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Minha lista de filmes favoritos — atualizada (2023)

Há algum tempo eu não atualizava a minha lista. Não mais.

Os top 10 são imutáveis (na presença e na preferência) até surgir algum que tire alguém desse ranking. Os outros são filmes que gosto sem uma ordem preferencial específica. Quarenta e seis filmes para cada ano de minha vida (sim, eu AMO road movies, dramas e sci-fi).

Meus filmes:

01. Cidade dos sonhos (2001, David Lynch)

02. Réquiem para um sonho (2000, Darren Aronofsky)

03. Persona (1966, Ingmar Bergman)

04. As horas  (2002, Stephen Daldry)

05. Brilho eterno de uma mente sem lembranças (2004, Michel Gondry)

06. Closer – perto demais (2004, Mike Nichols)

07. Tomates verdes fritos (1991, Jon Avnet)

08. Matrix – trilogia (1999, 2003, The Wachowsky Sisters)

09. 2001 – uma odisseia no espaço (1968, Stanley Kubrick)

10. Interestelar (2014, Christopher Nolan)

11. O silêncio dos inocentes (1991, Jonathan Demme)

12. Anticristo (2009, Lars von Trier)

13. Cisne negro (2010, Darren Aronosfky)

14. Monster – desejo asssassino (2003, Patty Jenkins)

15. Psicopata americano (2000, Mary Harron)

16. O exorcista (1980, William Friedkin)

17. O iluminado (1980, Stanley Kubrick)

18. O céu que nos protege (1990, Bernardo Bertolucci)

19. Meninos não choram (1999, Kimberly Pierce)

20. Alien resurrection (1997, Jean-Pierre Jeunet)

21. A viagem de Chihiro (2001, Hayao Miyazaki)

22. Thelma e Louise (1991, Ridley Scott)

23. O segredo de Brokeback Mountain (2005, Ang Lee)

24. Em algum lugar do passado (1980, Jeannot Szwarc)

25. O segredo do abismo (1989, James Cameron)

26. Veludo azul (1986, David Lynch)

27. Má educação (2004, Pedro Almodóvar)

28. Paris, Texas (1984, Wim Wenders)

29. Bagdad café (1987, Percy Adlon)

30. Almas gêmeas (1994, Peter Jackson)

31. Taxi driver (1976, Martin Scorcese)

32. Ponto de mutação (1991, Bernt Capra)

33. Animatrix (2003, vários)

34. Jogo subterrâneo (2005, Roberto Gervitz)

35. Las acacias (2013, Pablo Giorgelli)

36. A origem (2010, Christopher Nolan)

37. Anjo de vidro (2004, Chazz Palminteri)

38. Atração fatal (1987, Adrian Lyne)

39. Lucy (2014, Luc Besson)

40. Match Point (2005, Woody Allen)

41. Coringa de Arthur Fleck (2019, Todd Phillips)

42. Escravas da vaidade (2004, Fruit Chan)

43. Desobediência (2017, Sebastián Lelio)

44. O advogado do diabo (1998, Taylor Hackford)

45. Olhos da justiça (2015, Billy Ray)

46. Contra todos (2004, Roberto Moreira)

Mulholland dr. - Cidade dos sonhos (2001)

Há quase duas décadas penso em escrever um post sobre o meu filme número 1, eterno primeiro e querido da lista. Nunca me achei digna de analisar um filme além de parâmetros puramente pessoais, quanto mais analisar um filme do mestre David Lynch

Mas eu me lembro quando eu vi este filme pela primeira vez: 2005. Quatro anos haviam se passado desde sua estreia e eu sequer sabia quem era David Lynch, sua filmografia. Tinha visto Blue Velvet e só, nada mais que me tornasse uma conhecedora capaz de qualquer comentário. No entanto, depois de tê-lo visto em uma Mostra sobre o Expressionismo no cinema, lá no CCBB de São Paulo, minha vida nunca mais foi a mesma. As sensações depois de ter visto o filme pela primeira vez em minha vida nunca mais se repetiram com outro filme. O impacto foi muito grande, surreal, um soco e uma carícia, uma eterna interrogação.

Então, muito recentemente, assisti à maravilhosa análise que vi no YouTube chamada "The terrible secret of Mulholland dr.", um vídeo de 66 minutos de duração de puro deleite, minúcia, pesquisa e muita edição e dedicação. Depois de ver um vídeo como esse (que eu gostaria de ter feito!), dispenso qualquer análise minha, mas descreverei uns comentários de como foi a minha reação pessoal lá em 2005-2006.

Falar de Mulholland dr. tornou-se mandatório no trabalho, à época. Ah! e que saudades dessa época. Era uma sala com quatro pessoas que se propuseram a discutir tudo sobre o filme, inclusive até se Laura Elena Harring tinha silicone nos seios ou não! rs Isso era totalmente irrelevante mas como os quatro cérebros à época estavam sedentos, tudo era assunto. Ganhamos reprimenda dos superiores que achavam que estávamos falando de assunto da faculdade (afinal, eram todos estagiários, menos eu). Não, não era trabalho de faculdade. Era o fascínio que um filme de David Lynch causava em nós e causou a todos quando foi lançado.

Nesse mesmo período, cheguei a ser convidada para escrever uma "matéria" para um site (que obviamente não lembro mais o nome) sobre cinema. Não era nada importante, mas aquilo me chamou a atenção na época. Declinei o convite justificando exatamente o que já disse aqui: quem sou eu para analisar um filme de David Lynch? Não tenho capacidade técnica para isso!".

David Lynch tem essa coisa de deixar uma pergunta no ar, de trazer o especial em uma cena mais ordinária e estupidamente comum. De mostrar complexidade com coisas tão simples... provavelmente para mexer com nosso subconsciente - o que não acho que seja sua intenção inicial, mas, afinal, essa é a maneira como ele faz Arte no cinema! E que maneira!

E eu lembro dessas conversas... do eterno desejo de compreensão do filme, as cenas, as cores, o imaginário, os personagens favoritos. Lembro também que ganhei o DVD de presente, dentro de uma caixa azul com um cachecol vermelho. E, depois, imprimi o roteiro disponível que havia na época e, tal como fiz com Matrix, assisti ao filme inúmeras vezes acompanhando o roteiro - a ponto de decorá-lo!

