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Futuro do pretérito? O futuro é agora!

Finalmente! O primeiro post de 2014!!!

Não. Não abandonei o blogue. 
Não escrevi antes por razões óbvias: não tinha o que escrever. Para não ficar palavreando à toa, resolvi ficar mesmo em silêncio.

E, não, este não é um post de gramática do português. Hoje me peguei pensando nas reflexões antropológicas e culturais que a gramática de cada língua faz a respeito. Não sou nem nunca serei uma erudita dos estudos linguísticos (e, aliás, essas matérias eram as que menos me apeteciam no curso de Letras...) mas me peguei pensando nos nossos tempos verbais. E o que mais me chamou a atenção (aliás, lembrei que sempre me chamou a atenção desde os tempos da adolescência, que eu tinha de decorar os tu, eles, vós) foi o FUTURO DO PRETÉRITO.

Me digam, como pode haver futuro no pretérito? Sem esquecer que ainda temos o futuro do presente. Oi? Coisas da nossa língua portuguesa. Talvez fosse apenas uma coisa de nomenclatura... mas no caso específico do futuro do pretérito, não sei... vejam: uma definição clássica é que ele enuncia algo que pode acontecer depois de um determinado fato passado. Nó na cabeça? É o clássico "seria".

Mudei a direção de pensamento. Fiquei matutando que as pessoas, cada uma na sua própria língua nativa, mantém esse "faria", o futuro do pretérito no presente, e o presente no futuro do presente. E o presente propriamente dito... fica vagando entre o seria e o serei.

Várias filosofias ensinam a "viver o presente". Pois sem querer ficamos com um pé no futuro e outro no passado. E eu me peguei muito pensando nisso de uns tempos para cá. Também andei pensando na minha maior resolução para 2014: fazer tudo o que sempre quis fazer e nunca fiz! Dureza? Um desafio que me impus. E também ando pensando demais numa reflexão antropológica/sociológica/histórica para tentar entender o comportamento coletivo do brasileiro. Não sei aonde vou chegar, nem sei se quero chegar a algum lugar. Quero pensar, refletir, sentir... tentar entender.

Uma coisa eu sei, com certeza: QUERO FAZER NOVAS AMIZADES! Quero conhecer pessoalmente as pessoas que apenas virtualmente. E me peguei pensando, num pensamento final, como — aos quase quarenta anos — fazer novas amizades? 
EU — aquela que sempre disse que era muito difícil fazer novos amigos depois dos 30?
EU — aquela que sofre de idealismo constante e incurável?

Não sei. Mas sou canceriana com ascendente em peixes, casa 10 lá em Sagitário, vênus em Gêmeos. Tristeza, descrença, solidão, frieza... definitivamente não combinam comigo!

Então vamos lá! A todos os leitores que nunca desistem de visitar este blogue, um feliz 2014 com muita coisa maravilhosa. Muita força, coragem, HUMANIDADE, paciência, AMOR, empatia. 


****

ps: hoje é aniversário de uma aquariana querida a quem gostaria de prestar homenagem neste blogue: Michelle Lange. Vejo-a como um raio de esperança para o futuro! FELIZ ANIVERSÁRIO, lindinha. Gostaria de ter uma foto nossa para postar aqui... mas gostaria de poder conhecê-la pessoalmente! EM BREVE, né? Até lá, continue assim, sorrindo, acreditando em sua profissão, sendo doce e sempre, sempre, sempre VOCÊ MESMA!

Primeiro post de 2013!

Ah!

Que saudade estava deste canto, deste blogue, meu canto!

Já estamos quase em março e tanta coisa aconteceu! Viajei mais de 1.800km nas férias. Cortei o cabelo curto, de verdade, pela primeira na vida! Conheci cidades que não conhecia, fiz coisas que nunca fizera antes.

O ano novo tem sempre essa coisa mágica e única do RECOMEÇO.

