Onde estão as lésbicas cultas deste país?
Ao contrário do que costumo fazer, escreverei um post temático. Não gosto dos rótulos nem da classificação grupal, mas este post é necessário, mesmo porque muitas meninas vem aqui ler este blogue. Talvez minhas reflexões sejam desagradáveis à maioria que o ler, talvez ajudem, talvez... nada.
O título é polêmico, eu sei. Eu tenho fugido dos temas polêmicos, porque as opiniões sempre se polarizam, radicalizam e extremismo não é a minha praia. Pode ser que eu erre ao tratar do assunto, mas preciso fazer esse questionamento e, quem sabe, alguma alma caia aqui, se compadeça e deseje também compartilhar seus pensamentos comigo.
Vamos lá.
Quero relembrar algo que S. sempre me dizia: "São Paulo é uma cidade com milhões de pessoas. Se você encontrar dez pessoas bacanas, será sortuda" -- acho que era assim, espero não ter errado! :P A questão é "onde estão as lésbicas inteligentes?". E inteligência nem é a quantidade de titulações acadêmicas que ela possui -- porque a garota pode ser uma verdadeira chata pedante, que por mais humilde que seja, não conseguirá deixar de te dizer entrelinhas o que é certo e o que é errado.
A inteligência também não é idade avançada, tipo mais de 40. Sim, num mundo de inclusão digital, mais de 40 podem ser consideradas tias. Sapatões-tias. Termo mais obtuso impossível, no entanto, muito real. A inteligência deveria estar ligada ao amadurecimento da mulher porém isso é relativo. Escrevi recentemente sobre imaturidade emocional e continuo afirmando que mulheres amplamente vividas não significa que elas sejam sábias. A fórmula da sabedoria me parece bem diferente.
A inteligência também não está atrelada ao grau maior ou menos de humanidade que ela possui. Como disse, e por experiência própria, esse é o rótulo mais perigoso e no qual você mais se engana! Porque as pessoas espiritualizadas possuem uma proposta que, se você desconfia, você é abertamente criticado! Como assim, desconfiar de uma pessoa assim?! Pois, desconfie. Desconfie de tudo, sempre.
Bem, se vocês repararem, a matéria humana é tão ampla, que nem parece que estou falando de lésbicas. Pois, então, estou falando de seres humanos. Em matéria de amor e relacionamentos somos todos iguais. Muda-se o gênero, o sexo... mas muita coisa mantém-se a mesma.
Recentemente, decidi me associar a alguns grupos lésbicos no facebook na (ingênua) tentativa de conhecer garotas novas para amizade. Primeiro que aos olhos da imensa maioria, conhecer alguém para amizade é algo inconcebível e sempre visto como "desculpa para ir pra cama com alguém". NOPE. No meu caso (e de repente alguns outros raríssimos -- mais BEM raríssimos mesmo) eu realmente quero trocar ideias. Conhecer pessoalmente, café, conversas, afinidades mentais. Qual o problema disso?
Entrei nos grupos, comecei a ler as postagens e... meus deuses do Universo: é assustador!!!! ASSUSTADOR!!! Estes tempos estão assustadores!!! E, olha, nem tô falando de gente escrevendo errado num português de doer o mais íntimo de todos os meus ossos. Isso é um detalhe. Eu me vi numa balada virtual, com flerte para todos os lados, meninas e mulheres carentes num nível de 10 anos sem sexo e se achando as piores e mais feias criaturas da face da Terra!!! Lembrei, com muito amargor, da minha péssima experiência de uns anos atrás, no antigo Espaço Unibanco. Com muita tristeza, percebi que as coisas não mudam, acho que elas sempre foram assim...
Admiro demais o trabalho da Del Torres, uma das fundadores do Parada Lésbica. Um grupo correto e honesto. Conheço a Del faz tempo e desde então até agora, não tenho negativo para dizer. Ela continua fazendo um belo trabalho, organizado e com caráter. Algo raro não só em São Paulo mas no Brasil. A Del está dando espaço para que todas as meninas possam ter um local correto onde possam encontrar pessoas com mesmas angústias, mesmos desejos, mesmos objetivos, seja algo sério ou apenas pegação. Há os encontros reais, o site de perfil para relacionamentos, enfim.
Acho que o que falta agora é um local virtual para reunir as sapinhas num outro nível. Será que só eu quero isso? Me parece tão demais que os gays, nesse sentido, estão anos-luz à nossa frente. Porque não existe essa de meninas apenas nesse estágio, porque eu sei que há o estágio seguinte. E é a esse estágio que estou me referindo.
