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Sobre o idealismo e o amor — parte 2

Em 09 de janeiro deste ano eu escrevi a parte 1 deste post. Sem saber que alguns meses depois, eu estaria disposta a escrever uma continuação!

Pois é... Há algum tempo, eu venho com uma reflexão insistente que estava aqui, pedindo para sair. No entanto, eu não sabia exatamente do que se tratava. Sabia, apenas, que tinha algo me incomodando e que eu precisava trazer à tona. Então, resolvi reler meus posts (como sempre costumo fazer) e me parei mais pausadamente para ler o link que citei acima.

Eu me recordo exatamente dos meus sentimentos enquanto escrevia aquele texto. Eu estava tão feliz! Tão empolgada com minha recente constatação! Estava me sentindo plena por me permitir ser eu mesma, mais uma vez. Por permitir ter coragem para ser quem eu sempre fui a despeito de todas as dores que eu já vivi.

E o que aconteceu nesse intervalo de tempo que me motivos para escrever uma segunda parte?

Os apps de relacionamento aconteceram, meu bem!

Eu não sabia exatamente o que eu esperava quando me cadastrei nesses apps. Mas depois do que eu vivi, eu sei, hoje, o que eu espero NÃO encontrar mais! Eu não fazia ideia de como eu reagiria emocionalmente, energeticamente e mentalmente às mulheres que conheceria. Fui ingênua. E bastante tola, até. Eu me apresentei com um propósito que, vendo hoje, percebo que não faz sentido algum para a realidade que é estar exposta em um app de relacionamentos.

Eu demorei exatamente dois meses para me dar conta disso. E eu sei que foi somente por ter me exposto dessa forma é que consegui me dar conta dessa realidade. Essa informação não teria sido aprendida se não fosse assim. Pois, se alguém me dissesse quem eu era e até me previsse tudo que eu viveria, talvez eu não acreditasse. Talvez eu não levasse a sério.

Como tinha dito no post anterior, ser idealista é ser uma pessoa que precisa estar muito atenta aos sinais ao seu redor. E fazer essa análise o mais racional possível. 

Primeiro filtro: racional. 

Segundo filtro: racional. 

Terceiro filtro: espiritual. 

Quarto filtro: emocional.

Por não ter usado essa sequência, não cometi grandes erros, não chorei muitas lágrimas, afinal, dois meses é pouco tempo para tudo isso! rs Mas, sim, eu vivi situações inéditas, vivi situações meio repetidas do passado. E vivi o suficiente para ter mais claro agora novos parâmetros para o que espero nesses apps e para mim mesma.

Ser idealista, acreditar no amor e estar aberta a conhecer mulheres totalmente incógnitas em um app de relacionamentos é quase uma missão kamikaze. 

Fiz uma leitura de tarot  e pedi um conselho sobre como agir nessa seara. E esse conselho foi claro: "Cuide de sua autoestima (que ficou machucada com as coisas vividas), fuja das regras (que eu mesma criei), seja mais fora da caixa, seja mais livre e seja direta e clara". Obviamente, essa leitura reforçou uma decisão que eu já vinha tomando.



(post editado, algo que raramente faço)

O adendo que faço aqui é: é chegada a hora do recolhimento, de pôr a casa em ordem, de rever prioridades, priorizar o racional acima de tudo e afastar as névoas. Certamente um post sobre este momento será escrito no futuro.

Que sentimento você sente por si mesmo?

Já não é mais novidade há um bom tempo: quanto mais possibilidade temos de estarmos conectados uns aos outros, menos estamos conectados às pessoas e, principalmente, conosco mesmos.

E essa informação já está tão repetida que se tornou apenas mais uma daquelas que as pessoas veem e passam adiante. Estamos tão hiperestimulados que acabamos nos dopando inconscientemente para conseguir sobreviver sem enlouquecer.

Acabei de ler uma matéria da BBC dizendo que o zolpidem se tornou a droga hype do momento. Oi? Além da insônia (outra doença subproduto do caos que é viver hoje em dia), o zolpidem está se tornando saída para pessoas que precisam sentir alegria.

E quem não precisa de uma boa noite de sono?
E quem não precisa sentir alegria?

Estimulada pelas conversas com uma querida leonina, comecei a refletir nesse tema que, também, já falei bastante por aqui. Mas me veio a oportunidade de trazer uma nova reflexão à luz deste ano de 2023 tão estranho que estamos todos vivenciando.

A pandemia deveria ter servido para nos aproximar uns dos outros como seres humanos. Fomos todos obrigados a nos isolar de pessoas queridas, do convívio em sociedade. Tivemos de reaprender questões básicas de higiene e limpeza. O pensamento coletivo antes do individual. Priorizar idosos, crianças e imunossuprimidos.

Mas a pandemia veio e foi e nem parece que milhões de pessoas morreram no mundo todo por causa de um vírus letal que ainda (e sempre) circulará entre nós. O ser humano tem esse péssimo hábito de ter memória curta, imediatista, materialista e superficial. 

Alguns tiveram de encarar os próprios demônios com a força de todos os trânsitos astrológicos acumulados. Casamentos terminaram porque as pessoas perceberam que "estar casado" não é apenas uma aliança e um papel assinado. A maioria percebeu que todas as narrativas de fim de mundo exibidas em filmes de ficção de científica quando vividas na realidade não têm nada de aventuroso ou divertido.

O planeta está mais populoso. O sistema econômico está ainda mais cruel. Se você não for capaz de fazer seu prmeiro milhão em um ano, você é simplesmente um derrotado incapaz de servir para nada além de ser mais uma mera geringonça escravizada em um esquema que vende a ilusão de estarmos todos felizes desde que estejamos endividados e vendendo nossos serviços a preço de banana.

Aí voltamos ao começo deste post.

Hoje comecei a ver uma live de Halu Gamashi chamada "Como canalizar a energia da cura". Eu tinha visto só um recorte e decidi ver o vídeo integral. O que me chamou a atenção foi a pergunta que ela fez logo no começo do vídeo: "Que sentimento você sente por si mesmo?".

E eu faço essa pergunta para você, leitor: que sentimento você sente por si mesmo?

E o que a Halu responde? Veja o vídeo! rs

Mas dou uma dica: recentemente escrevi um post intitulado "Sobre a paixão (por alguém)" e lá eu dei a minha resposta. E aqui continuarei com ela.

As pessoas vivem uma ilusão de que amam a si mesmas. A verdade é que a imensa e esmagadora maioria apenas se mantém com o mínimo necessário para a sobrevivência — seja do corpo, da mente ou da alma. Pior ainda: a pessoa não faz ideia de que vive à beira do abismo fazendo malabares com facas afiadas e fogo ao mesmo tempo. Ela acredita que isso mostra o quanto ela é capaz de ser corajosa, multitarefas, indomável.

Ilusão.

Assim como Instagram é o suprassumo da ilusão. Claro, tem pessoas que usam as redes sociais com utilidade. Mas não é o caso dos que estão lá criando uma imagem que pode ser real ou não. Quem saberá dizer a diferença?

Olhe para as pessoas na rua. Se a gente pudesse ler mentes, certamente ficaríamos loucos. Por vezes, sabemos o que se passa na cabeça de alguém quando testemunhamos uma conversa entre duas pessoas conhecidas em alguma condução pública: falando mal de alguém. Falando mal do trabalho. Reclamando de alguma coisa porque, afinal, é por causa daquilo que a pessoa está ali sofrendo. Quantas vezes você ouviu uma conversa alheia e testemunhou algo edificante? (sem teor religioso, porque isso não é ser edificante)

Olhe para as pessoas ao seu redor. Elas não sabem viver sem celular. Elas reclamam do superestímulo (sem consciência) e estão ali, viciadas em não perder nada do que se passa no mundo virtual. Estamos tão sufocados por uma vida que não queríamos ter que não sabemos mais qual vida gostaríamos de ter. E para conseguir sobreviver a isso tudo nos enchemos de distrações. Rolar o dedo pra cima e pro lado se tornou o exercício que as pessoas mais gostam de fazer. Simples, rápido e sem precisar pensar ou refletir.

Olhe para as pessoas: elas não sabem mais interagir umas com as outras. Se não for regado a muito álcool, não há conexão. Se não tiver selfies e fotos infinitas, não há conexão. Se não tiver a beleza física pasteurizada, não há conexão. Se não houver um post de atualização com infinitas hashtags, você não está conectado com o que você estiver fazendo.

