Ultimamente, o silêncio tem sido minha palavra de ordem. Por diversos motivos, tenho achado melhor ficar quieta a falar besteira, a falar sem necessidade, a gastar boa vontade -- essa, em geral, sempre desperdiçada.
Isso não é uma crítica direcionada a alguém específico da minha vida. Seria muito restrito e muito simples fazer isso. Mas fato é que poucas situações, poucos contextos e poucas pessoas me fazem ficar com vontade de verdade.
Quando você traz uma ideia nova, ela imediatamente é refutada. Quando você comenta algo que te anima, logo a seguir as pessoas te põe para baixo. Tem sido complicado criar uma simples conexão com as pessoas.
Tenho observado que as pessoas estão cada vez mais confusas, mais ciumentas, mais julgadoras do que nunca. Talvez seja um sinal dos tempos... a polaridade aumentou em níveis em que parece não haver nem mais amor, apenas ódio. É fácil odiar como ouvimos que costumava ser em tempos primitivos.
As pessoas, atualmente, parecem se relacionar cada vez mais por causa da parte "doentia" de suas consciências. O descartável está cada vez mais sendo aplicado aos relacionamentos humanos. Então, nos deparamos com algo, julgamos, condenamos, descartamos e aplicamos uma pena. Acabou aí. Ideologia é para poucos. E quando existe, é tão distorcida que assusta.
Não sei, exatamente, como lidar com esses tipos. Um dia a pessoa lhe fala como amiga mais íntima, depois, sequer te cumprimenta. Você precisa aprender a dançar entre a tênue linha das necessidades da sociedade e as suas necessidades. Você é obrigado a conviver com pessoas com as quais não têm assuntos em comum para conversar, mas mesmo assim, precisa criar um mínimo vínculo de coexistência. Você concorda com tudo o que dizem, porque se for contradizer, as discussões não são saudáveis, elas são disputas para ver quem está certo ou não.
Estou tão cansada de tudo isso... e tenho focado e apostado naquelas companhias que antes pareciam tão improváveis. Ou pessoas que incrivelmente continuam ao meu lado mesmo depois de ter visto meu pior lado. Isso é uma aposta que dá certo. O amor, a amizade, os sentimentos puros e reais são uma aposta que tudo pode dar certo.
Bem, escrevi mais um pequeno desabafo do que um post reflexivo sobre o assunto. Talvez reflita mais no futuro... ou não. Por hoje, é isso. Não estou triste... apenas me sentindo estranhamente estranha dentre tantas pessoas estranhas.
9 comentários:
Sinto a mesma coisa que vc Cris.
Infelizmente as pessoas parecem que se escondem em suas "estranhices" e fazem apenas o essencial, ou seja, trabalham pq precisam e voltam rapidinho pra seu casulo; onde o mínimo de contato com outro ser humano parece o mais vital.
Nossa!! Impressionante isso, e vamos nos atentar pq esse mal pega!
Bjinhos!!
Adorei a frase "Não estou triste... apenas me sentindo estranhamente estranha dentre tantas pessoas estranhas."
É como tenho me sentido nos últimos tempos.
Isso aí, meninas! Obrigada pelos comentários! ;-)
Hoje fui ao Google pesquisar respostas para perguntas sem respostas... acabei encontrando seu texto. Quero que saiba que suas palavras descrevem meus sentimentos, minhas sensações, ou seja, o que tenho vivido nos últimos meses... Não sei como vc está neste momento, apos quase dois anos da publicação... Mudou algo? mudou de opinião sobre o texto? Sinto decepção com tudo o que estou enxergando nas pessoas, e digo "decepção" pq tem acontecido com pessoas muito próximas, o que me faz sentir solidão... dúvidas, muitas perguntas... e muita desconfiança sobre o caráter das pessoas. Tenho reavaliado inclusive o meu próprio caráter... Um grande abraço, e muito obrigada por compartilhar seus sentimentos.
Quem sou eu?
Eu às vezes não entendo!
As pessoas em um jeito
De falar de todo mundo
Que não deve ser direito.
Aí eu fico pensando
Que isso não está bem.
As pessoas são quem são,
Ou são o que elas têm?
Eu queria que comigo
Fosse tudo diferente.
Se alguém pensasse em mim,
Soubesse que eu sou gente.
Falasse do que eu penso,
Lembrasse do que eu falo,
Pensasse no que eu faço
Soubesse por que me calo!
Porque eu não sou o que visto.
Eu sou do jeito que estou!
Não sou também o que eu tenho.
Eu sou mesmo quem eu sou!
(Pedro Bandeira)
Oi anônimo! Obrigada pelas postagens, pelo poema do Bandeira.
Sou de fases... passei por uma fase muito difícil e turbulenta no ano passado. Resolvi sacudir tudo, porque o mundo eu não posso mudar, mas posso mudar a mim mesma. E é o meu foco e o meu objetivo no momento.
Acho que não tem jeito... a gente pode mudar de ares, ter grandes surpresas boas, depois se arrepender. É O SER HUMANO, matéria humana, volátil, instigadora e decepcionante... rs
Muito obrigada pelo retorno! Sou Gisele! Um grande abraço!
Oi Gisele! Obrigada por visitar e ler meu blogue!
Que, apesar de tudo, vc nunca perca a fé e a esperança nos seres humanos, viu?
beijos
:) Muito obrigada pelas palavras! Tenho fé sim, se não nos homens, a tenho em Deus. Como disse Aristóteles: "...somos o que fazemos repetidamente. A excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito." Não vou desistir de ninguém nos primeiros erros... nem entregar minha "alma" por um ato nobre isolado... :) Foi bom descobrir seu Blog. Me ajudou a passar este dia difícil. Bjs!
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