(dedicado a você)
Há alguns raros momentos
em circunstâncias específicas na vida
parece sorte
lembra conspiração
e os mais céticos desdenham
os distraídos nem percebem
mas aqueles puros de coração
sentem
capturam
estendem as mãos
o coração aberto
os olhos atentos
e vivem.
Há algum raro momento
enquanto caminho sozinha
tanto igual ontem
e pode até ser parecido com o amanhã
eu não olho para os meus pés
nem olho para o próximo destino
eu apenas vejo o céu
tantas nuances em tonalidades distintas
o bruto negro tocando o branco suave
nuvens de algodão e céu de chumbo
eu paraliso, hipnotizada, tentando descrever
e me calo.
Entre dois momentos distintos
há duas solidões que se tocam
sem propósito, sem escolha
há razão? É necessária razão?
A razão é uma tola justificativa.
A justificativa é uma tentativa em vão.
Pegue a minha mão, veja as rugas.
Olhe meu coração, veja os calos.
E sinta minha alma: simplesmente feliz por viver.
Não se perca na estrada bifurcada,
que nós mesmos a dividimos.
Trilhar este chão de terra acompanhado,
é muito melhor do que sozinho.
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