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Bem-vinda ao mundo dos apps de relacionamento!

Vou compartilhar uma história com vocês.

Desde 2008 que eu não me cadastrava em nenhum aplicativo de relacionamento.

Sim! São quatorze anos de defasagem. Ainda estou fazendo um intensivão em redes sociais e em páginas específicas para atualizar o meu software sapatônico. Claro, como boa alma curiosa que sempre fui, não podia deixar de fazer isso. Não (que seja dito) que eu vá usar os termos ou me comportar como uma garota de 20 anos. O objetivo é puramente saber como sente, pensa e fala as sapatoninhas que nasceram quando eu já estava lá vivendo minhas experiências.

Há diferença? MUITA. 

No entanto, o que é mais assustador (ou desolador) é que certas coisas parecem que nunca mudam. Ou até mudam, mas para uma variação tristemente pior.

Bem, lá fui eu baixar, me cadastrar e fazer uma assinatura básica em três apps. Escreve um texto de bio com caracteres e vocabulário específico o suficiente para filtrar e espantar a maioria das mulheres. Antigamente dizer que era astróloga era uma red flag gigante que tanto afugentava como encantava. Hoje? É indiferente. Perdi meu charme.

E essa foi uma das primeiras coisas que me deixou muito curiosa. O que teria acontecido com a Astrologia que hoje não chama mais a atenção nem que seja para sair correndo? Seguirei refletindo nisso.

Começa a criar um filtro de busca. Põe o filtro de busca em ação. 
Zero resultado.
Diminui o grau de exigência do filtro.
Aguarda uns corações e, com sorte, umas mensagens especiais que somente assinantes enviam.
O negócio anda devagar quase parando.
Mas eu me fiz uma promessa antes de baixar esses apps: eu vou me divertir no processo, não importa o que aconteça. Afinal, estou em busca do amor da minha vida? Certamente que não. Se eu der sorte de conseguir manter uma conversa minimamente agradável para mim, me sentirei ganhadora da mega. Uma coisa não exclui a outra, se estou lá me expondo, sei de todos os riscos que corro, sei de todas as possibilidades e, simultaneamente, me abro para tudo que possa acontecer.

Há uma diferença radical do perfil de mulheres cadastradas de acordo com cada app. E isso começa a me chamar a atenção. Fico lá olhando para uma foto, em geral selfie, e penso "a pessoa escolheu essa foto porque ela considera a melhor foto dela. Qual será a pior?" Aí vemos fotos com frases de autoajuda retiradas do FB, recortes de fotos do IG que a pessoa não limpou direito. Fotos desfocadas ou de baixa resolução. Além dos clássicos airbags que talvez atraiam as fetichentas por peitos XG.
Como você gosta de se divertir? Trabalhando.
Como você descreve suas noites? Fasendo amor. (sim, com S).
Não gosto de mulheres masculinas, só femininas. (eu concordo que poucas ficam bem com boné. Eu sou daquelas que NÃO ficam bem fora que eu tenho calor na cabeça)

E o fato de que 80% das pessoas ali estão em um relacionamento aberto? Em geral, com homens. (me chame de antiquada, mas nunca entenderei o conceito disso)
E as mulheres que só me escrevem porque sou japa? (oi? Não sou otaku nem sei o que é isso)
Ou aquelas mulheres que associam tudo a álcool: "Quero uma companhia para beber uma taça de vinho na praia e à luz de velas". "Bora tomar uma brejinha" (em geral skol quente).
Ou aquela que dizia o seguinte: " Quero uma mulher ativa fisicamente, porque quero alguém que consiga me acompanhar nas coisas que faremos juntas, viajar muito e malhar muito".

Confesso que não esperava que me depararia com isso. Há um misto de piada interna entre conversas com amigas íntimas e um senso de que nem estou defasada neste mundo — eu quase não sirvo mais para viver nele!

O que há de comum em todos esses perfis?
A falta de uma foto do cérebro.

Recentemente li um post que dizia que ninguém tem obrigação de adivinhar os pensamentos do outro. Concordo! Mas falta também um pouco mais de aprofundamento mental. Ninguém precisa ir lá escrever uma bíblia sobre si, megalomaniacamente, ou dizer que já leu todos os livros considerados clássicos. A bem dizer, essas pessoas não estão em apps. Onde elas estão? Solteiras? Presas em nichos longe do açougue virtual? Mas as pessoas podiam se esforçar um pouquinho em dizer algo mais além de vinho, academia, cerveja, bonés e peitos.

