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Um dia qualquer na capital paulistana

Ontem, fazendo um curtíssimo trajeto de ônibus até o metrô Liberdade, fui testemunha de uma conversa entre dois professores que tinham acabado de se conhecer. Eu praticamente estava entre os dois.

Ele era professor de Artes, História. 

Ela era professora de Música.

A conversa começou com eles analisando o tempo.

Ela foi muito minuciosa em ficar ali olhando no celular, vendo a previsão para aquela terça-feira, que seria muito mais fresca que o dia anterior com uma temperatura de 32ºC em pleno inverno. Comentou do calor. Comentou que foi difícil dormir. Comentou que a previsão da semana dizia que hoje faria um friozinho.

Ele concordando com ela.

E eu também, óbvio! Eu também tenho um app e fico toda hora ali olhando previsão do tempo. Tirando printscreens e postando no meu whatsapp para ninguém ver, porque quem tá interessado em saber se você prefere calor ou frio (eu prefiro frio, aliás). Foi curioso ver que ela era parecida comigo nesse ponto.

O professor, meio atrapalhado, riu que tinha trazido um guarda-chuva de dez reais (mentira, esses guarda-chuvas xingling agora custam vinte conto se você pesquisar bem) e tava todo cheio de bolsas, como todo bom professor. Ele ainda estava usando bermuda e cachecol e eu achei a combinação bem inusitada porque eu só usaria cachecol com uma temperatura de menos de 15ºC associado a um bom vento gélido.

Ela era mais falante do que ele. E tinha uma voz alta, clara, de timbre extremamente agradável (lembrei de minha amiga comentando áudios no whatsapp). Fiquei imaginando que ela nunca desafinaria a voz, que nunca faria um pitch agudo sem necessidade. E fiquei imaginando como seria assistir a uma aula dela.

O professor continuou dizendo que iria fazer um exame no HC e não sabia andar por ali. Deduzi que ele não seria de SP, mas não podia perguntar. Já a professora deu todas as dicas de como chegar até lá. E que iria com ele até determinado ponto da linha azul, quando eles se separariam na baldeação para a linha verde.

Ela disse que dava aulas para um projeto especial do EJA na PUC.

Ele disse que era contratado (coitado, nada como ter tido um namoro com uma professora para saber o significado exato disso! rs).

Ela comentou sobre provas que fez na FE-USP (onde está o curso de Pedagogia) para tentar dar aulas em algum outro lugar. Eu percebi que ele ficou sem entender exatamente o que era a sigla (e eu sabia porque sou da FFLCH).

Aí voltaram a falar de provas e toda a atribulação intrínseca aos professores.

Ela ainda disse que tinha vários amigos que eram professores de História e Artes (e faz sentido se você pensar que ela é professora de Música).

Essa conversa toda durou uns 10 minutos porque tinha trânsito nesse trajeto que normalmene nunca tem, ainda mais naquela hora da manhã. 

E eu admito que adorei ser testemunha tão próxima dessa conversa inusitada entre dois estranhos com tantas similaridades!

Confesso que meu trajeto era outro mas queria ter acompanhado eles até a linha verde para saber o que mais conversaram. Será que trocaram whatsapp? Instagram? Será que só eu notei um flerte nas palavras dela? O professor era muito bonito. Embora novo (parecia), tinha um cabelo e um barba já grisalhos que dão um ar muito charmoso aos que se sabem se cuidar como era o caso dele.

Quando todos descemos em frente ao metrô, eu ri comigo mesma depois de me desperdir mentalmente deles.

Fanfiquei uma história linda entre os dois e imaginei que de um singelo encontro poderia surgir pelo menos uma bonita amizade entre duas pessoas. Idealista? Pode apostar!

E olha que curioso: naquele momento, meu ipodvelhodeguerra estava sem bateria (algo que nunca acontece) e só por causa disso eu pude ser testemunha visual e auditiva daquela conversa. Em geral, eu detesto ouvir conversas alheias em condução porque as pessoas só sabem ficar reclamando ou falando mal de alguém.

Mas, não.

E eu agradeço por ter sido testemunha de uma crõnica sendo escrita ali, diante dos meus olhos. Um outro dia qualquer na loucura desta capital paulistana que é São Paulo. E que a gente ainda pode encontrar beleza e simplicidade: basta saber prestar atenção.


Assunto: depressão

Confesso que esses últimos dias venho pensando no projeto que acabei abandonando no ano passado: uma série de posts sobre depressão. De repente, nem preciso de uma "série de posts" mas apenas de um post com alguns tópicos relevantes. Arrisco aqui umas considerações muito pessoais sobre o assunto, já que nem de perto tenho qualquer embasamento técnico para versar. 

1) Depressão é como lepra.
Há, de fato, uma espécie de sentimento generalizado quando alguém assume estar com depressão. As pessoas sentem pena, dó e, preferencialmente, se distanciam de você, porque depressão parece ser algo extremamente contagioso, transmitido pelo ar e por qualquer espécie de contato físico: sim, depressão é o vírus da pior espécie possível.

2) Depressão é frescura.
Também é fato que a maioria de nós vê um depressivo como alguém que "precisa levar uns tapas" para se encaixar na realidade. Falta do que fazer, falta do que pensar. Mal-agradecido. Mimado. Uma pessoa que tem saúde, tem dinheiro, tem de tudo e não deveria estar "depressivo" porque não sabe reconhecer tudo que tem. Assim, as pessoas acabam julgando o depressivo como alguém que está com tempo de sobra e, como não tem o que fazer, quer chamar a atenção.

Muitos especialistas afirmam que a depressão é o grande mal do século 20. É uma doença silenciosa, diretamente não apresenta sintomas físicos e ela começa pequena, quase imperceptível. Um diagnóstico tardio e grave só poderá ser percebido quando a pessoa decidir terminar com a própria vida.

Eu acredito que todos nós temos algum nível de depressão. Uns lidam melhor com ela. Outros a combatem com tamanha maestria que ela vem e passa longe. Já a grande maioria acaba perdendo essa batalha e, creio eu, uma vez que você tenha tido depressão, é como se ela instalasse um acesso eterno dentro de você e, caso você não saiba fechar essa porta corretamente, ela poderá entrar a hora que quiser e com a força que quiser.

Penso que uma vez que você tenha tido depressão é como você tivesse de conviver eternamente com ela dentro de você. Uma espécie de cicatriz que sempre alcançará aquele estágio final de cicatrização mas que nunca cura completamente. Então, dependendo do que você estiver vivendo, a depressão pode encontrar o acesso que queria para voltar e se instalar com fúria total.

