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Onde estão as lésbicas cultas deste país?

Ao contrário do que costumo fazer, escreverei um post temático. Não gosto dos rótulos nem da classificação grupal, mas este post é necessário, mesmo porque muitas meninas vem aqui ler este blogue. Talvez minhas reflexões sejam desagradáveis à maioria que o ler, talvez ajudem, talvez... nada.

O título é polêmico, eu sei. Eu tenho fugido dos temas polêmicos, porque as opiniões sempre se polarizam, radicalizam e extremismo não é a minha praia. Pode ser que eu erre ao tratar do assunto, mas preciso fazer esse questionamento e, quem sabe, alguma alma caia aqui, se compadeça e deseje também compartilhar seus pensamentos comigo.

Vamos lá.

Quero relembrar algo que S. sempre me dizia: "São Paulo é uma cidade com milhões de pessoas. Se você encontrar dez pessoas bacanas, será sortuda" -- acho que era assim, espero não ter errado! :P A questão é "onde estão as lésbicas inteligentes?". E inteligência nem é a quantidade de titulações acadêmicas que ela possui -- porque a garota pode ser uma verdadeira chata pedante, que por mais humilde que seja, não conseguirá deixar de te dizer entrelinhas o que é certo e o que é errado.

A inteligência também não é idade avançada, tipo mais de 40. Sim, num mundo de inclusão digital, mais de 40 podem ser consideradas tias. Sapatões-tias. Termo mais obtuso impossível, no entanto, muito real. A inteligência deveria estar ligada ao amadurecimento da mulher porém isso é relativo. Escrevi recentemente sobre imaturidade emocional e continuo afirmando que mulheres amplamente vividas não significa que elas sejam sábias. A fórmula da sabedoria me parece bem diferente.

A inteligência também não está atrelada ao grau maior ou menos de humanidade que ela possui. Como disse, e por experiência própria, esse é o rótulo mais perigoso e no qual você mais se engana! Porque as pessoas espiritualizadas possuem uma proposta que, se você desconfia, você é abertamente criticado! Como assim, desconfiar de uma pessoa assim?! Pois, desconfie. Desconfie de tudo, sempre.

Bem, se vocês repararem, a matéria humana é tão ampla, que nem parece que estou falando de lésbicas. Pois, então, estou falando de seres humanos. Em matéria de amor e relacionamentos somos todos iguais. Muda-se o gênero, o sexo... mas muita coisa mantém-se a mesma.

Recentemente, decidi me associar a alguns grupos lésbicos no facebook na (ingênua) tentativa de conhecer garotas novas para amizade. Primeiro que aos olhos da imensa maioria, conhecer alguém para amizade é algo inconcebível e sempre visto como "desculpa para ir pra cama com alguém". NOPE. No meu caso (e de repente alguns outros raríssimos -- mais BEM raríssimos mesmo) eu realmente quero trocar ideias. Conhecer pessoalmente, café, conversas, afinidades mentais. Qual o problema disso?

Entrei nos grupos, comecei a ler as postagens e... meus deuses do Universo: é assustador!!!! ASSUSTADOR!!! Estes tempos estão assustadores!!! E, olha, nem tô falando de gente escrevendo errado num português de doer o mais íntimo de todos os meus ossos. Isso é um detalhe. Eu me vi numa balada virtual, com flerte para todos os lados, meninas e mulheres carentes num nível de 10 anos sem sexo e se achando as piores e mais feias criaturas da face da Terra!!! Lembrei, com muito amargor, da minha péssima experiência de uns anos atrás, no antigo Espaço Unibanco. Com muita tristeza, percebi que as coisas não mudam, acho que elas sempre foram assim...

Admiro demais o trabalho da Del Torres, uma das fundadores do Parada Lésbica. Um grupo correto e honesto. Conheço a Del faz tempo e desde então até agora, não tenho negativo para dizer. Ela continua fazendo um belo trabalho, organizado e com caráter. Algo raro não só em São Paulo mas no Brasil. A Del está dando espaço para que todas as meninas possam ter um local correto onde possam encontrar pessoas com mesmas angústias, mesmos desejos, mesmos objetivos, seja algo sério ou apenas pegação. Há os encontros reais, o site de perfil para relacionamentos, enfim.

