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Para encerrar o ano de 2021

 É um fim de tarde dos primeiros dias de verão. Venta muito, um vento frio. Deve estar uns 22 graus. Uma temperatura perfeita.

Vinha adiando escrever um post, mas eis que chegou o momento. E, em uma tarde tão bonita como esta, me convidando a por meus sentimentos para fora.

A poucos dias de findar este ano, o que eu sinto é que as fichas ainda não caíram. 2021 certamente não foi o ano mais difícil da minha vida, foi o ano mais inesperado. Tantas coisas boas aconteceram! E tantas supresas tristes também.

Meus pais morreram. Oficialmente, estou morando sozinha pela primeira vez. Passarei meu primeiro natal sozinha. Quem nunca quis viver uma noite como o Kevin em Esqueceram de mim? Mas quando este momento chega, você percebe que nada é como nos filmes.

Queria ter conhecido mais pessoas novas. Queria ter aprofundado alguma amizade. O balanço geral disso é praticamente zero. E mais pessoas saíram da minha vida, umas de forma meio esperada, outras despercebida. Outras continuam presentes surpreendentemente.

Confesso que ainda tenho muito receio do futuro e uma ansiedade estranha. Por mais que você tenha todas as ferramentas para lidar com isso -- e eu tenho! -- sinto um frio na barriga aliado a uma certa falsa expectativa de que já sei como tudo isso vai terminar. 

Meus 44 anos de idade me mostram no que me tornei. E entre o oscilar de gostar e desgostar do que vejo, eu ainda gostaria de ter um pouco mais esperança e otimismo inabaláveis que já tive um dia. Talvez, eu ainda os tenha aqui dentro de mim, mas estão tão bem guardados que nem eu mesma consigo ver. Talvez, essa força -- se é que podemos chamar assim -- é tudo o que me deixa seguir em frnete mesmo quando perdi todos os motivos.

Então, com essa "força invisível", com meus 44 anos, minhas expectativas e meus objetivos, eu quero passar uma linha em 2021 e quero fechar ciclos. Estou cansada de dizer que estou cansada.

E, caso você tenha vindo até aqui ler este post, que seu 2022 seja o melhor de todos os anos de sua vida! Que tenhamos mais amor e empatia. Que possamos sorrir sem sentir culpa por isso.