Fiquei pensando que as lésbicas mais cultas (uso essa palavra num sentido mais amplo, que engloba inteligência acadêmica, inteligência espiritual e inteligência para cultura geral e/ou específica) que eu já pude conhecer foram em qualquer lugar menos em nichos lésbicos. Será uma tendência ou uma regra?
Claro, conheci garotas fantásticas pela internet, fiz amizades incríveis e namoros duradouros. Mas o que me parece hoje é que a internet tornou-se a inclusão digital para essas meninas que estão longe de tudo e de todos e as outras garotas sumiram da internet. Será?
Meu período de participação no grupo está com os dias contados. Porque em pouco mais de uma semana, vi o suficiente para perceber que eu não pertenço lá. Veja-se pelo número de pessoas que me adicionaram. E veja-se pelo número de pessoas que "ousaram conversar comigo"! Isso porque sou muito aberta, receptiva e simpática (olha, momento raro da minha vida! rsrsrs *brincadeira*). Adicionei umas 20 meninas e exclui mais de 80%. Ao fim, restará bem menos que isso.
Assim, termino o post com o mesmo questionamento que comecei: onde estão as lésbicas cultas do Brasil? Ninguém quer conversar sobre filmes, tendências, comportamento humano? E eu direi algo muito triste: minhas melhores conversas são com mulheres heterossexuais. Tenho várias amigas de longa e média data com quem tenho conversas profundas e épicas. Com lésbicas? Algumas. Com Janaína, sempre. Com S. E outras.
Sinto que ainda vou pensar e refletir mais. Até lá, quem se aventurou a ler até aqui e queira compartilhar seus pensamentos comigo, mesmo que de maneira anônima, adorarei ler sua opinião!
Paz e até!
O título é polêmico, eu sei. Eu tenho fugido dos temas polêmicos, porque as opiniões sempre se polarizam, radicalizam e extremismo não é a minha praia. Pode ser que eu erre ao tratar do assunto, mas preciso fazer esse questionamento e, quem sabe, alguma alma caia aqui, se compadeça e deseje também compartilhar seus pensamentos comigo.
Vamos lá.
Quero relembrar algo que S. sempre me dizia: "São Paulo é uma cidade com milhões de pessoas. Se você encontrar dez pessoas bacanas, será sortuda" -- acho que era assim, espero não ter errado! :P A questão é "onde estão as lésbicas inteligentes?". E inteligência nem é a quantidade de titulações acadêmicas que ela possui -- porque a garota pode ser uma verdadeira chata pedante, que por mais humilde que seja, não conseguirá deixar de te dizer entrelinhas o que é certo e o que é errado.
A inteligência também não é idade avançada, tipo mais de 40. Sim, num mundo de inclusão digital, mais de 40 podem ser consideradas tias. Sapatões-tias. Termo mais obtuso impossível, no entanto, muito real. A inteligência deveria estar ligada ao amadurecimento da mulher porém isso é relativo. Escrevi recentemente sobre imaturidade emocional e continuo afirmando que mulheres amplamente vividas não significa que elas sejam sábias. A fórmula da sabedoria me parece bem diferente.
A inteligência também não está atrelada ao grau maior ou menos de humanidade que ela possui. Como disse, e por experiência própria, esse é o rótulo mais perigoso e no qual você mais se engana! Porque as pessoas espiritualizadas possuem uma proposta que, se você desconfia, você é abertamente criticado! Como assim, desconfiar de uma pessoa assim?! Pois, desconfie. Desconfie de tudo, sempre.
Bem, se vocês repararem, a matéria humana é tão ampla, que nem parece que estou falando de lésbicas. Pois, então, estou falando de seres humanos. Em matéria de amor e relacionamentos somos todos iguais. Muda-se o gênero, o sexo... mas muita coisa mantém-se a mesma.
Recentemente, decidi me associar a alguns grupos lésbicos no facebook na (ingênua) tentativa de conhecer garotas novas para amizade. Primeiro que aos olhos da imensa maioria, conhecer alguém para amizade é algo inconcebível e sempre visto como "desculpa para ir pra cama com alguém". NOPE. No meu caso (e de repente alguns outros raríssimos -- mais BEM raríssimos mesmo) eu realmente quero trocar ideias. Conhecer pessoalmente, café, conversas, afinidades mentais. Qual o problema disso?
