preciso muita resiliência para suportar tudo o que ela suportou.

E o lançamento mundial do livro foi dia 24/10/2023. Certamente, uma data que ficará em minha memória para sempre.

Quando comecei meu primeiro emprego editorial, um estágio, em setembro de 2001, eu não queria nada além de pagar minhas contas. Estava passando por um momento pessoal bem delicado. Desde então, trabalhei em algumas editoras, prestei serviços para a maioria das editoras conhecidas do mercado, vivi todo o tipo de experiência que você pode imaginar. Pergunte e eu terei uma história para qualquer tema que você me lançar! 

Desde cedo, em meu primeiro emprego, eu aprendi algo: humildade

O trabalho do profissional do livro é de bastidores. Seja livro brasileiro, seja tradução. A gente faz um esforço hercúleo para que o livro saia perfeito mesmo sabendo que perfeição não existe. Muitos profissionais não sabem lidar com isso, aliás. Mas taí a primeira realidade a ser encarada.

O mercado editorial é composto por seres humanos que muitas vezes confundem seu papel na cadeia de produção do livro. Não somos os autores, não somos os que investem dinheiro para que um livro seja lançado. Apenas participamos da sua produção, em alguma etapa dessa imensa cadeia: da tradução à gráfica. Da compra do direitos à divulgação e venda.

Por isso, nunca tive pretensões maiores em termos de visibilidade. No primeiro choque de realidade que tive, bem cedo, entendi que se eu quiser ser famosa, eu devo ser a autora, não a quem produziu o livro. Não importa quanto reconhecimento essa categoria merece e nunca tem.

Isso dito, eu realmente nunca sonhei com qualquer tipo de "fama". Eu conscientemente me coloco em minha posição de importância e me alegro com ela. No entanto, eu também nunca sonhei que faria uma tradução de uma biografia de uma artista e celebridade como Britney Spears.

Devo confessar que a ficha ainda está caindo. E eu aproveitarei este momento em todos os sentidos. Porque, em toda a minha vida editorial, eu nunca vivi algo desse tipo. Nunca. E, exatamente por isso, eu nunca fiz autodivulgação. Porém, agora, eu quero sim, curtir o momento, quero postar nas redes sociais. Alguém vai ver? Alguém vai se importar? Não sei. Não espero muito além. É uma satisfação pessoal e íntima mesmo, depois de vinte e dois anos no mercado editorial, me permitir vivenciar plenamente esse sentimento! Eu mereço.

E finalizo com uma palavra para os colegas de profissão que, por acaso, caírem aqui: trabalhar com texto é levar porrada todos os dias e viver numa eterna corda bamba. Nunca somos reconhecidos. Não construa sua carreira esperando isso acontecer. Mas, se acontecer, curta cada momento. E depois volte à realidade dos bastidores onde pertencemos e trabalhamos meticulosamente.

Sobre o idealismo e o amor — parte 2

Em 09 de janeiro deste ano eu escrevi a parte 1 deste post. Sem saber que alguns meses depois, eu estaria disposta a escrever uma continuação!

Pois é... Há algum tempo, eu venho com uma reflexão insistente que estava aqui, pedindo para sair. No entanto, eu não sabia exatamente do que se tratava. Sabia, apenas, que tinha algo me incomodando e que eu precisava trazer à tona. Então, resolvi reler meus posts (como sempre costumo fazer) e me parei mais pausadamente para ler o link que citei acima.

Eu me recordo exatamente dos meus sentimentos enquanto escrevia aquele texto. Eu estava tão feliz! Tão empolgada com minha recente constatação! Estava me sentindo plena por me permitir ser eu mesma, mais uma vez. Por permitir ter coragem para ser quem eu sempre fui a despeito de todas as dores que eu já vivi.

E o que aconteceu nesse intervalo de tempo que me motivos para escrever uma segunda parte?

Os apps de relacionamento aconteceram, meu bem!

Eu não sabia exatamente o que eu esperava quando me cadastrei nesses apps. Mas depois do que eu vivi, eu sei, hoje, o que eu espero NÃO encontrar mais! Eu não fazia ideia de como eu reagiria emocionalmente, energeticamente e mentalmente às mulheres que conheceria. Fui ingênua. E bastante tola, até. Eu me apresentei com um propósito que, vendo hoje, percebo que não faz sentido algum para a realidade que é estar exposta em um app de relacionamentos.

Eu demorei exatamente dois meses para me dar conta disso. E eu sei que foi somente por ter me exposto dessa forma é que consegui me dar conta dessa realidade. Essa informação não teria sido aprendida se não fosse assim. Pois, se alguém me dissesse quem eu era e até me previsse tudo que eu viveria, talvez eu não acreditasse. Talvez eu não levasse a sério.

Como tinha dito no post anterior, ser idealista é ser uma pessoa que precisa estar muito atenta aos sinais ao seu redor. E fazer essa análise o mais racional possível. 

Primeiro filtro: racional. 

Segundo filtro: racional. 

Terceiro filtro: espiritual. 

Quarto filtro: emocional.

Por não ter usado essa sequência, não cometi grandes erros, não chorei muitas lágrimas, afinal, dois meses é pouco tempo para tudo isso! rs Mas, sim, eu vivi situações inéditas, vivi situações meio repetidas do passado. E vivi o suficiente para ter mais claro agora novos parâmetros para o que espero nesses apps e para mim mesma.

Ser idealista, acreditar no amor e estar aberta a conhecer mulheres totalmente incógnitas em um app de relacionamentos é quase uma missão kamikaze. 

Fiz uma leitura de tarot  e pedi um conselho sobre como agir nessa seara. E esse conselho foi claro: "Cuide de sua autoestima (que ficou machucada com as coisas vividas), fuja das regras (que eu mesma criei), seja mais fora da caixa, seja mais livre e seja direta e clara". Obviamente, essa leitura reforçou uma decisão que eu já vinha tomando.



(post editado, algo que raramente faço)

O adendo que faço aqui é: é chegada a hora do recolhimento, de pôr a casa em ordem, de rever prioridades, priorizar o racional acima de tudo e afastar as névoas. Certamente um post sobre este momento será escrito no futuro.