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Next exit (Próxima saída) — o filme

Há tempos venho tentando escolher um filme para ver. Não. Não é fácil me manter sentada em uma cadeira por quase duas horas ininterruptas. Pausa. Levanta. Distrai. Desiste. Esse tem sido o movimento comum para mim.

O que não aconteceu com este filme: NEXT EXIT

E acho que era isso que precisava mesmo. Um filme fora do circuito comum, de todo o clichê comum que Hollywood e o cinema comercial e todas as suas demandas trazem. 

Tava lá eu no meu site favorito de streaming (gratuito. claro, não dou um centavo para ninguém) e achei essa sugestão. Vi o trailer, li a sinopse. Me chamou a atenção. Em especial por ser um road novie, adoro road movies! Adoro a dinâmica intimista, mas sem ser claustrofóbica, de estar em um carro em movimento, saindo de um lugar e indo para outro lugar o filme inteiro.

E, sob esse contexto, se desenvolve a trama em um mundo futurístico onde as pessoas acreditam em espíritos e em vida após a morte. Mas, como nem tudo são flores, é preciso optar pelo suicídio assistido para chegar ao outro lado — sem ter garantias exatas de como é, como será a comunicação (porque nesse futuro, as pessoas podem ver entes queridos mortos).

O filme não se pauta sob a ótica da ficção científica, então, não inventa teorias malucas nem traz visuais com efeitos gráficos de última geração. Trata-se de um filme mais reflexivo, filosófico sobre as questões que atormentam todos os seres humanos ao menos uma vez na vida: vale a pena viver?

A princípio até considerei o perigo de estar diante de um filme que fizesse apologia ao suicídio. Mas, não. O roteiro (escrito e dirigido por Mali Elfman) traz uma leveza absoluta mesmo tratando de temas pesados. A pitada de comédia cria um antagonismo interessante entre as duas personagens principais. E a fotografia, sempre escura, cinza e fria (o filme começa no inverno de Nova York e termina ainda no inverno mas nas praias da Califórnia), sai do escuro para o claro, mas não totalmente, pois não vemos Sol, vemos pouco dele aliás, pois o filme se passa mais à noite, nas penumbras do amanhecer e do anoitecer. Uma escolha deliberada muito bem feita, que reforça ainda mais o ar anímico-onírico do filme.

Ao mesmo tempo, o filme não é moralista (ainda bem que não caiu nesse clichê) nem é julgador. Ali, as escolhas, o resultado das escolhas, as confusões para fazer uma escolha — são todas respeitadas. E isso gera um conforto inconfundível para nós, espectadores, que acompanhamos a decisão irrestrita de duas personagens cansadas da vida e que decidem morrer, porque não conseguem matar a si próprias. Inclusive, durante a viagem, os dois personagens encontram um padre católico ao acaso. E, mesmo esse padre, não tem lições morais a dar.

Se você não quiser spoiler, pare aqui. O filme está passando no Hulu. Não sei qual streaming no Brasil vai passar o filme.

Se você não liga para spoiler, vamos lá!

O filme termina com uma EQM (experiência de quase morte) da personagem principal. E, nessa experiência, constatamos algo simples: precisamos nos autoperdoar. Precisamos perdoar o que aconteceu no passado, deixá-lo para trás. Claro, continuaremos carregando ele, mas como uma lembrança, não um fardo. O agora, o minuto agora, é o que é mais importante em nossa vida.

Confesso que gostei muito filme. Veio realmente de encontro ao momento reflexivo que vivo. E, de maneira geral, também trata de um tema delicado mas que sempre nos rodeou: todos têm o livre arbítrio para decidir sobre a própria vida? Existe vida após a morte?

Claro, não espere altas reflexões filosóficas, científicas ou moralistas porque esse não é o propósito do filme.

O objetivo do filme é te levar, por horas, viajando de carro atravessando o país, para abrir-se a possibilidades impensadas e para uma nova chance. Nem que seja por um minuto apenas.

Pedaço de quebra-cabeça

Este ano começou com tantos sentimentos e em uma velocidade que, por vezes, ora queria que diminuísse, ora queria que aumentasse.

2023 não começou fácil!

O meu primeiro post foi lindo. Uma tentativa de reconexão com algo interior que ainda não sabia bem o que era. 

No entanto, não foi suficiente.

Eu sabia que havia algo mais a supurar. E, sim, o verbo é esse exatamente: SUPURAR.

Eu não faço terapia (deveria?... quem paga pra mim?). Ao longo da minha vida toda, fiz terapia com amigos próximos, pessoas mais experientes, pessoas mais velhas e, talvez, a melhor delas, a terapia ocasionada por eventos inesperados quando você tem de reagir e agir ao mesmo tempo, em uma equilibrada mistura, delicada o suficiente para alcançar o resultado mais próximo do esperado.

E, admito aqui, já tô perdendo a conta desses eventos.

A vida, para mim, parece um eterno ciclo de lidar com o inesperado. Alguns, até meio previsíveis, outros, no entanto, totalmente impossíveis de prever. Algumas experiências eu fiz questão de viver, por mais dor que me causasse. Algumas escolhas eu fiz deliberadamente, apoiada em um idealismo e esperança otimistas demais para alguém canceriana com ascendente em peixes e Netuno lá no Meio do Céu, como eu.

No começo, nas primeiras experiências, você ainda é jovem o suficiente para se recuperar rápido. Ingênuo o suficiente para acreditar que as pessoas são boas e melhoram com o tempo. Otimista o bastante para imaginar que, no futuro, as melhores coisas estão reservadas para você.

Após uns três golpes, meio sangrando, você ainda crê. Porque o único movimento da vida (na minha opinião, até este momento que escrevo este post) é que amanhã será melhor que hoje. E não é, afinal?