Qual a solução? Não sei. Existem diversos tipos de saída disponíveis, mas não creio em cura total. Digo que deve haver uma eterna e constante vigilância sobre si mesmo. E nunca, nunca, nunca desdenhar da depressão. Não importa que amigos, familiares ou pessoas próximas tratem dela com desdém, você nunca deve subestimar a força da depressão. Creio que, talvez, precise aprender a conviver com ela, como uma outra persona sua dentro de você mesmo. Esquizofrênico? É a melhor resposta que eu encontro para mim mesma.

Pois a depressão é a ausência total de sentido na vida. Ausência total de sentimentos pela vida, seja amor seja ódio. É olhar para tudo e ficar se perguntando onde está o sentido e não ter nenhuma resposta. Nenhuma resposta. E você não precisa estar solteiro, não precisa estar morando na rua ou ser uma pessoa sem um bicho de estimação. Por isso as pessoas dizem o que eu citei acima quando veem alguém que parece estar depressivo. Depressão é a ausência total de qualquer tipo de paixão pela vida. É a vontade de apagar as luzes de um quarto já escuro, sem janelas, sem portas e sem iluminação.

Bem, voltando a pensar em solução, remédios, psiquiatras e psicólogos ajudam. Mas, talvez, a melhor solução para o primeiro passo para lidar com isso seja tentar reacender a maior paixão, algo que a pessoa ame (ou tenha amado) muito: um estudo, um lugar, um animal de estimação, um hobbie, um filme... qualquer coisa. A falta de sentido ainda existirá mas poderá ser amenizada aos poucos em troca de um sentimento que não irá substituir muito menos entrar em competição com a depressão: coexistirá com ela.

Considerações finais: bom, talvez tenha dito muita besteira, mas o que disse foi baseado em minhas observações pessoais comigo mesma, na minha depressão e na convivência -- perto ou distante -- com outras pessoas com depressão. Espero voltar em breve a falar sobre o assunto. E meu pedido: um depressivo não é alguém que está pedindo por sua ajuda mas é alguém que precisa da sua ajuda.

E cinco mil emails depois...

Há algo extremamente libertador em, finalmente, limpar a sua caixa de emails com mensagens acumuladas ao longo de seis anos! Porém, antes de se maldizer quem costuma guardar coisas velhas (tipo eu, os cancerianos e pessoas afins), não é ruim guardar. Ruim é guardar por tempo além do necessário.

Eu tinha essa meta "de fim de ano" toda vez que olhava os cerca de cinco mil emails na caixa de entrada. Nem sei como tanta coisa foi acumulando ali. Pensava e lembrava naqueles acumuladores compulsivos americanos que guardam tanta coisa e nem lembram mais os motivos. Eu tinha me tornado uma?

Mas entrava ano e os emails continuavam ali. Uma lembrança mórbida de promessas nunca cumpridas. Não somos assim? Nos prometemos tanta coisa e cumprimos tão pouca... E essa era eu, ano após ano, só acumulando mais mensagens nos meus emails. Pior: ficava ali olhando o limite de capacidade do gmail: esses gigas aí são poucos, não são? O que acontece se eu estourar o limite? E quem consegue juntar tanto bytes de informação assim?

Não sei você, mas eu sou daquelas que toma decisões repentinas e as coisas precisam ser feitas nesse ímpeto, antes que se percam... rs Fui lá, comecei: 2014... 2013... E a cada título de email lido dinamicamente trazia um flash de lembrança. Te digo: se você não estiver bem, não vai ser legal ficar remexendo coisa velha. Porque por mais que seja só um "Oi" ou mesmo um email sem assunto, o remetente, a data e a pré-visualização do conteúdo estão lá. Dependendo do conteúdo... 

Então, em meio à pressa de não ter de ficar além do necessário, fui separando tudo em seções, algumas já criadas previamente, outras novas criadas. Assim, criei uma pasta especial onde coloquei alguns emails que ainda passarão por uma olhada final. Em breve, retornarei, lerei e apagarei de vez.

O interessante nesse processo todo, foi verificar quem sempre me escreveu ao longo de todos esses anos. Sempre as mesmas pessoas! Interessante e impressionante. Sempre as mesmas pessoas, perguntando, enviando algum link para eu ler.

Ao mesmo tempo, incontáveis emails não lidos, não respondidos... muitos. Lembrança do arrependimento de não ter respondido na hora e, agora, o tempo já se passou.  Outros incontáveis emails que retratam relacionamentos amorosos, promessas de relacionamentos, relacionamentos que não deram certo. 

E muitas, muitas lembranças de uma pessoa que eu fui e não sou mais. Lembranças dos erros que repetidamente cometi, vários deles com as mesmas pessoas. Lembranças boas, fotos velhas, músicas trocadas. Toda a minha história contada através de meus emails. Não sei se daria para escrever um livro, mas um post dá pra escrever. De repente, até um livro de contos... um roteiro de uma peça de teatro.

Há um motivo para alguém ficar guardando essas coisas velhas em uma caixa de email: para alguns pode ser pura preguiça de deletar. Para outros, e me incluo nesse caso, é o medo de perder essas lembranças, como se você ficasse sem um pedaço da sua própria história. E, sem história, quem somos?

Porém, creio que a nossa memória seja seletiva simplesmente porque não damos conta de ficar carregando pesos desnecessários. Uma pessoa poderia ficar eternamente presa em uma lembrança pelo medo de não se lembrar mais dela, de como se sentiu quando a viveu... Bem, eu poderia divagar muito a respeito do nosso apego ao passado, e este post não é exatamente sobre isso. Fica pra outro post! 

Assim, duas horas e meia depois, cinco mil emails depois, cerca de 95% deles apagados sem dó (se algo "importante" foi junto, paciência), emoções dosadas e algumas revividas... sobrevivi. Sobrevivi e estou me sentindo mais leve. A gente fica mais leve quando decide deixar o passado no passado e aproveita para reorganizar o físico e o mental.

É uma sensação boa sobreviver a uma avalanche de histórias e olhar para si mesma, agora, neste momento presente, e saber os motivos de estar aqui, fazendo o que faço e sendo quem sou. Não melhor nem pior. A única certeza é a eterna mutação que precisamos viver.

O que foi, se foi. O que se manteve, aqui está. E o que vem... seja como for, quero fazer melhor do que um dia fiz. É a mais nova promessa para a minha limpa e organizada caixa de emails! :)

Eu, eu mesma e meu futuro

Recentemente, fiz um curso de Astrologia com a famosa Anna Maria Costa Ribeiro. Queria expandir meus conhecimentos e ter uma outra visão de como é aprender Astrologia. Foi uma das melhores decisões tomadas neste ano. Porque não é de qualquer pessoa que você escuta a expressão "expansão da consciência". Quando escutar alguém dizendo isso, preste atenção: esta pessoa tem algo de essencial para você ouvir.