Ao final do dia, o que você acha que essas pessoas sentem por si mesmas?

Ao final do seu dia, o que você sente por si mesmo?

O sinal dos tempos já começou neste ano de 2023. E é meio unanimidade entre diversas fontes que teremos anos difíceis pela frente. Dê uma chance a si mesmo e saia da manada ignorante que sobrevive acreditando que está dando o exemplo. Faça-se esse ato de autoamor.

Ame-se. De verdade. 
Cuide de sua espiritualidade. Seu corpo e sua mente automaticamente serão beneficiados.
Porque, afinal, ao final, só o amor importa.

Sobre a paixão (por alguém)

Recentemente, me peguei pensando de novo nesse tema que nunca se esgota! Impressionante. À medida que as primaveras passam, é possível trazer novos entendimentos em um mesmo assunto. E por se tratar de um tema caro para mim — os relacionamentos humanos — eu também sempre busco aprofundar, aprender algo, ampliar o meu conhecimento. Eu já discorri sobre esse tema anteriormente como você pode ler clicando aquiAssim, não vou retomar o que disse em alguns posts antigos. Vou tentar delinear brevemente o que eu entendo agora sobre a paixão que uma pessoa sente por outra.

Etimologicamente, a origem da palavra está ligada aos termos "sofrimento" e "doença". E é curioso constatar que, mesmo sem ter feito essa pequena pesquisa, eu sempre afirmei que a "paixão é uma forma de loucura".

E por que eu digo isso? Não precisamos refletir muito para chegarmos às mesmas conclusões. A paixão é um ato não programado de súbita conexão com alguém que suscita em nós sentimentos mistos de alegria, furor, prazer, ansiedade, posse e muita, mas MUITA intensidade.

É como se destravássemos uma chave no cérebro. Quem não quer estar apaixonado? Quem não quer se apaixonar? E se for correspondido?

O ato de estar apaixonado diminui a nossa capacidade crítica praticamente a levando a zero. O ato de estar apaixonado aciona nosso modo instintivo, involuntário e irracional. 

Defeitos do outro? Não existem! 
Incompatibilidades? O amor (a paixão) vence tudo! 
Um único (talvez dois ou três) ponto em comum constrói castelos gigantes de possibilidades, obviamente embasadas em um terreno frágil que passou longe de conseguir analisar prós e contras.
Não existem contras quando a gente está apaixonado!
"Juntos vamos vencer o mundo" dizem os apaixonados e eles se esquecem de pensar que mal conseguirão vencer a si mesmos nessa empreitada.

Apaixonar-se é sair do lugar comum. A sociedade nos enfia goela abaixo a ideia do amor romântico que começa numa paixão e termina em final feliz com os dois velhos sentados juntos compartilhando sonhos e boas lembranças. 

Quando a gente se apaixona, a gente quer se apaixonar. A gente quer estar apaixonado. A gente quer viver esse sentimento com alguém. É um desejo visceral que não tem paciência alguma e quer ser saciado com urgência. Nisso, as pessoas se conhecem, se encontram, fazem juras eternas no dia seguinte, se casam no mês seguinte (ou fazem união estável...) como se uma assinatura num papel fosse o suficiente para confirmar que o sentimento ali é sólido. Usar aliança. Fotos de casal em todos os perfis virtuais. A dissolução do um em dois, pois não há mais individualidades e sim "o casal".

Eu já vi essa história tantas e tantas vezes... e em todas as vezes o final foi o mesmo. 

Estudos dizem que uma paixão dura cerca de seis meses. Se o casal se estabelece, dura cerca de dois a três anos. Quantos casais que ficaram juntos por dois anos você não conhece por aí?

A gente bem que gostaria, mas o calor da paixão — (in)felizmente — tem prazo de validade. E quando as pessoas voltam a si, se dão conta de que quando não há mais tesão sexual, o relacionamento começa a escancarar todos os defeitos que, na verdade, sempre estiveram ali. Porque, afinal, desejar sexualmente a mesma pessoa ano após ano é um detalhe que as novelas românticas nem os comerciais de dia dos namorados ensinam.

Então, me vem a pergunta: por que a gente se apaixona?

Eu acredito que, basicamente, a gente se apaixona porque a gente não está apaixonado por si mesmo.

E de onde eu tiro essa ideia?

A resposta pode tomar alguns direcionamentos, mas em suma me parece simples: quem não pratica autoconhecimento e autocuidado de verdade (sem usar a terapia como muleta) sabe o preço que é curar um coração partido — seja essa dor causada por uma decepção amorosa ou outra qualquer (mas, em especial, a amorosa). 

O ato de se autocurar exige muitas atitudes. E a gente sempre acaba pulando uma ou várias delas. Por impaciência, por incapacidade, por ingenuidade... é apenas nas experiências dolorosas que nos lapidamos — ou, pelo menos, é isso que deveria acontecer.

Creio que a autoestima é uma das etapas da autocura onde mais precisamos do outro como elemento externo para nos validar. E isso é extremamente ardiloso, ambíguo e tênue. porque ao nos abrirmos à opinião alheia, saberemos como filtrar o que é importante ouvir e o que deve ser descartado?

Porque sabemos que não será de qualquer pessoa que virá aquela palavra que acionará a faísca em uma brasa quase se extinguindo dentro de nós.

E quando, inesperadamente ou não, surge o tal alguém que acende essa brasa sem que pedíssemos, nos permitindo voltar a ver um mundo com cores (que sempre estiveram ali mas que você era incapaz de ver), fazendo a gente voltar a acreditar naquelas qualidades que você até sabe que tinha mas nem se lembrava mais. Você volta a respirar. Você sente seu coração bater com força.

E eu acho que deveria parar aí! 
Porque se a pessoa que te causou isso for alguém por quem você facilmente se sentiria atraído fisicamente, mentalmente (ou nada disso), você cairá, sem perceber, na armadilha de ser picado pela doença da paixão.

Aí surgem os "encontros fatais" e as paixões fulminantes. Ou, na mesma medida, quando um apenas se apaixona e o outro usa esse pedestal em que se encontra para se aproveitar do apaixonado tirando todo tipo de vantagem pessoal — a pior delas, alimentar o próprio ego com a devoção cega de alguém. Ou quando simplesmente o que não está apaixonado diz "vamos ser amigos?".

Acredito que no dia em que conseguirmos entender só um pouquinho mais do mecanismo que diferencia radicalmente amor e paixão, poderemos ser mais felizes em nossos relacionamentos amorosos e em nosso relacionamentos, de modo geral. Porque, sim, a imensa e esmagadora maioria confunde amor e paixão.

Não estou negando que elas possam começar juntas!
Acho que todo mundo aqui conhece ao menos uma história de duas pessoas que trocaram um olhar, algumas palavras, se apaixonaram, se casaram e, mais de trinta anos depois, continuam juntas até hoje.

Porém, essa NÃO É a regra!

E como faz?

Aí volto ao começo deste post sobre autocura e autoestima.

Quem não consegue se amar, como conseguirá amar alguém?
Quem não está encantado por si próprio como saberá se encantar por alguém sem estar sob os efeitos da loucura?
Quem não se autoconhece bem saberá reconhecer o outro além da superficialidade cada vez mais leviana estimulada hoje em dia?
Quem não tiver o controle do tempo nas mãos saberá usar esse mesmo tempo para construir um descobrir, um despertar que caminhe para a criação do conjunto de duas pessoas que estão se conhecendo?

Amar alguém não é tapar o buraco de uma ausência com a presença de uma pessoa nova ali.

Amar é estar constantemente encantado (não apaixonado).

Amar não é estar imune a oscilações e desequilíbrios e, sim, saber, junto com o outro, a comunicar os sentimentos e juntos buscarem uma solução que seja boa para ambos.

Amar é saber comunicar com empatia, sinceridade e acolhimento.


Então, apenas me responda: uma paixão que está praticamente sendo guiada e alimentada pelos instintos e pelo irracional é capaz de agir dessa forma? Ilusoriamente até que sim. Até passar... o véu cair. E a realidade assustadora queimar os olhos das pessoas sem possibilidade de desqueimar.