Então, sem opções, comecei a fazer outras coisas.
A primeira delas é ficar olhando para a foto e para o perfil e tentando adivinhar qual seria o signo daquele ser. Bingo! 90% das vezes eu acerto. 
E a quantidade surreal de leoninas, arianas e sagitarianas? Vou começar a fazer um quantitativo para saber quais signos eu mais vi por aí. Uma coisa é certa: os signos de terra são os que eu menos vejo (touro, virgem e capricórnio) seguido da galera de água (menos escorpião, claro). Vi poucas librianas também. Há uma quantidade gigantesca de geminianas! Halp!
A segunda é ficar caçando perfis fakes que ficam me mandando superlikes/superhearts. Já peguei duas. Se essa galera do outro lado da tela soubesse do meu poder especial escorpiônico para olhar através de todas as obviedades...rs

Recentemente, fiz uma nova amiga astróloga (bem-vinda!). Preciso agradecer a ela por (re)instigar meu lado astrológo observador que andava meio adormecido. É extremamente prazeroso (na falta de um adjetivo melhor) constatar que a astrologia continua sendo uma maneira perfeita de conhecer as pessoas sem que elas se deem conta disso.

E, conversando com uma amiga que usa esses apps há muito mais tempo que eu, aprendi uns macetes com ela para separar o joio do trigo. Se bem que, no meu caso, usar uma pinça para capturar a agulha no palheiro seria uma imagem mais acurada. Vamos rir, Aline!

Não. Não sou a última bolacha do pacote nem quero ganhar biscoito gratuitamente. Eu já estava ciente de tudo isso como disse no começo deste post. Ao mesmo tempo, não tinha como não notar (ainda bem!) que existem mulheres lésbicas inteligentes, cultas, que se destacam. Eu me encanto e fico fascinada que essas mulheres existam e estão por aí, vivendo suas vidas, encarando seus aprendizados, seus medos e deixando uma trilha única e especial por onde passam. Construindo uma história (que, obviamente não está atrelada à sua sexualidade apenas mas que, claro, faz parte intrínseca dela), sendo exemplo, ajudando outras pessoas. E me alegro muito por ter conhecido algumas delas! E espero conhecer mais!

Em um post futuro, quero retomar este post de hoje com boas novidades, sejam elas quais forem. Até lá.

O que aprendi (e estou aprendendo) com os apps de relacionamentos

Em agosto do ano passado, me foi perguntado se eu sabia como encontrar pessoas legais nos apps de relacionamentos. A Cris daquela época ainda não tinha ideia do que iria viver. Hoje, dez meses depois, já começo a tocar o significado dessa experiência.


E lá vem história...

Primeiro, foi uma mulher quase vinte anos mais velha que eu e que não me deu a oportunidade de me conhecer de verdade e concluiu que eu era uma "garota irresponsável emocionalmente" que "brinca" com os sentimentos alheios.

Depois, veio uma astróloga paulistana, e eu achei que tantas e tantas coisas em comum levariam à construção de algo sólido e duradouro.

E, nessa estrada, uma recém-moradora da capital paulistana da área de TI foi o primeiro exemplo (dos muitos que eu conheceria) sobre qual é o nível da falta de coesão e coerência eu suportaria ao conversar com alguém. 

Até esse momento, eu ainda tinha me colocado aberta a relacionamentos amorosos e amizades. Então, cadastrada em três apps, mudei meus objetivos: apenas amizade.

Conheci então uma terapeuta holística e, mais uma vez, minhas esperanças de conexão maior — para amizade, apenas (da minha parte) — tiveram de aprender algo muito cruel que me parecia inconcebível à época: como uma terapeuta pode ter certas atitudes incompatíveis com a profissão?

Nisso, eu já conversava e tinha me encontrado com uma mulher que, a princípio, queria apenas me conhecer para manter um relacionamento aberto com ela (que é casada). Essa novidade (para mim, porque é extremamente comum em nossa sociedade) me causou um misto de susto com realidade. Amizade apenas. Claro. Até então, ela foi a única pessoa que conheci pessoalmente — algo que ainda quero muito (mas hoje menos).

Também conheci uma moça do RS que estava traumatizada pelo fim de um relacionamento tóxico vivido, o que a tornou uma cética a respeito do caráter das lésbicas.

Claro que nesse ínterim, muitos contatos superficiais que não foram adiante, tornando-se fantasmas na lista de pessoas que não vingam e que a gente dá unmatch ou simplesmente bloqueia.