Citei esse curso, porque aprendi algumas coisas novas sobre mim mesma. Pois, tolo é aquele que pensa que já sofreu e já aprendeu bastante; ou aquele que pensa que uma lição vale por todas; ou, pior, aquele que pensa que as marcas e cicatrizes servem apenas para criar uma crosta de proteção contra o medo e o mundo.

Há cerca de dez anos que eu estudo meu próprio mapa, claro, uns períodos mais intensos que outros, com muitos tempos sem dar uma olhada sequer. O autoconhecimento, diria, tem períodos de maturação e colheita. Os conflitos, as tréguas pessoais, as necessidades e as eternas dúvidas. O presente, o passado e o futuro.

Lembro sempre de uma frase que a Sônia (Midori) me disse logo que saí da primeira editora onde trabalhei: era algo sobre meu otimismo, contagiante, uma característica marcante. Quando li isso, sabia que estava diante de algo que não esqueceria para o resto da minha vida. Porém, isso -- como muitas coisas na vida -- a gente só vai entender e perceber quando passarmos a nos ver de fora para dentro. Com o maior distanciamento possível. Na proximidade excessiva, o olhar fica tenso e poluído. O distanciamento -- quase um objeto idílico, por ser difícil de ser alcançado --, é crucial para o autoconhecimento. Diria que é muito mais importante do que o tão aclamado espelho.

Eu, como todos vocês leitores, já vivi muitas coisas desagradáveis. A maior parte delas por escolha própria. Em inúmeras vezes, eu dizia para mim mesma "estou apostando minha última dose do que há de bom em mim". E mergulhava com tudo... E voltava vazia.  Pois bem, isso não deixa de ser uma forma bem tola de suicídio. Mas todo suicídio não deixa de ser uma forma de transformação. 

E, assim, recentemente fui confrontada por mim mesma diante de um novo cenário. A nova situação. O novo ser. E a nova oportunidade. E a mais antiga conclusão: besteira isso de se fechar. Besteira isso de se congelar. Besteira. A vida é movimento contínuo. Água parada apodrece.

Mas o tempo é algo muito pessoal, e cada um de nós o mede de uma forma específica. No entanto, algo é certo: o tempo corre. E corre rápido seja para aquele mais lento ou para o mais apressadinho.

Há uma chama interna, que brilha e nunca deixará de brilhar. E isso não é privilégio de alguns, é a essência de todos. É essa mesma essência que faz com que tenhamos humildade para tentar aprender algo que continuamente estamos errando. Que nos direciona para uma certeza, mesmo sem sabermos exatamente qual é. Que traz a faísca, que incendeia.

Este ano de 2015 está quase acabando. E, ao contrário do que tenho feito nos últimos posts de retrospectiva neste blogue, não ficarei fazendo lista, ou me lamentando. Apenas agradecerei. De todas as batalhas, vivi e venci mais algumas. Não sou melhor nem pior que ninguém. O balanço é positivo. E, o porvir, auspicioso.

05 de dezembro

(dedicado a você)

Há alguns raros momentos
em circunstâncias específicas na vida
parece sorte
lembra conspiração
e os mais céticos desdenham
os distraídos nem percebem
mas aqueles puros de coração
sentem
capturam
estendem as mãos
o coração aberto
os olhos atentos
e vivem.

Há algum raro momento
enquanto caminho sozinha
tanto igual ontem
e pode até ser parecido com o amanhã
eu não olho para os meus pés
nem olho para o próximo destino
eu apenas vejo o céu
tantas nuances em tonalidades distintas
o bruto negro tocando o branco suave
nuvens de algodão e céu de chumbo
eu paraliso, hipnotizada, tentando descrever
e me calo.

Entre dois momentos distintos
há duas solidões que se tocam
sem propósito, sem escolha
há razão? É necessária razão?
A razão é uma tola justificativa.
A justificativa é uma tentativa em vão.
Pegue a minha mão, veja as rugas.
Olhe meu coração, veja os calos.
E sinta minha alma: simplesmente feliz por viver.

Não se perca na estrada bifurcada,
que nós mesmos a dividimos.
Trilhar este chão de terra acompanhado,
é muito melhor do que sozinho.

[sem título]

Ao longo de uma vida inteira,
quantos nomes iguais em quantas pessoas diferentes você irá conhecer?
e quantas dores diferentes com motivações iguais
você sobreviverá até entender
que ao longo de uma vida inteira, metade é gasta nos por quês
e a outra metade sequer é aproveitada para, de verdade, viver.

No silêncio ensurdecedor de minha insanidade
eu busco a tranquilidade em outros olhos alheios a mim
quero conhecer os segredos que conduzam ao limiar
ao fim, que enfim, irei saborear
com os olhos cerrados, com os punhos em riste
sem mais medo de perecer, sem medo de morrer.

As histórias são todas iguais e os amores que vertemos
em diferentes corpos, só mudam os rostos e os nomes
o que perdemos e o que ganhamos, que diferença faz
se o que nos satisfaz é a contínua busca esquizofrênica
de uma certeza que não sabemos desenhar nem descrever
pois só seguimos cegos, incertos, loucura sagaz. 

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[E as coisas andam tão atípicas que até poesia voltei a escrever!]

Menos p*nheta e mais ação

Eu não sei vocês mas eu sofro de um mal constante vivido há anos! Chama-se gente punheteira.

Não. Não se trata de pessoas taradas que batem umazinha em casa ou em público. Claro, pode ser homem ou mulher, ou vocês acham que só homem faz isso fora de casa?!

Mas a questão aqui nem é sexual. É uma metáfora que eu costumo usar para pessoas que não sabem o que querem da vida. Para pessoas que enroladas. Para pessoas indecisas. Para pessoas que mudam de opinião com mais rapidez que mudam de cueca/calcinha.

Eu queria saber quem foi que estabeleceu que ser direto, claro e honesto é falta de educação!? QUEM FOI? Quem souber a resposta, favor responder nos comentários.

Eu sei que existem várias formas de ser direto, claro e honesto. A pior delas é sendo mal-educado, falando com agressividade. Eu sei porque eu já fui assim. Se eu descuidar, volto a ser assim facinho. Porque é mais fácil ser animal do que ser humano.

Porém, eu acho impressionante como eu atraio gente que tem medo de me falar as coisas. Nossa, pessoas, de onde vem isso? Dizer sim, dizer não... dói tanto assim? Talvez, e muito provavelmente, o mundo perca um pouco do charme se todos fossem assim. Uma manha, um dengo... né? Mas isso tem momentos específicos de aplicação. Ser assim o tempo todo com todos... valha-me.