É muito interessante acompanhar um filme com o roteiro em mãos: sugiro que façam essa experiência um dia.

O que faz Mulholland dr. ser o eterno primeiro em minha lista de filmes favoritos? Simples: trata-se de uma história de amor - como Lynch afirmou em entrevista (que após ver o vídeo do YouTube compreendi exatamente o significado disso), trata-se de um filme de David Lynch e retrata um relacionamento lésbico. Não preciso de mais.

Já vi muitos filmes que me surpreenderam, mas lista de favoritos é gosto pessoal, é assumir o que mais mexe com você, seja lá por quais motivos forem. Não é uma lista técnica - isso tem inúmeros sites, críticos e analistas que podem fazer isso. 

Em uma breve pesquisa, até achei texto acadêmico analisando o filme sob os olhos do Surrealismo e da Psicanálise! Vale a leitura.

Seja como for, no Club Silencio temos, talvez, a maior pista para uma linha de compreensão do filme, da análise e... da vida:

NO HAY BANDA. IT IS ALL... AN ILLUSION.

Top 38 filmes de todos os tempos [atualizado]

Lista é sempre lista, uma pré-seleção estritamente pessoal.

A minha é a seguir. Desta vez, resolvi incluir um pequeno comentário na frente de cada filme.

01. Cidade dos sonhos (2001, David Lynch)
Meu eterno filme número 1. Nunca sairá desta posição. É uma obra-prima, escrita e dirigida por David Lynch, que simplesmente conta uma história de amor em Hollywood.

02. Réquiem para um sonho (2000, Darren Aronofsky)
Um filme que mexe com tantas emoções, conscientes e inconscientes. E um atuação impecável de Ellen Burstyn.

03. Persona (1966, Ingmar Bergman)
Bergman é autor de diversas obras-primas, mas esta, particularmente, que trabalha com o jogo de sombras, é a minha favorita.

04. As horas  (2002, Stephen Daldry)
A trilha sonora de Philip Glass dá o tom perfeito a este drama existencial, de perguntas que não são claras e que pedem respostas ainda mais deslizantes.

05. Brilho eterno de uma mente sem lembranças (2004, Michel Gondry)
Você amaria alguém só para esquecer essa pessoa depois? E se você voltasse a se apaixonar por essa mesma pessoa?

06. Closer – perto demais (2004, Mike Nichols)
Para mim, o melhor filme sobre relacionamentos amorosos. Sem ilusões, sem enfeites. 

07. Tomates verdes fritos (1991, Jon Avnet)
Jessica Tandy e Katy Bates estão impecáveis neste filme. Um filme sobre a verdadeira amizade e o verdadeiro amor.

08. Matrix – trilogia (1999, 2003, The Wachowsky Brothers)
Sem palavras para descrever o melhor filme sobre seres humanos x máquinas!

09. 2001 – uma odisséia no espaço (1968, Stanley Kubrick)
Difícil escolher um filme do Kubrick, mas este, com quase meia hora inicial sem diálogo e o maior pulo temporal, indo da pré-história ao futuro; e o final... quando o homem se encontra, finalmente, com... perfeição.

10. Ponto de mutação (1991, Bernt Capra)
Quando penso que gostaria de viver um filme com diálogos de filmes, sempre penso neste filme. Três pessoas que se conhecem e, ao longo de um único dia, têm a conversa de suas vidas.

11. O silêncio dos inocentes 
12. Anticristo
13. Cisne negro
14. Monster – desejo asssassino
15. Psicopata americano
16. O exorcista
17. O iluminado
18. O céu que nos protege
19. Meninos não choram
20. Alien – quadrilogia
21. A viagem de Chihiro
22. Thelma e Louise
23. O segredo de Brokeback Mountain
24. Em algum lugar do passado
25. O segredo do abismo
26. Veludo azul
27. Má educação
28. Paris, Texas
29. Bagdad café
30. Almas gêmeas
31. Taxi driver
32. Interestelar
33. Animatrix
34. Jogo subterrâneo
35. Las acacias
36. A origem
37. Gravidade
38. Atração fatal

Meus filmes favoritos de todos os tempos

Escrevi um post elencando meu filmes favoritos uns anos atrás. Achei que era hora de repostar, incluindo as novidades. 36 filmes porque tenho 36 anos. Um dia cai por terra essa minha regra só minha e posto uns 200 filmes. Ou não.

01. Cidade dos sonhos
02. Réquiem para um sonho 
03. Persona
04. As horas 
05. Brilho eterno de uma mente sem lembranças 
06. Closer – perto demais 
07. Tomates verdes fritos 
08. Matrix – trilogia 
09. 2001 – uma odisséia no espaço 
10. Ponto de mutação
11. O silêncio dos inocentes
12. Anticristo
13. Cisne negro
14. Monster – desejo asssassino
15. Psicopata americano
16. O exorcista
17. O iluminado
18. O céu que nos protege
19. Meninos não choram
20. Alien – quadrilogia
21. A viagem de Chihiro
22. Thelma e Louise
23. O segredo de Brokeback Mountain
24. Em algum lugar do passado
25. O segredo do abismo
26. Veludo azul
27. Má educação
28. Paris, Texas
29. Bagdad café
30. Almas gêmeas
31. Taxi driver
32. Animatrix
33. Jogo subterrâneo
34. Las acacias
35. A origem
36. Gravidade

Flores Raras - o filme

Farei breves comentários sobre o filme Flores Raras de Bruno Barreto inspirado no livro Flores Raras e Banalíssimas -- livro que ainda não li e filme que vi no último fim de semana. Como todos sabem, o livro e o filme falam sobre o relacionamento intenso vivido entre Lota de Macedo Soares e Elizabeth Bishop.