No último mês do ano passado, conheci mais duas mulheres.

A primeira foi a advogada. Após estar ciente de que eu queria apenas amizade, trocamos muitas mensagens. Nos encontramos. No primeiro encontro tudo parecia caminhar fluidamente e embora eu tenha notado certas red flags (nunca as ignore!), o segundo encontrou mostrou ao que ela tinha vindo fazer em minha vida: me mostrar como é viver o pior date da vida.

Também conheci outra terapeuta holística que apesar de se mostrar espiritualizada e mais coerente, não estava preparada para o mínimo da troca necessária e educada que precisa existir em pessoas que estão se conhecendo.

Ainda nesse ínterim, conheci algumas moças recém-saídas de relacionamento que iam direto pro Instagram e lá ficavam, como um lembrete de que um dia houve uma conexão que se apagou tão rápido quanto acender um fósforo.

A segunda foi uma mulher incomum que conseguiu reconectar neurônios desativados em meu cérebro. Até aquele momento, crente na ciência de que eu saberia conduzir a amizade, fiz tudo que achei que deveria ter feito.

Já em 2024, conheci uma segunda advogada com quem tinha algumas semelhanças. Porém, as red flags balançaram até, umas duas semanas depois, ela finalizar o contato — algo que eu acabaria fazendo.

Também conheci uma estudante de Psicologia que tinha viajado pelo Brasil inteiro (o que agora me parece óbvio que ela estava mentindo!), trabalhava em três empregos e que começou a me dar aulas de Jung quando foi contrariada.

Conheci uma outra astróloga e terapeuta que parecia super empolgada para trocar ideias mas que desapareceu no limbo das mensagens não respondidas dias depois.

O cenário me fez cada vez mais restringir o meu já restrito perfil: descrição longa, filtros específicos. O resultado não foi melhor nem pior. Ele apenas mudou as caras.

Recentemente tive contato com uma mulher também saída de um relacionamento longo. E eis que me vi diante de um novo (mas não tão novo assim...) cenário: o de ser terapeuta apenas.

E, no meio disso tudo, algumas mulheres hetero começaram a me adicionar. Acreditei que seria uma alternativa interessante, afinal, a maior parte das minhas amigas é hetero. 

Resultado?

Aparentemente, uma delas queria apenas sexo casual comigo.

As outras duas se encontram em situação de "ponto de interrogação" em curso.

E não posso esquecer de citar o caso de uma garota hetero muito gentil mas de quem sequer sei o nome completo. Apesar de conversar há longos meses, a sensação de ter falado muito de mim e saber quase nada dela pode ser o retrato de quantas anda os relacionamentos sociais de amizade.

Daria para escrever um livro abordando todas as nuances que gostaria de abordar. Mesmo um post, talvez eu escreva "uma série de posts" rs. Talvez.


O que vou escrever agora é o que aprendi pessoalmente com tudo isso que vivi e ainda estou vivendo.


1) Somos apressados em julgar ou ser julgados.

O nível de desconfiança entre os seres humanos só aumenta. E essa neurose coletiva não permite que as pessoas consigam ter discernimento. Qualquer mínimo detalhe que desagrade já é motivo para excluir e bloquear uma pessoa. Obviamente, o nível de tolerância é muito pessoal e também não dá para usar a própria medida para outra pessoa.

2) Maturidade emocional não tem nada a ver com idade.

Quando eu tinha 20 anos, tinha a crença de que pessoas mais velhas são mais sábias. Isso é uma imposição da sociedade que faz a gente respeitar os idosos pelos motivos errados. Pessoas "de idade" podem ser mais sábias? Claro. Mas essa é uma afirmação que exige muitas exceções. Uma coisa não deveria estar associada a outra. Nessa linha de raciocínio, muitas mulheres "só se relacionam" com outras mulheres mais velhas por causa disso. Maturidade emocional tem a ver com a capacidade pessoal e intrínseca de cada de um de se desnudar, ser humilde, aprender e transformar-se.

3) Profissões consideradas chiques pela sociedade (advogado, psicológo, terapeuta) não são indicativo de que a pessoa é de confiança. Bem como o grau de espiritualidade dela.

4) Compatibilidade astrológica, no caso dos apps, não é indicativo de que um contato será frutífero. Mas sempre pode ser levado em consideração.