Mas seria ilusório pensar apenas nisso. E, palavras sejam ditas, o atual mundo em que vivemos e a atual sociedade nos força à reflexão, no mínimo. Se não pensamos, somos sugados a um pensamento em massa. E nosso condicionamento nos torna juízes e condenadores de tudo aquilo que não concordamos.

Há um bom tempo venho pensando em muitas coisas. Também venho sentindo muita dificuldade no convívio social. Não ser mais uma da massa tem um alto preço. E quem não se submete fica sozinho, é inevitável. Quantos solitários existirão por aí?

Esta semana que se passou, conversei com uma pessoa que me trouxe muitas reflexões. Sua formação em Filosofia e seu pensamento ligeiramente rebelde e anárquico trouxeram uma luz específica para o meu conflito interno. A NECESSIDADE DE AUTOAFIRMAÇÃO. Aí, li este texto do Personare e tudo fez mais sentido ainda. Sem saber, essa pessoa me ajudou e muito.

Então, paradoxalmente, percebo que não posso me isolar, mesmo o isolamento sendo uma consequência esdruxulamente necessária. A essa pessoa -- que não tem facebook e nenhuma parafernália digital -- dedico este post. 

Pretendo destrinchar o assunto nos próximos posts. Serei polêmica? Provavelmente. Mas esta sou eu. Se eu nunca fugi disso até ontem, não fugirei MESMO a partir de agora.

beijos e abraços e um excelente 2013 a todos os leitores -- assíduos e ocasionais -- deste blogue!

As pessoas são estranhas...

Ultimamente, o silêncio tem sido minha palavra de ordem. Por diversos motivos, tenho achado melhor ficar quieta a falar besteira, a falar sem necessidade, a gastar boa vontade -- essa, em geral, sempre desperdiçada.

Isso não é uma crítica direcionada a alguém específico da minha vida. Seria muito restrito e muito simples fazer isso. Mas fato é que poucas situações, poucos contextos e poucas pessoas me fazem ficar com vontade de verdade.

Quando você traz uma ideia nova, ela imediatamente é refutada. Quando você comenta algo que te anima, logo a seguir as pessoas te põe para baixo. Tem sido complicado criar uma simples conexão com as pessoas.

Tenho observado que as pessoas estão cada vez mais confusas, mais ciumentas, mais julgadoras do que nunca. Talvez seja um sinal dos tempos... a polaridade aumentou em níveis em que parece não haver nem mais amor, apenas ódio. É fácil odiar como ouvimos que costumava ser em tempos primitivos.

As pessoas, atualmente, parecem se relacionar cada vez mais por causa da parte "doentia" de suas consciências. O descartável está cada vez mais sendo aplicado aos relacionamentos humanos. Então, nos deparamos com algo, julgamos, condenamos, descartamos e aplicamos uma pena. Acabou aí. Ideologia é para poucos. E quando existe, é tão distorcida que assusta.

Não sei, exatamente, como lidar com esses tipos. Um dia a pessoa lhe fala como amiga mais íntima, depois, sequer te cumprimenta. Você precisa aprender a dançar entre a tênue linha das necessidades da sociedade e as suas necessidades. Você é obrigado a conviver com pessoas com as quais não têm assuntos em comum para conversar, mas mesmo assim, precisa criar um mínimo vínculo de coexistência. Você concorda com tudo o que dizem, porque se for contradizer, as discussões não são saudáveis, elas são disputas para ver quem está certo ou não.

Estou tão cansada de tudo isso... e tenho focado e apostado naquelas companhias que antes pareciam tão improváveis. Ou pessoas que incrivelmente continuam ao meu lado mesmo depois de ter visto meu pior lado. Isso é uma aposta que dá certo. O amor, a amizade, os sentimentos puros e reais são uma aposta que tudo pode dar certo.

Bem, escrevi mais um pequeno desabafo do que um post reflexivo sobre o assunto. Talvez reflita mais no futuro... ou não. Por hoje, é isso. Não estou triste... apenas me sentindo estranhamente estranha dentre tantas pessoas estranhas.