Então... vamos lutar por um mundo com menos punheta e mais ação!

Sabe, eu entendo. A gente precisa manter as aparências. As vaidades. As imagens que criamos para a sociedade a qual dependemos tanto.

A gente tem medo de não ter um canto para recorrer se somos diretos o tempo todo e não meia palavra que desdiga o dissemos anteriormente. 

Bola pra frente. Este foi o capítulo de hoje.

Sem título

Estou aqui, diante do monitor, esta tela branca esperando ser preenchida.

Confesso: já tive mais vontade de escrever. Já tive mais sobre o que escrever. Já tive sobre o quê julgar. Poetizar. Reclamar. Agradecer. Compartilhar.

Minha vida é uma mistura de montanha russa com roda gigante. Um gosto agridoce de fundo indecifrável. Intragável. Mas eu sou curiosa.

Eu acho que já quis ser tanta coisa... quem não quer? Quem não tem esses sonhos incríveis, tão perfeitos... apenas esperando serem realizados.

Não sei o que quero ser agora. Estou sendo bem sincera. A estrada está lá. O veículo condutor também está lá. A companhia está lá. Tudo está lá. Mas, que merda, nunca está perfeito.

Amanhã completará um mês que fui dispensada do meu emprego. Pouco mais de dois meses que meu namoro terminou. Um mês sabático. Quando temos mais tempo de sobra... parece que a loucura se sobressai. Não dizem que mente vazia é a oficina do diabo?

Acho que já fui mais filósofa. Acho que já fui mais poeta. Acho que já fui mais eu mesma.

Ultimamente -- que na verdade já chega perto de uns três anos -- eu percebi um movimento na minha vida. Uns dizem que está tudo escrito no mapa astral, outros dizem que são coisas que atraímos. Outros dizem que pode ser carma. Destino? Não sei. Mas sei que há algum tempo que eu vejo uma relação de amor e ódio com pessoas e grupos de pessoas. Preciso delas, porque gosto de fazer parte delas. Mas odeio elas, odeio pessoas e grupos de pessoas por tudo que há de mais intrínseco nelas: o grupo, a competição, a idolatria, a veneração, a subjugação. O poder que se doa e o domínio de um sobre muitos.

Eu também sofri decepções irrecuperáveis em diversas situações que não esperava viver. Tanto tempo depois, a dor principal se foi no entanto... ainda há a ferida. Ainda há o resto, a sombra de um sentimento que nunca se apagará.

O amanhã e o depois de amanhã... o tempo dirá. Talvez seja possível recuperar o irrecuperável. Talvez seja possível tanta coisa. Passar a vida inteira tendo seu idealismo testado a duras provas e, ainda assim, continuar sorrindo e acreditando: tem outra coisa para fazer?

Após o furacão...

Cá estou aqui!

Os últimos anos, os últimos meses... as últimas semanas... passaram por mim chacoalhando minhas estruturas, questionando minhas escolhas, levando pessoas embora, trazendo pessoas novas. Novas experiências, novas expectativas. Um novo olhar. Um novo sentimento. Novos medos. Novos objetivos.

A vida é cíclica. Tem esse gosto estranho, doce-amargo. Mesmos olhos que veem de forma que não via antes. Mesmo corpo que caminha com os mesmos pés mas não os mesmos passos. Estar diante dos mesmos cenários e não ter as mesma reações. 

Talvez tenha chegado o momento em que finalmente consigo segurar as rédeas da minha vida sem fazer esforço hercúleo para não errar. É como se eu finalmente me sentisse segura sem saber exatamente o porquê.

O que será isso? Não sei. Maturidade pré-quarenta anos? Será? Será que temos um momento certo e específico em que as coisas começam finalmente a encaixar e a fazer sentido?

Esses dias têm me mostrado situações engraçadas. Pessoas que foram e de repente voltam. O passado batendo à minha porta. A fina ironia destilada em doses homeopáticas para meu prazer e degustação. Eu vou. Eu volto. Eu dou um pulinho até o fundo do poço para a minha autocomiseração. Eu sorrio para a vida. Eu pulo sem paraquedas. Já não me importo mais com a opinião alheia. Notícias de tragédias e mortes não me abalam. Voltei a chorar em filmes românticos. Estranhos postam comentários neste blogue, eu leio e dou risada. Casais se formam e se desmancham num piscar de olhos. A fração de um século de segundo.

O tempo vai e vem... e mesmo com toda a loucura dos acontecimentos incontroláveis... gosto de ver quem continua firme e forte ao meu lado. Presente-distante. 

Meio esquizofrênica hoje. Quem sabe... amanhã?

Eu, o signo de Câncer e um pouco além

Eu costumo escrever um texto na minha cabeça milhões de vezes antes de transcrevê-lo para outra forma. Com este texto aqui não foi diferente. Pensei muito. Talvez, esteja pensando nele há anos, mas nem sabia.

Os tempos são outros. Muito diferentes de tudo que já vivi em minha vida! O que é bom. É bom poder viver e ver as coisas mudando. A sensação da vida criando e se transmutando. A sensação de lição aprendida e tantos mundos novos a desvendar.

Os últimos anos de minha vida foram bem difíceis. 2011: um dos mais fodas, superando até o ano de 2001. 2012 também foi difícil. Fim de 2012 e começo de 2013: foda. Fim de 2013: foda. Eu tava achando que vivia numa constante depressão. A alegria tinha se esvaído e uma obrigatoriedade da vida tinha se instalado. Viver porque preciso agradecer a vida. E só. Me afastei radicalmente das pessoas no segundo semestre do ano passado (o fim foda de 2013). E fui indo apenas para onde o vento me levava. O começo deste ano também foi difícil.

Mas algo aconteceu. Não sei dizer o que foi. Só sei que eu resolvi agarrar a chance.

Muitos insights, muitas epifanias, muitas fichas caindo, muita compreensão de tudo.

Talvez eu não quisesse ter vivido tanta coisa difícil. Quem quer sofrer arbitrariamente?

Depois de toda essa introdução para contextualizar as coisas, digo a que veio este post: veio para dizer que eu, durante anos, fui preconceituosa contra o signo de câncer. Sim, eu! Uma canceriana que não gosta de cancerianos!!! Como assim?!

A tomada de consciência veio com muita amargura e com algumas lágrimas. Pois, ao longo de tanto tempo, já tendo perdido a conta, nem lembro quando isso começou. 