5) Trocar Instagram ou número de whatsapp após algumas mensagens não quer dizer nada. Absolutamente nada. Nem se vai dar certo, nem se não vai dar. Essa associação é totalmente equivocada.

6) O grau de ansiedade das pessoas já passou do tolerável. É uma doença generalizada, não tratada e pior: as pessoas nem tem consciência de que estão doentes.

Eu não me excluo desse rol. No entanto, a ansiedade por saber como será o futuro daqui a dois dias impede as pessoas de aproveitarem o presente e construírem o alicerce. Bases sólidas não são conseguidas com atração explosiva na primeira frase. E isso vale para paixões avassaladoras.

7) As mulheres acreditam que uma dor de amor se cura com outro amor.

As pessoas deveriam dedicar um mínimo de tempo sabático após um evento traumático em suas vidas. Seja fazendo terapia, seja entendendo o que é a dor de uma solidão pós-término. Existem inúmeros recursos para isso o que deveria ser menos escolhido é se cadastrar em um app de relacionamentos achando que para curar uma dor de amor, basta outro. Isso é letra de música sertaneja.

8) Tenha consciência do seu nível pessoal de expectativas.

Uma coisa é ter parâmetros, outra é esperar que alguém se encaixe em sua vida como uma luva só porque você gosta da cor da luva. Embora vivamos numa sociedade descartável, as pessoas não são itens descartáveis. Ghosting é o suprassumo da imaturidade emocional. Aprecie quem responde mensagens que mostram algum nível de reflexão. Como você deve desconfiar de quem está 24 horas do dia disponível para responder mensagens e respondendo-as na hora que elas chegam.

9) Coesão e coerência não servem apenas para estudante de Letras.

As pessoas dizem uma coisa e fazem outra e nem se dão conta disso. Trata-se do inconsciente lutando ferozmente para trazer lucidez. Mas quem, do lado de fora, prestar atenção a isso, terá em suas mãos uma poderosa ferramenta. Isso vale para qualquer setor da vida pessoal, e nos mostra não apenas o nível de autoconhecimento como pode até indicar desvios de caráter.

10) Não ignore as red flags. Elas existem por um motivo. 


Eu tenho a resposta de tudo? Não.
Tanto por não ter, que ainda não consegui construir uma relação que considere a ideal para mim. 

No entanto, ao começar a aprofundar amizade com uma moça (temos uma amiga em comum), eu comecei a ter o contraponto necessário para conseguir compreender profundamente os apps, afinal, eu e ela não nos conhecemos por eles.

Eu já afirmei, erroneamente, que a culpa dessas experiências que eu vivi é o app. Na verdade, não há culpados. A escolha desse meio me permitiu viver uma série de situações que ampliaram minha consciência. Depurei ainda mais as sujeiras que estavam incorporadas em minha forma de pensar. Entendi ainda mais o que é o "ser humano" e, por consequência, me autoconheci ainda mais.

Embora para quem leia, a linha do tempo descrevendo a breve história que vivi com as mulheres que eu conheci não seja óbvia, mas para mim está mais do que claro, tão claro quanto água pura: estou aprendendo — muito. Me burilando, me lapidando. Aonde chegarei com isso? Não sei. Mas estou confiando no processo.

E até um próximo post!

Sobre o idealismo e o amor — parte 2

Em 09 de janeiro deste ano eu escrevi a parte 1 deste post. Sem saber que alguns meses depois, eu estaria disposta a escrever uma continuação!

Pois é... Há algum tempo, eu venho com uma reflexão insistente que estava aqui, pedindo para sair. No entanto, eu não sabia exatamente do que se tratava. Sabia, apenas, que tinha algo me incomodando e que eu precisava trazer à tona. Então, resolvi reler meus posts (como sempre costumo fazer) e me parei mais pausadamente para ler o link que citei acima.

Eu me recordo exatamente dos meus sentimentos enquanto escrevia aquele texto. Eu estava tão feliz! Tão empolgada com minha recente constatação! Estava me sentindo plena por me permitir ser eu mesma, mais uma vez. Por permitir ter coragem para ser quem eu sempre fui a despeito de todas as dores que eu já vivi.

E o que aconteceu nesse intervalo de tempo que me motivos para escrever uma segunda parte?

Os apps de relacionamento aconteceram, meu bem!