Sobre a inveja


Todos nós estamos procurando por algo. Alguns sabem, outros não. Talvez a grande diferença esteja em ter certeza. Quantos de nós podem afirmar isso? Onde está a verdadeira segurança? Em uma vida sem riscos ou na constante sensação de nunca saber o que virá a seguir?

Não há angústia nessas questões que – de alguma forma –, sempre me assombraram com sua incerteza e com sua impetuosidade. Hoje, na verdade, vim pensando no poder da inveja. E em quanto mais poder lhe atribuímos toda vez que queremos falar nela. A inveja definitivamente é um poderoso sentimento com o qual convivemos, com consciência ou não.

E a inveja é irmã gêmea da cobiça. Pergunte-se a si mesmo: o que você quer para você? Ou o que você cobiça? A lista pode ser bem grande... Aí você pode se perguntar o que você faz para ter aquilo que você deseja. Uns lutam para ter enquanto outras pessoas lutam para que outros não tenham. E isso pode ser tanto um ato físico como um ato pensado ou sentido – o que é pior ainda.

As pessoas têm tanta inveja inconsciente que elas simplesmente vão para onde todas estão indo, sem questionar. Seria absurdo chamar isso de inveja? Pode ser. Pode ser burrice também. Pode ser pensamento condicionado. Mas não deixa de ser inveja. A impressão de que “o melhor” sempre está onde está a muvuca pode até ser verdade em raros casos... mas, no geral, trata-se apenas de ter aquilo que os outros têm. Simples assim.

Vou me dar como exemplo. Isabella Taviani é um imenso motivo de inveja para muitas pessoas que eu sei. Não serei hipócrita aqui em afirmar que nunca senti inveja por ninguém em relação a IT. Mas, ao contrário do que as pessoas costumam fazer, eu criei o meu caminho, o meu jeito, apliquei o meu eu. Quando as pessoas mostram a sua singularidade, elas se tornam encantadoras e únicas. Quando elas imitam (por causa da inveja), tornam-se uma massa disforme cujo único objetivo é uma disputa ignorante para mostrar quem tem o penacho ou o ego maior.

Todas as coisas que fiz, faço e farei por IT são coisas minhas. São coisas que me tornam Cristiane Maruyama (Crisantemus) – fã de Isabella Taviani. Não quero ser melhor nem mais especial do que ninguém: quero ser EU MESMA. Por isso, a todos os invejosos de plantão que me acompanham em todas as mídias sociais, digo-lhes o seguinte: muito amor, paz e luz no coração de cada um de vocês. Por que não nos unimos ao invés de dividirmos forças?

O que basta?

Muito silêncio, queridos leitores deste blogue, muito silêncio.

O silêncio tem me feito companhia. E os espaços abertos. Preciso de duas coisas agora: de silêncio e de imensos espaços abertos. Minha tendência à claustrofobia parece ter se acentuado diante de certas coisas que andaram acontecendo na minha vida. Reflexo e resposta? Não sei, pode ser. Talvez algum psicólogo de plantão queira meter o bedelho.

Tenho andado nas ruas tentando não entrar no ritmo desvairado da vida paulistana. Pessoas correndo, pessoas mal-educadas, pessoas ranzinzas, pessoas insatisfeitas. Hoje eu vi uma moça sorrindo tão lindo na rua... sorrindo sozinha. Pensei: "o que terá lhe acontecido?". Queria que aquele sorriso fosse meu e que a sua felicidade -- mesmo momentânea -- fosse minha. Foi um sorriso lindo, espontâneo que eu sorri junto com ela naquela hora, por vê-la tão leve e feliz daquele jeito.

Mas os sorrisos são raros entre as pessoas que correm de um lado para o outro. As pessoas -- eu me incluo -- andam cabisbaixas, querendo ter mais pressa que o outro. E aí, eu me perguntei, como invariavelmente faço quando minha lucidez me toma: "O que lhe basta?"

Para uns, basta um emprego com uma rotina. Basta um salário que pague as contas. Basta uma estabilidade que, de preferência, não mude. Sair com os amigos, esquecer do emprego ruim, fazer dívidas, comprar coisas. Trabalhar mais um pouco.