Uma coisa eu sei: de todos os espécimes mais "loucos", creio que os maiores exemplares foram do signo de câncer. Pessoas que pelos mais variados motivos, não sabem utilizar e viver toda a sensibilidade maternal canceriana. Homens e mulheres que são verdadeiros psicopatas por pouco amar, e também são psicopatas por amar demais.

E não foi um caso isolado. E contínuos exemplos continuam entrando na minha vida.

Não sei o que acontece com as pessoas do signo de câncer. Sério mesmo!

Outro preconceito bem comum destinado aos cancerianos é que somos chorões. Não somos chorões! Alguns de nós até são, mas somos classificados assim por não termos pudor em demonstrar nossas emoções. Nossa sociedade nos ensina que "chorar é feio". Entenda-se o "chorar" por demonstrar emoções, sentimentos, sensibilidade. Nossa sociedade nos ensina que o bonito é ser "forte", "engolir choro". Coitados dos homens sensíveis, coitados dos homens cancerianos!

Astrologicamente, câncer -- signo regido pela Lua -- é aquele que nutre, ampara, cuida e protege. É um signo cardinal, frio e úmido. Tímido, observador, mas sabe exatamente o que faz e sabe quando fazer. Cada um de nós traz um mapa natal específico, mas cancerianos são cancerianos, não importa quão distintos sejam os mapas.

Talvez haja alguma explicação dos motivos de os cancerianos se destacarem tanto como aqueles que assustam as pessoas no quesito relacionamentos. Astrologicamente e isoladamente, não há justificativa. Talvez a cardinalidade seja um fato... talvez.

Porém, me diga: e as outras características? A capacidade de ouvir, empatia, compreensão, nutrição, acalento, auxílio? A doçura, a paciência, o colo? Existe muito mais nos espécimes cancerianos do que a primeira falsa impressão.

E, então, eu me dei conta de que vinha tentando me esconder de mim mesma. Eu -- que sou uma canceriana com ascendente em peixes! Eu sei o quanto eu já assustei as pessoas nos relacionamentos mais íntimos -- seja namoro ou amizade. Eu me anulei. Eu quis ser outras coisas que eu até sou... mas que não são a minha essência. Eu me ironizei. Eu me desfiz de mim mesma.

E eu ainda estou nesse processo de cura, porque foram muitos anos de anulamento. Muitos anos aceitando o preconceito alheio, concordando com ele e piorando os adjetivos!!! Tem canceriano louco por aí? Porra, tem um monte!! Assim como tem ariano, geminiano, leonino, taurino... todos os signos do zodíaco. Então, eu parei de aceitar o preconceito. Experimente vir falar mal de um canceriano perto de uma canceriana astróloga!!!! rs

Eu conheci MUITOS cancerianos ao longo da minha curta vida. MUITOS. Uns mais loucos, outros mais comuns... todos querendo ser mães, às vezes, demais! A canceriana mais recente que conheci é a baiana Odete. Acho que todos os exemplares cancerianos ela é a mais incrível de todas. Sua amizade tem me mostrado o lado bom de câncer e tem me feito enxergar que não é ruim ser do signo de Câncer! rs Tudo é equilíbrio, essência e ouvir o próprio coração. Obrigada pela amizade, este post é dedicado especialmente a ela. E também a todos os cancerianos que aqui vierem e lerem este texto até aqui! ;)

A minha jornada pessoal continua. E eu me revelarei a mim mesma. Me reconhecer como verdadeiramente sou é o primeiro passo. Me aceitar como sou, o segundo. E buscar minha felicidade sem desejá-la pela metade, o próximo!

LERIGOU — a máxima dos dias de hoje!

LERIGOU, LERIGOU, LERIGOU.

Cansei, gente! Cansei!!!

A vida é tão complicada, né? A vida é tão dura. A gente acorda cedo, toma banho no frio, tenta ficar linda e cheirosa, pega trânsito, ônibus cheio, trem fedido. Vai pro trabalho e encara a rotina, a correria.

E, ainda por cima, só tem gente louca para todos os lados??? PARA COM ISSO! PARA JÁ!!!

Cadê o 'paz e amor'? Cadê o amor incondicional? Cadê a paciência? Cadê a empatia???

Não, gente, não dá! Não dá mais!

Ontem tava uó, querendo matar e morrer. Chorando e ficando com olho inchado. Japa com olho inchado não rola!!!

E nada de autoajuda, orações, macumba na encruzilhada, vodu. Nada, nada disso resolvendo. Aí, você perturba os amigos, maltrata a família, culpa o gato, culpa a Astrologia (HERESIA!). Como assim, gente???

Não tem culpa. Ninguém é culpado!!! Nem mesmo os filhos da puta que te deixaram para baixo são culpados!!! E, olha lá, a culpa não é das estrelas! PAREM DE FALAR MAL DA ASTROLOGIA!!!

A gente tem que fazer igual a Gretchen no facebook. Fica lá todo mundo chamando ela de Dino e etc e o que ela diz? LERIGOU LERIGOU LERIGOU. Sou ryca, sou lynda, sou famosa!!!

LERIGOU!!!! (por favor, sem essa de porra de música do Frozen)

Assim, determino que cansei de me sentir deprimida por gente malcomida, mal-amada, mal resolvida que decidiu me encher os pacová, me pentelhar, me criticar, me julgar, me crucificar, e pegar no meu pé. Pegou no meu pé? Aproveita dá um beijo, porque sou supercheirosa.

LERIGOU!!!

A vida é curta demais para perdermos tempo com tanta gente assim. Essas pessoas se multiplicam e surgem de onde você menos espera!!! 

Então, queridos, fica a lição: NINGUÉM gosta de gente chata chorando reclamando depressiva. Todos amaaaaaam gente feliz. Nem que seja a porra da família Doriana.

Vamos continuar acreditando no coração bondoso de todos! SIM! Por mais inacreditável que pareça, todos têm bons corações. Ele só está escondido. Tão escondido que às vezes nem a própria pessoa sabe!!!! 

E vamos seguindo! Um dia por vez, sempre em frente. Já dizia a canção!

beijinho no ombro!

Retrospectiva 2013

É!
Mais um ano está acabando.
Mermão-mano-brown: quantas coisas aconteceram.

Eu escrevi e reescrevi trocentos posts. Refleti e re-refleti muitas vezes. E cheguei à simples conclusão de que o mais fácil seria isso que direi agora.

É um imenso desafio, nesta vida no planeta Terra, sermos nós mesmos de verdade!!! Não podemos ser.
Porque nós PENSAMOS que somos quem devemos ser. Mas, na verdade, somos uma fração mixuruca de um imensa ilusão que vivemos e que não temos um milésimo de consciência.