Entrei nos grupos, comecei a ler as postagens e... meus deuses do Universo: é assustador!!!! ASSUSTADOR!!! Estes tempos estão assustadores!!! E, olha, nem tô falando de gente escrevendo errado num português de doer o mais íntimo de todos os meus ossos. Isso é um detalhe. Eu me vi numa balada virtual, com flerte para todos os lados, meninas e mulheres carentes num nível de 10 anos sem sexo e se achando as piores e mais feias criaturas da face da Terra!!! Lembrei, com muito amargor, da minha péssima experiência de uns anos atrás, no antigo Espaço Unibanco. Com muita tristeza, percebi que as coisas não mudam, acho que elas sempre foram assim...
Admiro demais o trabalho da Del Torres, uma das fundadores do Parada Lésbica. Um grupo correto e honesto. Conheço a Del faz tempo e desde então até agora, não tenho negativo para dizer. Ela continua fazendo um belo trabalho, organizado e com caráter. Algo raro não só em São Paulo mas no Brasil. A Del está dando espaço para que todas as meninas possam ter um local correto onde possam encontrar pessoas com mesmas angústias, mesmos desejos, mesmos objetivos, seja algo sério ou apenas pegação. Há os encontros reais, o site de perfil para relacionamentos, enfim.
Acho que o que falta agora é um local virtual para reunir as sapinhas num outro nível. Será que só eu quero isso? Me parece tão demais que os gays, nesse sentido, estão anos-luz à nossa frente. Porque não existe essa de meninas apenas nesse estágio, porque eu sei que há o estágio seguinte. E é a esse estágio que estou me referindo.
Fiquei pensando que as lésbicas mais cultas (uso essa palavra num sentido mais amplo, que engloba inteligência acadêmica, inteligência espiritual e inteligência para cultura geral e/ou específica) que eu já pude conhecer foram em qualquer lugar menos em nichos lésbicos. Será uma tendência ou uma regra?
Claro, conheci garotas fantásticas pela internet, fiz amizades incríveis e namoros duradouros. Mas o que me parece hoje é que a internet tornou-se a inclusão digital para essas meninas que estão longe de tudo e de todos e as outras garotas sumiram da internet. Será?
Meu período de participação no grupo está com os dias contados. Porque em pouco mais de uma semana, vi o suficiente para perceber que eu não pertenço lá. Veja-se pelo número de pessoas que me adicionaram. E veja-se pelo número de pessoas que "ousaram conversar comigo"! Isso porque sou muito aberta, receptiva e simpática (olha, momento raro da minha vida! rsrsrs *brincadeira*). Adicionei umas 20 meninas e exclui mais de 80%. Ao fim, restará bem menos que isso.
Assim, termino o post com o mesmo questionamento que comecei: onde estão as lésbicas cultas do Brasil? Ninguém quer conversar sobre filmes, tendências, comportamento humano? E eu direi algo muito triste: minhas melhores conversas são com mulheres heterossexuais. Tenho várias amigas de longa e média data com quem tenho conversas profundas e épicas. Com lésbicas? Algumas. Com Janaína, sempre. Com S. E outras.
Sinto que ainda vou pensar e refletir mais. Até lá, quem se aventurou a ler até aqui e queira compartilhar seus pensamentos comigo, mesmo que de maneira anônima, adorarei ler sua opinião!
Paz e até!
Comentários
Eu não sou a pessoa mais madura da face da terra e ainda preciso agregar alguns ensinamentos, mas entendo completamente sua colocação. Eu sinto que com a revolução das lésbicas em sair do armário, algo se perdeu. Você não tem noção do quanto me assustei com a comunidade Les. Assim que senti meu pé indo pra esse lado e por também ser meio politizada, eu tentei fazer parte de inúmeros grupos em favor dessa temática, e não eram grupos de face ou internet não, eram grupos de cunho político de minha cidade e sabe o que encontrei? Um mundo The L Word, onde se tinha aquela pessoa cabeça da reunião e as outras ficavam comentando quem pegou quem, quem do grupo já se pegou. E tinha uma mulher lá que tentava pegar todas as novatas. Te digo, depois de tantas decepções e frustrações, me isolei e deixei esse "mundo". Se eu quiser mudar algo, será por outros meios. Aí veio surgir esses grupos da internet, que na minha opinião foi a pior coisa a ser criada. O povo não debate nada, só comentam que estão carente, que tem muito amor pra dar. Elas entendem o que é amor? Quais as etapas de um relacionamento?
E ainda há outras que ficam obtusas em só pensar "lesbicamente", então se algo não for sobre esse mundinho elas nem procuram se informar.