Sobre o idealismo e sobre o amor

Acho que sempre fui pretensiosa, admito, por acreditar que uma experiência dolorosa é capaz de nos dar nortes poderosos feitos a partir de reflexões profundas e conclusões quase absolutas. O tempo, sábio, sempre nos mostra que somos sempre aprendizes. E é não tenho vergonha em admitir essa breguice — sou uma constante aprendiz, talvez, um pouco mais esperta agora.

Depois de 2019, eu me considerei capacitada a enfrentar qualquer dor que atravessasse meu caminho em qualquer área da minha vida. Bom, para quem não sabe, esse foi o pior ano da minha vida, que eu sempre repito para mim mesma como um lembreete de onde eu não quero mais estar. E, não coincidentemente, não fiz uma única postagem neste blogue nesse ano.

Eu sabia que algumas resoluções precisavam ser feitas... e seguidas. Depois que você perde muita coisa na vida, em especial o que há de mais puro dentro de sua alma, creio que existam dois caminhos simples a serem seguidos: a recuperação (otimista) e a amargura (pessimista). Alguns seguem um caminho ou outro de forma mais extremista, enquanto que acho que a maioria de nós fica ali no meio-fio, escolhendo lados sem definição, flertando com o que mais agrada no momento.

Eu segui o caminho da reconstrução. 

Porque embora já soubesse, ainda não tinha admitido para mim mesma algo: eu sou idealista. Eu sempre fui idealista e parte das minhas dores nasceu de um terreno não cuidado do meu idealismo. Sim, porque não basta ser puramente idealista, é preciso cuidar desse parte crucial de meu caráter. Os riscos de se viver sob o julgo de um idealismo imaturo cobram um preço muito alto. Preço esse... que já paguei inúmeras vezes.

Mas ainda tinha uma característica minha que eu não queria admitir e que precisou de quase dois anos para que eu tivesse coragem para colocá-la em evidência, para cuidar dela, para tratá-la com o devido respeito. Porque, juntamente com o idealismo, ela sempre fez parte de mim e eu simplesmente a tinha enterrado, soterrado debaixo de muitas experiências ruins e muita dor - o que é a atitude mais comum feita pela maioria das pessoas.

Eu sou romântica, eu acredito no amor.

Acredito que o amor é a resposta para tudo. E essa caracteristica está intrinsecamente ligada ao idealismo. Como eu pude separar as duas coisas, que são quase a mesma coisa?

Pois é... separei.

Precisei fazer um exercício de resgate das lembranças mais antigas que sempre tive sobre as formas de amor que eu senti ao longo da minha existência. Começou com uma foto minha e de minha mãe, que eu associava a um sonho constante que sempre tinha sobre uma mulher que amava, mas que não sabia quem era. Eu achava que ela existia, mas não, ela era uma ideia - a minha concepção de amor - que estava ali, inconscientemente, me chamando. Eu tive muitos sonhos recorrentes em um período curto de tempo. Tudo isso no primeiro semestre do ano passado, especialmente.

Quando eu fiz a conexão, parei de sonhar. E nunca mais tive esse sonho que, agora, são recordações anotadas e guardadas no meu diário virtual dos sonhos.

No final do ano passado, eu fiz algo que nunca tinha feito até então (por preconceito, admito, coisa de pessoa formada em Letras — que erro!): comecei a ler uma fanfic. Foi um ato despretensioso mas estimulado principalmente pela autora: ela sempre me passou credibilidade e eu resolvi dar uma chance.

À medida que fui lendo os capítulos sendo escritos, lágrimas e emoções ressurgidos em total polvorosa dentro de mim (a fanfic é uma história de amor improvável, mas ainda assim, uma história de amor) me chamaram à reflexão. Por que estou sentindo tudo isso? De onde vêm esses sentimentos? Eu ainda sou capaz de sentir tudo isso apenas lendo uma "fanfic"?

Então, a ponte que faltava foi feita.

As reflexões que eu já tinha feito com os sonhos recorrentes que tinha se juntaram ao turbilhão de emoções que eu senti lendo a fanfic - e tudo fez sentido!

Precisei de um tempo para processar, afinal, a mente racional tem uma velocidade, a nossa intuição tem outra e nossa alma tem outra. Precisei alinhar todo mundo para um trabalho em conjunto. A primeira coisa que fiz foi me deixar levar por todas as emoções sentidas lendo a fanfic. Me liberei sem amarras. Comecei a reouvir as músicas de amor que eu sempre amei e que tinha parado de ouvir. Ainda estou caçando uns filmes românticos para ver.

Ao mesmo tempo, fiquei pensando no histórico da minha vida amorosa. Em tudo que sempre fui, as coisas que sempre errei, as felicidades e as imensas dores (essas muito mais) que eu sempre vivi. As decepções. As perdas pequenas e contínuas que foram minando a minha crença no amor. Aos poucos, guardadas as devidas proporções, eu estava me tornando naquilo que eu sempre critiquei: uma sapatona de meia-idade amargurada que não acredita mais no amor e não tem nada a oferecer nada além de reclamações e dores.

NÃO! ESSA NÃO SOU EU!

E esse foi o insight mais maravilhoso que eu poderia ter ganhado de presente de mim mesma.

A minha mente racional diz: a sua realidade ao seu redor continua a mesma, nada mudou. E eu respondo, sim, é verdade. Mas ter alcançado esse entendimento de mim mesma me libertou. Estou me sentindo consciente. Como dizem as frases de autoajuda, não posso mudar as coisas ao meu redor então mudo a única coisa que posso mudar: eu mesma.

Para finalizar, o sentimento de reencontrar essa versão mais pura e antiga minha, que eu achava que estivesse morta e destruída, tem me feito tão bem, que eu não quero me apaixonar, não quero flertar, não quero encontrar (em alguém) lá fora o que tem me satisfeito aqui dentro. Não preciso disso agora — o que não quer dizer que eu não vá querer. Mas, agora, o simples e puro agora é este: estou encantada comigo mesma. Essa parte preciosa que sempre foi minha e que eu achei que tinha perdido.

Uma Cris que sempre foi doce e dedicada, que adivinha pensamentos, que faz leituras precisas... que sempre ansiou por um amor que simplesmente exista por existir e que não precise de lutas, batalhas, provas contínuas e dor. — esse é outro tipo de amor. Eu anseio por um amor (que eu creio ser quase impossível existir entre seres humanos comuns) que seja sábio e aprendiz, pleno e humilde, que acalente e aconchege. Um amor que não duvida. Um amor que, nós humanos, ainda temos tanto a aprender...

Uma longa reflexão que ainda continua... mas que precisava ser registrada, aqui, como a primeira de 2023.

Um sopro renovador

Anuncio, com alegria e fé, que este blogue trará posts novos até o fim do ano. É a proposta do fim de um longo vácuo -- existencial, diga-se de passagem --, para voltar a falar do cotidiano: esse, tão estranho e cada vez mais frio e egoísta.

Não vou negar que o viés será político. Impossível evitar esse assunto. 

E confesso que essa motivação veio depois de (mais uma... fazer o quê) grande decepção familiar. Durante anos (e não foram poucos), tinha em alta conta uma pessoa de minha família sanguínea. Era uma das últimas a quem atribuía admiração, muita, por sinal. 

Porém, como muitas pessoas perceberam, este ano foi esclarecedor e estarrecedor. Verdades foram reveladas. Que ninguém é perfeito, isso todo mundo sabe, mas conhecer o lado negro de cada um é assustador: preconceito, raiva, ódio, intolerância, desejo que as pessoas morram, se elas morrerem é por um bem maior (!!!), uma cegueira por um terrorismo comunista que avança no mundo como um vírus mortal.

Que a humanidade nunca esteve saudável, todo mundo também sabe. Temos em nosso dna um gene que não vive sem brigar, sem odiar, sem desejar o extermínio daquele (ou daquilo) que não concordamos. Milhares de anos, tantas civilizações e culturas e ainda nos baseamos em um Deus julgador, punitivo e assassino que norteia nossas atitudes. Acho que aquela conhecida afirmação poderia ser refeita assim "Deus foi criado à semelhança e imagem do Homem".

Nos falta o AMOR CRÍSTICO. É fácil amar e aceitar aquele que é totalmente diferente de nós? Por que fazemos isso? Por sermos "superiores"? Qual a base de critério? Socioeconômico, tenha certeza absoluta, meu caro leitor.