Somos todos um grande panelão de sopa insípida vivendo como sapos sendo cozidos lentamente em banho-maria!

***

Primeiro desabafo... ah! :)

Outra coisa, este foi um ano de imensas decepções. Pessoas me decepcionaram em diversos níveis. Ouvi coisas que não esperava ouvir e vivenciei coisas que não esperava vivenciar. Como assim?

O mais engraçado foi viver tudo isso em um período no qual decidi ser mais receptiva, mais aberta, menos exigente, menos intransigente, menos chata, e com MUITO-MUITO menos expectativa.

E, como brincadeira, parece que as coisas se revertem de maneira misteriosa. Pois a partir do momento que decidi aceitar, digamos que as coisas aconteceram da pior forma oposta. Talvez seja um resgate cármico? Talvez seja uma lei da atração. Sei lá.

"SEI LÁ" é uma expressão que tenho usado com frequência.

Porque as pessoas não dizem isso explicitamente, porque é mal-educado e politicamente incorreto, mas ninguém tá nem aí pra vc. Uns mais, outros menos, mas eis uma realidade chocante. Por isso — e talvez por isso — seja mais fácil viver em negação. Viver apenas sob efeito de álcool, fumo e outras drogas ilusórias. Dãã... é bem mais fácil sobreviver assim, né?

Eu não fumo, não bebo, não me drogo e sou viciada em chocolate. É muito difícil viver cordialmente num mundo como o nosso. Bem, seria difícil viver em qualquer época sendo como eu sou.

E eis que me veio uma claridade, assim, repentina. Eu preciso voltar a ser quem eu sou. Porque o nosso mundo atual demanda altas e específicas regras para viver em sociedade. O "senso comum" varia muito de acordo com o seu contexto social, mas em geral, as regras costumam ser as mesmas.

Então, estou reassumindo ser eu mesma outra vez. Não era antes? Sempre fui, na realidade. Mas a gente se adapta para ser aceito, né? A gente faz pequenas escolhas achando que, no final, a conta será amena. Não é verdade. A CONTA CHEGA.

***
Estou me sentindo imensamente sozinha!
Eu achava que tinha amigos.
Na verdade, acho que os tenho. Mas eles estão ocupados demais com suas próprias vidas. 
Aí, como disse a Ana, precisamos pagar alguém para nos ouvir e, se possível, nos ajudar com um ouvido, uma orientação, até um conselho. Ana, que merda, isso. Estamos cercadas de tecnologia mas estão todos conversando SUPERFICIALMENTE entre si através de um smartphone. Fingindo alegria postando cards de autoajuda no facebook e no instagram, mas podres e vazios por dentro. Desesperados por um abraço. Ou, como eu, apenas querendo conhecer pessoas novas e trocar ideias. As pessoas não querem trocar ideias, Ana. As pessoas querem subir nos palanques e iludir seus seguidores.

Algumas pessoas resistem à agrura dos tempos modernos, cheios de velocidade. Jana, sempre a minha melhor amiga. Denise Y., minha amiga há mais de dez anos. Maria Helena. Cláudia B. Ana P. Enes, que só vi uma vez este ano, mas com quem divido um cumplicidade única.

(post editado) -- esqueci de incluir a minha "filha" Poliana e a querida Ju Simionato! Como pude?!

***

Abandonei muita coisa e muitas atitudes viciosas este ano. C*r*lho, como fez bem!!!

***

Acho que vem mais desabafos. OU NÃO.
Seja o que tiver de ser. Por enquanto, é isso.

A mulher do trem

Ultimamente... vou te contar. Só quero silêncio e companhias específicas. Não sei exatamente que fase é esta, mas sei que se trata de uma fase reclusa. Me cansam o barulho, a baderna, o fútil e o inútil. Não, ao contrário do que você imagina, não me acho melhor que ninguém, nunca me achei. E não é agora que estou me achando!

Dificilmente encontro uma beleza não vulgar pelos lugares que passo. A beleza (que sempre foi plastificada) ultimamente tem tomado ares de vulgaridade obscena. Então todo mundo é igual, se veste igual e -- pior -- tem postura igual. Por isso, me assustei quando vi essa mulher no trem, hoje, a caminho do trampo.

Ela tinha grandes olhos... e eu acho tão lindo mulher com olhos grandes! Olhos lânguidos... olhos dissimulados! Poderia ser apenas que ela estivesse com sono, e talvez estivesse mesmo! Não deixei de perceber o rímel e o delineador em contornos perfeitos, realçando ainda mais os olhos e o olhar. Passei a viagem inteira tentando olhar esses olhos sem parecer que estava olhando para eles!

E ela tinha um batom cor de sangue (sem brilho) nos lábios combinando com as unhas perfeitas, esmalte da mesma cor. No dedo indicador da mão direita, um anel meio dourado meio cobre com a cara do Darth Vader! Ela era uma mulher simples, com cabelo longuíssimo que cobria as costas inteiras... mas esse anel do Darth Vader era algo definitivamente atípico!

Difícil ver mulheres "bonitas" (ponho entre aspas porque conceito de beleza é pessoal para cada um, certo?!) no trem. Mas essa mulher de hoje, com olhos dissimulados, e falsa pretensão, foi um prazer único. Tomara que eu tenha a sorte de reencontrá-la uma outra vez.

Pois é...

... a vida tem sido uma coisa bem bizarra, sabe?

Vejo tudo e não entendo absolutamente nada. 

As pessoas falam o que querem falar e ouvem o que querem ouvir. O resto é balela.




Os profissionais do livro - parte 1

Estou com umas ideias germinando há tempos. Mas nunca achei que o momento de transformar ideias em palavras. Um misto de modéstia com insegurança, talvez. Não mais.

Espero estar equivocada, mas sinto uma imensa lacuna nessa coisa toda de produção editorial de livros. Vejo partes deslocadas falando por si próprias. Alguns tentam dar liga. Outros tentam defender o próprio peixe. Tem alguém certo ou errado? Sim e não! Fato é que há muita opinião circulando por aí. Muitas coisas interessantes e muitos equívocos, também.

Como fiz nos posts sobre currículos (veja o 1 e o 2), tentarei destrinchar em duas partes a minha opinião sobre o assunto. Meu único objetivo é tentar esclarecer essas lacunas e compartilhar minha opinião. Não tenho a palavra final, não tenho a fórmula do milagre -- diga-se de passagem.

Inicialmente, queria compartilhar links de três pessoas em específico. Acredito que esses profissionais -- cada um em sua área de atuação e com suas experiências pessoais -- trazem questões importantes que gostaria de comentar.

A primeira é a Aline Naomi. Seu blogue Breves Fragmentos tem uma label interessante: "Histórias que os tradutores contam" que vale a leitura.