Eu não sabia exatamente o que eu esperava quando me cadastrei nesses apps. Mas depois do que eu vivi, eu sei, hoje, o que eu espero NÃO encontrar mais! Eu não fazia ideia de como eu reagiria emocionalmente, energeticamente e mentalmente às mulheres que conheceria. Fui ingênua. E bastante tola, até. Eu me apresentei com um propósito que, vendo hoje, percebo que não faz sentido algum para a realidade que é estar exposta em um app de relacionamentos.

Eu demorei exatamente dois meses para me dar conta disso. E eu sei que foi somente por ter me exposto dessa forma é que consegui me dar conta dessa realidade. Essa informação não teria sido aprendida se não fosse assim. Pois, se alguém me dissesse quem eu era e até me previsse tudo que eu viveria, talvez eu não acreditasse. Talvez eu não levasse a sério.

Como tinha dito no post anterior, ser idealista é ser uma pessoa que precisa estar muito atenta aos sinais ao seu redor. E fazer essa análise o mais racional possível. 

Primeiro filtro: racional. 

Segundo filtro: racional. 

Terceiro filtro: espiritual. 

Quarto filtro: emocional.

Por não ter usado essa sequência, não cometi grandes erros, não chorei muitas lágrimas, afinal, dois meses é pouco tempo para tudo isso! rs Mas, sim, eu vivi situações inéditas, vivi situações meio repetidas do passado. E vivi o suficiente para ter mais claro agora novos parâmetros para o que espero nesses apps e para mim mesma.

Ser idealista, acreditar no amor e estar aberta a conhecer mulheres totalmente incógnitas em um app de relacionamentos é quase uma missão kamikaze. 

Fiz uma leitura de tarot  e pedi um conselho sobre como agir nessa seara. E esse conselho foi claro: "Cuide de sua autoestima (que ficou machucada com as coisas vividas), fuja das regras (que eu mesma criei), seja mais fora da caixa, seja mais livre e seja direta e clara". Obviamente, essa leitura reforçou uma decisão que eu já vinha tomando.



(post editado, algo que raramente faço)

O adendo que faço aqui é: é chegada a hora do recolhimento, de pôr a casa em ordem, de rever prioridades, priorizar o racional acima de tudo e afastar as névoas. Certamente um post sobre este momento será escrito no futuro.

O último post de 2023

Eu sobrevivi ao ano de 2023 — eu deveria fazer uma camiseta para usar no ano que vem.

O mundo está doente. 

Você sabia disso. Eu sabia disso. Todos nós sabíamos disso. (mesmo?)


Mas foi apenas a partir do momento em que eu saí da minha bolha é que pude vivenciar isso na prática! E como isso aconteceu? Quando os apps de relacionamento aconteceram em minha vida.

Quem acompanhou meus posts por aqui a partir de agosto viram as minhas reações iniciais. Em seguida, as experiências — algumas inicialmente boas, outras maravilhosas — até estarmos aqui, hoje, 08 de dezembro de 2023, com essa sensação que mistura derrota com desilusão e realidade brutal.

Eu realmente não fazia ideia de que as atuais lésbicas (não importa a idade) estivessem tão mentalmente doentes. E, com isso, não quero chamar ninguém de louca, psicopata, stalker, intensa ou qualquer outro adjetivo. Nada disso. Longe disso!

Essas classificações seriam muito superficiais, muito clichês e muito preconceituosas.

Eu venho de um tempo (olha a frase cringe) em que as pessoas (mulheres lésbicas incluídas) pareciam estar conscientes de si próprias. Porque todos nós temos algum tipo de doença mental em algum nível (eu não me excluo disso). Mas a forma como lidamos com isso é que me assusta. Não há mais discernimento algum. Autoconhecimento? Aprofundamento de si próprio?

Muitas estão aí dizendo que "estão com a terapia em dia" e eu afirmei, categoricamente, que essa era uma frase clichê usada como muleta. Desculpe por ter dito isso! Hoje em dia eu sei que essas mulheres se destacam por estarem tentando. Se estão fazendo isso corretamente ou não são outros questionamentos, mas, ao menos, há a tentativa. Esse é o primeiro passo, como de uma criança aprendendo a andar, a ter mais autoconsciência de si própria.

Autoconhecimento é um ato de extrema coragem.

Mas a maioria de nós (nisso, eu não estou incluída) tem medo de conhecer as próprias sombras. Passam um verniz ou empurram deliberadamente para baixo do tapete porque, afinal, se não está na minha vista, não preciso me preocupar. Admita: quem aqui nunca fez isso na vida?

