Um dia, me peguei pensando na temática do título acima: "masturbação feminina no cinema". Pois que parece ser um certo tabu entre cineastas mostrar uma mulher em seu momento mais íntimo, ou será apenas ideia minha?
Não sei. Mas resolvi consultar algumas amigas minhas bastante cinéfilas de todos os segmentos: Sharlene, Denise e Poliana. Consultei algumas outras pessoas também. Fiz algumas pesquisas... mas não digite isso no Google porque só sai pornografia ou venda de dvd erótico.
Bom, eis que após algum trabalho, reuni os quatro filmes. Se algum leitor meu se lembrar de algum e quiser adicionar... faz favor.
Alguns links de pesquisa em inglês precisam ser mencionados. Mas muitos filmes ou eu não vi, ou tratam de masturbação masculina, o que não é o caso aqui. Vejam este blogue com o post "10 best masturbation scenes". Também em Screen Junkies.
Eu não citei nenhum filme brasileiro, mas acredito que a gente deva ter algum representante. Quem souber, por favor, se manifeste. Aqui a seleção e a ordem são aleatórias. Tentei criar uma classificação, mas não fui muito feliz, então, segue a lista:
Cidade dos sonhos (Mulholland dr., 2006, David Lynch)
David Lynch não satisfeito em lançar homens do saco, duendes e velhinhos neuróticos, jogou uma das cenas mais ácidas do cinema, na minha opinião. Bem, este é o meu filme eternamente número 1 da minha lista, então sou suspeita. Quem não conferiu, confira: Mulholland dr. é uma obra-prima, na minha humilde opinião.
Naomi Watts, no papel de Diane Selwyn, protagoniza uma cena de masturbação que pode ser interpretada de várias formas: desespero, angústia, solidão, dor. Ela não quer sentir prazer, mas expurgar sua própria dor. A cena é muito bem feita e dá um soco no estômago do espectador.
A atriz deu esta entrevista que vocês podem ler neste link: e eu destaco o trecho seguinte -- 'To do the scene, Watts describes her character at this point as "being full of self-loathing when she couldn't get out of a horrible, deep, dark psychosis. David wanted quite a specific thing in that masturbation scene, even though I kept on weeping and falling to pieces, because I just felt so embarrassed and humiliated. He didn't want me to EMOTE too much, but he wanted me to be reaching for her, reaching in a desperate way to get back to a place where we were at before." '
9 e 1/2 semanas de amor (9 1/2 weeks, 1986, Adrian Lyne)
Diferentemente do primeiro filme, este guardadas as devidas comparações, trata da psique humana em relacionamentos doentios. Adrian gosta deste tema, como tratou neste filme e em Atração Fatal.
Quem se lembra, Kim Basinger, enquanto estava doida pelo personagem de Mickey Rourke, aproveita um momento de tesão e protagoniza uma bela cena de masturbação -- a única desta lista que separei -- em que o sexo está quase que totalmente dissociado de alguma dor ou patologia.
A casa dos horrores (Madhouse, 2004, William Butler)
O filme é uma mistura de suspense com terror psicológico. Uns odeiam, outros amam. Eu adorei este filme. Passa-se dentro de um hospital psiquiátrico decadente onde os pacientes passam seu tempo, sem cuidados e tratamentos específicos (tema meio comum, quando se trata de filmes sobre manicômios ou coisas do gênero).
A cena é bem rápida e específica de uma internada, com problema de ninfomania e viciada em sexo, precisa ficar se masturbando o tempo todo. Incômodo, desconcertante e interessante.
Anticristo (Antichrist, 2009, Lars von Trier)
Este filme dispensa comentários, assim como Mulholland dr. Mas preciso citá-lo, porque Charlotte Gainsburg protagoniza uma cena muito parecida com a de Naomi Watts em termos da essência da cena. Os motivos são diferentes. Mas o núcleo é o mesmo.
Já disse que vejo muita semelhança neste filme do von Trier e do pensamento de David Lynch, pode ser loucura minha, mas os dois cineastas pegaram o mesmo núcleo apenas para trabalhá-lo de forma diferente.
Não escrevi nem escreverei um post falando sobre masturbação masculina porque frequentemente ela é associada à comédia. É fácil e legal tirar sarro de um cara que bate uma punhetinha e é ridicularizado pelos amigos, ou pego em flagrante, ou qualquer outra cena que gere uma piada - em geral, sem graça.