O William Campos Cruz também fala bastante sobre revisão e tradução no seu blogue Esboços, Rascunhos e Ensaios: Sobre o ofício do tradutor, Do outro lado do balcão, Antes de meter o bedelho e As virtudes do profissional do texto.

Por fim, Carolina Caires Coelho escreveu no blogue Ponte de Letras outro texto interessante que merece ser lido: Copi malquisto.

Sugiro que o leitor interessado em ler o que escreverei em seguida, vá antes a cada um desses links e leia o seu conteúdo atentamente. Não se trata de fazer um trabalho de mestrado, mas de leituras que abrirão possibilidades, compreensão e diversos pontos de vista.

Isso posto, vou me apresentar! Para quem tiver curiosidade e/ou quiser me adicionar no LinkedIn, clica aqui.

Meu nome é Cristiane Maruyama. Trabalho em editoras desde outubro de 2001. Comecei como estagiária na Editora Manole onde trabalhei por 7 anos. Bati muita emenda, fiz muito índice remissivo e fiz muito checklist por lá!

Fiz graduação na Universidade de São Paulo em Letras com habilitação em Português. Quase enveredei pelas sendas da Teoria Literária mas desisti da vida acadêmica. 

Nunca fiz nenhum curso de apoio. Todo o meu aprendizado foi empírico. A base toda de minha formação como profissional do livro foi no meu primeiro emprego. Lá fui estagiária e com o passar dos anos cheguei a ser Subgerente Editorial. Trabalhei em todos os departamentos: jurídico, saúde, traduções. No meu último ano, ajudei a estruturar o selo Amarilys, ainda em formação naquela época.

Depois trabalhei na Editora Contexto por um ano e meio. Fui freelancer home office por um ano e trabalhei mais um ano e meio na É Realizações. Atualmente, sou Editora de Ficção, Não Ficção e Gastronomia na Companhia Editora Nacional.

Como profissional do livro, minhas áreas de atuação são: gerenciamento de equipes, fluxo de produção, coordenação de cronogramas na questão prazo versus qualidade, trabalhar com recursos humanos (aplicação de testes e contratação de pessoas), avaliação crítica da qualidade textual de traduções e revisões de tradução.

Ou seja, como esse minicurrículo diz, gosto de colocar a mão na massa. Gosto de entregar para a gráfica um livro com qualidade. Quando estou trabalhando num projeto, este é sempre o meu objetivo maior.

Pois bem.

Agora uma questão crucial que gostaria de levantar: quem aqui já fez o curso de Produção Editorial -- passo a passo da Laura Bacellar? É um curso interessante e voltado a aquelas pessoas que desejam conhecer como um livro sai do formato word para um impresso em gráfica. Acredito que é importantíssimo para todos os profissionais envolvidos compreenderem esse funcionamento.

Eu tive a oportunidade de acompanhar a Laura Bacellar por um curto tempo na É Realizações. Naquela época percebi que, mesmo não tendo feito o curso, sempre agi de forma correta (como produtora editorial), de acordo com o que era ensinado em seu curso. Tive acesso a duas apostilas (do mesmo curso, mas diferentes em seu conteúdo) e agreguei informações preciosas.

Ou seja, primeira observação: não importa que tipo de profissional você seja dentro de uma editora (ou fora dela) -- faça esse curso, leia a apostila. Quando você tem acesso ao todo, é mais fácil compreender as particularidades.

Quando você conhece o todo, você pode se aprofundar, você pode sair e olhar por cima. Você consegue se colocar no lugar de cada profissional em cada etapa da produção. Empatia profissional, nesse caso, é crucial para determinar qual postura você assume diante dos mais variados problemas.

Em um modo bem (beeeeeem) simplificado colocarei a sequência básica de como um livro sai da ideia para se tornar realidade (o exemplo aqui, no caso, é de uma tradução):
1) uma editora tem um projeto editorial e verba para colocar esse projeto em prática
2) escolha de um original que se encaixe no perfil de publicação
3) compra dos direitos de publicação
4) tradução do livro
5) revisão da tradução do livro
6) diagramação do livro
7) revisão 1 da prova diagramada do livro
8) revisão 2 da prova diagramada do livro
9) finalização de capas, miolo etc
10) conferência de plotter
11) livro impresso e pronto

Não considerei diversas etapas importantes. Queria apenas focar nas citadas, porque envolvem os componentes que gostaria de analisar: EDITORA > EDITOR > TRADUTOR > PREPARADOR > REVISOR. 

Se vocês leram -- e espero que tenham lido!!! -- os links acima, já vão entender o porquê de eu ter escolhido apenas essas etapas, porque envolvem determinados profissionais e porque envolvem questões as quais eu reflito há muito tempo.

Essas minhas opiniões já são conhecidas por amigos próximos. Agora é o momento de compartilhar publicamente. Quem sabe não vira um curso num futuro próximo?

Bom, então no próximo post eu escreverei detalhando mais as questões abordadas nos links citados. Até breve!

outro dia qualquer

Ultimamente, furacões de pensamentos e sentimentos indistintos, indissociáveis, irrefutáveis e inenarráveis têm se apossado de mim. Um dia nunca é igual ao outro. Não buscamos a perfeição da constância, porque isso é imoral nos dias de hoje. Dias de hoje? O que não está invertido? O que não está perdido?

Venho pensando na palavra “maledicência”. Se alguém fala mal de alguém para você, essa pessoa fatalmente falará mal de você para outrem. Não é?

Também uma palavra está reverberando em mim: expectativa e decepção. Como viver sem criar expectativas? E por que as pessoas nos decepcionam mais do que nos surpreendem?

Vivemos tempos estranhos... tenho preferido o silêncio a qualquer outra coisa. Tenho preferido a observação a ação. Tenho preferido a reflexão interna a pura prolixidade.

Eu confesso que crio expectativas! Mas uma expectativa frustrada é uma realidade decifrada, também. Eu tenho uma tendência muito grande a viver num mundo de ilusão... ainda vou achar o meio-termo do idealismo e a realidade.

Este é um post sem objetivo específico. Post de blogue, mesmo. Estou pensando que gostaria, talvez, de ser uma pessoa comum, sob duras camadas de “ignorância” porque a ‘ignorância é uma bênção’. É ou não é?

Enfim... no meio dessa tormenta, fico feliz em saber que as mesmas pessoas de sempre continuam ali ó... sem me julgar, sem me questionar, sem inventar futricos ou dizendo coisas porque não me entendem e... talvez não queiram entender. Não são nem uma palma de mão. É isso aí!