Todo mundo, sem exceção creio eu, deseja uma vida calma, tranquila, previsível. Sem alarmes e sem surpresas. Mas, admita, quantos de vocês aí lidariam sabiamente com isso?

Então, após algumas décadas levando golpes (baixos ou não), a sua situação é precária. Você não é mais jovem, está beirando os cinquenta anos de idade, o seu mundo, o seu contexto, a sua realidade não são um cenário de terra desolada mas você sente cansaço.

E, então, um novo golpe, um "teste da vida" chega inesperado para te testar em relação a tudo que, supostamente, você aprendeu.

  • eu vou conseguir dar conta?
  • como devo me sentir depois?
  • por que isso ainda acontece?

No passado, passei por uma das situações, certamente a pior de todas, em minha vida. Apenas amigos íntimos sabem. E eu acho que fui bem, no contexto geral, tanto que me dei um 10. Hoje em dia, no entanto, eu sei que não foi esse dez perfeito. E, talvez, essa soberba (ela, mais uma vez!) -- ou não... -- me impediu de enxergar algo simples que me pegaria no meu ponto mais vulnerável. E eu não percebi.

Seis meses se passaram (ainda bem que comigo o tempo das coisas é rápido!) e apenas em fevereiro deste ano, vivenciando uma situação difícil do dia a dia, mas nada fora do controle, eu percebi que tinha algo de errado.

Ontem, tirei uma foto em uma tentativa de eternizar o momento que vivia. A sensação de ver a última peça que faltava encaixar no quebra-cabeça da minha vida. Ajeitar corpo-mente-alma. Recomeçar. MAIS UMA VEZ. Mais uma vez...

E tiro umas lições preciosas para esta nova etapa.

  • quem quiser ficar ao seu lado, virá até você.
  • quem quiser ficar ao seu lado, te aceitará como você é, sem exceções.
  • quem não quiser ficar ao seu lado, você deverá deixar ir. Sem olhar para trás, sem arrependimentos.
  • quem for gratuitamente agressivo com você, obviamente, além de ser um problema da pessoa com ela mesma, você deverá se aceitar como vulnerável e não um muro de aço impenetrável.
  • quem ainda permanece com você, naturalmente, saberá ser aberto e sincero, sem meios-termos, sem disfarces ou subterfúgios.
  • quem ainda está aí com você é porque realmente te aprecia. Valorize essas pessoas.
  • AS PESSOAS SOMENTE DÃO O QUE PODEM OFERECER. MUITAS PESSOAS NÃO TÊM NADA A OFERECER, ENTÃO NÃO EXIJA DE QUEM NÃO TEM NADA A OFERECER. E isso será claríssimo de notar. 
  • Não pressione quem não tem nada a oferecer, porque essa pessoa sequer tem algo a oferecer para ela mesma.
Apesar de complexo e quase impossível de compreender, eu ainda gosto de lidar com seres humanos. Remendada e cicatrizando, sigo. É da minha natureza mais primordial ser assim, eterna filha de Netuno.

Bem-vindo, ano novo

Dias e mais dias se passaram. Tornaram-se semanas... dois meses. 

O primeiro post do ano vem em março, no meio de um calor danado em pleno verão.

Reparei, entre as coisas do dia a dia, uma frase, uma ideia recorrente. Nada novo, por sinal. Mas que, não sei por que, veio pintado de novo, com uma sensação nova. Tudo começou com uma refrão de música "mas os momentos felizes não estão escondidos nem no passado e nem no futuro". 

Passaram-se alguns dias até eu lembrar "qual é a música?". Ao mesmo tempo, pipocando na minha retina, frases aleatórias do twitter, trechos de livros que estou revisando, estudos astrológicos que estou fazendo... "do you burn for the future or yearn for the past?".

Então, subitamente, aquela rara e gostosa sensação de paz. Rara, mesmo. Porque, para senti-la, preciso ter uma penca de fatores acontecendo concomitantemente. Mas, para minha surpresa, ao contrário. 

E eu acho que eu sei de onde vem isso. A princípio, do cansaço absurdo que eu tava de um monte de coisa acontecendo na minha vida e eu totalmente fora do controle, sem nenhuma rédea na mão, apenas contando com intuição, proteção divina e acessórios esotéricos. Mas, a gente sabe que tocar uma vida vai bem mais além desses apetrechos todos. É O CONJUNTO DA OBRA.

Acho que este livro que estou revisando agora meio que serviu pra fazer um puta de um liga-ponto gigante na minha cabeça. Um livro de um assunto que eu nunca escolheria para ler (bom, normalmente, eu não leio livros, pasmem! Só a trabalho mesmo) e que tem feito cair tantas fichas quanto um jackpot no Belagio.

É isso: o cansaço absurdo que eu tava sentindo de tudo ao meu redor virou uma reflexão inesperada sobre como cheguei até aqui, mesmo com todas as merdas que eu vivi - seja por escolha própria ou não. Eu sempre fui orgulhosa em admitir que gostava da minha vida do jeito que ela era, mas isso era uma falácia. Precisei dar mais uma bela volta no fundo do poço de merda para entender. E, hoje, eu sinto algo distinto.

Passei por tanta coisa nos últimos três, quatro, cinco anos... tanta coisa que viraria fácil fácil um livro de 300 páginas. Mas escrever esse livro seria recontar a merda e taí outra coisa que eu tô cansada de fazer. Eu sou uma pessoa sintética (a despeito dos meus áudios-podcasts que raríssimos amigos têm o prazer de ouvir hehe). Na minha cabeça se passa muita coisa até que eu resuma tudo em uma frase ou uma palavra. 

E as ordens que eu me dou neste momento são: síntese, amor próprio, aceitação humilde, ação. Muita ação.