Enfim... este post é só pra dar um sinal de vida. Em especial, de mim para mim mesma. Este foi o ano mais difícil de toda a minha vida. Tentei desistir da vida em inúmeras formas e meio que desisti mesmo. Não sei quais serão as perspectivas futuras, mas decidi agir diferente. Posso vir a me cansar de tudo outra vez? Possibilidade que existe e não posso negar. 

Observação final: a todos os leitores que encontram um acalento em meus escritos (eu sei de todos vocês, leitores anônimos!), obrigada por trazer um objetivo maior para este blogue. É por vocês, cada um de vocês, que não desisti de escrever. Minhas palavras quando saem de mim não são mais minhas, são de quem ler, de quem se sentir abraçado. Obrigada a cada um de vocês, belos desconhecidos. 

E, finalmente, os 40!

Meu último post aqui ainda falava sobre as minhas reflexões do passado. Àquela época, sentia intensamente uma vontade de lembrar muita coisa vivida, recente ou não. Uma necessidade forte de ficar revirando tudo mesmo.

Os meses se passaram, o foco mudou e as coisas caminharam. Assim segue a vida, quer você queira ou não.

Gosto de fazer aniversário, como as pessoas bem sabem. É um momento de renovação pessoal, renovação e a reafirmação de certezas. Talvez não tão certas, mas o desejo de seguir por um caminho.

Se agora mudei o quadradinho indicativo da idade, ou se acrescentei o sufixo "-enta" à minha idade, ou se a carinha aqui ainda tem algumas linhas mas poucas rugas e nenhum cabelo branco na cabeça (genética! rs) o que sinto de diferente é a diminuição dos meus polos raivosos que sempre determinaram minha personalidade mais exterior.

Quando o mundo parece ir cada vez mais intenso na maré polarizada de paixão e ódio eu quero cada vez mais apaziguamento e o caminho do meio. Estar fora das intrigas. Talvez a maior lição que tenha aprendido é: gosto de ter atenção, porém, a correta atenção.

Também percebi que cada vez mais gosto de conforto (isso não quer dizer usar molecas) e silêncio e paz visual e sonora (repetição do item "silêncio" rs). 

E prestei atenção aos parabéns todos que recebi em todas as mídias sociais: os que enviaram os parabéns pelo WhatsApp são os que mais me emocionaram (claro, tem muitas pessoas que me emocionaram fora do Whats e só não me escreveram lá porque provavelmente não tinham meu número de celular). Os que me escreveram no Whats também são aqueles com quem tenho mais intimidade e são aqueles que não economizaram na digitação.

As mensagens do Facebook e Instagram foram muito bonitas e alguns se repetiram, me parabenizando mais de uma vez - o que é um belo gesto, já que muitas vezes, uma vez é mais do que suficiente. Algumas pessoas, a maioria delas, mora longe de mim, então, o recado foi mais afetuoso. E, claro, as lembranças dos conhecidos de vista.

Claro, muitos se esqueceram, outros provavelmente não quiseram me escrever e tudo isso é perfeitamente normal. Tudo faz parte da vida. No hard feelings!

Assim, espero, a renovação dos meus votos pessoais, a força para continuar a caminhada e cumprir a minha missão pessoal. Agradeço a energia positiva enviada por todos!

E sigamos em frente! 

O poema dos poemas

Tem algo que eu vejo quando olho seus olhos
que me faz lembrar todas as palavras que eu já disse
e me faz sentir todas as saudades vividas
todas as pessoas, todos os amores,
meus desejos mais secretos e minhas ânsias mais tímidas
e num instante ínfimo e grandioso, amplo e silencioso
tudo faz sentido.

Tem algo em você que eu sinto sem te tocar
que eu compreendo sem você perceber
são todas as palavras que eu nunca disse
querendo ser vociferadas
são todos os sentimentos que eu já senti
banhados no calor de sua alma pura, e eles me invadem
eles me completam, eles me curam
e nesse instante, eterno e fabuloso, mítico e mágico
tudo faz sentido.

Então, me toque e me deixe olhar você,
estas mãos duras e calejadas, estes olhos que tanto choraram
invada a minha vida, seja o meu bálsamo,
seja o princípio e desenhe o futuro comigo
pois com você eu enxergo a essência em tudo
eu retraço palavras repetidas e reinvento meus passos
pois em cada instante que nos conectamos
tudo faz sentido.

Então, me abrace e não me deixe partir,
pois este é o lugar que eu sempre procurei, que sempre quis estar,
o lugar onde meus medos não se ressentem mais
o lugar onde meus sonhos são a miríade das estrelas
e meu amor tem a força de mil dragões
e a delicadeza da mais singela e pequena flor,
esteja ao meu lado e transforme cada instante fugaz
em um eterno tempo presente
pois, com você, tudo faz sentido.

s2016e01

E começamos mais um ano: season 2016, episode 01.

Na última semana, tive o privilégio de viver cem milhões de sentimentos em um dia, em dois dias, em três dias. Como aquele game que você tanto joga e você não consegue mais ficar no nível fácil, você precisa ir pro mais difícil, só pra saber se vai conseguir ir até o fim.

A vida é meio assim. Não para todos, mas apenas para aqueles corações corajosos. Não podemos dar reset na vida e começar tudo de novo na hora que quisermos. Não podemos amassar o rascunho e começar uma folha nova. Mas podemos -- e devemos -- aproveitar cada situação: boa ou ruim, se esta é a vida que se apresenta diante de nós, de quê adianta fugir, deixar para depois ou mesmo fingir?

Creio que, pela primeira vez em muitos, muitos, muitos anos, eu me perdoei de verdade. Me perdoei pelas expectativas que criei de mim para mim mesma. Me perdoei pela perfeição que exigi de mim mesma. Me perdoei por errar e errar e continuar errando as mesmas coisas, sem saber os motivos, sem saber se havia objetivo, apenas tocando o barco adiante porque esse é o único movimento que as pessoas esperam, mesmo que estejamos nadando de um poço fundo e escuro.

Creio que, pela primeira vez, em muitos e muitos e muitos anos... eu entendi mais e julguei menos. Eu me deixei machucar sem revidar, eu me machuquei a ponto de quase não querer mais viver, eu joguei a toalha por não ter mais forças para lutar contra o meu próprio demônio -- eu mesma. A espiral para o fundo do poço é tão infinita quanto a espiral para sair dele. Os dois caminhos estão sempre diante de você, à sua disposição para você fazer o que quiser.

Não sei do meu futuro e não estou mais preocupada com aquilo que não posso nem nunca pude controlar. Não me preocupo se terei mais amigos que inimigos. Não me preocupo com que esperam de mim. Nada disso... a vida é um eterno jogo de liga pontos. E eu quero apenas continuar unindo pontinhos aparentemente sem conexão alguma e criar algo. Criação. A vida é criação!

A todos os meus leitores deste blogue, antigos ou novos, apenas desejo um ano de 2016 com mudança, reestruturação e coragem... muita coragem, muita ação, muita paixão em suas atitudes, muita força e objetivos concretos. 

Quero estar mais presente aqui, não importa o que esteja escrevendo. Estarei aqui. Firme, forte, feliz, positiva e cheia de ideias e ideais: o que sempre fui e sempre serei!

beijos a todos. Até breve!

A palavra de ordem do momento: humildade

Lá se vão quase seis meses desde a última postagem decente deste blogue. Em mais de um ano, poucas postagens: e, na maior parte delas, textos tristes. Até surgiu um leitor anônimo me dando esporro me mandando voltar à vida! (ou algo do gênero) rs

Mas não vou aqui escrever sobre o passado. Nem vou comentar sobre as grandes mudanças no cenário político nacional e mundial. Tampouco falarei das desgraças mundo agora, de maior ou menor tamanho, que devastam, matam e transformam cenários naturais.

Também não vou falar das pessoas e das relações humanas! Ah! Este sempre o maior ingrediente de minhas maiores reflexões.

Em fevereiro deste ano eu tive um sonho. Bizarro: sonhava que estava em um local aberto, na cidade. Estava caminhando quando de repente olhei para o alto e vi um avião em queda em minha direção. Não daria tempo de correr, eu senti a morte iminente. Mas corri, como todos fazem em seu último movimento de salvação. Corri. E adiante havia uma ponte. Fui para debaixo dela e, miraculosamente, ela amorteceu a queda do avião. Foi feio mas eu me salvei. Lembro que foi um sonho muito forte, nítido.