Nos apps, eu não conheci tantas mulheres assim, mas uma característica me chamou a atenção em todas elas, sem exceção: falha de comunicação. E, nisso, eu também estou incluída, infelizmente.

A falha de comunicação gera falta de clareza e falta de propósitos.

Comunicação, como dizem todos os terapeutas por aí, é crucial para o estabelecimento de qualquer tipo de relacionamento. Ainda mais quando conhecemos alguém por um meio virtual. Afinal, não temos a presença, não temos parâmetros, não temos conhecidos em comum que nos apresentariam outros pontos de vista. Contamos, única e exclusivamente, com o que nos é dito pela pessoa.

Então, se a comunicação é falha, isso se chama: receita para o desastre.

Eu sempre me considerei uma pessoa que sabia se comunicar.

E esta foi a maior lição, a mais dura de todas, que eu tive de aprender neste ano: saber me comunicar com clareza.

Comunicar-se com clareza é o ato maior de amor que você pode ter por você mesma.

Não deixar indicativos, não deixar subentendido, não esperar que a pessoa compreenda por si própria. Nada disso.

FALAR COM O MÁXIMO DE CLAREZA POSSÍVEL.

Eu tive de errar bastante para chegar à essa conclusão. Talvez, para algum leitor aqui, isso já seja óbvio. Parabéns para você! Que você continue nessa jornada, que é uma estrada de eterno aprendizado.

O outro poderá reclamar de sua suposta falta de tato com uma fala direta, mas nunca questionará suas intenções. Então, desde que você seja uma pessoa que tenha muito autoconhecimento de si mesmo, falar com clareza além de um ato de amor por si próprio também é um ato de amor com o outro — a despeito de ele não conseguir compreender isso no começo.

E, aí, fechamos o círculo e voltamos ao tal do clichê chamado "autoconhecimento". Imagine uma pessoa que não tenha consciência de si própria e que, obviamente, não saberá comunicar com clareza o que nem ela mesma sabe. 

Imagine os estragos que os encontros dessas mulheres estão causando por aí?

Imaginou?

Isso não é exclusividade de lésbicas, não. Isso é endêmico no ser humano da atualidade.

Mas, pense. O que é um app de relacionamento? É um local onde as pessoas se reúnem para vender o próprio peixe. E como se faz isso? Maquiando o peixe da melhor forma possível.

Gostos? Arte, urbanismo, café, viagens e animais.

Fotos? Uma prévia do Instagram (local onde mais encontramos a exposição da riqueza construída em detrimento da pobreza interior).

O melhor peixe exposto ganha mais curtidas, visualizações, seguidores e fãs. Que tristeza viver nestes atuais tempos.

Então, os apps não mostram, como já disse, uma foto do cérebro e, melhor, uma foto da alma. Nao temos acesso a esse raio x. Não há outra forma de saber além de observar, prestar atenção e notar como se dá a passagem do tempo — sempre, o tão sábio tempo. Além da nossa intuição.

Hoje em dia, que obviamente não é mais como há vinte anos atrás, as pessoas estão muito mais perdidas, confusas e... sequer têm noção disso. E, se têm, escondem isso dentro de um cofre de titânio sem chave de acesso. Como podemos conviver bem uns com os outros sendo e estando assim?

Não sei: esta é a minha mais sincera resposta.

E eu que, ingenuamente, achei que os maiores desafios deste ano seriam em torno do cuidado com a minha saúde, com a minha espiritualidade (obrigada, Halu Gamashi, por estar em minha vida, eu não teria conseguido sem os seus ensinamentos!) ou com a parte material da minha vida. Nada disso.

Tudo na minha vida sempre aponta para a mesma direção: os relacionamentos humanos.

Então, quero finalizar este ano refletindo e aprendendo tudo que puder aprender e continuamente seguir aprendendo. E que 2024 me traga bons ventos (mais frescos, de preferência).

Desejo o mesmo a cada leitor que me acompanhou por aqui em 2023. Sigamos juntos e fortes. Fiquem com Deus.

Olar, 2024!

Então, 2024 começou!

Cheio de uma energia única e especial que nem imaginei que fosse possível. Afinal, meu último post foi bastante triste até. No entanto, como tudo na vida são escolhas, eu fiz uma. E sequer sabia que, ao fazer essa escolha simples, eu estava fazendo uma baita escolha que nortearia minha vida este ano (e que já vinha norteando a minha vida de alguma forma).

