Não, não vou falar sobre o Rio de Janeiro, a cidade sitiada. Nem vou escrever o próximo capítulo no meu blogue. Hoje acordei reflexiva na madrugada... junto com as cigarras, com a manhã de sexta nublada e com os restos da chuva da noite passada.
Acordei pensando na coragem, um dos sentimentos quase tão belos quanto a esperança. Talvez porque estejam tão intimimamente ligados entre si. Acordei pensando que nada somos com a vida regada no esquecimento -- que diria estar ligada à covardia. Mas, claro, classificações são sempre limítrofes... este aqui é apenas um exercício de reflexão.
Conversando com minha amiga Sharleu disse a ela o quanto não acho que devemos ser nós mesmos. Quem diria, porque essa sempre uma das coisas que mais defendi ao longo de toda a minha vida. "Seja você mesma" parecia quase um mantra, de tanto que eu o entoava todos os dias. Porém, atualmente, para mim, agora, aquela velha frase "Conhece-te a ti mesmo" me parece uma das melhores frases para ser divulgada por aí.
O que você pode fazer para conhecer a si mesmo? Dar um pulo dentro de si mesmo é um dos exercícios de maior coragem que um ser humano pode se inflingir. Porque pular de bungee-jump é uma destreza admirável, mas e fazer o mesmo pulo dentro da própria autoconsciência? Nesse, às vezes nem mesmo os mais audaciosos conseguem.
Associo essas reflexões à releitura do livro da Ilana Casoy "Psicopata, louco ou cruel?". Associo às coisas que tenho aprendido nos últimos meses e a tudo que vivi neste ano de 2010. Tudo isso junto na minha cabeça... devo confessar: pura adrenalina! Ainda resolvi reassistir todos os filmes do David Lynch que tenho aqui. Eu sei que existe algo prestes a surgir dentro de mim.
Mas sei que posso dizer que estar em absoluto silêncio consigo mesmo é a melhor maneira de ouvir os próprios pensamentos. E aquietar a mente... até ouvir o próprio coração e o silêncio da alma. Você pode se assustar... porque nada nunca parecerá tão corajoso, simples e completo.