Acho que o que falta agora é um local virtual para reunir as sapinhas num outro nível. Será que só eu quero isso? Me parece tão demais que os gays, nesse sentido, estão anos-luz à nossa frente. Porque não existe essa de meninas apenas nesse estágio, porque eu sei que há o estágio seguinte. E é a esse estágio que estou me referindo.

Fiquei pensando que as lésbicas mais cultas (uso essa palavra num sentido mais amplo, que engloba inteligência acadêmica, inteligência espiritual e inteligência para cultura geral e/ou específica) que eu já pude conhecer foram em qualquer lugar menos em nichos lésbicos. Será uma tendência ou uma regra? 

Claro, conheci garotas fantásticas pela internet, fiz amizades incríveis e namoros duradouros. Mas o que me parece hoje é que a internet tornou-se a inclusão digital para essas meninas que estão longe de tudo e de todos e as outras garotas sumiram da internet. Será?

Meu período de participação no grupo está com os dias contados. Porque em pouco mais de uma semana, vi o suficiente para perceber que eu não pertenço lá. Veja-se pelo número de pessoas que me adicionaram. E veja-se pelo número de pessoas que "ousaram conversar comigo"! Isso porque sou muito aberta, receptiva e simpática (olha, momento raro da minha vida! rsrsrs *brincadeira*). Adicionei umas 20 meninas e exclui mais de 80%. Ao fim, restará bem menos que isso.

Assim, termino o post com o mesmo questionamento que comecei: onde estão as lésbicas cultas do Brasil? Ninguém quer conversar sobre filmes, tendências, comportamento humano? E eu direi algo muito triste: minhas melhores conversas são com mulheres heterossexuais. Tenho várias amigas de longa e média data com quem tenho conversas profundas e épicas. Com lésbicas? Algumas. Com Janaína, sempre. Com S. E outras.

Sinto que ainda vou pensar e refletir mais. Até lá, quem se aventurou a ler até aqui e queira compartilhar seus pensamentos comigo, mesmo que de maneira anônima, adorarei ler sua opinião!

Paz e até!

O que é maturidade emocional num relacionamento amoroso?

Pensei em muitas formas de escrever este post. Nenhuma delas deu certo. Talvez falte liga, ou talvez falte até “mais experiências”. Não dá para esperar o ‘momento certo’ de escrever. Talvez alguma coisa esteja me bloqueando e impedindo a fluidez dos pensamentos. Nessas horas... eu penso na poesia. Somente a poesia com suas imagens, semitons e rimas consegue dar forma ao abstrato sem palavras.

Mas não vou escrever um poema, nem conseguiria... Ao contrário disso, vamos dizer que vou compartilhar um pensamento em voz alta.

Lembrei do post (que recentemente foi muito visualizado e muito comentado) As pessoas são estranhas. Na ocasião, me foi perguntado de como é difícil se sentir assim. Não diria que é difícil. Acho que esse é apenas um dos modos como eu vejo e — especialmente — sinto as coisas. Como sempre afirmo: não é mais ou menos certo. É o meu jeito.

Recentemente, me vi diante de um cenário com repertório conhecido. Aquelas mesmas dicas que te apontam para aquelas conclusões que você não quer ter, mas sabe que elas chegarão em breve.

Acredito que todos temos aquele segundo de pensamento quando está diante de uma situação já vivida várias vezes. Você pode escolher seguir, mesmo sabendo como será o final; ou você pode tentar um caminho diferente e crer que, sim, é possível que o final mude.

Mas o final não muda...

Qual é a maturidade emocional das pessoas? Como definir algo tão amplo dentro dos caminhos obscuros da psique humana? E diante de um relacionamento amoroso: como as pessoas se comportam? O que falta? O que sobra?