Postei esse sonho no facebook e algumas pessoas comentaram. Uma delas fez um comentário interessante que, na época, não teve a importância reconhecida que teve quando reli ontem. Foi impactante. Porque parecia prever algo que aconteceria com a minha vida nos meses subsequentes.

Reviravolta, guinada: eis a síntese do sonho. E, apesar do caos, eu me reergueria porque eu sobrevivi.

Os últimos meses têm sido de profundas reflexões. Um mergulho no meu silêncio solitário e vazio. Apenas pouquíssimas pessoas presentes. Desta vez, escolhi fazer diferente. Quer dizer, acho estar fazendo diferente. E espero, honestamente, resultados diferentes.

HUMILDADE tem sido a palavra e o mantra. Humildade para aprender a conviver com o seu velho e o seu novo eu. O velho que ainda reside firme e presente, com suas cicatrizes e seus defeitos. O novo cheio de ímpeto e ansiedade. Humildade para aceitar o que pode ser mudado e humildade para conviver com o que nunca deixará de ser seu.

Ando pensando em tanta coisa... mas tenho focado meus pensamentos nessa simples palavra: humildade. A consciência da própria limitação. Essa consciência não quer dizer que não há reconhecimento das virtudes, ao contrário. 

Quero me despir do velho em todos os sentidos. Aprender. E recomeçar outra vez, evitando cometer os erros do passado. Penso que esta é a melhor forma de honrar o título de "ser humano". Não ser seduzida pelas ilusões ao ego. Ser sempre guiada, com equilíbrio, pelo seu santuário interno.

Espero voltar a escrever com mais frequência, porque escrever é, de fato, uma das coisas mais importantes para mim.

Um novo amanhecer

Há tanto tempo que eu não escrevo decentemente neste blogue. Há tanto tempo que eu venho me sentindo sozinha, perdida, sem bússola, sem óculos, sem mapa ou gps... uma desconfortável sensação de que a vida perdeu todo o sentido.

Quantos de nós não se sentem assim em algum momento de sua vida?

Os motivos podem ser diversos... se você se compara com as pessoas ao seu redor, e o seu parâmetro simplesmente se torna o que os outros estão fazendo com suas vidas, você simplesmente vende sua alma. Nada exterior ao que está dentro do seu coração deve ser parâmetro para nenhuma decisão em sua vida.

Mas quem disse que as coisas funcionam simples assim? Deveriam, né? Porém... A realidade é bem mais radical.

Hoje, estou começando a olhar para a minha vida de forma mais ampla e mais amorosa. Algo que não fazia há muitos anos. Mais de três, diria. Não vou esmiuçar o que eu fiz. Apenas digo que depois de tantas brumas, estou finalmente vendo a velha estrada que sempre foi minha e que nunca saiu da minha frente.

É o processo pessoal de cada um. É o objetivo de cada um. Creio que, no fundo, todos tenhamos o mesmo objetivo... apenas escolhemos caminhos distintos. Formas diversas de chegar lá. E aprendemos... de alguma forma, na dor ou no amor, aprendemos.

Eu precisei me afastar de muita coisa que me incomodava. Obviamente, o incômodo do exterior apenas era uma materialização de como eu estava me sentindo por dentro... e não sabia o que fazer para silenciar. Quer dizer... sabia. Mas não admitia. Eu precisei levar tudo até os limites e, no atual momento de minha vida, estou vivendo com as consequências de minhas escolhas radicais. Creio que não me arrependo de nada... apenas acho que poderia ter feito diferente. Pois, nesse processo, perdi muito... também ganhei, claro. Mas, como todo mundo tem me dito: o que vai é porque precisava ir e o que ficou é porque tinha de ficar.

Com tudo isso, não quer dizer que voltarei a ser o que era antes. Isso é impossível e uma grande utopia que muitos de nós perseguem sem saber. Não podemos permanecer estáticos ou mesmo pausados. Isso é um sonho – na verdade um grande pesadelo – que nunca deveríamos tomar como o melhor caminho. Mas fazemos.

Agora, o que eu vejo disso tudo é que, de fato, eu não perdi nada. Não perdemos um amigo, um emprego, nosso idealismo, nossa bondade ou nossa fé – algo que eu vinha vociferando em alto e bom tom. Nem é teste da vida para saber se você é forte o suficiente para aguentar o tranco. É a vida... o movimento da vida. Que passa por sua vida... como ciclos de aprendizado e evolução. Simples assim.

Eu estou me perdoando, de coração puro, como há anos não me perdoava... e isso tem um incrível poder terapêutico que vocês não têm ideia!!! Porque se autoperdoar pressupõe que você aceita todas as merdas que fez na vida. Que você é um ser humano falível. Que errar porque você teve fé não quer dizer que você perde sua fé. O amor e a luz que existem no seu coração não se apagam ou diminuem por isso. As situações na vida não são um jogo de ganhar e perder, de vencedores e derrotados, de bons e ruins, de exemplos e renegados. Todos alternamos esses papéis, todos acertamos e todos erramos.

Foi me dado um precioso tempo para eu fazer o que quiser com ele. E eu espero poder fazer jus a esse presente corrigindo amorosamente a minha autoexigência (que eu sempre vi com bons olhos mas que, hoje em dia, vejo como algo que pode ser melhor modulado) como foco no amor e na ação.

Desculpem se escrevi demais... mas me emocionei ao longo desse texto, que veio assim: de supetão mas com uma força e uma pureza incrível! Ele precisa sair de mim. E saiu.

Obrigada ao Universo. Obrigada aos meus anjos da guarda.

Obrigada às pessoas especiais que mesmo no olho do furacão nunca saíram do meu lado.

Um dia feliz

Este dia de 02 de julho de 2014 foi um dia muito feliz!

Talvez, porque esteja de férias. Talvez, porque esteja prestes a fazer aniversário e eu veja todas as atenções se voltando para mim. Talvez... tantas coisas. Posso fazer uma lista delas.

Mas, acima de tudo, eu acho que sei dos motivos. Não vou colocá-los todos aqui, porque não cabe. Um deles está diretamente relacionado ao livro que terminei de revisar antes de tirar férias: Love 2.0, que sairá pela editora onde trabalho. Foi uma leitura que mexeu muito comigo, positivamente. Muitas leituras e muitas experiências já mexeram comigo, nesse sentido. Porém, no atual estágio da minha, ver um tipo de livro desses cair no meu colo, é quase um tapa na cara do destino dizendo: "Ei, bora?".

Sempre me considerei uma pessoa muito privilegiada, ao longo da minha vida. Sempre tive amigos, que da melhor maneira que puderam, contribuíram e estiveram ao meu lado. Sempre estive cercada de pessoas que me acalentaram, compreenderam, tiveram paciência e amor. Sim, muito privilegiada!

Nosso conceito de amor, infelizmente, é muito mundano, muito humano, muito raso e muito fraco. O verdadeiro amor universal que deveríamos sentir uns pelos outros está longe de se concretizar na Terra. Mas tenho muita fé de que um dia, uma era, nem que seja daqui a 10 mil anos, a gente possa ser o que sempre e verdadeiramente fomos: puro amor e luz!

Quero retribuir e compartilhar essa alegria pura que estou sentindo hoje. Esta é a minha verdadeira essência. Não dizem que devemos compartilhar as dádivas que ganhamos? Estou aqui doando essas sementinhas que, espero, brotem em seus corações. Pensem luz, amor. Não façam esforço, nem precisa. Apenas pensem... sintam!

Hoje foi um dia feliz. E tenho certeza de que os próximos serão tão felizes quanto!

Hoje, não me importei com os paulistanos apressados, mal-educados, grossos. Deixa eles irem! Eles querem ser os primeiros, deixa eles serem! Querem pegar o metrô antes de mim, que peguem! Querem atravessar a faixa no vermelho e quase serem atropelados, que seja! Eu esperei, eu dei passagem, eu aguardei.

E, inacreditavelmente, eu ouvi pedidos de desculpas. Não é bizarro, isso? Pessoas que esbarraram em mim e pediram desculpas. Foram poucos, mas existiram. Não acreditei.