É isso. Queria deixar registrado este momento único. Não vou prometer escrever com mais frequência aqui, mas tentarei. Ideias não faltam, mas às vezes elas simplesmente não querem se transformar em palavras digitadas.

Feliz 2022. Mais amor e menos guerra.

Visitando o passado - III

Bom, já que estou falando tanto de passado, nada melhor que revisitar o próprio blogue, certo?

Ontem, terminei o post falando de falta. Então, aproveitei o gancho, digitei no buscador do blogue "falta". E fui aos resultados.

A vida é cíclica, todos já estamos carecas de saber disso. Um dos trabalhos essenciais da Astrologia é falar dos ciclos que uma pessoa viverá ao longo de sua existência. Pensando nisso, nos posts do meu blogue onde coloquei a tag "falta", e... pá. Eis o meu atual momento.

Não falarei de Astrologia especificamente, mas desde que Plutão entrou em Capricórnio, lá pelos idos de 2008, e atingiu a minha casa 11 em cheio em 2011, esse processo começou e ainda continua. Qual? Perda, transformação, reformulação, "queima de pontes" como diria minha professora de Astrologia. Pois é.

O que eu sinto hoje é uma melancolia -- que diante de tudo que já senti, é uma bênção! Talvez seja hora de dar adeus, mesmo. E o que ficou, ficará. Simples? Certamente! Mas, também sabemos que as coisas mais simples são as mais difíceis de fazer. 

Plutão ficará lá na minha casa 11 ainda muitos anos, o que tem um significado ainda muito intenso para mim. Mas, deixando o astrologuês de lado, uma coisa é importante diante de tudo isso: se há algo que você sente que precisa expurgar -- faça-o. Se há algo que precisa ser mudado: mude-o. Se há algo que precisa ser vivido/revivido/ressofrido: torture-se. 

Mas o faça apenas pelo tempo necessário. 

E, bem a tempo, focar nas palavras sábias que recebi, honrosamente (e que também já fazem parte do meu mapa natal): caminhar em frente, mudar, queimar as pontes deixadas e não olhar mais para trás.

E fico feliz se isso for fácil para você! Sem ironias.

Batendo à porta dos 40

(In)felizmente, este blogue sempre abrigou todas as palavras do meu coração: tristes, alegres, reflexivas, finais, decisivas... cada palavra dita e digitada sempre foi (e sempre será) reflexo puro do meu ser humano - espiritual e físico.

Este ano completarei 40 anos de idade. Não estarei mais na casa do trinta e poucos, agora será dos "-enta" em diante. Eu gosto de marcos. Aprecio datas decisivas. Elas têm o sabor de efemérides pessoais, algo que a maioria não leva muito a sério. 

As primeiras reflexões que me vêm à cabeça pensando nesses 40 quase chegando dizem respeito às convicções que sempre tive e que sempre defendi veementemente. Não é clichê afirmar que pouco resta daquilo tudo que sempre acreditei. Precisamos nos pautar e nos orientar sempre a partir de alguma crença, mas como acreditar numa crença mesmo sabendo de sua fragilidade e que ela pode cair a qualquer momento? Você, ainda assim, acreditaria nela?

Eu ainda tenho minhas crenças e convicções, isso não mudou. O que mudou foi a maneira como eu lido com elas. Aprendi deixar ir, quando algo ou alguém precisa ir. Parece fácil, mas não é. Temos nossos apegos, nossas carências e a sensação de vazio e casa sem estrutura quando algo (ou alguém) que sempre pareceu certo em nossa vida, de repente (mas nem tão repentinamente assim) se vai. E foi. Para nunca mais voltar.

Aprendi também a lidar sozinha com minha saudade de tudo que se foi. Pois se foi, não mais voltará. Restam as lembranças boas de um momento único que nunca mais voltará. É aquele momento ido, específico, daquele dia, daquele ano... que não voltarão mais. Você pode desejar ardentemente reconstruir aquele instante, mas ele não existirá mais além de suas lembranças.

Aprendi também a não insistir onde não há fio de resistência. As coisas e as pessoas não são descartáveis mas quando vivemos num mundo onde tudo é descartável, ser acumulador é um risco desnecessário e o preço a ser pago muito ser alto para viver entre a sanidade e a loucura. Então. eu digo, 'live and let live'.

E a gente segue aprendendo a viver a vida sem os parâmetros e clichês da sociedade, em sua maioria, capitalistas e católico-cristão: casar, ter filhos, ter casa, comprar carro, tirar férias uma vez por ano, discutir os detalhes minimalistas de viver a vida da família doriana. Ninguém nos diz que devemos falar menos e agir mais, desenvolver empatia, sermos mais humanizados, diminuir a diferença preconceituosa que existe em cada um de nós, valorizar mais o espiritual e menos o material.

Mas continuamos nosso foco nas aparências: ter uma boa aparência asseada é importante mas... já faz um bom tempo que a casca não me importa mais (exceto uma boa casca crocante de pão fresco). Como não somos cebolas ou pães, chegamos ao último ponto de reflexão: estou aprendendo a conviver com tudo que sempre esteve ao meu redor, fazendo as mudanças necessárias (mais internas do que externas) e compreendendo que o mundo anda sombrio e só cabe a mim mesma as minhas escolhas e as consequências delas.

Até breve!

Reflexão da meia-idade

Aos eventuais leitores que ainda têm força para visitar este blogue esquecido, meus mais sinceros agradecimentos: já faz muito tempo desde minha última postagem e é desnecessário dizer que muita coisa aconteceu.

Mas não vou contar nenhuma história nem compartilhar algum fato. Hoje vou escrever da maneira mais minha possível: refletindo.