Para uns, basta ser ignorante. A ignorância é uma bênção... (uma frase que eu disse uma vez e já causou MUITA polêmica! rs) Para essas pessoas, não interessa saber o que acontece no mundo, se qualquer coisa que você faça vai afetar alguém, desde jogar o lixo no chão a desrespeitar a faixa preferencial. Para que imaginar se existe um mundo invisível se o visível já tá ruim o suficiente?

Para uns, basta viver e deixar viver... excesso de responsabilidades apenas torna a vida mais chata e incômoda do que ela já é.

Para uns a vida é apenas a vida... se tiver de ser, será, se não tiver de ser, não será...

Para uns a vida é apenas o amor e a dedicação a outrem. Ao amor, a família. Para uns, a vida é dedicação ao mundo.

Para outros, a vida não precisa de amor. Podem-se passar os anos... e mais anos... e mais anos. Se não tiver à altura, melhor não ter nada.

O que lhe basta? Para mim, eu sempre achei que bastava ser idealista, acreditar em mim mesma, ser aquilo que eu nasci para ser, estar ao lado de pessoas que me aceitassem como eu sou. Isso sempre foi felicidade para mim. Mas a felicidade é um conceito complexo que depende muito mais do tempo do que de qualquer outra coisa. E o tempo é uma entidade impalpável, incontrolável. Não temos botão de avançar, voltar ou pausar. O tempo acontece com a vida a cada instante. Você pode deixar para depois, mas o que estará perdendo no agora? Você pode esperar e curtir a ceva e a colheita, mas isso também não será passividade ou controle imaginário? Você pode pausar a vida e querê-la pausada por toda a sua vida?

O que lhe basta? Ter controle ou fingir que aceita o controle? Viver ou deixar viver? Ser feliz ou ir atrás da felicidade? Minha resposta, para agora, seria: me basta um pouco de paz. Paz para entender as perguntas sem respostas. As respostas sem perguntas. As coisas que acontecem sem explicação, com explicação. O carma, o darma. O mistério, a solução. Paz para tudo isso.

Entre tolos e espertos

Ultimamente, tenho tido a sensação de que NADA mesmo pode ser como antes. NADA. Nossas atitudes, nossas necessidades, nossos sorrisos, nosso contato com o outro ser humano, nossa relação com o planeta Terra, nossa relação com nosso próprio corpo, nossa relação com nossa própria alma.

Eu vejo alguns lampejos que sinalizam a necessidade de algo diferente. É um milissegundo num dia inteiro em que alguém diz "Não deveria ser assim", "Quero algo que está fora de mim...", "Vontade sair gritando e correndo, mas sem saber para onde...". Mas a pessoa é sempre engolida na rotina do dia a dia, na avalanche pessoal de dissabores. E aquela beleza daquele milissegundo se perde para sempre.

As pessoas passam a sua vida inteira nesses lampejos irrealizados. Podem ser tornar seres humanos amargos ou, simplesmente, seres humanos que confundem o excesso de alegria com felicidade. A felicidade não vem em excessos, porque ela simplesmente existe. Outros seres humanos simplesmente nem se preocupam com essas coisas, porque existem coisas mais importantes para se preocupar. Aí a felicidade é mesmo item de luxo.

Mesmo na impossibilidade de declarar algo mais concreto, eu vou seguindo, minimamente tentando ser menos medíocre, ignorante e egoísta. Dura tarefa...

Qual o preço?

Abro um enorme parênteses antes de começar a digitar qualquer coisa, porque peço perdão, licença e desculpas aos adoradores de Natal e de fim de ano (na verdade, eu nem deveria, mas acho mais justo...): mas me enoja (na falta de uma palavra melhor) essa força que invade a todos descomunalmente, sempre nessa época do ano.