Já fiz muitas classificações. Conseguia razoavelmente criar listas que indicava mais aqui menos ali. Falando especificamente de casais, eu conseguia prever quanto tempo um casal ficaria junto apenas analisando o comportamento deles. Quanto mais paixão, mais efêmero. Claro, não é uma regra... mas funciona bastante.

Conversando com algumas pessoas e lendo alguns textos, dizem por aí que quanto mais vivemos, mais deveríamos ter autoconhecimento de si mesmo, autoconsciência e empatia pelo outro. Acho que, nesse caso, a regra real nem é o que acabei de dizer mas o contrário.

Conheci pessoas incríveis, altamente humanizadas, cultas, inteligentes... mas quando se trata de relacionamentos amorosos são um verdadeiro fiasco. Lembrei do Walter Riso, autor fantástico que preciso reler. E não são um fiasco porque querem sê-lo! Muito pelo contrário. A pessoa não tem consciência porque acha que está agindo como deveria agir.

Bem, a pessoa de fato está agindo da melhor forma como deve agir. Não devemos julgá-la por isso. No entanto, a partir do momento em que o espaço pessoal for invadido, você tem o direito — ao menos — de decidir se quer continuar com aquela experiência ou educadamente decliná-la. No meu caso, tive de declinar.

Enfim... esta matéria ainda será de muita reflexão para mim, não porque quero chegar a algum lugar, porque sei que não chegarei a lugar nenhum, mas porque penso que é possível dar pistas para um caminho mais claro e mais leve. Acredito que todas as pessoas que te procuram — em qualquer nível que seja — elas precisam de algo de você e, você, delas. Então, se algum caro leitor do blogue quiser comentar algo...

E, para finalizar por ora, o que vocês acham daquelas pessoas que dizem que "gostam de ouvir a verdade"?




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POST EDITADO
Me lembrei de algo que norteou meu pensamentos ao escrever o post acima e que acabei nem comentando. Só fui lembrar graças à frase postada pela Claudia Bertrani: "Amor sem verdade é mera paixão e verdade sem amor é crueldade. (Bion)"

Acho que o nível "maturidade emocional" pode ser claramente medido pelo fogo que vc tem no meio das suas pernas. Isso mesmo, fogo sexual. Acredito que, enquanto isso for a prioridade número 1 para começar um novo relacionamento, vc — de fato — quer estar constantemente apaixonado. Quer sexo a toda prova, quer brigar e reconciliar na cama, quer sexo em todos os lugares e a qualquer hora do dia. Há algo de errado nisso? NÃO! NUNCA!

Mas vc, honestamente, não deve esperar mais do que "9 and half weeks". Maybe less, maybe more. Um relacionamento baseado em paixão dura cerca de 2 a 3 anos no máximo. Eu diria 2. E tem as pesquisas que falam sobre o "hormônio do amor", do quanto somos dependentes dele e de quanto tempo somos capazes de produzi-lo continuamente.

Temos parâmetros muito tortuosos em relação ao amor, hoje em dia, na minha modesta opinião. E aí, não importa vivência, experiência, espiritualidade ou educação. Queremos tudo para ontem, no máximo hoje;  queremos um amor de televisão ou de filme, com tudo perfeito; queremos que o outro seja o que nós sonhamos no nosso mais profundo id maluco. Queremos uma ficção esquizoide em forma de amor romântico cheio de sexo como nos filmes pornôs. E o que somos? E o que temos para oferecer?

Acho que achei o norte deste tema espinhoso. As minhas experiências relatadas foram apenas para mostrar que não sou melhor nem pior. Sou um alguém como vc, em constante mutação e aprendizado. Já vivi a paixão e a irracionalidade. Muito. Demais. Meu conceito de amor nunca vinha dissociado de dor. E, olha, não faz tanto tempo assim, viu?...

Provavelmente escreverei mais. Num próximo post.


E sobre o livro que li...