Esse negócio de crise pessoal é algo sério. Para algumas pessoas, parece quase um hábito, uma sombra que nunca se dissipa. Lembro com detalhes quando as crises começaram a me afetar de modo a me deixar muito fora do meu próprio eixo: culpei os 29 anos e a revolução de Saturno. Só que os anos se passaram e a crise continuou. E aí você começa a arranjar os bodes expiatórios para tentar justificar por que tanta coisa não dá certo na sua vida.

Do seu próprio ponto de vista, sua vida está uma merda e parece nunca melhorar. Mas o tempo não para e a vida segue, aos trancos e barrancos, por sua própria escolha (ou não).

Aí uma certa ficha -- de que a sua vida é assim e que não adianta querer tapar a eterna inquietação com algo que você não sabe direito o que é -- cai e você sai do eixo outra vez. 

Mas, este post não é sobre crise ou a falta total de percepção do que acontece ao meu redor. Os segundos semestres costumam ser mais fáceis para mim, e eu posso afirmar que o meu ano só começa de verdade quando faço aniversário. De Janeiro a Junho é um inferno, literalmente!

E desde o começo de Agosto percebi umas fichas meio óbvias caindo novamente... e eu fiquei pensativa a respeito. Vários posts foram se escrevendo e sobrescrevendo em minha cabeça. Estava com saudade dessa ânsia de colocar para fora esses sentimentos e pensamentos que me povoaram várias noites insones.

1) As pessoas não podem dar aquilo que elas não possuem
E isso pode ser físico ou emocional.
E isso é um estado passageiro: pode ser uma fase como também pode ser um estilo de vida.
Certamente, convivemos com pessoas assim com mais frequência do que provavelmente temos consciência. Mas é uma escolha você estar ciente de que não pode criar expectativas além da pura realidade.
E você também pode escolher viver sendo vampirizado (ou mesmo sendo vampiro).

2) O amor é o grande desafio da humanidade
E isso é algo atemporal.
É algo que sempre será o grande desafio e a grande demanda.

3) Não faça afirmações convictas sobre uma verdade que parece ser verdade para você
Eu acho que este é o meu grande aprendizado este ano.
Quem me conhece de longa data sabe o quanto eu sempre fui a pessoa categórica com uma lista gigante de afirmações embaixo do braço.
E nessas minhas afirmações, muita convicção. A certeza de que a minha experiência vivida me traria uma sabedoria, uma lei. 

Baboseira.

A vida está aí para constantemente te mostrar de que convicções são boas mas não podem ser tomadas ao pé da letra. E isso praticamente se mistura com o lance da expectativa. 

Você tem uma série de convicções que te orientam em sua vida. E você se norteia baseado em cada uma dessas experiências prévias que te levaram a algum resultado final. Isso não é ruim, afinal, todos nós precisamos de uma bússola para viver, não é?

O perigo está em como você usa essa bússola. No geral, você -- assim como eu -- deve utilizá-la de forma bem errada... 

Porque dessa fórmula: convicção + expectativa + um dose de orgulho = o resultado é catastrófico -- desilusão, decepção, perda da autoestima, sentimento de inadequação no mundo, solidão.

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Talvez haja algum sentido em tudo isso que acabei de escrever... ou eu mesma estou criando outra convicção para mim mesma na quase vã tentativa de tentar entender o que acontece com o mundo, com as pessoas e comigo. O que você acha?

Espero não demorar até o próximo post!

Buraco negro massivo

Metade de um maço cigarro depois, me sinto entorpecida.

Busquei um pouco de paz...num raro e silencioso fim de tarde de domingo.  Um pássaro, que não vi nem sei dizer qual a espécie, cantava. Não sozinho, cantava para mim. Obrigada por cantar para mim...

Me perdi em pensamentos. Deste mesmo cenário que vejo há tantos anos... sinto uma solidão. Mas ela sempre foi minha. Não é a mesma solidão de vinte anos atrás -- pois eu não tinha este coração quebrado, eu não tinha essas dores que nunca me deixaram, eu não tinha essas cicatrizes. Não é a mesma solidão de quando eu olhava a madrugada e imaginava onde estaria a minha felicidade. Não é a mesma solidão de quando eu olhava o sol ir embora e pensava que o dia seguinte seria melhor porque apenas era o dia seguinte.

Eu acho que gostaria muito de ter um pouco ainda do meu eu de vinte anos atrás. Talvez? Talvez. Eu gostaria de ter muitas coisas que perdi de volta. Mas isso não faz parte da vida?

Hoje sinto uma buraco negro que me avista, tímido e corajoso. Ele me convida aos deleites da autocomiseração como uma droga que dá prazer e te vicia. Eu olho para ele me sinto tão tentada a segurar sua mão fria e acolhedora. O prazer e a dor ao mesmo. Sentimentos únicos e deliciosos que só sabe quem provou.

Hoje vejo o meu reflexo de mim mesma pintado com cores indescritíveis.

Hoje, eu vi o sol se pôr e vi aquele último lampejo de misteriosa claridade antes do completo breu. Um pouco pra mim e um pouco pra vc, buraco negro. Vamos dar as mãos esta noite. E amanhã será outro dia.


Um domingo qualquer...

Houve um tempo em que acordava em manhãs de domingo, como esta, ligava o rádio numa estação qualquer, e aquela música que eu mais amava estava tocando! Tudo fazia sentido: a vida era pura alegria, nada parecia fora do lugar, eu respirava um sentimento de plenitude e perfeição.

Hoje em dia, acordo, nem o rádio eu ligo mais. Ainda existe uma estação que toque aquelas músicas lindas que agora são consideradas velhas mas que para mim ainda continuam sendo meus eternos e atuais clássicos? Acho que não...

O tempo muda a cor, os tons, os gostos. O tempo muda tudo. Mais rápido ou mais lentamente, poucas coisas se mantém. Mudar é necessário? Mudar é intrínseco! Observe a natureza e você verá que as paisagens até podem permanecer semelhantes, mas quatro estações se passaram!

