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Tears of the dragon



For too long now, there were secrets in my mind
For too long now, there were things I should've said
In the darkness, I was stumbling for the door
To find a reason, to find the time, the place, the hour
Waiting for the winter sun and the cold light of day
The misty ghost of childhood fears
The pressure is building and I can't stay away.
I throw myself into the sea
Release the wave,
Let it wash over me
To face the fear I once believed
The tears of the dragon for you and for me.
Where I was, I had wings that couldn't fly
Where I was, I had tears I couldn't cry
My emotions, frozen in an icy lake
I couldn't feel them until the ice began to break
I have no power over this, you know I'm afraid
The walls I built are crumbling, the water is moving,
I'm slipping away.

The hanged man

The hanged man rules my moment.

Minha trilha sonora

Where were you when I was burned and broken
While the days slipped by from my window watching
Where were you when I was hurt and I was helpless
Because the things you say and the things you do surround me
While you were hanging yourself on someone else's words
Dying to believe in what you heard
I was staring straight into the shining sun.

Lost in thought and lost in time
While the seeds of life and the seeds of change were planted
Outside the rain fell dark and slow
While I pondered on this dangerous but irresistible pastime
I took a heavenly ride through our silence
I knew the moment had arrived
For killing the past and coming back to life
I took a heavenly ride through our silence
I knew the waiting had begun
And headed straight...into the shining sun.

(Coming back to life, Pink Floyd): thanks to David Gilmour for writing this perfect song since the first time I heard it.


Parque e Museu da Independência

O dia amanheceu lindo na capital paulistana hoje. Um cenário perfeito havia se criado, especialmente para mim, para eu aproveitar meu "último dia" de férias.

Fazia muitos anos que eu não passeava sozinha. O que para alguns pode ser um tormento, sempre tem seu lado bom. É bom saber apreciar a própria companhia. E, neste exato instante da minha vida, me pareceu mais do que necessário este passeio: eu e mim mesma.

Nunca tinha ido para os lados do Ipiranga. Mas, agora, tenho motivos de sobra: minha "filha" mora ali perto. Após a tão calorosa receptividade mineira (todo o carinho que mais preciso agora), pela manhã tomamos um café juntas, como nos velhos tempos... aquela sensação reconfortante de você não precisar pensar para falar, aquele sentimento de que mesmo com o passar dos anos, a química e o entrosamento são os mesmos...

Depois de me despedir dela, comecei a caminhar. Sob um céu lindo... azul pintado para mim, vento gélido no rosto, calorzinho matinal morno: meu cenário e temperatura perfeitos. Eu andei muito... e teria andado mais se não fosse a mochila pesada. Mas mesmo a mochila pesada parecia o acompanhamento perfeito naquele instante. Parecíamos imbatíveis, eu e uma simples mochila, naquele exato segundo da minha vida.

A vida é feita desses segundos: onde tudo se encaixa, onde tudo faz sentido, onde nada precisa ser mudado. Eu estava livre, leve e solta. Livre dos meus próprios pesos, dos meus anseios, dos meus medos. Era uma poesia sendo escrita a cada passo. Mesmo carrancudos, os paulistanos pareciam sorrir para mim.

Visitar um ponto turístico num dia em que está praticamente vazio é um prazer inenarrável. O dia conspirava totalmente a meu favor. Andei, fiz várias fotos. Observei o céu. Pensei muito. Refleti muito. Tanto o Museu como a Praça da Independência são simples mas bonitos. E a beleza está nos detalhes. Alguns deles capturados pela minha câmera.

E estar num lugar cujo nome é Independência parece uma daquelas ironias sutis da vida. Mas nem posso reclamar, como poderia? Eu tenho ganhado tantos presentes que chego a me sentir uma garota mimada. É exagero? É sobra? Há falta? Não, nada disso. Tudo certo na medida como mereço e como saberei aproveitar.

Quem estiver em São Paulo e quiser aproveitar é um bom passeio. Nada excepcional mas agradável. Ainda mais se estiver vazio. Bom para pensar e refletir. Vi várias pessoas sozinhas -- como eu -- fazendo exatamente isso. Um homem de gravata sentado nas escadas de pedra, sob o sol, olhando o nada. O que ele estaria pensando? Quem saberia dizer? Em frente à pira, uma mulher, também parada olhando para o horizonte. E eu, ali, roubando esse silêncio alheio, compartilhando o meu silêncio no silêncio. Poesia urbana desenhada ali, diante dos meus olhos...

Mais fotinhas do passeio aqui no meu facebook.