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Retrospectiva Crisão - parte final

Penso que o melhor ao final de um ano não são as coisas que deixamos de fazer que acabam gerando autoculpa desnecessária e um gasto de energia que poderia ser focado para coisas mais engrandecedoras.

Quantas vezes fazemos um balancete do que éramos e do que somos? Pode haver muita proximidade, no entanto na minha cabeça, retumba uma pergunta: pra quê estamos vivos? Qual o sentido de estar vivo? Vivendo uma vida que nem sempre é aquela que a gente queria ter, suportando coisas que poderiam deixar de existir, ansiando a tranquilidade de uma outra vida?

Pois creio que é isso que falta em nós, mais coesão dos eus internos e menos capitalismo. Precisamos pensar no que bem que nos fazemos não comprando zilhões de coisas, mas no conhecimento que adquirimos. Claro, se isso estiver de alguma forma atrelado a um certo consumismo, ok. Mas não apenas isso.

Muita gente reclama -- e a maioria de nós apenas vive disso. Evita o movimento contrário de uma vida cheia de reclamações, para começar a agradecer.

Neste ano de 2009 eu pude ter a nítida experiência de que o nosso foco está errado. Reclamamos demais e esquecemos de agradecer. A vida às vezes é uma bosta gigante? É. Mas isso não nos dá direito de reclamar e esquecer de todo o resto. O universo é o nosso próprio umbigo apenas?

Este ano tive contato com pessoas específicas que me mostraram agindo da forma que mais odeio (e olha que irônico) que eu preciso caminhar no sentido contrário, ou seja, no lugar de me agrupar -- expandir. No lugar de reclamar -- agradecer. No lugar de julgar -- me pôr no lugar.

Creio que andei muitos passos, dentre os inúmeros que ainda preciso dar. Mas quero a caminhada constante, progressiva, rumo a tudo aquilo que sempre acreditei no fundo da minha alma. É apenas para isso que vale viver. O resto é circunstancial, muito perigosos, que pode nos tirar do nosso verdadeiro propósito.

Se estas palavras soarem como as de um pregador, não se engane: tenho certeza de que em algum lugar aí dentro de vc, há semelhanças com o que digo.


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E esta caminhada não teria sentido nenhum se ao meu lado não tivesse a amiga, companheira e mulher essencial em minha vida: Jana. Obrigada por tudo, pois vc foi o amálgama que uniu e deu sentido aos 365 dias deste 2009.