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Ironias do caos urbano

Ontem foi o verdadeiro caos urbano na cidade de São Paulo. Marginais, avenidas, trens e ruas alagados, parados, interditados. A selva de pedra onde vivemos não comporta as consequências do aquecimento global. Ontem foi bem uma amostra de como será o fim do mundo: nada de bolas de fogo caindo do céu. Eu imagino algo como o que vivemos no dia 08 de setembro de 2009.

Ironicamente, depois do caos pessoal que vivi na semana passada, ontem -- que deveria ter sido a cereja do meu bolo pessoal -- foi um dos dias mais tranquilos! Pra começar, não tomei uma única gota de chuva, sequer abri e molhei meu guarda-chuva! Acompanhei o fim do mundo se desenrolando pela janela e com as notícias na internet. Na hora de ir embora, pressupus que não deveria ter trens nem ônibus circulando. E milagrosamente consegui a melhor maneira de voltar pra casa, mesmo tendo levado 2h30 (o que não podemos considerar como muito, visto que muitas vezes eu levo esse tempo para voltar para casa).

Ontem, enquanto caminhava descendo a Pio XI, via as pessoas paradas em seus carros. Outras pessoas correndo, com pressa de voltar para casa. Meus passos estavam lentos. Meu tempo era outro. Na verdade, tudo o que aconteceu ontem deve ter me afetado em 0,001%. As diretrizes foram tomadas. Agora, falta a feitura. One day at a time.

Bem, hoje o céu continua cinzento. Embora eu ame dias cinzentos, espero que o homem seja um pouco menos castigado por seus atos hoje, com um pouco menos de chuva e um pouco menos de caos. É o máximo que consigo desejar para uma forma de vida tão imbecil que tratou a Natureza como tratou.

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BTW, hoje é aniversário da queridíssima Ana Carolina! Vida longa à mais bela voz de trovão que surgiu na MPB!!!