Acredito que as "Lésbicas inteligentes" estão tudas presas em Nárnia.rs
Mas falando seriamente, fora algumas amizades de internet e poucas daqui da minha cidade, nunca encontrei mulheres cultas. Já namorei duas mulheres inteligentes tanto emocionalmente, como intelectualmente, mas ela eram Heterossexuais antes, então pra mim não conta. O.o
OBS: Entendo quando você fala que idade não é sinônimo de maturidade, mas ainda defendo que a probabilidade de se encontrar uma pessoa mais velha e ter os mesmos comportamentos de meninas mais novas é bem menor. Cris, as meninas estão postando fotos seminuas e pedindo um amor.
Com a relação de sexo e amor? Não estou sendo inocente e dizer que amor não precisa de sexo, mas ele não é só isso. Cadê o vamos nos conhecer? Pq não fazem um post falando de si e vê se chama a atenção de alguém? *É ainda um meio desesperador, mas é bem mais suave.* Estou cansada de entrar em grupos de cunho LGBT e só vê foto de meninas peladas e etc. Posso estar sendo drástica nessa afirmação, mas enxergo isso como uma prostituição distorcida da imagem da mulher. Enfim, são outros questionamentos.
Chega, escrevi uma biblia haahaha
Beijos e até a próxima postagem.
Achei sua questão válida e divido essa dúvida, mas sinto dizer que seu questionamento engloba todo o ser humano, principalmente os virtuais.
Os seres humanos virtuais tem coragem para ser o que não são na vida real, e isso muito me preocupa.
O que percebo é que os seres humanos cultos, estão sempre envolvidos e engajados na vida real e passam pouco tempo sendo "virtual", por isso o tempo que passam na rede virtual é bem aproveitado com os outros seres cultos. "Onde eles se encontram?" É a pergunta de todos!
E os seres humanos virtuais, passam a vida toda na rede, vivem mesmo na rede virtual, fazendo suas vontades se tornarem realidade, no virtual! É uma loucura! Onde vamos parar?
Nós que somos comunicativos e abertos, damos oportunidade para conhecer muita gente nova, culta ou não, mas geralmente os que são muito cultos, querem limitar a sua visibilidade e acessibilidade. O que eu não entendo, pois sem contato com o diferente, não crescemos. Eles viram arrogantes e perdem meu interesse.
E no meio gay e lésbico virtual, é mesmo pior, os desejos ocultos e "proibidos" são lançados como foguetes no Réveillon! Para se prenderem a uma mentira na vida real, e mostrar sua pureza para o mundo, ou não, pois hoje em dia, quem é promíscuo tem mais amigos no facebook, seguidores no twitter e menos tempo pra chorar no quarto quando vão dormir.
BeloTexto
Néa
Não sentes falta de amizades mais descompromissadas, daquelas que te proporcionam apenas um papo leve, sem neuras, sobre qualquer trivialidade e com direito a boas gargalhadas? Qual o sentido de se ter uma legião de amigas sapas cultas?
Obrigada pelo comentário, muito boa observação!
Interessante vc dizer isso, porque realmente passa a impressão. Mas quem me conhece sabe que passo longe de ser uma chata de galochas intelectual. E tb não curto gente que só quer falar coisas profundas o tempo todo. Não é o meu perfil, definitivamente!!!
Mas também não é o meu perfil ficar sentada em mesas de bar bebendo cerveja, fumando e falando apenas assuntos dykes, sacou? Eu nunca fui e há raras chances de me tornar assim. Não bebo, não fumo, não curto esse tipo de coisa.
Sou dos cafés e papos leves. Gosto de transitar pelos assuntos mais sérios aos mais engraçados em questão de segundos. Achar pessoas para assuntos leves é a coisa mais fácil. Achar pessoas para assuntos mais "cultos"... aí a coisa começa a complicar!
Espero que tenha esclarecido mais!
***
Estou adorando os comentários porque está abrangendo o assunto mais e mais! ^^
É triste, mas constatei que, no fim das contas, só algumas pessoas importantes permanecerão na nossa vida, enquanto outras ficarão na lembrança, outras, nem isso. (E ao mesmo tempo continuo querendo fazer novas amizades, visitar outros planetas pessoais e ver pelos olhos de outras pessoas o que eu não consigo alcançar.)