Aproveitando os últimos dias frios desta nova primavera. E feliz aniversário para a minha cantora eternamente favorita: Isabella Taviani! ;)

Novos tempos... hora de um novo post!

Faz um bom tempo desde meu último post. Tempo que gastei com silêncio, muita observação e muita reflexão.

As aulas de Astrologia estão maravilhosas. Acho incrível quando tempo a oportunidade de ampliar nossa forma de pensar, nossas conexões mentais, criar novas conexões, aprender novas teorias, observar novas situações, repensar nas antigas... a Astrologia tem me feito olhar o macro sobre o micro. E... taí uma coisa de que gosto MUITO.

Nesse ínterim, muita coisa também aconteceu. E nem vou comentar porque não vem ao caso. Mas quero repassar algumas coisas... que, sim, essas nunca mudam!

Quanto mais o tempo passa, mais me certifico e compreendo quem sou. Não sou comum, não sou "igual" à maioria. Nas diversas fases da minha vida, isso sempre trouxe coisas boas e ruins. Quando criança, não me restou trauma maior. Porém, na adolescência, sofri muito bullying. Depois fui achando meu meio-termo.

Hoje em dia, não tem jeito... e fico pensando nesses fatos à luz da Astrologia. Eu, que sempre busquei meu autoconhecimento, vejo o quanto nada sei sobre mim mesma. Ainda?! Como assim?

No entanto, como diz meu professor de Astrologia, a gente sabe... a gente sabe tudo. O que a gente não sabe é se aceita ou não. E, nisso, haja psiquiatra, psicólogo e todos os profissionais afins que lidam com a mente humana. Ah!

Para finalizar, fatos (re)aprendidos:

1-) não sigo ninguém. Não sigo líderes, não sigo gurus, não sigo pessoas, não sigo chefes. Não sigo pessoas que se autodenominam chefes/donos de alguma coisa. Não sigo pessoas que se dizem a solução para os meus problemas. Não sigo pessoas que tenham ou não tenham nada para me oferecer. NÃO SIGO.

2-) não puxo saco de ninguém. Não bajulo as pessoas porque elas tenham algo para me oferecer. Não bajulo pessoas que não tenham nada para me oferecer. Não puxo saco das pessoas para obter privilégios. Não puxo saco das pessoas para me sentir querida. Não puxo saco das pessoas para me sentir inserida em um grupo. Não puxo saco das pessoas para depois tomar-lhe os empregos. NÃO SOU PUXA SACO.

3-) não gosto de participar de grupos. Não gosto de participar de grupos só para dizer que faço parte de algum grupo da porra. Não gosto de ficar com sorrisos amarelos (ou lindos, no caso, serão fingidos) para dizer que uma conversa está agradável e, porque estamos num grupo, não podemos dizer que não está. Nunca gostei de fazer trabalho em grupo na faculdade, pelos motivos óbvios. O bando favorece os egos, e o preço a se pagar é ter o seu eu apagado pelo líder, portanto, não gosto de bandos. O grupo é o futuro, mas o agora é o individual. Ainda não sabemos ser/agir em grupo. Não temos propósito coletivo, apenas necessidade de carência pessoal. Portanto, NÃO GOSTO DE FAZER PARTE DE GRUPOS.

4-) Entre o silêncio e a verborragia, prefiro o silêncio. Gastamos nossa energia à toa falando para convencer pessoas que não querem ser convencidas. Gastamos nosso tempo falando com pessoas que nem estão ouvindo o que estamos falando. Cometemos o pecado de falar para tirar vantagem sobre outrem. Falamos para manipular as pessoas a nosso favor. As pessoas "falam demais porque não têm nada a dizer". Mas esta não é uma carta contra os verborrágicos/prolixos. É apenas o meu direito de dizer que RESPEITEM O MEU SILÊNCIO.

Tá bom por enquanto, né?
Paz e amor.

Às vésperas da primavera

O inverno praticamente já se foi. Os ares da primavera, vindos com a chegada do sol em virgem, estão trazendo novas perspectivas.

Estou vivendo dias totalmente inéditos! A sensação -- e a realidade! -- de ter uma nova chance de fazer diferente, de errar diferente, de ser diferente! DE SER EU MESMA cada vez mais!

No entanto... confesso: sou intensa. Sou muito intensa. Intensa no sentido de tudo ser questionado. Intensa de tudo ser analisado. Nada passa despercebido. E, se passou, é para o bem da minha sanidade mental! É uma escolha deliberadíssima!

As pessoas continuam estranhas... muito estranhas. Pro bem ou pro mal, continuo tendo uma relação de amor e ódio com o ser humano. Esses dois sentimentos... graus diferentes do mesmo princípio. Eu continuo tentando entender o ininteligível, continuo tentando captar o invisível, caminho na tangente insana da serenidade. Vou do passado ao futuro em milissegundos. Imagino, verto, cuspo, injeto nas veias outra vez.

Hoje pensei que escreveria um poema. Há anos não tenho versos no cérebro, mas hoje, diante da falta de prosa, a poesia pareceu querer ressurgir. Virá algo? Quem sabe?

Não gosto da mesmice. Não gosto das palavras iguais e, pior, atitudes iguais: sempre o mesmo "ser-e-estar". As pessoas têm medo de ousar!!! Por que? Você saberia me dizer por que? As pessoas preferem ser o insosso-vulgar-arroz-com-feijão. Eu nunca fui a rainha da ousadia mas também não sou a bela estátua de princesinha conservadora mas pousando de moderninha. A moda (de ser e de atitudes) agora está bem chata nesse sentido!!!

Na falta de amigos novos -- porque, por Deus, é uma dureza conseguir fazer amigos novos!!! -- voltarei a algumas amigas que me amam incondicionalmente, que viram o meu pior e o meu melhor e estão ainda, perto ou longe, comigo. Isso é uma dádiva. E fico feliz em saber que não preciso de facebook ou twitter para encontrar, ter e manter amigos!! THANKS GOD.

Minha mente está a mil, meu coração acelerado. Meus desejos, intensos... e minha voz... silente. Não vou dizer que gosto de ficar calada porém tenho uma regra que aprendi a custo de muita dor, lágrimas e sangue: "não tem o que falar? Sorria, abaixe a cabeça e cale a boca!".

E é isso. Sem celular, sem mídias sociais. Cara, isso não faz falta nenhuma na nossa vida!!!

Ops!

Perdi meu celular pros duendes misteriosos que roubam tudo e deixam você se perguntando: "como e onde foi que eu perdi isso?" Não sei, mas perdi.

Bom pra ficar ainda mais longe da vida internética e smartfônica. Novo celular, claro, está sendo providenciado!

Enquanto isso...