Esses dias estive pensando no melhor conselho que meu professor de Astrologia me deu ao ler meu mapa: sua vida é a estrada, você está dirigindo e tem um destino, um lugar que precisa chegar. É uma viagem longa. Nesse tempo, pode chover, pode estar um dia lindo, pode baixar uma neblina, pode ter buracos na estrada. Os obstáculos podem ser rápidos ou podem demorar a passar.

Você tem um objetivo, que é o destino da sua viagem. E você sabe que precisa chegar a esse destino. Diante de um impedimento durante a viagem, o que você faz? Desiste da viagem? Fica à deriva esperando? Não!

Você muda a rota. Você desacelera e dirige com mais cautela. Você usa o gps. Se de uma forma não está boa, VOCÊ MUDA A FORMA. Se de um jeito nunca deu certo, VOCÊ ABANDONA E ESCOLHE OUTRO JEITO.

Parece simples, né? Mas a vida é simples!

Só que quando estamos no meio da neblina, sozinhos, à noite, a vida parece mesmo uma estrada sem saída. Aí, você precisa pensar naquilo que é mais importante acima de tudo: SER VOCÊ MESMO.

A sua natureza intrinseca, a sua alma, a chama mais interna dentro de você sabe o que fazer. Mas nem sempre sabemos mais como acessarmos a nós mesmos.

E, num dia como hoje, um domingo frio, cinza... eu aqui ouvindo essas músicas velhas tão bregas e tão boas, me peguei pensando nisso tudo. Um pensamento em voz alta. Quase um poema narrativo. Um pouco de mim.

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* em breve farei o sorteio dos brindes. Galera não se empolgou muito (aparentemente) mas os que se apresentaram merecem!

** em breve, também, começarei a escrever posts astrológicos em parceria com meus amigos do curso de Astrologia. Serão tópicos simples para todos entenderem o real funcionamento dos planetas por si mesmos e na nossa vida. Astrologia de facebook e de jornal? Só se for de astrólogo de verdade. MUITO CUIDADO com essas páginas genéricas, porque elas são muito tendenciosas quando não falam barbáries!!!

Primeiro post de 2013!

Ah!

Que saudade estava deste canto, deste blogue, meu canto!

Já estamos quase em março e tanta coisa aconteceu! Viajei mais de 1.800km nas férias. Cortei o cabelo curto, de verdade, pela primeira na vida! Conheci cidades que não conhecia, fiz coisas que nunca fizera antes.

O ano novo tem sempre essa coisa mágica e única do RECOMEÇO.

Mas seria ilusório pensar apenas nisso. E, palavras sejam ditas, o atual mundo em que vivemos e a atual sociedade nos força à reflexão, no mínimo. Se não pensamos, somos sugados a um pensamento em massa. E nosso condicionamento nos torna juízes e condenadores de tudo aquilo que não concordamos.

Há um bom tempo venho pensando em muitas coisas. Também venho sentindo muita dificuldade no convívio social. Não ser mais uma da massa tem um alto preço. E quem não se submete fica sozinho, é inevitável. Quantos solitários existirão por aí?

Esta semana que se passou, conversei com uma pessoa que me trouxe muitas reflexões. Sua formação em Filosofia e seu pensamento ligeiramente rebelde e anárquico trouxeram uma luz específica para o meu conflito interno. A NECESSIDADE DE AUTOAFIRMAÇÃO. Aí, li este texto do Personare e tudo fez mais sentido ainda. Sem saber, essa pessoa me ajudou e muito.

Então, paradoxalmente, percebo que não posso me isolar, mesmo o isolamento sendo uma consequência esdruxulamente necessária. A essa pessoa -- que não tem facebook e nenhuma parafernália digital -- dedico este post. 

Pretendo destrinchar o assunto nos próximos posts. Serei polêmica? Provavelmente. Mas esta sou eu. Se eu nunca fugi disso até ontem, não fugirei MESMO a partir de agora.

beijos e abraços e um excelente 2013 a todos os leitores -- assíduos e ocasionais -- deste blogue!

A escolha de agora

Para alguns que me conhecem apenas virtualmente, pode ser difícil de acreditar que eu seja uma pessoa silenciosa. Ou mesmo tímida. Para aqueles que me conhecem pessoalmente -- mas não muito --, é ainda mais interessante constatar que sou mais de ouvir do que falar. Essa sempre foi uma característica minha.

Enquanto as pessoas adoram tagarelar, eu sempre medi as palavras. Escolha. Por várias pessoas, fui chamada de arrogante e até mesmo orgulhosa. O ponto não é que eu me considere superior... mas eu tenho um lance sério em desperdiçar palavras. Ou ficar fazendo disputa para ver quem sabe mais, quem tem o melhor argumento. Acho isso tudo uma imensa perda de tempo e energia.

Todos temos os direitos de termos as opiniões que quisermos. Mas sempre pensei que aquele que fala muito carece de algo. Um déficit. Opinião minha, óbvio.

A escolha de agora é pelo silêncio. Interessante que tenho sido exposta a situações de quase constrangimento. Porque as pessoas estão vociferando suas opiniões e mal sabem que eu, ali, sou um exemplo dessa opinião. E são inúmeros os motivos. Seria melhor se eu desse minha opinião? Talvez... mas, confesso: prefiro ficar calada. Entrar em um debate para dizer o porquê das coisas tem me mostrado algo: as pessoas não se importam muito em saber o real motivo de ter sua opinião contrariada. Elas não querem ser contrariadas, simplesmente. Ou, não conseguem a empatia necessária para se colocar no seu lugar. Nem é egoísmo, é incapacidade, mesmo.