Eu sempre fiquei com homens e carrego um interesse "oculto" por mulheres. E o fato de existir tanta hetero incrível e tanta lésbica imatura sempre me entristeceu. E,pior... eu acredito que o que atrapalha os homossexuais,de uma forma geral, são os comportamentos imaturos e anormais. Estudar,fazer planos, ir a um parque, conversar sobre o dia, ter um dia digno de ser conversado aliás... aonde estão as lésbicas que buscam isso?!? É lamentável e há pouco tempo eu tomei como verdade que elas estão realmente fora da internet, talvez escondidas como eu, talvez ocupadas o bastante com suas vidas, talvez por aí.
Fazia um tempinho que não visitava seu blog - ultimamente tenho visitado nenhum, para falar a verdade.
E ainda há pouco parei e disse para mim: tá aí uma coisa que vou fazer agora, ler o blog da Cris.
Corri para cá e me deparei com esse post ótimo!
Não me julgo uma pessoa culta.
Mas gosto de conversar e trocar idéias. Algumas vezes entrei em uns grupos lésbicos na tentativa de fazer amizades, conversar e sair para bater papo e coisas assim pois queria aumentar a minha rede de amigas lésbicas. Me arrependo de ter tentado. Em todos, o que (aparentemente) elas queriam era isso, a tal da pegação. Não sei se é impressão minha, me parece que grande parte da população anda superficial (digo isso pelos relacionamentos amorosos de dois meses em que um dia os casais estão dizendo "Eu amo você" e no dia seguinte já se separaram e na semana seguinte estão namorando outras pessoas e estão quase no "Eu te amo" novamente).
A maioria das pessoas com as quais tenho boas - e até profundas - conversas, são heteros.
Saiba que não está sozinha em ficar horrorizada!
Por um acaso (se é que eles existem), achei esse texto por aqui.
Adorei a reflexão da Cris e os comentários que se seguiram.
No meu caso - uma lésbica de meia idade (kkkk), que já foi militante, que já escreveu pra sites lésbicos, fico também com a impressão de que:
a) Essa carência absurda que ronda os sites lésbicos, chats e encontros. As pessoas não namoram, querem acabar com as suas carências; elas não fazem sexo, querem apenas que "conste nos autos" que elas transaram com A, B...
b) Conversar - Sinto muito falta de trocar ideias, falar sobre política e sobre a última história em quadrinhos do Chico Bento. Mas, com quem?
Os chats lésbicos pra mim são apavorantes. Festival de baixarias e a maioria acha que vc tem que ser uma obcecada por sexo. Alguma coisa está fora de ordem.
Há muitos anos, conheci uma mulher fantástica num chat. Ela se destacava por ter um incrível senso de humor (amo isso!), sabia brincar e falar sério de forma clara. Podíamos falar sobre política, assim como sobre as galáxias. A idade dela? Ela só tinha 17 anos a mais do que eu.
Eu achei que ela era um luxo pra mim. Um português incrível, escrevia bem pra caramba (algo raríssimo nos chats) e estava lá só curtindo.
Nossa amizade/amor durou anos. Ela é uma referência pra mim. Hoje, 5 anos após ela já ter partido deste planeta, sinto falta dela e me pergunto: por que, cada vez mais, é difícil encontrar alguém pra conversar sobre tudo, sobre nada?
Um beijo,
Graça
Amor ao conhecimento é uma coisa raríssima no mundo lésbico. Enfim, estou sozinha algum tempo por falta de opção intelectual.
É bem complexo essa questão de encontrar ou não alguém em características pré-moldadas. Porque assim (não sou uma pessoa muito boa pra explicar mas vamos lá): O que é de fato ser culta? É a reunião de todas essas descrições que tu fizeste? E se for, será que vais ter realmente uma compatibilidade de perdurar uma relação de trocas de experiências com ela? Será que uma hora não vai ser enfadonho pra você?
O ser humano não é uma receita de bolo. Eu por exemplo, não sou a senhora culta que sabe de muitas coisas. Mas a minha visão frente à outras meninas da minha idade é que eu sou uma anciã ao fazer comparação aos meus gostos, crenças e experiências. É difícil achar uma menina de 23 anos, lésbica, que prefira blues à pop (sem preconceitos, também curto), que goste de ler, que prefira um aconchego à uma balada, principalmente namoro à pegação. Eu tô em alguns grupos lésbicos e raramente eu posto algo, é mais objeto de observação. Quando posto entro em um vácuo enorme porque as pessoas não estão interessadas no teu conteúdo e sim na sua fisionomia. Acabo que quando quero desanuviar a cabeça, comento em post's de bobagens e pronto.