Okay, posso ter acordado um pouco mais agressiva do que a minha melancolia leve de ontem. Eu deveria esperar de todos a revolução cultural que nem eu consigo fazer? Ou, de repente, eu deveria desejar uma epifania repentina que faria todos verem a vida como ela é? Pensando assim, eu contrario todo o conhecimento a que tive acesso até hoje.

Eu sempre apreciei ser uma observadora da vida. Para enxergar os detalhes que passam tão despercebidos por nós. Mesmo agora, alguns pares de anos depois, não consigo evitar não olhar a vida sendo desenhada na minha frente. E conviver tão de perto com certas pessoas me faz ainda mais pensar o que estou fazendo neste mundo.

Definitivamente, eu preciso aprender. Assim como aprendemos desde que nascemos e -- supostamente -- continuamos aprendemos, preciso continuar aprender a ter paciência. Não é mais um mantra, mas é uma necessidade vital.

Pois hoje em dia eu vejo claramente duas opções na vida de um ser humano: ter coragem ou sentir medo. Eu quase que vivo sempre no medo, estou lutando comigo mesma para me ensinar que o medo é a nossa reação instintiva a tudo aquilo que desconhecemos. Tá careca de saber disso? Coloque na prática e verá.

Pois em todas as vezes que vejo o supérfluo me abraçando com tanta veemência, eu vejo que o pior medo não é o de não ter coragem, mas é o de ser engolido pela maré, sem uma única chance de reação. Isso não é triste demais? Simplesmente ser um número qualquer, em qualquer situação? Simplesmente estar no meio de algo, apenas para não estar solitário? Existe pior solidão que esta?

Ainda estou desenvolvendo a minha paciência... tentando ter mais coragem que medo. Porque o preço que se paga por ficar estático, sem nada questionar, é muito maior e muito mais infinito do que tentar e errar. É o preço de se desintegrar, integrando-se à multidão, todos ungidos em uma única gosma e, ainda assim, você se sentir só.

Vc é criativo ou repetitivo?

Acabei de me deparar com a seguinte frase:

Imagination is more important than knowlegde.

Atribuída a Albert Einstein.

E me peguei pensando em um monte de coisas... que foram caindo diante dos meus olhos como se eu estivesse embaixo de uma árvore e visse folhas caindo... com o soprar do vento.

Já falei muito aqui que somos seres repetitivos. E fazemos isso porque temos medo de ousar e temos medo do novo. Obviamente, isso é inconsciente. E, mais obviamente, fazemos isso porque fomos condicionados por nosso pais, pelo bairro que crescemos, pelas demandas da nossa sociedade.

Nunca podemos culpar ninguém algum fracasso pessoal. Mas, em geral, é o que fazemos. Nunca podemos julgar ninguém, mesmo conhecendo a história de Maria Madalena como exemplo. Mas, em geral, é o que fazemos. Por que somos assim? Eu nunca consegui ter essa resposta.

Porque se nos pressupomos como seres evoluídos e pensantes, deveríamos analisar, e não simplesmente reagir. Deveríamos ponderar, antes de reagir. Deveríamos calcular, antes de agir.

Mas não. Somos repetitivos. E vivemos o ciclo do Samsara com um gosto insosso... aí, eu me deparei com a frase acima e pensei quanto de criatividade ando investindo em minha vida. Não preciso nem dizer: muito pouco!

Bem, não quero filosofar muito e apenas deixar a semente plantada dentro do seu cérebro, assim como está no meu. Tentar o diferente com mais frequência. Tentar ser menos reativo e mais consciencioso. Ser mais humano e menos ser humano.

Para lembrar os verdadeiros motivos

Esta noite eu tive um sonho... um sonho não. Um pesadelo!

E isto não é começo de historinha pra criança. É um horror! rs

Eu sonhei que estava na primeira editora que trabalhei. Eu não sabia porque estava lá, ao certo, sabia que precisava de uns contatos para trabalho. Mas, do nada, sentei e comecei a trabalhar, como nos velhos tempos.

Fui tomada de uma angústia profunda! Senti angústia, clausura e solidão, porque todos me olhavam, de esgueira, com desdém.