Por isso, neste primeiro post de junho, apenas digo: tem sido um exercício muito bom ficar observando sem contra-argumentar. Observando em silêncio, sem julgar. Observando em silêncio e percebendo os argumentos tão factíveis. Observando e percebendo que, não somos melhores nem piores do que ninguém. Não há diferença entre um psicopata e uma pessoa comum: todos usam máscaras. Todos, a seu modo, são egoístas. Há diferença, sim, entre pessoas com consciência da vida e sem a consciência dela.

Agora, então, apenas destilo meu conglomerado infinito de palavras no silêncio.

A lição do julgamento

Olá queridos leitores deste (NÃO) esquecido blogue! :)

Um longo tempo de ausência se fez. Não tive motivos específicos. Apenas um desejo de ficar em silêncio. De medir as poucas palavras que proferia. De escolher quem ouvir. Essas coisas básicas minimamente necessárias ao ser humano.

Já venho a algum tempo refletindo sobre a questão do julgamento. Sobre como somos ignorantes ao apontar o dedo, ao apontar os defeitos. Aqui, diante deste blogue, diante de cada um dos meus leitores, eu venho admitir: eu sempre fui uma IMENSA julgadora. Daquela que sempre acreditou ter o poder da balança vendada em minhas mãos.

Quantos erros cometi... perdi as contas. Errei muito.E fiz coisas muito feias ao julgar, ao me colocar em posição de suposta superioridade. Ao selar tantas palavras, tantos sentimentos. Tenho plena ciência de tudo o que cometi no passado.

Ao mesmo tempo sei que tenho alguns resgates a cumprir e alguns julgamentos para passar. Aceito-os de coração aberto. Peço perdão a quem magoei. E caminho de braços abertos, sem temer e aceito a colheita daquilo que plantei um dia.

O que somos? Somos seres humanos... vivendo, aprendendo, errando, aprendendo, errando de novo. Eu já errei muito e me policio diariamente para não cometer os mesmos erros.

Mas há uma verdade, infelizmente, muito real para os dias de hoje. Fica aqui como frase de reflexão para vocês: você pode ter mil maneiras de falar A. Se a pessoa não quiser (ou conseguir) entender, ela vai interpretar o alfabeto inteiro, mas sem nunca entender o A que você disse o tempo todo. O que fazer diante disso? Recuar humildemente, calar-se e esperar o tempo. Pois esta decisão não cabe mais a você.

O que basta?

Muito silêncio, queridos leitores deste blogue, muito silêncio.

O silêncio tem me feito companhia. E os espaços abertos. Preciso de duas coisas agora: de silêncio e de imensos espaços abertos. Minha tendência à claustrofobia parece ter se acentuado diante de certas coisas que andaram acontecendo na minha vida. Reflexo e resposta? Não sei, pode ser. Talvez algum psicólogo de plantão queira meter o bedelho.

Tenho andado nas ruas tentando não entrar no ritmo desvairado da vida paulistana. Pessoas correndo, pessoas mal-educadas, pessoas ranzinzas, pessoas insatisfeitas. Hoje eu vi uma moça sorrindo tão lindo na rua... sorrindo sozinha. Pensei: "o que terá lhe acontecido?". Queria que aquele sorriso fosse meu e que a sua felicidade -- mesmo momentânea -- fosse minha. Foi um sorriso lindo, espontâneo que eu sorri junto com ela naquela hora, por vê-la tão leve e feliz daquele jeito.

Mas os sorrisos são raros entre as pessoas que correm de um lado para o outro. As pessoas -- eu me incluo -- andam cabisbaixas, querendo ter mais pressa que o outro. E aí, eu me perguntei, como invariavelmente faço quando minha lucidez me toma: "O que lhe basta?"

Para uns, basta um emprego com uma rotina. Basta um salário que pague as contas. Basta uma estabilidade que, de preferência, não mude. Sair com os amigos, esquecer do emprego ruim, fazer dívidas, comprar coisas. Trabalhar mais um pouco.

Para uns, basta ser ignorante. A ignorância é uma bênção... (uma frase que eu disse uma vez e já causou MUITA polêmica! rs) Para essas pessoas, não interessa saber o que acontece no mundo, se qualquer coisa que você faça vai afetar alguém, desde jogar o lixo no chão a desrespeitar a faixa preferencial. Para que imaginar se existe um mundo invisível se o visível já tá ruim o suficiente?

Para uns, basta viver e deixar viver... excesso de responsabilidades apenas torna a vida mais chata e incômoda do que ela já é.

Para uns a vida é apenas a vida... se tiver de ser, será, se não tiver de ser, não será...

Para uns a vida é apenas o amor e a dedicação a outrem. Ao amor, a família. Para uns, a vida é dedicação ao mundo.

Para outros, a vida não precisa de amor. Podem-se passar os anos... e mais anos... e mais anos. Se não tiver à altura, melhor não ter nada.

O que lhe basta? Para mim, eu sempre achei que bastava ser idealista, acreditar em mim mesma, ser aquilo que eu nasci para ser, estar ao lado de pessoas que me aceitassem como eu sou. Isso sempre foi felicidade para mim. Mas a felicidade é um conceito complexo que depende muito mais do tempo do que de qualquer outra coisa. E o tempo é uma entidade impalpável, incontrolável. Não temos botão de avançar, voltar ou pausar. O tempo acontece com a vida a cada instante. Você pode deixar para depois, mas o que estará perdendo no agora? Você pode esperar e curtir a ceva e a colheita, mas isso também não será passividade ou controle imaginário? Você pode pausar a vida e querê-la pausada por toda a sua vida?

O que lhe basta? Ter controle ou fingir que aceita o controle? Viver ou deixar viver? Ser feliz ou ir atrás da felicidade? Minha resposta, para agora, seria: me basta um pouco de paz. Paz para entender as perguntas sem respostas. As respostas sem perguntas. As coisas que acontecem sem explicação, com explicação. O carma, o darma. O mistério, a solução. Paz para tudo isso.