Adorei o roteiro, fiquei encantada com a atuação de Gloria Pires e Miranda Otto. A adaptação para o Rio de Janeiro nos anos 1950 e 1960 foi fantástica. O filme não carrega no tom dramático -- mesmo sendo um drama. Para mim, o único pecado foi a edição de algumas cenas. Especialmente quando o take era sobre Elizabeth Bishop. Dez segundos a mais seriam o suficiente antes de um corte brusco. Não vou me recordar as cenas exatas, mas me recordo do teor intenso e profundo de um take com Elizabeth Bishop sozinha. Um fala num curtíssimo monólogo. Mais dez segundos de câmera filmando seriam perfeitos. Porém, há o corte brusco. Cinco minutos depois, eu ainda refletia sobre a cena enquanto a história seguia.

O filme é bem contado, não se perde em si mesmo, tem cortes equilibrados. Eu diria que essas duas, três cenas foram pequenas falhas de comunicação entre diretor e edição. Não haveria exagero na carga dramática com mais tempo antes do corte. Mas o corte brusco -- a menos que seja proposital -- causa estranheza. As cenas seguintes passam despercebidas enquanto o eco da cena anterior ainda retumba. Pelo menos para mim.

Confesso que nunca me interessei pela história de Bishop e Lota. Confesso, mais ainda, que fujo de filmes cujo tema seja romance dramático entre duas mulheres. A produção cinematográfica sobre lésbicas (salvo exceções) costuma girar em torno da dicotomia amor x dor. E eu não acho que a apenas isso devesse ser filmado. Precisamos de mais histórias leves e comuns -- como toda forma de amor é. Mas, deixemos isso para um outro post.

Confesso que eu também andava fugindo dos dramas. Há anos evitava os filmes dramáticos -- com um motivo bem simples: minha vida estava bastante dramática. Talvez, por isso, tenha demorado a ver Flores Raras. Mas me rendi e fui.

E chorei... o pouco que vi sobre Elizabeth Bishop me remeteu a todas as dores que eu já senti como poeta. E, nisso, apenas os poetas entenderão. A intensidade nos versos, na forma de sentir e viver a vida, na maneira de amar... isso entrou como seringa quente nas minhas veias. Minha verve poética que considerei estar enterrada, ressurgiu tão forte. Eu me vi nua na tela do cinema. Num roteiro adaptado de um livro que eu não li e de uma história que eu desconhecia, eu me vi. Foi catártico.

Assim que eu tiver acesso ao filme, eu posto a fala exata que arrancou meu coração de mim. Enquanto isso, a quem não assistiu ao filme ainda e queira se emocionar com uma história de amor... vá ao cinema. Privilegia o cinema brasileiro! É um amor lésbico? É. Mas, no amor e na dor, na vida e na morte: não há gênero -- somos todos iguais.


Diversos

Quase fim de abril! Tanta coisa acontecendo! 

Eu fiquei com essa ideia de escrever sobre "como ser do contra nos dias de hoje". Mas o post veio e foi. Não deu tempo de sentar, desenvolver o pensamento. Parecia quase uma poesia em forma de narrativa. Bom... deixa pra lá. Não estou chateada, ao contrário!

Sexta-feira passada me encontrei com a Nilce -- uma garota maravilhosa. Nossa amizade já está quase indo para dez anos! Como assim? Foi outro dia que ela foi minha estagiária, primeiro emprego em editora, Crisão aqui que era uma outra pessoa quase impossível de reconhecer hoje em dia. Pois é. Nilce, este post é dedicado para você.

Conversamos mais sobre mim do que sobre as duas. Um próximo encontro será marcado em breve para corrigir isso. Enquanto isso, ela trouxe duas reflexões muito interessantes sobre o que está acontecendo comigo. Sua visão é ainda mais especial porque ela está totalmente de fora de tudo que está acontecendo e seu olhar está bem isento de julgamento.

Primeiro: ela disse que as coisas na minha vida estão acontecendo apenas para ver a que ponto de minha maturidade profissional eu cheguei. É como uma "coroação" de tudo que já experimentei e que, hoje em dia, posso me dar "ao luxo" de dizer: "ah. Isso? Não é nada. Já vivi situações bem mais extremas." 

Segundo: fica quem tem que ficar, vai quem precisa ir, entra quem merece entrar. A respeito de quê? Amores, amigos, colegas. Sim... ela está certíssima. 

Ao longo deste anos, quanta gente conheci. Adoro conhecer pessoas novas, é sempre uma oportunidade de compartilhar um mundo inteiro e complexo. Isso pode ser engrandecedor ou não, mas sempre é uma experiência! Somos seres em constante necessidade de experimentação, certo? Pelo menos, eu acho.

Confesso que andei -- e ainda ando! -- bastante cansada de tudo que andei vivendo nos últimos dois, três anos de minha vida. As experiências foram frustrantes, amargas. Tirar lições de tanta dor não foi fácil. Pessoas indecisas, pessoas ingratas, pessoas traidoras, pessoas falsas. Ainda estou meio que no olho desse furacão, quase saindo dele, mas ainda nele... Mas não estou com ódio. Não estou com raiva. Ele apenas indo embora.

Por isso, decidi retomar -- aos poucos -- contato com pessoas que deixaram saudade. E as que apenas estão por estar... essas sairão. E eu não precisarei me esforçar. Este é o movimento agora: conhecer pessoas novas, retomar contato com algumas pouquíssimas que deixaram saudade e deixar o que PRECISA IR, simplesmente ir embora.

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Neste último finde, assisti ao meu novo dvd adquirido: "White Palace" ou "Loucos de Paixão" com a belíssima Susan Sarandon e James Spader. Lembro que esse foi um filme que marcou a minha adolescência. Nunca mais tive a oportunidade de rever o filme. Revi. Meu Deus... estou encantada em grau máximo com a libriana da Susan Sarandon!!!

Não tenho palavras para descrever o que foi ver a sua atuação. Lembrei dos outros filmes que vi dela: Thelma e Louise, Fome de Viver, Anjo de Vidro. Nem 1% de toda a filmografia. Nunca me chamou a atenção. Só sei que, agora, quero poder ver todos os filmes que conseguir assistir. Vou comprar o filme que lhe rendeu o Oscar de melhor atriz "Os últimos passos de um homem".