Não vou contar o resto do sonho, porque o que importa, aqui, é o recado, que numa simples conversa, vou amplamente clarificado pela querida Rainbow: por que a gente dá tanta importância ao julgamento dos outros?

Eu já sei disso, mas sabe quando vc esquece? Pois é. Cá aqui estou eu esperando ser julgada, ser aceita, como todo bom ser humano precisa para poder crescer com força e caráter. Eu não preciso mais disso, não porque seja ególatra e autossuficiente, mas porque eu tenho meu coração e minha alma para me guiar. Se eu estou me sentindo como me sinto agora, é a eles que tenho que recorrer.

Mas a gente acaba se esquecendo dessas coisas, pautando nossa tão frágil razão em mentes doentias alheias que não querem seu bem, querem apenas te analisar sua performance, se vc está desesperada precisando de ajuda ou se vc conseguiu se dar bem.

Pois contra tudo e contra todos seguirei... e mesmo que eu caia um milhão de vezes, me reerguerei. Pois é assim que tudo tem que ser. E obrigada aos que, verdadeiramente, seguirão ao meu lado, sem me julgar.

Coletânea de frases do twitter

Ultimamente, ando filosófica no twitter que só... vou separar algumas pérolas.
Fala-se muito mal dos que não têm discurso direto. Mas é possível aquelas que deturpam uma ideia horrenda, transformando-a em boa p vc?

Mais uma lição matinal: humildade e simplicidade. Depois d tantas doses cavalares d mesquinharia é hora de sentir amor puro pelo ser humano.

Mouse bolinha é coisa velha pra vc? Pois saiba q acabei de LIMPAR o meu! Sim, no trampo, ainda uso mouse de bolinha. No trampo, repito.

Mesquinharia é uma bosta. Acabei de ter um tiragosto. As pessoas não sabem o que fazer? São mesquinhas.

Carpe diem

Do blogue (que não é do Contardo Calligaris) mas cujo texto é de autoria dele. Compartilho o texto que me parece refletir muito da nossa atualidade.


Carpe diem, aproveite o momento
Quem vive plenamente não terá medo de morrer. Mas o que é viver plenamente?


ESTREIA AMANHÃ , Brasil afora, "Quincas Berro d'Água", de Sérgio Machado, inspirado num dos romances mais bonitos (e mais lidos) de Jorge Amado, "A Morte e a Morte de Quincas Berro d'Água".

O filme é uma daquelas raríssimas obras que nos fazem rir e sorrir da vida, do mundo e de nós mesmos, enquanto, justamente, pensamos seriamente na vida, no mundo e em nós mesmos.
Esse milagre deve ser efeito do roteiro (do próprio Machado) e da atuação de um conjunto de atores que todos mereceriam ser mencionados, a começar por Paulo José, que é Quincas, vivo e morto (e não pense que encarnar um morto seja tarefa fácil).

Agora, nesse grupo extraordinário, quem rouba a cena é Mariana Ximenes, no papel de Vanda, a filha que Quincas abandonou quando deixou sua vida de funcionário "respeitável" e caiu na farra. Quase sem palavras, com delicadas e progressivas mudanças de seu olhar, Ximenes nos conta, de maneira inesquecível, o despertar nela dos genes paternos.

Enfim, meu jeito de agradecer à equipe que nos oferece esse filme foi anotar algumas reflexões que ele suscitou em mim.

1) Quase sempre, quando sonhamos em mudar de vida radicalmente, enxergamos esse ato como a conquista de uma alforria: seremos livres -dos pais ou, então, da mulher ou do marido que nos aprisionam. De fato, às vezes, os outros nos controlam e nos impedem de viver, mas não é frequente.

Em geral, nós os acusamos pela mesmice de nossa vida ("se nos livrássemos desses tiranos, poderíamos viver plenamente"), mas a tirania que nos oprime é a de nossa inércia e de nossa covardia.

