Mais um fim de semana aponta trazendo aquela velha chama de esperança que tanto anima e reanima cada uma das pessoas que passa seus cinco (ou mais) dias da semana batalhando arduamente em seus trabalhos por mais de 8 horas por dia, ou seja lá qual for a rotina de vida.
Com a premissa de esperança e renovação, acordamos tarde no sábado. Alguns podem enrolar, outros madrugam para "aproveitar bem o dia". Saem, fazem compras, passeiam, encontram amigos, enchem a cara, vão pra balada. Domingo é dia de comer na casa da mãe ou de um frango assado da padoca. Pode ser dia de feira e pastel. Pode ser dia de passeios lights para refrescar a mente, um café na Paulista + cinema + Livraria Cultura ou Benedito Calixto.
Vai chegando o fim do finde e o fantasma da segunda-feira chega tomando ares de bode. Na televisão, futebol das 16h00. Faustão. Fantástico. De volta pra minha terra. De volta ao mundo real.
E a vida segue. Tão ordinária quanto ridícula.
Às vezes eu penso: o que eu tenho de ver agora, que estes olhos já não viram. Como disse por aí, a violência sutil não é menos violenta que a explícita. Ambas são formas de violência -- que em nenhum grau -- deveriam existir.
Mas meus olhos laranja mecânica continuam abertos. O sol não vai cegá-los. Saber ou não a realidade não nos torna mais sábios, isso é ilusório. Ao contrário, faz com que nos sintamos o sapo, que dentro de uma panela, não sente quando a água começa a ferver, mesmo com o fogo ligado e com as pequenas bolhas surgindo.
Como diria minha filha Poliana, a Arte ainda é a melhor forma de alienação que o ser humano já inventou. Usada com parcimônia e sabedoria, claro. Tudo bem que nem sempre concordo com ela, no entanto, diante das circunstâncias... não posso reclamar.