... não direi o nome agora, porque ainda está no prelo. Futuramente, eu falo!
(este post é continuação do post de ontem. Leia aqui)

A questão toda que o livro aborda acabou me custando uma leitura demorada, mas necessária. Fiquei pensando na premissa mais básica: se um autor escreve um livro assim, é porque tem muita gente que lê. E se uma mulher (sim, é uma autora) pensa assim e muita gente lê, é porque muita gente pensa assim! Não dá para ser mera curiosidade. No Brasil, a literatura não se dá esse luxo.

Aí, eis que tenho lido uns textos que falam sobre a sexualidade da mulher, que é muito reprimida. E fico pensando: muito interessante, morarmos no Brasil, o "país do sexo" vendido de bacia em cada esquina... e as mulheres têm problema para chegar ao orgasmo. Era pra ser fácil? Ou era pra ser mais simples?

Aí eu penso em alguns emails que recebi e algumas briguinhas bobas que tive nos últimos meses. Não consigo deixar de pensar em uma única coisa apenas, que acabou interligando todos esses assuntos: mulher é mesmo um bicho muito complicado!

No entanto, não deixo de considerar que a mulher ajuda, mesmo me parecendo uma literatura tão pobre quanto a de um forçado livro de autoajuda. Ela escreve bem? Escreve! Tem boas intenções? Tem. Mas, para mim, ela comete um erro que algumas pessoas cometem: ajuda quem não quer ajuda. E insiste em reforçar certos conceitos de que precisamos viver sem parâmetros.

Sou uma seguidora de leis? Não. Mas sou seguidora de bom senso. Conheço muitas mulheres que vivem sem parâmetro e me parecem pessoas assim como ela: vendo a idade avançar, com farpas na língua, resposta pra tudo, mínimos detalhes para criticar e pré-estabelecer o que é certo ou errado. Ops?! Eu cometo esse mesmo erro muitas vezes, não escapo do problema. A questão é: você vive sua vida assim, agora espalhar que é melhor viver assim?

É sempre perigoso colocar todo mundo na baciada da generalização, como também é perigoso polarizar. Ela se dá a "auto-licença" por ser escritora de crônicas? Sinto muito, isso para mim é uma licença poética fajuta mascarada para fazer autoajuda.

Talvez tudo isso tenha sido apenas resultado pelo fato de eu ter odiado a leitura do livro. Se ela cortasse 90% dos textos e deixasse alguns irônicos, críticos de política e cultura, seria um excelente livro. Mas ela mistura uma autoajuda sem-vergonha com supostas crônicas que não vi graça nenhuma. Parece uma Marie-Claire meio Nova lapidada com ares de literatura. A mim, não engana.

ps: ainda voltarei ao tema das pessoas que vivem sem parâmetro e que pregam parâmetros aos quatro ventos.

Comentários gerais e aleatórios

O tempo agora está com um gosto estranho de ritmo geral e apressado. Assim como estes comentários que farei a seguir, sobre algumas coisas que vi ultimamente.

O aniversário do meu blogue está aí... e acho que, como muitas algumas das poucas sugestões que recebi, farei um prosaico blançao geral das coisas. Agrada a todo mundo e agrada a mim. Um layout novo fica pra quando eu tiver paciência.... porque confesso que gosto demais desse pretinho básico onde simplesmente jogo as cores em cima. 

Numa segunda-feira de carnaval, torno a ouvir uma música que sempre me deixa leve e feliz, mesmo com uma letra triste: Nightwish com Forever yours. Sempre que ouço essa música, sinto saudade de um momento específico da minha vida. E sinto saudade de mim mesma. E sinto fazendo mais parte de mim mesma.

O último post gerou alguns comentários que farei aqui de maneira.... geral e aleatória. Como o título deste post. E como a minha atual vontade de me manter em absoluto silêncio. Faz algum tempo que tenho desejado o silêncio e desde esse tempo tenho brigado para não me isolar mais ainda em minha já isolada solidão. Vontade de fazer poesia, ouvir música e ficar vendo o sol se pôr...