2) Às vezes, num casal, as exigências triviais do parceiro são intoleráveis por parecerem absolutamente insignificantes: tire os pés da mesa, não espalhe o jornal pelo chão da sala nem a roupa pelo chão do quarto. Indignação: a morte nos espreita, e eis que alguém se preocupa com as migalhas que podem cair no sofá.

Como teria dito Sêneca, nós nascemos para coisas grandes demais para continuarmos escravos dessas picuinhas, não é?

Problema: uma vez chutado o pau da barraca, quem garante que a "grandeza" para a qual nascemos não se resuma em comer livremente amendoins na cama?

3) Quincas tem razão: só teme a morte quem não se permitiu viver, ou seja, quem viveu plenamente não tem medo de morrer.

Mas o que é uma vida plena? Será que é a vida de Quincas? A bebida e os amores? A fuga das responsabilidades domésticas?

Talvez o valor da farra de Quincas esteja, sobretudo, na liberdade de viver sem se importar com o julgamento dos outros, com a boa reputação. Para aproveitar a vida, antes de mais nada, não se preocupe com o olhar reprovador dos demais.

4) Reli a ode 1.11 de Horácio, onde está o famoso "carpe diem" (colha o dia). Horácio sugere que não apostemos nossas fichas no futuro, mas nos preocupemos com o agora, com o hoje.
Tudo bem, mas será que viver como se não houvesse amanhã significa necessariamente perder-se (ou encontrar-se) nos prazeres imediatos da carne? Não é nada óbvio. Um cristão poderia concordar com Horácio, entendendo o "carpe diem" assim: é preciso estar em paz com Deus hoje, agora, não amanhã.

5) Então, o que é viver plenamente: gozar, rezar, meditar, cultivar-se?

Talvez seja possível responder sem tomar partido.

Eis uma anedota da qual Quincas teria gostado. O rei da Itália, Vittorio Emanuele 2º, passeava a cavalo pelo campo de seu Piemonte nativo.

Chegou à fazendola de um camponês, que fez grande festa e o convidou à mesa.

Vittorio Emanuele elogiou o vinho do camponês, o qual comentou: "Isto não é nada. Sua Majestade deveria experimentar o de três anos atrás". O rei replicou: "E esse vinho de três anos atrás acabou?". "Não acabou, Majestade", respondeu o homem, "mas a gente guarda o que sobrou para as grandes ocasiões".

Pois é, quando Mefisto comprou a alma de Faust, ele impôs a seguinte condição: Faust viveria até o dia em que, diante da beleza do que ele estaria vivenciando, fosse levado a pedir que o átimo parasse. Quando isso acontecesse, ele morreria, seu tempo acabaria.

Há várias interpretações dessa passagem do "Faust", de Goethe (1, 699-706); uma delas é que Faust só poderia morrer uma vez que ele descobrisse o segredo da vida. E esse segredo é que, para viver plenamente, é preciso reconhecer que, com ou sem o rei sentado à mesa, com farra ou sem farra, na alegria ou na tristeza, cada momento presente é sempre uma grande ocasião.

Coragem

O ser humano tem um gosto de mesmice que me dá um asco profundo, em muitas vezes, sabe?

Assumo que as pessoas não são mais como antes (não sei exatamente precisar a época desse "antes", mas asseguro que não é recente). Conceitos como honra, lealdade, honestidade e respeito não existem mais entre nós. Vivemos, arrastando uns aos outros, numa eterna tempestade de egoísmo e leviandade.

E isso me entristece! Como me entristece.

Nossos relacionamentos são superficiais. Tanto quanto nossa existência e tudo que se toca e se vê. Ainda bem que nem todos são assim, mas essa exceção -- fazendo jus à regra -- é cada vez mais difícil de ser encontrada.

Nossos relacionamentos não querem mais se preocupar uns os outros. A preocupação existe, mas ela serve apenas para as conversas infantis e piadas sem-graça. Olhamos para alguém e não queremos limpar o efeito espelho que essa pessoa nos causa. Deixemos ele embaçado.

Não temos mais palavra. Falamos e nossas palavras se perdem com o vento. Fazemos promessas porque elas são bem vistas pela sociedade. Isso não quer que precisemos cumpri-las, apenas precisamos falá-las.