Olhando em perspectiva, percebo que eu iniciei esse movimento justamente no dia do meu aniversário, 18 de julho de 2023, quando decidi comemorar em um karaokê com minhas poucas amigas, um sonho que tinha sido protelado por décadas. Acho que ali a sementinha foi plantada.

E essa sementinha rendeu novas atitudes, a primeira dela, entrar em apps de relacionamentos. Que então gerou aprendizados novos quando decidi sair da minha bolha. 

Participei do lançamento da maior tradução que fiz até o momento. Comecei a conher pessoas novas, fisicamente, não apenas virtualmente. Literalmente me abri a todas as possibilidades. E tive a clara certeza de que não quero estar em um relacionamento amoroso neste momento da minha vida. Por que? Porque estou apaixonada por mim mesma! De novo! Como não estava há décadas.

Estar apaixonada por si mesma, em outros tempos, significaria muitas atitudes imaturas e impulsivas, o que, de certa forma, eu acabei cometendo. Mas, como disse recentemente em meu twitter, quando você é uma máquina extremamente bem azeitada (e esse tema rende muitos posts: "o que é ser uma máquina bem azeitada") por mais que uma peça dê problemas, o restante dá conta de segurar enquanto você faz a manutenção ou a troca daquela peça.

Desse modo, o último mês do ano, dezembro, começou reflexivo mas terminou extremamente feliz. Tive o melhor natal e o melhor reveillon em anos. Feliz por simplesmente ser quem eu sou e por estar onde estou. Feliz por ter sobrevivido à intempérie de 2018-2022. Felicidade não tem explicação, assim como todos os bons sentimentos que sentimos, apenas sentimos e cuidamos deles.

O segundo semestre começou um dos movimentos mais belos da minha vida até este momento: o de abertura a tudo que me desafie e me tire da zona de conforto. Eu literalmente me lancei ao desconhecido, com minha sabedoria espiritual aprendida até este momento, com minha eterna fé, esperança e idealismo (que, obrigada mãezinha, eu nunca mais perderei!). Aonde isso vai me levar? NÃO SEI. Mas como diz a frase que já conhecemos: pelo menos eu sei que não caminharei numa estrada dolorosa e amarga que já conheço!

E aqui estamos! 2024.

Não fiz lista de promessas, não fiz lista de desejos. Nada disso.

Apenas reafirmei que quero continuar nessa toada. E precisa de mais do que isso?

Eu estou curtindo demais a jornada da minha vida. E estou aberta a todas as pessoas que queiram compartilhá-la comigo. Todas serão bem-vindas!

E obrigada, Halu Gamashi: sem você, nada disso teria sido possível. Obrigada por eu ter conhecido a família eletromagnética, a verdadeira família que eu busquei a minha vida inteira. Agora eu me sinto em casa.


O que (não aprendi e) estou aprendendo com os apps de relacionamento

E este tema tem continuação! Sim!

Eu achei que não teria. Ingenuidade de minha parte, oh god, eu sei...

Escrevi uma série de alguns posts nos anos anteriores como você pode ler aqui. Não mudo uma única vírgula do que disse e, agora, tenho novas reflexões a fazer, em pleno Apocalipse Now versão 2025.

Primeira constatação: aprendizados são eternos. Eles vêm em fases, camadas que só conseguimos compreender mediante certos contextos. Não é imediato nem fácil. Desafia a nossa capacidade de lidarmos com o óbvio (esse tema vai render post depois!!!).

Segunda constatação: o ser humano se molda e reflete as condições em que vive e, por consequência, as condições em que vivemos atualmente são muito desafiadoras: energeticamente, espiritualmente, socioeconomicamente, politicamente. Viver é muito mais do que um ato de luta.

Terceira constatação: nós estamos constantemente mudando mas algumas coisas podem estar tão enraizadas em nosso inconsciente (mesmo fazendo terapia, mesmo buscando autoconhecimento, pasmem!!!) que é apenas o contato com o outro — em um relacionamento amoroso, onde costumamos nos despir de algumas de nossas defesas (nem todas!) — e nos valer desse espelho que é se ver através do outro.

Então, adianto que escreverei uma série de posts, porque, ao contrário do que foi antes, não dá pra resumir tudo em um só. Ainda mais que estou ativa nos apps neste momento (oi, será que nos vimos por lá?) e vivenciando situações velhas e antigas (como aquelas que nunca mudam e provavelmente nunca mudarão) mas percebendo outras novas que não imaginei que existiriam e piorariam.

