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Independência - em todos os sentidos



Dias atrás eu andava demais no passado. Revivendo algumas cenas... momentos fortemente marcados, destes, alguns se tornaram cicatrizes. Outros -- a sua imensa maioria -- tornaram-se propulsores para a minha vida.

Agora, ando demais pensando no futuro. Quem me conhece, sabe o quanto sempre fui neurótica com esse lance de velhice. Como não terei filhos, penso que não poderei depender deles quando estiver entrando os 50 anos e além. Na verdade... alguém deveria?

No entanto, muito mais que mera previdência, precisamos nos tornar independentes. Nos tornar independentes das amarras da sociedade consumista que quer cada vez mais zumbis fabricados a partir da televisão. Nos tornar independentes de amores ilusórios e companhias vampirescas. Nos tornar independentes de um emprego filho-da-puta que apenas nos consome e destrói, sem nos oferecer nada em troca. Nos tornar independentes de pensamentos em série. Nos tornar indepndentes de todas as amarras que nos prendem a este corpo putrefato que carregamos todos os dias. Enfeitamos a carne, disfarçamos nossa sujeira e não cultivamos a nossa pura essência. Que vida é esta que levamos!?

Botamos véus e peneiras na vida cotidiana. Uma coisa é olharmos tudo com otimismo -- e eu sou amplamente a favor desse pensamento!! Outra coisa é tamparmos as deficiências com a máscara da preguiça e do comodismo que tanto imperam em nossas vidas.

Agora sei porque saí da editora na qual me dediquei por 7 anos da minha vida. Quando disse sobre crise ideária, achei que era desculpa para fazer as pessoas entenderem a minha decisão. Hoje, quase 6 meses depois da minha saída, não me arrependi em nenhum segundo dessa escolha. E sei que meu lugar desejado ainda está longe. Não é nada disto que vivo diariamente. E sei que nunca regridirei nenhum passo. Não por orgulho, mas simplesmente por achar que a vida deve caminhar para frente.

Que este humilde post seja uma simples dedicatória de agradecimento e louvor a todos os corajosos de coração, que nunca consideram a derrota aceita e que nunca pensam que nada mais vale a pena. Principalmente mudar.


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