Susan Sarandon é um libriana (com todo o resto do mapa em capricórnio e escorpião, medo!). Belíssimos olhos grandes. E eu me pego pensando que preciso escrever um post sobre as atrizes do signo de ar. Impressionante como as admiro!

Dica de filme - DREAMSCAPE (Morte nos sonhos)

Preciso escrever mais por aqui, né? Como estou no hiato da crítica aos seres humanos... vou fazer crítica de alguns filmes que gosto. Para começar, este clássico dos anos 80 -- "Morte nos sonhos".

A maioria dos leitores deste blogue talvez nunca tenha ouvido falar ou mesmo visto este filme. Em uma comparação bem tosca, ele lembra "A Origem". A ideia é a mesma, exceto o tempo que separa ambos os filmes (quase trinta anos). Então, parta do pressuposto que é um filme com roteiro simples, ingênuo em vários momentos, com efeitos especiais que na época arrasaram mas hoje em dia não tem graça nenhuma. E tem o galã (sempre na minha lista) Dennis Quaid e a linha senhora Spielberg: Kate Capshaw.

Eu vinha atrás desse filme faz muito tempo. Mas nunca encontrei. Sequer em VHS. Consegui rever recentemente no youtube, em partes, sem legenda. Eis que googleando, achei o bendito à venda! Não pensei duas vezes e comprei.

Não é a master indicação, mas é um filme que marcou minha adolescência. Lembro que achei fantástica a ideia de poder estar consciente nos sonhos e poder manipulá-los. Uma diversão leve e agradável para os cinéfilos de plantão! ^^

Filme vistos, filme comprado e comentário sobre o Oscar

Dias corridos!!!

Tenho feito algumas coisas boas no âmbito pessoal. Aqui, portanto, vou enumerar e ser breve.

1-) Filmes vistos:
Vi Enrolados (nova versão para o clássico Rapunzel). E vi A Bela e a Fera restaurado e em versão estendida. Duas coisas me chamaram a atenção nesses dois filmes, principalmente após ler este excelente texto da Regina Navarro intitulado A função perversa dos contos de fada e de lembrar das longas conversas que sempre tive com minha filha Poliana em que ela reiterava o quanto odiava a passividade das "princesas" do contos de fada. Sempre passivas, sempre submissas, sempre tristonhas esperando o príncipe encantado que vai salvá-las da mesmice da vida, da falta de perspectiva, da bruxa má. Ela tinha ficava muito brava com a Bela Adormecida, em especial -- a mais passiva de todas, na opinião dela.

Por isso que ao ver Enrolados e A Bela e a Fera vejo que nem tudo é uma grande merda, afinal. Em Enrolados, embora ela precise do ragazzo subir a torre para dar forças a ela para tomar a decisão de sair das garras da mãe má, ela é muito corajosa, destemida. O rapaz é um mero ladrão com quem faz um acordo de troca que, ao final, apenas os une. É uma bonita história de amor e coragem. Em A Bela e a Fera, quem precisa do beijo salvador é a Fera. Bela é uma menina intelectual, que gosta de ler livros e cujo pai é um cientista maluco. Acho que por isso, esse filme sempre foi um dos meus favoritos. O amor que vai além da beleza superficial.

2-) Depois de quase DEZ ANOS eu achei o dvd do filme Ponto de Mutação para vender. Obrigada à Versatil, empresa que faz algum tempo, anda digitalizando filmes clássicos e antigos. A primeira vez que eu vi esse filme foi em algum lugar entre 2002 e 2003, não lembro. Muito antes de começar a ver filmes de verdade, muito antes de ser cinéfila, muito antes de tudo. Eu lembro que fiquei fascinada. Lembro que ganhei o livro do Fritjof Capra, livro no qual o filme se baseia. Lembro que Capra parecia, finalmente, alguém com quem tinha correlação de pensamentos!

Nesse tempo todo, nunca mais vi o filme. Não achei para baixar. Não achei em sebos, em nada. Na época, vi emprestado do VHS de uma amiga, que tinha ganho em uma promoção. Só. Quando achei o dvd na Saraiva do Barra Shooping, não acreditei. Confesso que meus olhos se encheram de lágrimas. Eu estava lá, procurando qualquer coisa, ou talvez Paris, Texas. E achei muito mais! Mais uma pérola na minha coleção! No mesmo dia (noite) vi o filme, me deliciei com a trilha sonora de Philip Glass e a conversa dos três. Uma conversa em que todos ouvem e todos falam, sem ego, sem pavonismo, sem nada. Um tipo de conversa que tive umas 2 vezes na vida.

Há uma pequena alteração no meu top33 divulgado semana passada, porque tinha esquecido desse filme, simplesmente! Sai O Silêncio dos Inocentes do top10 e entra Ponto de Mutação. Da lista geral, fica de fora Amor Além da Vida.

3-) Comentário único sobre o Oscar 2011: eu vi O Discurso do Rei. Filme bom, bem contado. Mas não se compara com Cisne Negro. Este, sim, merecia todos os prêmios. Mas, a Academia é muito quadrada e tradicional para premiar um filme assim. Ao menos, a performance fabulosa, espetacular, estupenda de Natalie Portman foi premiada com a estatueta (depois do Globo de Ouro). Seu discurso, cheio de lágrimas, também me emocionou. Ela merece porque fazia tempo que não via uma atuação assim.

Bruna Surfistinha - o filme

Não nego: estava muito curiosa. Assim como imaginam que muitos devam estar. Não sei se você se encaixa no perfil do espectador que leu o livro. Se sim, melhor. Se não, ainda assim conseguirá assistir à história da garota de programa mais famosa do Brasil.

O filme (e o livro) não são apologias ao fato de ser "sobre uma garota de programa". Mas desde que somos humanos, sexo é sexo e sexo sempre chama a atenção, a nossa curiosidade, o nosso desejo de saber mais e de fazê-lo. Quem nega? Pessoas enrustidas, talvez. Pessoas que não se conheçam o suficiente, talvez. Pessoas essas que ficaram, por exemplo, no cinema, rindo sem parar o filme inteiro. O filme era comédia? Não, pode apostar que não era.