As lésbicas cultas estão por aí, manifestam-se em blogs como você(sim, te acho muito culta e seu gosto culinário incrível!), ou estão ocupadas demais com suas questões pessoais, ou querem encontrar alguém mas não sabem como dar o start...
Complexo.
A) vc é de onde?
Se vc for de outro estado a pessoa ja nem te responde mais.
B) tem foto?
Se vc fala sim e falar esta no seu perfil elas te esponde de corpo todo se vc manda 1 elas ja falam manda mais... e assim por diante ate pedirem fotos nuas.
C) qual sua idade ?
Se vc fala que tem 32 (meu caso)
Em alguns grupos chegam a te expulsa ou simplesmente te ignoram mesmo vc tentando conversa.
Fico triste pq todas as vezes que me aproximo de uma menina ela acha que tem aver com sexo e nao tem (nao todas as vezes).
Espero que um dia, todas essas jovens possam entender, que entre 2 mulheres lésbicas pode existir mais do sexo .
Bem atrasada, mas, mesmo assim, decidi comentar....
Por um acaso acabei parando por aqui.
E sinceramente, me veio um sorriso no rosto ao ler tanto a postagem, quanto os comentários um a um.
Achei que não fosse ver isso tão cedo, nesse mundo louco onde se perdeu todo e qualquer tipo de aproximação bacana, onde as mulheres acham que te conheceu hoje já podem fazer o que quiser, mandar o que quiser, (ainda que eu tenho a grande sorte de não ver os absurdos de fotos espalhadas por aí, porque sou cega) e ainda mais, não há conteúdo, não há conversa, amizade, companheirismo. Tudo se perdeu.
As vezes penso, que parece que o objetivo maior, é obter uma enorme lista, de pegação, sexo, sacanagem, sem se importar com a pessoa, humana que tá ali.
Bom, sem mais â dizer, apenas parabenizo a autora do texto, e âos comentários aqui deixados!
Michelle
Tenho 21 anos, estou terminando um curso universitário, me considero nerd pq adoro conversar sobre os mais variados assuntos, acredito ser muito complicado conseguir no meio lésbico uma relação sólida já que a maioria parece estar mais preocupada em manter um corpo bonito ou trocar nudez, isso me enjoa logo de cara.
Sou escritora nas horas vagas, adoro lugares calmos e tranquilos em que eu possa estar em contato com a natureza, sou determinada e procuro sempre melhorar no que posso, além de ajudar as pessoas. Busco um relacionamento com alguém inteligente, engraçada, enfim… Quem se identificar e quiser me conhecer melhor só mandar mensagem para o meu e-mail: natashadrumon@hotmail.com
Se for de menor de idade pfv não mande nada pois não quero problemas, se o seu intuito for putaria também não me manda mensagem pois não responderei.
Bjs 🙂
Não faço parte dos rótulos que colocaram nas lésbicas, então parece que até dificulta conhecer outras lésbicas. Não uso anel de coquinho, não tenho habilidade com instrumento musical (Quem me dera!) e não sou a doida do horóscopo. Sou apenas uma jovem normal (quase 22 anos) que anda maquiada se sentir vontade ou não, isso não importa.
Encontrei esse blog por acaso e achei ele mais sério se comparar com algumas bobagens que já li por aí. Gostaria de conhecer garotas mais sérias e inteligentes com um modo de pensar maduro pra amizades construtivas e duradouras, ou, quem sabe, até mesmo um namoro se tivermos conexão (não sei se é pedir muito kkkkkk).
Não me importa se você é lady, bofe, meio termo ou qualquer outra denominação que dão, o importante mesmo é o conteúdo.
Meu e-mail pra contato: sarahvidal10@hotmail.com
Meu nome aqui é Amanda (fictício), 22 anos, formada, há certo tempo atrás já encarei a certeza de que sou lésbica apesar de nunca ter ficado com mulheres, por sorte não tive problemas com isso, mas minha família não sabe.
O que me deixou incomodada nesse mundo lgbt é que infelizmente conheci em grupos de face, blogs e tantos outros lugares apenas pessoas fúteis que só sabem falar sobre sexo, signo e outras besteiras.
Adoro ler, escrever nas horas vagas, amo estar perto da natureza e adoro conversas inteligentes, mas isso parece ser raridade nos dias de hoje. Mas, como dizem que a esperança é a última que morre vou deixar meu e-mail para o caso de alguma moça querer conversar comigo.
Amizades são sempre bem vindas, se rolar namoro é consequência.
amandaamaral2310@gmail.com