Os textos deste blogue não foram forjados a ferro, fogo e sangue. Eles vem num fluxo contínuo... o pensamento acerca de um texto fica dias dentro da minha cabeça. Um dia, um segundo: eu quero ele pronto, naquela hora, com uma ânsia única. Ultimamente, o silêncio predomina em mim. Talvez, por isso, os textos saiam mais intensos, nas poucas vezes que saem. As palavras ficam mais escolhidas e a manipulação sobre elas, também.

Tenham certeza apenas de uma coisa: falo muito de mim? Sim, falo. Mas nunca falarei o suficiente para alguém me conhecer e dizer que me conhece. Mistério velado? Não, apenas o meu jeito de ser. Não quero fazer máscaras com ninguém, mas poucas pessoas de verdade me conheceram como deveriam me conhecer. E dessas poucas pessoas, apenas algumas sobreviveram para continuarem ao meu lado. O lado "Crisantemus Sincerita Polemicus" fica a cargo de sua imaginação. O resto que tenho por trás de tudo isso me parece como licença poética: cada um tem o direito ter a sua própria.

***

Recentemente li um livro que me fez intensamente achar uma palavra que o sintetizasse. Nem sou dessas coisas, mas me pareceu importante. Daí concluí que não dá para classificar as mulheres heterossexuais como sendo mais estrogênicas que as homossexuais, por exemplo. Mas classificaria algo assim: a falta de parâmetros é um parâmetro que diz muito a respeito da pessoa. Fica aqui o gancho pro post de amanhã!

Vida virtual e relacionamentos humanos entre mulheres

O post de ontem rendeu ZERO coments no blogue mas conversas interessantes na tangente da blogosfera. E diante do que me foi colocado, acho que vale um pequeno adendo aqui.

Eu costumo classificar certas coisas como pura forma de organização mental (e mania minha). Pra mim, a fórmula: mulheres + internet + grupo = encrenca. Por que? Porque sim, por conclusão puramente empírica.

E eu não falo essas coisas porque estou zicando ou emanando energias negativas. Longe de mim querer fazer isso. Mas prever que haverá "problemas de relacionamento" é quase tão óbvio quanto prever chuva depois que o galo do tempo ficou rosa.

As mulheres têm uma coisa mimimi muito forte. Culpa dos hormônios ou da evolução cultural, sei lá, o fato é que quando você uma mulher "naqueles dias" (que não precisam ser de tpm, necessariamente) tudo vira motivo pra DR. Tudo é interpretado de inúmeras formas e nada do que você faça será o que ela queria ouvir. Hey: isso vale pra namoro E amizade. Sim, pasmem. Amizade também.

Pessoas que falam muito agem pouco, diz a sabedoria popular. Talvez fosse o caso de abrir uma exceção para as mulheres que falam muito, porque as encontramos em várias esferas de nossa vida, pessoal e geral, e sempre ficamos sem saber o que fazer, porque essas mulheres além de falar e falar, fazem e fazem tudo na mesma quantidade em que falam. Minha primeira pergunta mental é: por que ela (elas) é (são) assim?

Julgar é um dos grandes defeitos do ser humano. Eu falo com a mão na consciência de quem adora julgar e que já fez muitas coisas feias em nome do "meu próprio julgamento". Porque julgamos pensando que nosso conceito pessoal de certo e errado podem nortear a vida de todo mundo. Não. Nosso conceito pessoal MAL norteia a nossa própria vida, quanto mais a de alguém.

Isso não nos dá o direito de ficar "ajudando" outras pessoas porque julgamos que ela precisa de ajuda. Muitas vezes, um pedido explícito de ajuda não é um pedido de ajuda. Saca só? Dureza conviver com seres humanos, em especial, as mulheres.

Talvez esteja aí a vantagem de ser lésbica. Talvez. Porque como disse no post de ontem, as mulheres parecem ter a sensibilidade de captar todas essas nuances. Parecem não quer dizer que é isso de fato o que acontece.