Mas assim são as pessoas. Elas riem daquilo que as incomoda ou daquilo que elas não compreendem. Em certos casos, elas podem partir para a agressão (comparação infeliz, o ataque aos homossexuais na Avenida Paulista, em São Paulo). Em outros, elas tiram sarro. Assim como tiraram sarro de mim durante a minha adolescência inteira pelo simples fato de eu ser japonesa. Não acreditam nisso? Para mim, a comparação é fundamentada e válida: as pessoas tiram sarro e riem daquilo que elas desconhecem e não compreendem, mesmo com um mínimo esforço.

Eu poderia resumir dessa forma a sessão de sexta-feira para ver Bruna Surfistinha. Contudo, seria reduzir demais um filme a isso apenas, mesmo tendo experimentado um cinema lotado numa sessão das 15h (público mais variado impossível, desde senhores, senhoras, mulheres, homens, adolescentes), uma mulher ao meu lado com suor cheirando a cebola, o fundão cheio das pessoas rindo o tempo todo. Não vou reduzir a isso, porque o filme merece muito mais.

Na época do lançamento, lembro que fui uma das primeiras a comprar o livro, numa vaquinha com minha amiga de trabalho. Devoramos o livro. Emprestamos para um monte de gente. E eu o reli, depois. Um filme nunca é como o livro e este caso não é diferente. Porém -- e crucial -- na minha modesta opinião, foram as alterações feitas no roteiro. Alterações essa que deixaram o texto humano, quase como uma interpretação da vida de Bruna Surfistinha, sob os olhos de Raquel Pacheco. Pequenas alterações foram feitas... alterações que deram um sentido ao filme -- que não apenas o diário de uma garota de programa.

Você pode gostar do filme, como pode odiá-lo. Gosto é gosto e conheço gente que consegue odiar o filme Cisne Negro, por que não odiariam este filme? Fora esta comparação tosca (que me veio à cabeça enquanto escrevo este texto) queria apenas dizer que o filme me tirou lágrimas. Sim. E querem saber por quê? Pela humanização dada a um personagem que aos olhos de todo mundo é um mero objeto sexual. Para nós, espectadores e juízes da vida humana alheia, podemos apontar o dedo para Bruna Surfistinha e dizer tudo o que pode ser dito a uma menina que escolhe ser garota de programa. Estamos no direito, não estamos?

O filme mostra (e entende isso quem quer) que somos seres humanos, fazendo escolhas constantes, assumindo consequências, errando, aprendendo, errando, acertando. E mostra que, ao fim (como foi na vida real), podemos escolher uma vida diferente, talvez pior, talvez melhor. Mas: diferente. É uma excelente parábola, da qual, a maiora parece apenas querer rir, porque é facil rir daqueles que se assumem como são, seja o que isso for. E podemos, depois, ir para casa, zombando da "prostituta que ganhou dinheiro e fez filme", porque é mais fácil concluir assim. 

Veja você o filme e me diga o que acha. Só espero apenas que não tenha um mero olhar raso de crítico enciclopédico de cinema e de espectador zombador da vida alheia. Que tal tentar o diferente, também, ao ver este filme?

Em tempo: o filme foi muito bem conduzido, na minha modesta opinião. Destaco sempre a Fabíula Nascimento (personagem feminino central do filme Estômago). Ela é fantástica, simplesmente. E o desfecho do filme com Fake Plastic Trees (que me fez entender porque o Radiohead viu a premiere gringa) tirou lágrimas dos meus olhos.

Top 33 - filmes

Recentemente, fiz um top33 com as minhas músicas favoritas do Bon Jovi. Aproveitando este "dia livre" de hoje, vou me dar o prazer de fazer algumas coisas que há tanto tempo não faço. Uma listinha com meus filmes favoritos (que achei que já tinha colocado aqui, olha a falha) pode ser o início. E, ainda por cima, estou aproveitando o gancho de uma conversa que tive com a Cláudia Bertrani ontem sobre nossos filmes favoritos. Nem preciso dizer, querida, que Cisne Negro entrou para esta lista, certo?

Em relação aos filmes, alguns critérios precisam ser esclarecidos: a escolha é puramente pessoal. Segundo, eu coleciono DVDs e até poderia me considerar cinéfila, mas meu universo de filmes não abarca todas as produções, de modo que pode ter muita coisa que eu não vi e que mereceria estar aqui... mas que não está porque eu não vi o filme ainda. Terceiro: tenho certeza de que me esqueci de algum e talvez volte pra editar. Talvez.

Segue a lista:

01.    Cidade dos sonhos
02.    Réquiem para um sonho
03.    Persona
04.    As horas
05.    Brilho eterno de uma mente sem lembranças
06.    Closer – perto demais
07.    Tomates verdes fritos 
08.    Matrix – trilogia
09.    2001 – uma odisséia no espaço
10.    Ponto de Mutação
11.    O silêncio dos inocentes
12.    Anticristo
13.    Cisne negro
14.    Monster – dsejo asssassino
15.    Psicopata americano
16.    O exorcista
17.    O iluminado
18.    O céu que nos protege
19.    Meninos não choram
20.    Alien – quadrilogia
21.    A viagem de Chihiro
22.    Thelma e Louise
23.    O segredo de Brokeback Mountain
24.    Em algum lugar do passado
25.    O segredo do abismo
26.    Veludo azul
27.    Má educação
28.    Paris, Texas
29.    Bagdad café
30.    Almas gêmeas
31.    Taxi driver
32.    Animatrix
33.    Jogo subterrâneo

Cisne Negro - o filme

Ontem assisti a Black Swan. Sim, consegui ter acesso a uma cópia ilegal, porque não pude resistir à ansiedade de vê-lo. Sim, eu sabia que teria acesso a uma obra-prima e, sim, eu não me arrependi e ainda estou em êxtase. (Cuidado se você não quiser saber detalhes do filme antes de vê-lo: aviso que aqui falarei tudo, porque não tinha como não falar. Então se não quiser maiores detalhes, deixe para ler este post depois que vir o filme!)

Quantos espelhos têm o filme! Adoro filmes com espelhos, porque é a dica mais valiosa do diretor que indica uma veia perigosa, na minha opinião: a dos reflexos que refletem entre si. Você já sabe qual é o resultado disso: é como se uma imagem literalmente pulasse dentro da outra e se perdesse dentro de outra imagem, infinitamente.