Já a masturbação feminina é tratada até com um certo rigor. Não precisa descambar para a pornografia e ainda bem que desconheço algum filme que tenha feito isso. Mas pelos poucos exemplos que citei acima, dá para perceber que a superfície é a camada menos usada na interpretação.
O cotidiano sob o meu olhar. De tudo um pouco, das coisas que gosto e de tudo que quero eternamente descobrir.
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Uma pequena palavra
Eu tenho certeza de que muita gente pensa que me conhece. E até sei que algumas pessoas me conhecem bem. Para algumas pessoas, eu me permito que me conheçam. Para outras, eu deixo que elas pensam que me conhecem.
Bem, não sei em qual categoria vc, meu leitor, se encaixa, e nem pretensiosamente saberia dizer se vc quer se encaixar em alguma categoria. Eu sei que blogue é algo mesmo megalomaníaco, que expõe demais a sua vida pessoal. Mas, pra todos os riscos, existem as escolhas. E eu assumo cada uma delas.
O que eu digo: àqueles que pensam que me conhecem, não conhecem. Àqueles que acham que não têm mais nada a conhecer, estão sendo absurdamente pretensiosos. Ninguém se conhece suficiente. Nunca. E se vc pensa que conhece alguém, pode até saber seu modus operandi, mas assim como existe aquela regra do psicopata, vc pode saber como ele mata, mas nunca vai saber o que se passa na cabeça dele no momento de cada morte. Nunca.
Meus queridos: não me julguem pelo passado, nem pelo presente, muito menos tentem prever meu futuro. Cada um cuida de sua vida como pode, é o mínimo que devemos fazer. Se existem algumas pessoas para quem eu passaria o bastão de "me conhecem", certamente seria a velha tríade: Poliana, Denise e Sharlene.
Boa noite e boa sorte!
(e ah... como foi bom falar isso!)
Bem, não sei em qual categoria vc, meu leitor, se encaixa, e nem pretensiosamente saberia dizer se vc quer se encaixar em alguma categoria. Eu sei que blogue é algo mesmo megalomaníaco, que expõe demais a sua vida pessoal. Mas, pra todos os riscos, existem as escolhas. E eu assumo cada uma delas.
O que eu digo: àqueles que pensam que me conhecem, não conhecem. Àqueles que acham que não têm mais nada a conhecer, estão sendo absurdamente pretensiosos. Ninguém se conhece suficiente. Nunca. E se vc pensa que conhece alguém, pode até saber seu modus operandi, mas assim como existe aquela regra do psicopata, vc pode saber como ele mata, mas nunca vai saber o que se passa na cabeça dele no momento de cada morte. Nunca.
Meus queridos: não me julguem pelo passado, nem pelo presente, muito menos tentem prever meu futuro. Cada um cuida de sua vida como pode, é o mínimo que devemos fazer. Se existem algumas pessoas para quem eu passaria o bastão de "me conhecem", certamente seria a velha tríade: Poliana, Denise e Sharlene.
Boa noite e boa sorte!
(e ah... como foi bom falar isso!)
Um tópico sobre a vaidade humana
Somos vaidosos. Me liste um ser humano que não tenha sido minimamente vaidoso. Pegando na batata quente, até mesmo Jesus foi vaidoso para poder cumprir com sua missão, mesmo que tenha sido em nome de Deus.
Eu, agora, devo confessar que a última coisa que me vem à cabeça é vaidade, principalmente profissional. Preto no branco, sei exatamente todas as minhas qualidades. Bem... devo dizer que acho que estou na melhor fase da minha autoestima! Um viva aos 30 anos!
Agora estando de férias e longe do contato direto com muitos seres humanos (absolutamente nada contra eles, mas nessas horas me mostro a antissocial) eu sei que tudo ainda é disputa por ego, quem é melhor, quem é pior, quem escreve melhor, quem é superficial ou quem é profundo. Puá!
Tudo são meandros do mesmo, já dizia o Caibalion. Se vc, meu leitor, não sabe o que é e tiver afim, vai pesquisar a respeito, o livro custa R$11 na Livraria Cultura. Os que se gabam de serem um perfil, não são nada. Os que se gabam de defenderem algo, nada defendem. O que quero dizer? Não há extremismos, os extremos são vaidosos e vazios de sentido pleno.
Boas férias para mim!
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