Música do dia - Two story town

Os dias andam estranhos. Tantas coisas acontecendo, coisas velhas... coisas novas. A instabilidade misturada a tantas coisas que eu queria dizer mas não posso. Não é o momento das coisas secretas... eu diria apenas que é o momento do meu silêncio pessoal.

Enquanto ainda penso no que vou pensar e sentir... sigo com esta música, perfeita para rascunhar alguns dos meus sentimentos.


Pensamento

Para refletir os últimos acontecimentos da minha vida.
A tranquilidade fundada na inspiração que emana da mente búdica jamais pode ser abalada e sempre se mostrará correta (preceito búdico).

A verdade, os protagonistas e os antagonistas da vida

Se fosse lhe dada a chance de saber a verdade sobre tudo, todas as perguntas que você pensou (e sequer sonhou) em fazer. Se fosse lhe dada a única chance de saber tudo sobre todos os mistérios da vida, do universo, da sua própria vida, do seu próprio universo. Se fosse lhe dada a chance de saber tudo aquilo que você sempre quis saber... me diga, você aceitaria esta chance?

Isso dá uma sensação de poder ilimitado, não é? Com meu parco conhecimento cinéfilo, lembro de alguns filmes que trouxeram esta temática: o protagonista chegar ao ponto do sem ponto, de clímax para saber se deseja saber ou não. Antagonistas também poderiam viver esse dilema. Mas a diferença entre protagonistas e antagonistas é que os primeiros titubeiam e, os segundos, avançam intempestuosamente.

Paro para observar os protagonistas e os antagonistas da nossa vida cotidiana -- não menos simples que um roteiro de um filme qualquer. Paro e penso em algumas pessoas... penso, num ato presunçoso, em qual seria a opção. Paro e lembro que também somos consequências de nossas próprias escolhas... mas paro, também, para pensar que em muitas vezes não temos a mínima consciência do que é viver na inconsciência. E como sabemos quando estamos vivendo inconsequentes e inconscientes? Eu diria que é quando julgamos o outro (coisa que mais fazemos...). Diria que é quando agimos sem o sentimento de amor puro e pleno.

Ninguém é vítima, ninguém é culpado. O real estado de consciência depende de tantos fatores... que fica impossível criticar (e, por consequência, julgar) alguém. E a imensa maioria de nós não quer saber a verdade. Não importa saber. Uma outra imensa maioria não tem condições de conhecer sequer a ponta do iceberg da verdade, pois ela simplesmente enlouqueceria. E uma outra maioria pensa que já sabe a verdade e vive sob seu jugo (pessoal e intransferível) passando como um verdadeiro trator sobre vidas alheias.

Ninguém está certo, ninguém está errado. A verdade pode ser pessoal para cada um, mas tem seu centro universal imutável. E depende apenas de cada um (paradoxo filosófico) olhar sob sua própria perspectiva pessoal para entender a universal. No entanto, se os olhos pessoais estão cegos, duvido muito que seja possível sequer um vislumbre de uma compreensão mais ampla.

O conhecimento é uma fonte inesgotável. Tristes são aqueles que sentenciam saber o suficiente sobre tudo e vivem sob a égide autoritária de uma personalidade castradora de si mesma e de todos com quem convive. Tristes são aqueles que até posam de humildes para atrair mais atenção para si, com máscaras de aceitação. Isso é tudo o que essas pessoas querem: aceitação.

E agora chego ao clímax deste post. Na minha opinião, o desejo de aceitação faz com que estejamos abertos ao conhecimento, à verdade e ao verdadeiro amor. Quanto de você deseja ardentemente ser aceito? Ser aceito pela sociedade? Ser aceito por sua família? Ser aceito por seus colegas de trabalho? Ser aceito pelos seus amigos? Ser aceito por seu grupo, qualquer que ele seja?

Se não somos aceitos, ficamos excluídos. O ostracismo social parece ser muito pior do que uma vida ignorante para a esmagadora maioria dos seres humanos. E, assim, vivemos sob a ilusão de que, sendo aceitos em alguma ramificação da nossa vida, somos felizes e não precisamos de mais nada. Será? Você sabe o que você mais deseja para a sua vida?

Quero escrever mais, mas acho que isto é o suficiente. Eu mesma ainda ando a refletir sobre esse assunto... que me veio neste insight às 05h00 da manhã deste sábado. Em uma hora em que todos estão fazendo tudo, menos filosofar sobre a vida, é quando sinto minha mente clarear... como o belo céu azul que tem feito estes dias. Ah!...

Ame o próximo

Esta é a semana derradeira antes do meu aniversário. É aquela semana que todos os pensamentos correm, juntos com as energias que se renovam e se recriam. Meus sentidos andam mais do que nunca à flor da pele. Agora, me parece, que de verdade, eu cada vez mais deixo de ser aquela pessoa que sempre fui para me tornar naquela que realmente devo ser.

Brevemente, queria comentar sobre a raiva e o ódio. Lembro que minha amiga querida Gabitchs me disse que eu deveria escrever a respeito e, àquela época, não me achei pronta para falar qualquer coisa que fosse a respeito. Acho que hoje, agora, posso tentar.

Então, Gabitchs, sabe o que acho do ódio? Vou pensar nas pessoas próximas a mim que vociferam ódio aos quatro cantos. Pessoas comuns do nosso dia a dia. Eu me lembro da pessoa que fui um dia. E lembro com tristeza de como isso ficou grafado na memória das pessoas com quem convivi nesse período.

O ódio que vemos no nosso cotidiano nada mais do que aquilo que revelamos que há dentro de cada um de nós. Enquanto não aprendermos a transmutar esse sentimento tão próximo e tão oposto ao amor, não conseguiremos deixar de classificar as coisas. Não deixaremos de sentir ódio quando podíamos sentir mais amor. O amor puro que ainda não aprendemos a sentir de verdade e que parece tão utópico.