O filme me parece um álbum de fotografias em movimento. Filmar a belíssima Natalie Portman é um exercício incansável de enquadrá-la num cenário e deixar todos os elementos conversando entre si. É realmente impressionante como ela está no auge de seu talento e, principalmente, de sua beleza. E é impressionante mais ainda como ela é uma excelente atriz! Raras vezes uma atriz consegue me trazer essa surpresa... mas Natalie Portman consegue. E caiu como uma perfeita luva na direção correta de Aronofsky.

Também foi uma surpresa maravilhosa ver Vincent Cassel, Barbara Hershey e Wynona Rider. E Darren Aronofsky acertou a mão novamente. Esqueçamos Fonte da Vida., pra mim, uma ideia linda filmada numa hora errada e de maneira errada. O diretor foi perfeito em O Lutador e agora neste filme. Nessas horas eu gosto de ver quando um diretor sabe contar bem uma história e sabe jogar elementos mágicos nela que apenas poucos olhos conseguem captar!

Eu queria muito discuti-lo com minha filha sumida, porque me parece a matéria-prima ideal para as nossas dissecações. Mas sem ela aqui, sinto que este texto também está pela metade. Vou pincelar sobre a vertente psicológica -- fascinante e perigosa -- que orienta todo o filme. Para quê serviriam tantos espelhos, se não fosse para isso? E a problemática relação dela com a mãe -- opressora, que jogou toda a responsabilidade de realização de seus sonhos nas costas da filha? E a pressão de ser uma bailarina? E o fato de ela ter 28 anos -- a idade do retorno de Saturno? Isso sem querer , mas já mencionando a palavra "esquizofrenia".

O filme parece todo um reflexo do que outras pessoas desejram para ela. E o único momento de libertação maior é quando ela libera todos os lados existentes dentro dela. Catarse máxima de uma quase múltipla personalidade. Não é um filme fácil de ver... mas quem disse que os filmes do Aronofsky são água com açúcar? Eu ficarei com este na minha mente por muito tempo...


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Cubo - o filme

Ultimamente só andava falando de sentimentos pra cá, sentimentos pra lá... muito mimimi. A inspiração criativa precisa se diversificar, então vamos lá.

Finalmente!!! Com muitos pontos de exclamação, porque isso demorou, eu vi o filme Cubo. Este é um daqueles filme que muita gente ficava me enchendo ao dizer "Você viu?", "Como assim, você nunca viu?". Antes eu ficava chateada quando alguém me dizia isso. Depois, eu mandava todo mundo à merda, porque ninguém tem obrigação de ser enciclopédia, só porque alguns gostam de ser! hahaha

O filme é de 1997, então você imagina que muito antes de Matrix, Clube da Luta, Jogos Mortais e O Albergue existiu esse filme. O filme que provavelmente inspirou um pouco a todos e -- principalmente -- Jogos Mortais. O filme que, na época marcou a geração, mal comparando, como Réquiem para um sonho fez.

O que eu já tinha procurado para comprar esse filme não cabe contar aqui. Foram muitas e inúmeras tentativas... nada em sebos, em loja, pra alguém emprestar. Achava estranho todo mundo falar de um filme que tinha simplesmente desaparecido do planeta Brasil.

Eis que num belo sábado na Americanas do Barra Shopping eu vejo muitos, muitos, muitos exemplares do Cubo por R$12,99. Parecia brincadeira e eu fui conferir até se tratava do mesmo filme. Era sim. Eu não acreditava que finalmente!!!! veria o filme.

No mesmo dia eu e meu amor fomos lá. Jana quaaase odiou o filme. Eu adorei. Achei um roteiro enxuto, cheio de coisas inexplicadas, mas que nem por isso perdem o sentido. Eu já sabia tanto do filme que algumas partes pareciam óbvias. Mas a sensação final é a de que -- de fato -- é um excelente filme para os fãs do gênero e que merece, sim, ser visto! Pena, talvez, para o filme, que eu tenha visto Cubo Zero antes de Cubo. Não faça isso.

Minhas mães e meu pai - teaser

Graças à minha querida Fabi, consegui ter acesso ao trecho que tinha comentado no post anterior, quando me referia ao diálogo heartbreaking do filme que me levou às lágrimas. Mas, escute: se você não quiser ouvir, depois não reclame que eu dei parte do filme para você ver. Ou seja, apenas aperte o play abaixo se você não se importa de ver um "quase" final antes de tudo.

Obrigada por isso, Fabi!...

Minhas mães e meu pai - o filme

Sexta-feira fui conferir o The kids are all right -- que em português ficou como Minhas mães e meu pai. Filme que anda concorrendo a tantos prêmios, vem sendo tão elogiado pela crítica... aí eu fico reticente e achando que tem alguma coisa esquisita por trás disso tudo. Porém, nos últimos tempos andei perdendo tantos filmes com temática lésbica, que não podia perder esse!

Trago, mais uma vez, o Mestre David Lynch para dizer: "Um filme não precisa ser explicado. Ele é o que você quiser. Cada um o interpreta como preferir e conseguir." Sempre penso nessa lição grandiosa do mestre quando vou ver um filme qualquer. Percebi que, para este filme, de fato não há barreiras entre classificá-la como filme lésbico ou hetero. Eis a primeira conclusão que tirei, ao sair do cinema.

Vi entrevistas das atrizes Annette Benning e Julianne Moore que afirmam que é um filme sobre família, sobre detalhes particulares, sobre o amor. E quer tema mais universal do que falar sobre família? Família é meio aquela música velha do Titãs. Família é tudo igual e tudo diferente ao mesmo tempo.

Gostei muito da crítica da Veja Rio, de Isabela Boscov. Considerando o alcance que essa revista tem no público (e não necessariamente a sua idoneidade...) ela foi bastante feliz ao dizer: "O saldo é um filme que fala com muito conhecimento de causa de um casamento gay -- e, com compreensão e afeição inesgotáveis, de um casamento qualquer, e ponto." Acho que essa frase resumiria bem o filme. Porém, se ficou curioso além disso, precisa mesmo é ir vê-lo.