Vou fazer aqui uma confissão: adoro as mulheres! É quase uma relação de amor-ódio! (hahahaha) Ao mesmo tempo que quero distância das neuróticas, gosto de tentar entender porque elas são assim, quando poderiam ser muito mais. Não compreendo. Mas achei alguns caminhos para andar sobre as brasas quando se trata de falar do sexo feminino! (mais hahaha)

Pra terminar: acho que na vida real (como na virtual) quem muito quer ajudar é o que mais precisa de ajuda. É o carente gritando com o disfarce de filantropia que quer atenção. De acordo? Assim, quando vejo essas figuras falando, falando e falando como tagarelas, seja pra vociferar seja pra apenas falar... desconfio. Mas como também já disse, posso estar errada em tudo o que acabei de dizer, porque passei essas infos sob o filtro do meu julgamento pessoal. Acho que ao menos como minha opinião pode valer, né?

ps: este post é em homenagem especial à amiga Cris Barufi (melhor dizer que é amiga, já que ela é comprometida e eu tenho o meu amor também). Tudo vale a pena quando a alma não é pequena. Continue sendo grandiosa!

What's going on?

Ando numa fase sem inspiração demais! O ano novo parece ter trazido um fardo de alguma coisa que ainda não entendi, mas que tem pesado nas minhas costas e tem me deixado cansada além da conta todos os dias.

O vento está sempre soprando... eu sabia que muitas coisas viriam, mas confesso que ainda não sei lidar com elas. Não estou reclamando que o fardo está pesado, mas me sinto perdida. Um pouco perdida demais agora.

Se isto for o tal auge da crise dos 30 (e eu fiz meu mapa numerólogico este ano, assustador!) eu tenho vivido esta crise desde os 28... cara, são quase 5 anos! Quando vai acabar, se é que vai acabar...

Acho que esta pressão e auto-opressão estão me deixando sem ideias. Até no PL ando sem ideias. Isto é um grave sinal.

Vamos ver o que os ventos trazem... I know I gotta be strong. Just as strong as I always have been through all these years.


Mulheres... mulheres de 30

Ao longo de toda a minha existência, sempre tive uma característica que foi se desenvolvendo com o passar dos anos: observação. Como já disse antes por aqui, como sempre fui muito tímida e na infância e adolescência sofri com o preconceito pelo fato de ser japa (acreditem!), fiquei reclusa. Nessas horas, nunca briguei. Nunca enfrentei. Não é do meu feitio fazer isso. Por outro lado, esta circunstânc ia exterior fez com que eu desenvolvesse um olhar extremamente apurado sobre o ser humano e sobre todas as coisas ao meu redor.

Sou desconfiadíssima ao último grau. Mas sou aberta a todas novas possibilidades. O que as pessoas nunca souberam diferenciar em mim é se minha simpatia é porque sou simpática ou porque sou dissimulada. Talvez seja um pouco dos dois, devido aos Gêmeos no meu mapa astral. Mas fato é que é impossível uma canceriana com ascendente em peixes não ser simpática. Agora, ser amiga dela... são outros muitos quinhentos! Aí, entra a dissimulação para agradar tanto meu lado simpático quanto meu lado reservado.

Complexo... mas sou do sexo feminino e complexidade é algo inerente às seres humanas regidas pelos estrógenos.

Teve uma época -- e me lembro de ter compartilhado isso com Sharleu -- em que fiz um relatório de como classificar as mulheres para relacionamentos. Vou dar um panorama geral.

15-23 anos: São inocentes, ingênuas, esperançosas e dispostas a tudo. Acreditam em amores eternos e fazem de tudo para manter esse amor. Não têm medo de arriscar. Não têm medo de perder. Vivem com os hormônios e a coragem à flor da pele!

24-28 anos: Já passaram por algumas situações como término de um namoro, traição (seja traindo ou sendo traída), mas ainda alimentam a esperança do encontro de um amor que seja melhor que o anterior e que, de preferência, seja eterno pois ainda têm esperança de que o conto de fadas é possível de realizar. Mas, são temerosas, dão passos progressivos mas extremamente cautelosos.