Essas pessoas próximas a mim sentem raiva e ódio por tudo! Pelos atendentes, pelas pessoas que andam na rua, pelas coisas mínimas, pelos acontecimentos mínimos, pela causas mínimas! Eu sei, como sei, porque eu já fui assim. É o nosso lado instintivo-animal mais fácil de ser. Somos reativos quando reclamos de tudo que passamos e que não gostamos de passar.

Essas pessoas próximas a mim, Gabitchs, sentem ódio por tudo que lhes acontece, porque na minha modesta opinião, é esse ódio preso dentro delas. Todos nós temos todos esses sentimentos e todos nós precisamos aprender a lidar com eles. Os caminhos são vários e as formas de demonstrá-los, idem.

Acredito, ainda, que as pessoas do ódio são as pessoas que mais sentem amor. Mas elas ainda não sabem disso. E eu sei que tudo isso pode parecer bem um blá-blá-blá de autoajuda, mas isso é tudo do mais sincero que posso dizer. O meu ódio interno ainda me atenta, como um velho hábito persistente, a fazer com que eu seja instintiva-reativa: mas tenho cada vez escolhido o caminho do meio -- aquele que acho que todos deveriam ao menos tentar seguir.

Entre tolos e espertos

Ultimamente, tenho tido a sensação de que NADA mesmo pode ser como antes. NADA. Nossas atitudes, nossas necessidades, nossos sorrisos, nosso contato com o outro ser humano, nossa relação com o planeta Terra, nossa relação com nosso próprio corpo, nossa relação com nossa própria alma.

Eu vejo alguns lampejos que sinalizam a necessidade de algo diferente. É um milissegundo num dia inteiro em que alguém diz "Não deveria ser assim", "Quero algo que está fora de mim...", "Vontade sair gritando e correndo, mas sem saber para onde...". Mas a pessoa é sempre engolida na rotina do dia a dia, na avalanche pessoal de dissabores. E aquela beleza daquele milissegundo se perde para sempre.

As pessoas passam a sua vida inteira nesses lampejos irrealizados. Podem ser tornar seres humanos amargos ou, simplesmente, seres humanos que confundem o excesso de alegria com felicidade. A felicidade não vem em excessos, porque ela simplesmente existe. Outros seres humanos simplesmente nem se preocupam com essas coisas, porque existem coisas mais importantes para se preocupar. Aí a felicidade é mesmo item de luxo.

Mesmo na impossibilidade de declarar algo mais concreto, eu vou seguindo, minimamente tentando ser menos medíocre, ignorante e egoísta. Dura tarefa...

Qual o preço?

Abro um enorme parênteses antes de começar a digitar qualquer coisa, porque peço perdão, licença e desculpas aos adoradores de Natal e de fim de ano (na verdade, eu nem deveria, mas acho mais justo...): mas me enoja (na falta de uma palavra melhor) essa força que invade a todos descomunalmente, sempre nessa época do ano.

Okay, posso ter acordado um pouco mais agressiva do que a minha melancolia leve de ontem. Eu deveria esperar de todos a revolução cultural que nem eu consigo fazer? Ou, de repente, eu deveria desejar uma epifania repentina que faria todos verem a vida como ela é? Pensando assim, eu contrario todo o conhecimento a que tive acesso até hoje.

Eu sempre apreciei ser uma observadora da vida. Para enxergar os detalhes que passam tão despercebidos por nós. Mesmo agora, alguns pares de anos depois, não consigo evitar não olhar a vida sendo desenhada na minha frente. E conviver tão de perto com certas pessoas me faz ainda mais pensar o que estou fazendo neste mundo.

Definitivamente, eu preciso aprender. Assim como aprendemos desde que nascemos e -- supostamente -- continuamos aprendemos, preciso continuar aprender a ter paciência. Não é mais um mantra, mas é uma necessidade vital.

Pois hoje em dia eu vejo claramente duas opções na vida de um ser humano: ter coragem ou sentir medo. Eu quase que vivo sempre no medo, estou lutando comigo mesma para me ensinar que o medo é a nossa reação instintiva a tudo aquilo que desconhecemos. Tá careca de saber disso? Coloque na prática e verá.

Pois em todas as vezes que vejo o supérfluo me abraçando com tanta veemência, eu vejo que o pior medo não é o de não ter coragem, mas é o de ser engolido pela maré, sem uma única chance de reação. Isso não é triste demais? Simplesmente ser um número qualquer, em qualquer situação? Simplesmente estar no meio de algo, apenas para não estar solitário? Existe pior solidão que esta?

Ainda estou desenvolvendo a minha paciência... tentando ter mais coragem que medo. Porque o preço que se paga por ficar estático, sem nada questionar, é muito maior e muito mais infinito do que tentar e errar. É o preço de se desintegrar, integrando-se à multidão, todos ungidos em uma única gosma e, ainda assim, você se sentir só.

O que você faria antes de morrer?

Isso parece tema e título de filme, mas não. Li esta reportagem no site do Terra e me emocionei muito. Veja aqui.

Não é assunto novo nem nada que alguém já não tenha feito antes. Mas, como tudo é sempre questão de momento, li e me emocionei agora. Pensei nas barreiras tão limítrofes entre vida e morte (que para mim, não existem) e pensei nas coisas que deixamos de fazer em troca de tantas e tantas escolhas.

Até os mais céticos devem convir que se a vida é o momento, devemos vivê-lo intensamente. Deixar as mágoas de lado, aceitar e perdoar. Três ordens primordiais na minha vida.

Hoje não estou muito inspirada... mas desejo a todos essa boa leitura e um ótimo começo de feriado!