Não respeitamos mais o outro. O espaço individual -- mais do que nunca -- foi priorizado. Então, qualquer um que se aproxime será visto como inimigo em potencial. Claro, isso tudo ocorre num nível muito subconsciente. Queremos o outro, mas não o queremos perto de nós. Tão antagônico quanto paradoxal. O velho dilema do ser humano.

Essas ideias me recordam muito Jean-Paul Sartre, em um dos poucos livros dele que li por inteiro: Entre quatro paredes. É desse livro a clássica frase: "O inferno são os outros". E não deixo de ver nossas relações como uma contínua disputa entre o que nos agrada e nos desgosta, mas que impede que nos afastemos. Nossa carência e nossa ignorância nos impede de cortar esse elo alienoso.

Acho que na verdade somos seres medíocres. Ordinários. Nadamos diariamente no caldeirão de nossa vida, de um lado a outra da borda, em círculos, flutuando. Me parece a imagem mais certa de nossa existência vazia, egoísta e superficial.

Mas o caldeirão da vida está ficando cada vez mais lotado. Não há mais espaço na superfície. É necessário coragem para um mergulho. Dentro da panela, dentro da nossa própria existência. É necessário coragem para aceitar-se como é. É necessário coragem para ver-se como realmente é. É necessário coragem, pureza e honestidade para saber o que há no fundo de tudo que nunca tivemos coragem de olhar antes.

Porém a imensa maioria de nós prefere boiar na própria vida. Disputando espaço e egoísmo entre os que também boiam. Vivendo sem saber porque vive e reclamando pelo prazer puro de reclamar.

Convido você -- que conseguiu ler este post até aqui -- a tentar o diferente. Vai doer pra caralho, mas qual o outro sentido maior da vida senão a mudança e o crescimento?

Respostas para todas as suas perguntas

Eu nunca fui uma criança questionadora, mas sempre fiz minhas perguntas, que eram guardadas para mim mesma. Quando me sentia à vontade com alguém, falava algo, com medo da reprimenda, com medo do ridículo. Com o tempo, achei que minhas perguntas eram estranhas e sempre as guardava para mim, porque o medo de levar um fora era maior do que a tentativa. Parei de tentar.

Acho que a minha pergunta -- e a da grande maioria de todos nós seres humanos -- é: qual o sentido da vida? Escrevi mais de 500 poemas pensando nesse tema que sempre me incomodou. E, de alguma forma, sempre corri atrás do assunto, à minha maneira, com pesquisas unicamente minhas, para tentar entender.

Lembro que o cerne de minhas conversas com minha filha Poliana era sobre o sentido da vida e ela sempre dizia que a gente insistia em racionalizar, tentando encontrar sentido para tudo. Nunca me satisfiz muito com essa resposta. E nunca me cansei de continuar buscando ela.

Nunca mais tive essas conversas tão estimulantes como quando tinha com ela... era um exercício saudável de filosofia, porque somos ambas pensadoras livres, sem preconceitos, sem academicismos. Ninguém quer defender o ponto de vista de ninguém, apenas queremos pensar, construir um pensamento e ver alguma lógica nele.

Há mais de um ano, desde que saí de meu último emprego, voltei ao exercício da solidão. Sempre defendo que prefiro ficar sozinha a estar mal-acompanhada, inspirada naquele velho ditado popular. E minhas perguntas pareciam vir com mais força do que antes, talvez enfatizadas pela minha crise dos 30.

Finalmente, devo dizer, acho que tenho todas as perguntas respondidas. Como consegui? Elas simplesmente caíram diante de mim, eu apenas tive a intuição de capturá-las.

Nós vivemos muito racionalmente demais. A partir do momento em que começarmos a sentir a nossa intuição nos guiar, tudo se acalma. Foi algo assim. As respostas ainda são chocantes, mas também não são nada do que eu já não sabia. Era uma questão de aceitar. Acho que agora aceito.