Nem reparei se me deparei com atendentes antipáticos. As pessoas hoje estavam tão sorridentes. Uma atendente no MAM me sorriu tão deliciosamente, eu fiquei tão feliz. A garçonete do café também brincou comigo e abriu vários sorrisos lindos e piscou. Gamei! Lindas. Porque é isso mesmo, quando você está bem e espalha o bem, somente coisas boas retornam. Mas vejam, não pode ser forçado, precisa ser um movimento natural da vida, como se você agisse sem perceber.

Tava eu lá na fila gigantesca e lenta da Starbucks. Quase pensei em sair. Mas fiquei olhando o menino do caixa que, em nenhum momento tratou mal algum cliente. Fazia tudo num compasso contínuo, mesmo com a fila gigante, mas sempre sorrindo. E escreveu meu nome com um sorriso no copo. Como não agradecê-lo com um sorriso, também?

Também passei por uns momentos bizarros, mas não sentir ódio em situações extremas supostamente é algo muito difícil. E é!!! EU SEI. Mas quando você alcança o nível (que não é constante, mas é nosso objetivo que seja) os efeitos são imediatos. Tente!!!

Hoje também foi um dia feliz porque estive com uma amiga muito especial, a Lari. Já passamos por tantas, deixamos de nos falar, voltamos a nos falar. Ela tem algo que admiro e que eu acho essencial num relacionamento, seja ele qual for (no nosso caso, amizade): mudar e acompanhar mudanças. Esta é a nossa melhor sintonia. Passo horas e horas ao lado dela sem nunca me cansar.

E também me encontrei com minha amiga de mais longa data: Denise Y. Treze anos! Para uma pessoa como eu, sem amigos de infância, esta é uma amizade muito especial. Desde a primeira a vez que eu a vi, sabia que seria para sempre. Ao longo dessa estrada, esburacada e lisa, vivemos nossa história. E eu tenho orgulho dela.

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Pense o amor. Sinta o amor.
Cara... somente coisas boas virão. Vai por mim!

Até breve! 


Feliz aniversário 3.6 e show Isabella Taviani!

Dia 18 de julho está acabando mas ainda não acabou!

Muita coisa aconteceu entre ontem e hoje.

Ontem fui ao Rio de Janeiro, graças a uma folga concedida pela minha chefe. Eu precisava me dar esse presente de ver Isabella Taviani fazer um show meio-dia e meio, em uma plena quarta-feira, no charmoso teatro do Sesc Ginástico. E, obviamente, foi maravilhoso! Foi além de maravilhoso: IT e um violão, apenas, o público acompanhando sem gritaria e sem esperneio! IT fazendo uma versão maravilhosa de Ivete (música do primeiro cd) dez anos depois! IT anunciando gravação de dvd no Imperator! IT me abraçando... ah! E a Myllena e a IT cantando música inédita e mostrando a fina parceria? E a querida master Karla Rosalino que me doou um ingresso no meio da primeira fila. Sério? Tudo isso estava acontecendo???


Passei a tarde com Robertinha e Jeane. Elas me acompanharam até o cabeleireiro e eu pude cortar minha juba. Almoçamos. Depois eu e Jeane conversamos muito, comemos bolinho de aniversário. E eu fui vendo o dia morrer... Uma noite linda se iniciava! A cidade do Rio de Janeiro é meu segundo lar. Eu amo cada centímetro dessa cidade, mesmo os xixizentos!!! rsrs Amo a pressa calma do carioca. Até o calor! (tem ar-condicionado) Me sinto em casa no Rio de Janeiro. Quero muito voltar a morar nessa cidade, um dia.

Eis que o dia de hoje reservava a surpresa agradável dos meus companheiros de trabalho. Tenho o imenso privilégio de poder compartilhar a maior parte do meu dia com pessoas tão queridas. Ganhei bolinho, presentes... tudinho! Muitos e muitos parabéns por todos os meios de comunicação possíveis. Tanta energia boa confluindo... Um segundo e todas as atenções estão voltadas para mim. Confesso: eu gosto!!! rs

Uma antiga amiga me escreveu. Fiquei tão feliz!! Algumas pessoas que não imaginava que fossem se lembrar do meu aniversário (porque estão totalmente fora de facebook) me escreveram. Tudo isso apenas me faz pensar que a vida é eternamente cíclica. Um dia, estamos cá cheios de certeza supostamente finalizadas. Outro dia, a vida nos pega em cheio na surpresa inesperada, nos tirando de nosso eixo e nos mostrando, sim, ninguém tem razão. Apenas o amor tem razão!

Obrigada a todos que se conectaram a mim por um pequeno momento, neste dia tão importante para mim. Obrigada a todos e agradeço sinceramente, de coração, a todos os desejos. Um novo ciclo começa. E eu espero poder fazer diferente do que já fiz. Errar erros novos. Aprender novas lições!

E, obrigada, Isabella Taviani (mais uma vez!!!) por ser essa artista que é. Já falei isso aqui mil vezes e falarei outras mil, porque você representa muita coisa para mim. A sua voz, especialmente, é o meu maior bálsamo. Amo suas interpretações e a sua voz é a mais bela de todas, para mim. O show de quarta foi o melhor presente! 

Obrigada a todos e vamos seguir em frente com fé, força e amor!

Cinco momentos que gostaria de reviver!

Eis que começa a semana derradeira dos 35 anos! Semana que começou comigo acordando bem cedo. A caminho do trampo, me coloquei para pensar... e eis que me veio essa ideia: quais seriam os cinco momentos que você gostaria de reviver? A única regra é: momento que, obrigatoriamente, você não conseguirá nunca mais reviver.

Nisso, não pensei em nada ligado à família ou ao meu relacionamento amoroso. Próximos e intrínsecos demais com maravilhosos momentos criados constantemente! Pensei em situações isoladas, mesmo, que vira e mexe, eu suspiro e penso: "gostaria de estar lá de novo, para sentir o que senti".

Não demorou muito para eu encontrar esses momentos. Cada um traduz uma fase específica de minha vida.

Sim... e ainda penso nas pessoas que partiram, como algumas pessoas trazem saudades. Mas a escolha da ausência é maior que a saudade. E penso nas pessoas que ficam, e mesmo no silêncio são importantes. E penso nas pessoas que se vão e você se esquece delas.

Enfim, escolhi os seguintes momentos que gostaria de reviver. Estão listados por ordem cronológica crescente:

1-) Pôr de lua na praia, Mie-Ken, Japão, 1997
vira e mexe eu falo desse instante. Aqui no blogue foram algumas vezes. Escrevi inúmeros poemas. Foi marcante porque eu estava em outro lugar, vivenciando coisas inéditas. Estava sozinha, perdendo parte de minha ingenuidade e inocência. Era uma madrugada de um fim de semana. Sem sono, peguei a bike e o discman e saí. Não era perigoso. Era uma noite morna. Estava tocando o cd parceria entre Jimmy Page e David Coverdale. Take me for a little while nunca mais foi a mesma desde então. Aquela foi uma madrugada memorável: eu no píer, beira-mar, café quente, maço de cigarros e lua se pondo sobre o mar...

2-) Primeiro encontro com S., horas eternas de conversa, em 2004
eu já tive empatias 'mentais' com muitas pessoas. Mas esse encontro foi único. Não sei se vidas passadas, astrologia etc. explicam, mas fato é que quando conheci S. era algo único e diferente. Parecia mesmo que a gente não se via há séculos e precisava colocar a conversa em dia! Foram mais de seis horas de conversa ininterrupta: o tempo pausou e passou voando. Simultaneamente. Nunca tive isso antes e nunca tive isso depois. Acredito que nunca mais terei isso com ninguém. Hoje em dia, nossa amizade terminou. Confesso ter saudades das nossas boas conversas... quem sabe, um dia, em uma próxima vida, eu terei uma experiência como essa que tive, outra vez!

3-) Conversa pós-almoço sob uma árvore, com minha Filha, 2007
A Poliana sempre foi e sempre a pessoa que mais me entendeu e me aceitou -- isso considerando a época em que eu era mais Crisantemus Volcanus do que Cristiane Maruyama. A capacidade dela de me compreender chegou a virar apresentação no powerpoint! rs Brincadeiras a parte, eu e minha "Filha" (apelido carinhoso) sempre tivemos conversas épicas. Sempre falamos de tudo, sobre tudo, sem receio algum. Nesse dia, lembro que viajamos anos a frente, imaginando se ainda seríamos amigas e estaríamos compartilhando uma mesma cadeira ao sol, num lar de repouso para idosos. Recentemente, lembramos dessa conversa e do tom idílico que tinha... aquele era um momento perfeito que tinha acabado de se congelar em nossas lembranças... para sempre!