O elenco está soberbo, mesmo, como andei lendo. Gosto da plasticidade e da pluralidade de personagens que Mark Ruffalo e Julianne Moore conseguem fazer. Annette Benning é clássica. Os filhos tão especiais quanto. Mais que isso seria interessante fazer um único aparte: a relação entre o casal lésbico. Se tiver dúvidas de verossimilhança, acompanhe o desenvolvimento da história.

O filme tem um roteiro tão coeso que assusta. E é simples. Uma mágica que poucos roteiristas conseguem alcançar. O monólogo impactante, quase ao final do filme, interpretado pela Jules, vivida por Julianne Moore, me levou às lágrimas. Porque eu nunca vi uma definição mais perfeita de casamento do que aquilo que ela disse.

Infelizmente, eu queria reproduzir o trecho, mas não achei a versão final do roteiro na internet. Achei uma versão anterior, que pelo que li, não é a versão que foi filmada. Uma pena. Caso você, meu querido leitor, fica curioso, sacie-a indo ao cinema ver esse filme. Vale, viu? Porque em tempos de tantos filmes de ação, com foco em violência, 3D e mirabolantes histórias, a maior graça da vida está mesmo em detalhes... e em filmes como este.

O Canto dos Malditos (ou O Bicho de Sete Cabeças)

Revi O Bicho de Sete Cabeças. Longa metragem de estreia da diretora Laís Bodanzky. Acho que a maioria aqui já viu o filme que também lançou Rodrigo Santoro à categoria de estrela. Sem querer, revi Caco Ciocler, que tinha esquecido completamente que fazia parte do filme.

Tive o o privilégio de conhecer Austregésilo Carrano, autor do livro que inspirou o roteiro do filme, senão me engano, em  2007, num evento na Casa das Rosas, em São Paulo, como parte da luta antimanicomial que ele fazia.

Quem me levou àquele encontro foi a minha querida prima Marli. Ela era amiga de Carrano e também por defender as mesmas causas. Foi uma noite memorável... pena eu não ter tirado fotografias. Lembro que as pessoas estavam ansiosas pelo Rodrigo Santoro, mas "apenas" a diretora Laís Bodanzky esteve presente.

Descobri (ou já poderia ter lido, mas tinha me esquecido) que Carrano morreu. Era um homem de personalidade muito marcante, como dá para perceber no próprio filme. Fiquei triste. As coisas pelas quais ele passou, e que são relatadas com impressionante realidade no filme, sempre me fazem pensar nas coisas que estão à margem da sociedade. As coisas que podemos colocar à margem de nossa própria vida. E o que costumamos fazer? Esquecer.

Um dia quero ler O Canto dos Malditos. Enquanto isso, vou pensando sobre esse filme que fica por muito tempo nas lembranças... e sobre como apenas precisamos esquecer para continuar sobrevivendo. Como fazemos isso no mais pequeno detalhe de nosso dia a dia. Acho que esquecer é uma das formas mais fáceis de fingir sobrevivência atualmente.

Deixo a voz grave de Arnaldo Antunes com denso poema:

Capítulo 3 - Twin Peaks

Hoje, domingo, finalmente eu e meu amor conseguimos terminar de assistir à série criada pelo Mestre David Lynch "Twin Peaks". Há alguns anos, quando saiu a edição definitiva e dourada (lindona!) com as duas temporadas, corri e comprei. Assistir já é outra história...

Sou devota do sr. David Lynch, meus leitores já sabem disso. Mas assistir a 29 episódios de 45 minutos cada demora... e conciliar que duas vontades, dois estares ao mesmo tempo em cada um dos episódios fez com que eu levasse uns dois anos para ver tudo.

Ok, isso já passou. Agora, as considerações. A série oscila... principalmente nos capítulos em que não é dirigido ou por Lynch ou por Mark Foster, isso fica nítido. No meio da segunda temporada, quando a coisa engatilha, volta a ficar meio enrolada. Acho essa mania péssima, principalmente para roteiristas que não vivem dentro da cabeça de Lynch. Ou que vivam para agradar patrocinadores ou seja lá quem for que não o seu próprio criador.

Tudo bem... tirando tudo isso, vale cada segundo ver Twin Peaks. Você vê sementes preciosas que serão trabalhadas em A Estrada Perdida, Cidade dos Sonhos e até culminar em Império dos Sonhos. Claro que minha obra preferida continuará sempre sendo Cidade dos Sonhos, que consideraria, pretensiosamente falando, um meio termo entre A Estrada Perdida e Império dos Sonhos.

O que mais gosto nos trabalhos de David Lynch é sempre mostrar que o que os olhos veem é apenas a superfície. Existe sempre mais e muito mais... em lábios vermelhos, em olhares lânguidos, em bucolismo, em luzes azuis e cortinas vermelhas, em xícaras de café... e em sonhos. Sempre os sonhos, o inconsciente, a intuição, os sinais. Grande David Lynch!

Os atores formaram um ótimo time, tirando alguns que por mais que se esforcem, não produzem carisma no espectador. Kyle Maclachlan é fantástico e -- não à toa -- foi até conisderado alter ego de Lynch (assim como Laura Dern é a musa dele).

Bom para saber, é preciso ver. Não sei se é fácil de achar, talvez seja fácil de baixar.  Agora estou vendo o "Twin Peaks - os últimos dias de Laura Palmer" e começarei a ler o livro "O diário secreto de Laura Palmer" -- ambos presentes da minha filha. Demais para pessoas comuns? Talvez. Mas nunca é o suficiente tentar adentrar um pouquinho o universo de David Lynch.

Filmes de terror - parte 1

Como ando sem muita inspiração psicológica para escrever, nada melhor do que falar de filmes de terror... um dos gêneros que sempre adorei!