29-32 anos: Ah! Que medo das mulheres dessa idade! Elas podem ser qualquer coisa, mas em geral, já passaram por uns dois relacionamentos frustrados. Claro, frutos de expectativas inocentes postas em excesso. Mas, tudo bem. Agora essas mulheres sabem o que querem e não têm medo de ficarem sozinhas, se for o caso. São muito exigentes. E são cheias de implicâncias, porque querem as coisas ao seu modo. Estão em crise. Podem ser mil personagens em um mesmo dia. Querem tudo e não querem nada. Têm ataques de risos e ataques existenciais.

33-40 anos: Mulheres radicais. Podem ter vivido uma vida tranquila e estarem bem consigo mesmas e com o mundo ou terem sofrido o cão e estarem totalmente fechadas. Não se esqueçam que estou falando de mulheres em relacionamentos. Se eles estiverem bem, não farão da vida dos seus próximos um inferno, principalmente se já tiverem tido um filho. Mas, se não tiverem tido (ou tendo) um relacionamento bacana... poderão estar amargas e despejando bile por aí. Se tiverem vivido o que a sua intuição mandou, estarão bem-resolvidas consigo mesmas. Se estiverem fazendo algo de que gostem, estarão sorrindo. Senão...

41-55 anos: Segunda crise da vida. Poucas pessoas sabem que o segredo básico de um momento de crise não é desperar-se, mas fazer aquilo que o seu mais íntimo lhe manda fazer. Ninguém mais. Nem namorado/a, nem filho/a, nem família, nem amigos. A mulher nesta fase não faz muita questão de ficar ensinando às mais jovens os pequenos segredos de uma vida mais facilitada. E tudo está mais do que consolidado. Se foi uma mulher que viveu uma vida plena, de acordo com seus desejos, estará bem. Senão (que é o que acontece em sua maioria, infelizmente), será uma reclamona daquilo que viveu e não deu certo, do que deveria ter feito e nunca teve coragem de fazer. Olham mais do que desconfiadas para tudo, principalmente para as/os jovens de 15-23 por quem podem se encantar ou ter asco.

55-adiante: Não muda mais. Quer dizer... a ninguém deve se dizer que não muda mais. Mas... se depois de duas crises os verdadeiros rumos não foram seguidos, acho improvável que haja uma reviravolta depois de tantos anos. Claro, as pessoas surpreendem, mas esses espécimes são raros. O ideal é que as pessoas com mais idade sejam nossos guias orientadores, depois de terem vivido uma vida bem-resolvida. Mas, confesso que vi poucos casos pessoalmente. Em geral, as mulheres e os homens tornam-se rígidos, cheios de sermão (quando ranzinzas). Alguns podem se tornar vovós legais. Alguns podem seguir seus dias já sem lembrarem quem são...

*****

As mulheres são uma criatura interessante, ambígua e paradoxal por natureza. Mas sem ser dissimulada, como meu autocoloquei acima. Cada ser humano é único. Com inúmeras chances a serem exploradas. No entanto... o ser humano se acomoda com o tempo. Gruda-se em muletas virtuais que podem ser desde um vício a uma quase depressão que o impede de ser ele mesmo e de se aprimorar e evoluir. Sempre achamos que certas coisas podem ser resolvidas depois... depois... e quando vamos ver, passou-se tempo depois. Em alguns casos, tanto tempo que é praticamente impossível reverter. Principalmente quando tiver outras pessoas envolvidas. Aí, a falta de ação misturada à covardia gera culpa e ranzice.

Estou agora com 31 anos. Me enquadro praticamente em todas as qualificações que observei em outras mulheres. Mas, eu faço constantemente escolhas para trocar de pele e para renascer em mim mesma. Acho que uma das melhores coisas que podemos fazer como seres humanos é mudar. Aquele que estagna está morto para si mesmo. Triste dizer, mas algo digno de pena e tristeza profunda.