4-) Primeiro show do Bon Jovi, outubro de 2010
Não preciso dizer muito. Esperei QUINZE anos para ver um show ao vivo da minha banda preferida de todos os tempos!!! Não preciso dizer que chorei e que ouvir ao vivo todas aquelas canções que tinham salvado a minha vida um dia era o ápice que eu nunca tinha imaginado. Este ano tem mais!!! Graças aos bons deuses!!!

5-) Show de Isabella Taviani, no Teatro Municipal de Niterói, agosto de 2011
Já fui a quase vinte shows da IT. No entanto, por mais que todos tenham suas particularidades especiais (e, por Deus, como têm!) o show no TMNIT no dia 07 de agosto de 2011 sempre será o melhor de todos para mim. Pois, foi nesse show que a Isabella cantou Pontos Cardeais, acapella, na abertura do show. Inesquecível. Escrevi um post falando isso mas só que tem esteve lá sabe como foi!!! AH! *longo suspiro*

E você? Quais seriam seus cinco momentos que você gostaria de reviver???

Mais um ano!

Uma semana para o meu aniversário.

Aquele derradeiro momento de reflexão. Mais um momento! Mais um ano!

Sempre me pergunto: o que foi importante? E o que será importante daqui em diante?

Penso nas pessoas que conheci. Em todas as pessoas que ficaram no passado. Os erros cometidos. Os erros vividos. Todo o sofrimento. 2012 não foi um ano ruim, mas foi um ano difícil em muitos aspectos. Profissionalmente, foi um ano decisivo. Um teste para saber -- de fato -- quem eu era, quem eu sou. Quem eu fui e quem eu poderia ser. Quase fui para o precipício... mas... sacomé: minha autoestima leonina sempre me salvou de todos os desfiladeiros que enfrentei nesta vida.

Outra lição aprendida foi a minha relação com grupos. Definitivamente, não sou uma pessoa de grupos. Talvez, um dia, quando todos nós aprendermos o significado belo de uma comunhão grupal, eu aceite participar de um grupo. Até lá, grupos continuarão sendo palco para seguidores louvarem um líder. Sinto muito: não sigo ninguém. NINGUÉM.

Minha noção de admiração por alguém passa muito longe do puro amaciamento do ego alheio. Para mim, admirar alguém é simples: e apenas os corajosos, autênticos, bondosos e únicos de coração poderiam me oferecer essa sensação.

Recentemente, (re)descobri que tenho a casa 11 em capricórnio. Para uma pessoa como eu, sem terra em nenhum aspecto direto no meu mapa astrológico, sempre considerei isso como uma verdadeira maldição. Mas lá está minha casa 11... em capricórnio. Prestes a completar 36 anos de idade, percebo que essa é uma coisa muito importante para mim agora: as amizades. Especialmente aquelas que vencem todas as intempéries.

Para entender melhor, leia esta matéria do maravilhoso site Personare e entenda o significado da casa 11.

Assim, a amizade para mim é isso: "Seu foco está no valor da verdade, e não em ser amável ou cortês." Aparência nada me importa. Palavras bonitas, idem. Sorriso falseado, idem-idem. O que importa é o que você faz de verdade. O que você é de verdade. O que você constrói ao longo do tempo. O que você é capaz de fazer por você mesmo. O que você é capaz de fazer por mim. Não são gestos grandiosos nem cheios de pompa: são os mínimos detalhes. A presença na hora inesperada. A ajuda silenciosa que não pede coroação nem marketing pessoal. A verdade, a coragem, a sinceridade, a honestidade. Esses valores que você carrega em sua vida.


Mais um ano começa, novamente, para mim. Mais uma oportunidade de acertar onde errei. De tentar o novo, sempre!!! Ansiosa por meu novo ascendente em sagitário (para entender sobre Revolução Solar, leia a matéria do Personare) espero abrir e expandir meus horizontes. Novas viagens, novas experiências, novas sensações, novos amigos!

Aos meus queridos e fieis leitores (que eu sei que existem e que estão aí, do outro lado da tela lendo este texto): obrigada por me acompanharem ao longo de todos esses anos. Tenho uma grande novidade me esperando para o segundo semestre e espero poder compartilhá-la, aqui, com todos vocês! Em mais posts, em mais textos, em mais foco neste blogue!

Até em breve!

Happy Valentine's Day!

Sempre gostei de analisar as coisas. É meio que um "vício" inerente a minha pessoa. Bem, uma coisa é analisar, outra é julgar, outra é dar um veredito. Acredito que, com o tempo, consegui achar um equilíbrio saudável nisso tudo. Gosto de observar faz parte da natureza humana e faz parte especial da minha natureza. 

Por causa disso tudo e pensando no dia de hoje, Dia dos Namorados, eu queria escrever um post especial. Um post que tentasse descrever em palavras tudo aquilo que acredito e sinto. Espero ser feliz em minha empreitada!

Eu sempre via casais felizes e bem-sucedidos e tentava entender aonde estava o segredo do sucesso, aonde estava a chave que mantinha o motor ligado, aonde estava a amálgama que dava liga. Sei que me aproximei bem de uma resposta, mas nunca a obtive por completo. Eu precisaria viver para poder saber.

Eis que, hoje, fecho mais um ciclo. São cinco anos! Propositadamente escolhido no dia dos namorados! Cinco anos! :)

Amor não tem fórmula. Hoje eu sei disso. Mas o amor tem colunas importantíssimas. E sem elas numa relação, acredito que dificilmente a coisa vai pra frente. 

- respeito à liberdade do outro: liberdade de expressão, de escolha, de gosto. Deixar o outro livre não quer dizer falta de moral ou caráter (como liberdade para trair, por exemplo. Isso não existe. A menos que os dois gostem de um relacionamento aberto)

- mudar e respeitar as mudanças do outro: as pessoas, teoricamente, estão em constante mutação. Acompanhar a mudança do outro, mudar e alinhar duas pessoas mudando sem parar é um grande desafio! 

- gostar do outro como ele é e não como você queria que ele fosse.

- fazer coisas novas que estimulem um ao outro. Ter a rotina do relacionamento, mas não cair no tédio da pura rotina.

- sinceridade e honestidade em níveis altíssimos. Respeitar o outro, mas nunca deixar de SE respeitar.

- nada de grude. Grude é praticamente sinônimo de dependência que por sua vez é quase sinônimo de falta de autoestima. Os limiares são tênues e perigosos. Mas grude em excesso ninguém gosta.

Por isso, meu amor que há cinco anos me acompanha nesta jornada, é um amor perfeito. Perfeito nas imperfeições. Completo nas incompletudes. Estamos errando e corrigindo os erros. Acertando e valorizando os acertos. Sempre em frente. Sempre seguindo a alma e a nossa intuição. Por isso nosso namoro tinha de ser geminiano que é o signo que mais corrobora quem somos, nos vícios e nas qualidades!

Passamos por tantos perrengues. Passamos por situações impensáveis. Mas tudo isso não nos separou (quer dizer, separou, por 5 meses). Tudo isso apenas fez com que amadurecêssemos e soubéssemos -- sem sombras de dúvidas -- o que queríamos da vida e o que queríamos de um relacionamento.

Ela é minha melhor amiga. Um privilégio raro nos dias de hoje. Alguém que posso contar, sem sentir receio de ser julgada ou condenada. É minha companheira de jornada espiritual -- e nós nos fortalecemos a cada dia. É minha companheira de improvisação em todas as histórias e personagens que criamos. É alguém que aprendeu a me aceitar como sou -- com meus defeitos e virtudes (e isso não é pouco!!!). É alguém com quem quero continuar dividindo meus sonhos e meus desejos mais secretos. É alguém pra tornar a realidade mais doce e menos solitária e cruel.

Obrigada, meu amor, por estar assim ao meu lado! Este post é para você. Em nossa homenagem. 




O poder da palavra... aérea

Tarde de outono, particularmente silenciosa. Céu azul, temperatura amena.

Sinto um silêncio, um silêncio interior como há muitos anos não sentia. Aquela mesma sensação indescritível que me fazia, numa tarde como esta, escrever poemas sem parar. Eu queria transcrever o que estava sentindo em palavras.