Quando me perguntam por que gosto,  posso dizer que é porque ele trabalha com o sobrenatural, mesmo comicamente, tenta explicá-lo. Fora isso não precisa mais explicação! rs

Ultimamente a cinematografia mundial anda carente demais de filmes de terror decentes. Acho que todos os temas estão mais do que gastos. Enveredar por suspenses psicológicos, como A Orfã, ainda é uma saída. Mas esse filme NÃO É um filme de terror de verdade (se alguns quiserem considerar, ok). O Orfanato, por exemplo, é um filme assustador. Mas medo não é apenas o intuito de um bom filme de terror. Ele precisa ter coerência e trabalhar muito bem (fora explicar) o desconhecido. Atividade paranormal é legal, ok. Mas parece ser americanizado demais... guardadas as proporções, parece um documentário estendido de um Discovery Channel sobre casas mal-assombradas.

Para mim, um bom filme de terror é aquele que deixa imagens que demoram para sair da sua cabeça. Aquela coisa que você acaba pensando (e não deveria) antes de dormir e fica com medo de acordar e acender a luz. Você pensa: "Será possível?". Sim, é possível! rs

Dois filmes me fizeram pensar assim. Por coincidência, são japoneses e são do mesmo diretor. Aliás, devo dizer que a cinematografia oriental (incluindo chineses, coreanos, tailandeses e japoneses) dá de mil na ocidental. As ideias estão gastas demais por estes lados. E os orientais com suas ideias (básicas, por sinal) de reencarnação e vida após a morte fazem bonito. Ou melhor, fazer um produto bastante assustador.

O filme n. 1 comentado de hoje é Reincarnation (no Brasil, Almas Reencarnadas) do Mestre Takashi Shimizu. Revi-o ontem e me lembrei porque gosto desse filme. A história de um pai que mata a família inteira é chocante (como já tinha (quase) sido em O Iluminado). Mas ok. Não vou comprar Kubrick a Shimizu, nada a ver.

Este filme, logo no início, tem uma das cenas mais aterrorizantes que eu já vi. Simples, sem barulhos (coisa que odeio em filmes Ocidentais). E é isso que gosto dos filmes do Oriente. Shimizu, criador do famoso O Grito, consegue se superar e fazer um filme que não lembre os clássicos cabelos pretos escorrendo de tudo pra quanto é lugar. E surpreende.

Não vou dar spoilers porque acho isso feio. Porém, preciso dizer que construir um filme dentro de um filme pode parecer a ideia mais simples depois de pronta e executada. Não é. Shimizu teve a simples ideia e executou-a bem. Com os upsides-down na medida certa.

Vale assistir, viu? Mas apenas se for fã desse tipo de gênero, porque esse dá medo. E compre o filme, viu?! Esse é daqueles que vai de baciada a R$9,90 na Americanas. Parece desvalorizar, mas é um tesouro escondido, na verdade.

Black Swan

Antes de mais nada, "swan" é uma das palavras que mais gosto em inglês... gosto da sua sonoridade e do seu sentido! Lembro de alguma música do Nightwish que tinha swan, mas não consigo dizer qual é agora...

Bem (via Rede Lésbica Blog) vi umas imagens do novo filme do Darren Aronofsky. Confesso que entrei em êxtase. Explico.

Primeiro: Darren Aronofsky fez um dos meus filmes top 10 de todos os tempos: Requiem for a dream. Filme que eu eternamente venerarei, como uma das obras-primas mais completas (em um só filme) que um cineasta poderia fazer!

Segundo: recentemente falei de mulheres bonitas por aqui. E incluía Natalie Portman nessa lista (na segunda, mas incluía!).

Terceiro: faz um tempinho que incluir cenas de sexo entre duas mulheres tornou-se um chamariz para propaganda de filmes. Claro que nem todos fazem isso com qualidade e sensibilidade. E também admito que não gosto muito da ideia de associar um filme apenas a isso. Enfim... Natalie afirmou que há uma cena forte. Considerando Aronofsky, acredito.

Tudo bem também que Aronofsky decepcionou em Fonte da Vida. Nem Rachel Weisz e Hugh Jackman dão conta. O filme tem uma concepção linda, mas se perde demais, na minha opinião. Fiquei pensando o que se passava na cabeça dele, que acho que tentou engrandecer o filme devido ao fato de estar em Hollywood e esqueceu que um ótimo cineasta não é feito de dinheiro.

Estou ansiosa pelo filme. Algo me diz que, ao abandonar efeitos especiais, ele vai achar o caminho outra vez, como foi no início de sua carreira. E Natalie Portman é uma atriz que sempre vale assistir em todos os filmes que estiver contracenando!

Aching heart

O dia amanheceu lindo. E eu esqueci minha câmera em casa... não devo fazer isso. Como sempre digo, a captura mais fantástica está nas coisas mais simples. Perdi um bocado delas hoje cedo...

Mais uns vídeos.





Atividade paranormal

Fui ver o famigerado filme. EU -- QUE ADORO FILME DE TERROR -- confesso que fui com muitas expectativas. Péeeeim. Sinal vermelho. Odeio ler sinopses antes e odeio criar expectativas. Raríssimas vezes, elas se concretizam. Melhor ir sem saber de nada que vai acontecer.

Mas, fui. Sexta-feira, paguei R$19 absurdos reais por uma inteira no Center 3. No fim do filme, queria evitar o pensamento que teria comprado 3 dvds usados no sebo...

Atividade Paranormal dá medo? Dá. É muito verossímil? Sim. Pergunta: me deu medo? Durante, alguns sustos. Depois? Nada.

Insisto em dizer que meu filme de terror recente favorito é O grito. O primeiro da série. E alguns outros, como Almas reencarnadas, Visões e Visões 2 -- esses três são incríveis porque vc não se assusta com barulho da caixa de som estourando no seu ouvido. Eles te assustam porque as coisas simplesmente surgem e aparecem. Como é. Nada do espalhafatoso barulho de caixas Dolby Surround (mas nada contra elas).

Almas reencarnadas foi dirigido pelo competentíssimo Takashi Shimizu. E Visões 1 e 2, pelos Pang Brothers. Que time!

Bem, justifico apenas que não senti medo de Atividade paranormal porque embora ele tenha o realismo de Bruxa de Blair (este sim, dá medo!) O exorcista, na minha opinião, é mais real. Eu acredito nessas coisas que acontecem no filme, mas isso... é pouco.