Mas, aqui, é importante ressaltar que a primeira e maior coisa que reparei foi em mim mesma. Afinal, também estou continuamente fazendo aprendizados, sobre o mundo e sobre mim mesma, e sobre como esses dois elementos se relacionam entre si.

Já falei muito sobre ghosting aqui. Em posts futuros também falarei sobre dating burnout.

Preciso admitir que estou vivendo um momento de dating burnout relacionado ao ghosting.

E foi interessante notar que muitas, mas MUITAS mulheres vivem algo semelhante.

Eu penso na quantidade absurda de encontros e desencontros que foram necessários para as pessoas chegarem a isso, porém, sem consciência alguma! Gente, é preciso refletir. É preciso pensar e pôr os neurônios em ação não apenas para correr atrás das pernas e um par de saias mais lindo que você vir!!!

GHOSTING.

Caso você leia por aí "Responsabilidade emocional e inteligência emocional são a nova frôr-do-zíaco" bingo. That's me.

Eu acho que agora posso me considerar PhD nesse assunto. E assumo toda a responsabilidade que me cabe, porque eu também já pratiquei ghosting. Porque, na verdade, é sobre isso: responsabilidade emocional.

E esse termo aí muito difundido entre os praticantes da comunicação não violenta (CNV) e entre as pessoas que fazem muita terapia (e ainda estão precisando colocá-la em prática) reverberam aos quatro ventos. O que esse povo ainda não entendeu — e aí o negócio fica sério — é que responsabilidade emocional não é tarefa para a nossa parte racional fazer (embora devesse!).

Responsabilidade emocional está atrelada nas raízes mais profundas de sua mente emocional (dã, mas isso não é óbvio? Eu disse que ia falar sobre obviedade futuramente, fica um tiragosto aqui).

E o suprassumo: a gente, tolamente, foca apenas na dicotomia entre mente racional e mente emocional e esquece do quê? O ENERGÉTICO. Aí f*de tudo.

A gente pode treinar nosso cérebro para repetir o que as pessoas dizem sobre ser responsável emocionalmente. Mas, basta acontecer uma merda gigante que nos desestruture (e isso acontece por um simples mas não simplório motivo) e tudo vai pro ralo. Literalmente.

Responsabilidade emocional é consequência de um sintonia fina e um sutil equilíbrio entre racional, emocional e energético.

Então, voltando ao ghosting, ele pode ser motivado por qualquer desequilíbrio nas partes ou no todo. Ter consciência disso, acessar isso, admitir que precisa ser curado e começar a praticar... é uma tarefa de vida inteira! (lembra do aprendizado que disse no começo do post?)

Por isso que eu mesma cometi como muitas vezes o recebi. A questão está na dor, que para alguns têm mais peso que para outros (o profundo estudo do mapa astral ajuda a compreender isso). Repetidas feridas no mesmo local geram um ponto sensível e haja terapia para conseguir acessar e manusear essa dor.

Haja lágrimas e mais lágrimas e muito mais lágrimas para lavar o coração (que ainda não ficará limpo). Saber equilibrar autoacolhimento, autoestima, autoamor. Ghosting é sobre o que o outro não é capaz de fazer — e muito pouco (ou quase nada) sobre você.

E não se esqueça de compreender como você está cuidando dos seus chakras. Como você está cuidando da sua espiritualidade. Como você se conecta com seu eu superior. Como você escuta a sua intuição.

Vivenciar um ghosting em um término de relacionamento amoroso é a dor de viver um luto com uma pessoa que continua vivendo e pode sequer estar pensando em você. Ela decidiu tocar a própria vida e colocar a sua existência no limbo das memórias não acessadas. Essa é uma estratégia eficaz para quem é incapaz de lidar, trabalhar e acessar as próprias emoções. Mas, não se esqueçam: é ilusão.

Hoje em dia, os psicólogos de relacionamentos estão cada vez em maior número atendendo uma infinidade de pessoas feridas por términos por whatsapp ou por ghostings.

E há uma coisa em comum na fala de todos e, olha só que interessante, a Halu Gamashi disse algo similar recentemente:


QUEM NÃO SE AMA, NÃO AMA NINGUÉM.

SE A GENTE NÃO SE PERDOA, A GENTE SE AUTOSSABOTA. E FAZEMOS COISAS PARA ATRAIR SOFRIMENTO.


Ainda falarei mais sobre esse tema e os outros abordados aqui, em breve. Me aguardem!