Vez em quando (ou quase sempre...), me deparo com pessoas que pensam me conhecer... O movimento é inverso, já que todo mundo quer compreensão alheia, não é? Depende. Pergunto: de qual parte sua você quer compreensão alheia? Então tuitei a seguinte frase: "Quem pensa que me conhece, se engana, esses são muitos! Só me conhece quem me surpreende. E esses... raríssimos". E comecei a refletir sobre ela. Então, vamos.
Eu não sei de vocês, mas eu tenho múltiplos eus e admito isso sem receio algum. Existe o eu-trabalho. O eu-social. O eu-público. O eu-colega. O eu-amigo. O eu-twitter. O eu-facebook. O eu-blogue. O eu-caseiro. O eu-canceriano. O eu-geminiano. O eu-pisciano. O eu-leonino. E existe um eu-especial, aquele que une todos os eus citados. Desse eu-especial, eu tenho o eu-amor, o eu-romântico e o mais especial-especial de todos: o eu-espiritual.
Muitos podem conhecer várias facetas suas, uns mais outros menos. No entanto, quem -- de verdade -- irá conhecer você completamente? Raríssimas pessoas. E quem vai conhecer você mesmo de verdade além de você? E não digo isso porque se trata de uma coisa "exclusiva". Para conhecer alguém de verdade, precisamos de duas coisas: amor e empatia. E num mundo tão egoísta e agitado como o nosso... é praticamente impossível essa proposta.
Impossível mas realizável. Como sempre digo, tive o privilégio (e ainda tenho!) de conhecer algumas pessoas cuja proposta de amizade foi além dos ditames da sociedade insana que vivemos. Porque querer conhecer alguém profundamente exige uma entrega muito maior do que a de qualquer relacionamento amoroso. Exige você aceitar essa pessoa com defeitos e virtudes, exige sinceridade e honestidade, exige reciprocidade. E todos nós sabemos que o amor nos dias de hoje é sinônimo de egoísmo (seja o que eu espero que você seja, ou a fila anda, porque tem muita gente disponível aí).
Interessante é perceber que algumas pessoas que você conhece (pelo canal de algum eu específico) supostamente deduzem que te conhecem no paralelismo "da parte pelo todo". Não somos gramática (ainda bem). A parte é mesmo uma parte e faz parte do todo, não é para deduzir o todo.
Em muitas outras vezes, a pessoa simplesmente te conhece pelo eu-
espiritual (no caso, o mais importante para mim). E, nesse caso, devo admitir, é uma sensação de "não ação" mais puramente ação que você pode sentir: o paradoxo. E o erro pode ser inverso, se você não se policiar: esquecer do todo e focar nos detalhes. Foque no todo.
Mas não importa qual parte sua esteja em ação, ou qual parte está com mais relevância do que outra. Como disse uma amiga querida uns dias atrás: "Coloque o coração à frente de tudo o que fizer... e permita que o Universo se encarregue do resto!" O Universo pode ser o que você quiser, mas o seu coração... será sempre o SEU coração. A frase mais clichê e mais verdadeira.
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