Acho que estou me sentindo bem para escrever algo assim, agora. Escrever as minhas reflexões acerca de algumas coisas que tenho observado com uma certa constância. Escrever sobre elas é um exercício "forçado" que me faço para exercitar aquilo que todos nós deveríamos fazer: refletir.

Não é implicância minha bater na tecla das mesmas coisas de tempos em tempos. Nossa era massiva com alta velocidade de comunicação transparece, com a mesma rapidez, coisas boas e coisas ruins. Tudo bem até aí. Ao mesmo tempo, a banalização é iminentemente poderosa. As coisas mais idiotas podem ganhar uma proporção épica, enfeitada com detalhes dramáticos, romanceada com as ilusões mais devaneadas possíveis. E tudo, ao final, parece pertencer à terra de ninguém.

Assim, o tópico de hoje aborda o "eu te amo" que vejo dito entre nossos semelhantes com uma facilidade e em quantidade assustadoras. Parece até que estamos vivendo algo assim: "Oi, tudo bem? Eu te amo!".

VEJA BEM: eu não estou dizendo que não devemos dizer "eu te amo"!!! Vamos deixar isso bem claro desde já afim de que não pareça que estou fazendo apologia ao ódio ou à falta de amor entre as pessoas. NÃO É ISSO. Mesmo porque, no ano passado, eu escrevi um post exaltando o poder da frase "eu te amo". Também acredito nos cristais de água do dr. Masaru Emoto e no poder da palavra sem a mínima intenção específica.

O que eu quero dizer é que entramos numa onda de creditar ao "eu te amo" uma ligação de sentimentos que não querem exatamente dizer o que deveriam dizer. De forma mais clara: as pessoas, ao que me parece, têm dito "eu te amo" umas às outras apenas por status. Que tipo de status? O status de 'bonzinhas', 'legais', 'do bem', 'sociáveis'. Acredito que deva até existir um carinho grande, mas não amor assim. Estou sendo radical? Pode ser... pode ser. Mas eu sou daquelas que preferem demonstrar a falar apenas. Dura lição aprendida a duras penas, meus leitores.

Tenho alguns amigos de longuíssima data para os quais nunca disse 'eu te amo'. Mas demonstrei de todas as formas que senti vontade, o meu 'amor'. Pois creio que o amor, como todos os outros sentimentos e como tudo na vida, é feito de energia. E ele não é formado apenas de energia escrita ou dita. Não costumava dizer a poeta Cecília Meireles, no Romanceiro da Inconfidência, o seu poema "Romance LIII ou Das palavras aéreas"? Palavras são importantes, mas palavras por palavras... elas se perdem no vento, vão assim como vieram.

Quem me conhece, sabe que não sou de palavras à toa. Posso até parecer ser... mas não sou. E, principalmente, faço o que sinto vontade de fazer, mesmo não dizendo as palavras pomposas que todos gostam de ouvir para regozijar no ego de cada um. Porque, no fim, palavras aéreas só servem para uma coisa: alimentar os egos das pessoas.

Posso estar sendo radical, mas em tempos como esses, ninguém me convence com palavrinhas bonitinhas. Elas podem e até são necessárias em determinadas etapas da vida, mas não podem e nunca deveriam ser o modo como nos relacionamos com as pessoas ao nosso redor. Uma palavra pode ser um alento numa hora de desespero e pode simplesmente deixar você sem nada na hora seguinte. As ações? Elas são eternas, quer você queira ou não.

Sintam amor, tenham amor, "amem como se não houvesse amanhã" mas cuidado com as ilusões plantadas por causa de palavras ditas sem pensar (ou até achando que elas tenham algum valor). Palavras sem ações (ações próprias e ações a outras pessoas) não são nada -- e acredito que isso valha, também, para a frase "eu te amo".

Reflexões iniciais para um novo tempo

Faz um tempinho desde a minha última postagem. Não sei de meus leitores fiéis ou dos ocasionais, mas sei que tem pessoas ansiosas para este post. Ei-lo.

O voto de silêncio foi um momento para reflexão. Passada a primeira fase de conscientização dos fatos, pequenas coisas obscuras vieram à luz. Aí, as coisas pequenas misteriosamente se ligaram a outras e meu cérebro foi fazendo uma confusão. Mas, creio que tudo está começando a clarear como a velha metáfora da poeira.

Algumas coisas estão ficando claríssimas para mim. A mais clara de todas e o preço pago por alguém decidir ser quem é verdadeiramente e não uma sombra de alguém. Pensando em todas as coisas que vivi na minha vida ao longo desses trinta e cinco anos, posso separar uns itens:

- Você sempre vai ter de escolher entre se autorrespeitar ou sucumbir a uma necessidade de ordem maior, fora de seu controle.
- Todos são amigos de todos e todos não são seus amigos. Quanto mais cedo aprender isso, menos vai sofrer na vida.
- A vida em sociedade é um jogo doentio para as pessoas mostrarem suas vidas pasteurizadas e perfeitas de comercial de Doriana. Se você não se enquadra nisso, você tem algum problema.
- O julgamento e condenação alheias são ferramentas inevitáveis para sobreviver entre seres humanos. Se você não toma partido, se você não polariza, se você não condena, simplesmente você não é nada.

Mesmo assim, ainda me surpreendo com as pessoas! Claro, o erro é meu, pois se houve surpresa, houve expectativa. Não devemos criar expectativas, portanto? NÃO! Acho que essa a lição-mor que preciso aprender: ter a esperança otimista eterna no ser humano, me compadecendo com ele, mesmo sabendo que ele vai errar, mas acreditando que ele vai acertar quando chegar a hora certa.

Na real... é um duro exercício para pessoas comuns como eu e você.

Mas, acredito que um exercício tão difícil para os dias de hoje está sendo o de compreender como é ser "um vírus". Acerca de todo o moralismo o qual não quero discutir, não importa o que é bom ou ruim, o que importa é que o "vírus" seja extirpado sempre. Não vou dizer que eu lá goste de me sentir um dos seres mais temidos do mundo, pois, como tudo, tem suas vantagens e desvantagens. Gosto de pensar apenas na ideia de constante mobilidade, mutação, adaptação e força para sobreviver. Se ser vírus também é ser assim, então eu sou assim!

E que os tempos vindouros sejam bem-vindos!!!


O preço da ingenuidade

Mais um capítulo da minha vida (profissional) terminou. Com ele, abriu-se um gigantesco mundo de novidades à minha espera. À espera de novos mundos, novas pessoas, novos aprendizados, novas oportunidades.

Confesso que adoro isso. ADORO. Adoro a possibilidade do novo. Adoro a possibilidade de recomeçar a partir de um ponto saudável, sem precisar, para tanto, sofrer ou chegar até o fundo do próprio poço. Considero isso um avanço na minha maturidade emocional. Saber, na medida do possível, lidar com as adversidades de uma forma totalmente oposta ao modo como lidava antes.

Hoje foi um dia de reflexões. Amanhã, acho que ainda será. De hoje, tenho muitas lições para tirar.

A que mais me chama a minha atenção é a minha ingenuidade. SIM! Para aqueles que conhecem apenas meu lado de shows de Isabella Taviani, ou para aqueles que me conhecem através deste blogue (e, considero assim, me conhecem mais), ou para meus poucos amigos mais íntimos. Como todos, também minhas peculiaridades em minha personalidade. E ainda assim eu vejo lapsos de ingenuidade que me traem como uma garoa súbita num dia de calor infernal.

Eu achei que tinha parado de confiar nas pessoas. Na verdade, acho que todos nós perdemos aquela coisa de confiança absoluta, porque a nossa sociedade capitalista é muito competitiva. Na verdade, todos nós perdemos o amor, de certa forma, pelo ser humano, porque traímos, somos traídos, acreditamos e confiamos.

Eu não parei de confiar nas pessoas. Mas também não acredito nelas, logo de cara. Até aí, nenhuma novidade, acho que todos temos isso em grau parecido até. Mas eu tenho essa coisa de não perceber certos movimentos sutis. O que é bom é que, com a maturidade, a gente percebe a pequena "falha" antes que ela se torne colossal.

Me impressiona isso em mim. E a todos aqueles que acham que perderam a fé em alguma coisa, não percam! Não perder a fé -- aquela crença absoluta no impossível de se crer -- e o amor crístico são a única coisa que nos torna verdadeiramente humanos.

E até amanhã!