O espaço entre o ser e o tornar-se
"Há um intervalo silencioso entre o que somos e o que ainda não fomos.
Um espaço que não é ausência, mas gestação.
Nele, tudo parece suspenso — como a respiração que antecede o primeiro som, como o escuro que guarda a semente.
É o território do devir, onde o antigo se desfaz e o novo ainda não se revela.
A mente tenta nomear, mas o nome se dissolve; o corpo quer avançar, mas o chão ainda se forma sob os pés.
Habitar esse vácuo é suportar o mistério da própria criação.
Não apressar o nascer, não fugir do morrer — apenas ser ponte.
Porque é no vazio, e só nele, que o ser aprende a florescer."
Um espaço que não é ausência, mas gestação.
Nele, tudo parece suspenso — como a respiração que antecede o primeiro som, como o escuro que guarda a semente.
É o território do devir, onde o antigo se desfaz e o novo ainda não se revela.
A mente tenta nomear, mas o nome se dissolve; o corpo quer avançar, mas o chão ainda se forma sob os pés.
Habitar esse vácuo é suportar o mistério da própria criação.
Não apressar o nascer, não fugir do morrer — apenas ser ponte.
Porque é no vazio, e só nele, que o ser aprende a florescer."
Hoje, dia 07 de outubro de 2025, terça-feira, um dia que sempre ficará guardado em minha memória como o dia em que tomei consciência — ainda maior — de algo que eu não sei nomear, mas que é o meu florescer, a flor do meu ser mais puro, aquela versão que poderia ter surgido e que eu não permiti nascer... e que, agora, encontra uma imensa possibilidade de não mais ser apenas uma semente não germinada, um projeto que nunca saiu do papel.
Eu me sinto como uma criança que está reaprendendo a andar. Reaprendendo a falar. Reaprendendo coisas em um corpo e em uma experiência de alguém que tem 48 anos. Eu nunca vivi isso antes mesmo sabendo que este momento chegaria. Talvez isso seja sinônimo de realmente renascer na mesma vida. Ou não. Eu não sei dizer. Eu não tenho palavras.
Agora há pouco, aproveitei a mudança brusca de temperatura e saí para caminhar num início de noite frio, 15ºC, ventos gélidos, garoa molhando os cabelos — do jeito que eu gosto. Eu me sentia diferente. É uma sensação inédita que eu nunca experimentei em minha vida. Olhei para o céu, deixei o vento bater no rosto. Caminhei e estendi a caminhada. Não senti ansiedade em meu coração. Senti algo que também não sei nomear.
Senti uma alegria diferente. Senti uma leveza diferente. Até a paz que senti era diferente.
Para a pessoa ansiosa que eu sempre fui, eu nunca seria capaz de antecipar algo assim. Porque isso não se prevê, não construímos a nossa vida buscando um resultado gerado por nossas expectativas. Ter o suposto controle nas mãos não significa que controlamos os resultados. A vida, em toda sua sábia complexidade, é muito além disso tudo.
E hoje quero apenas deixar este pequeno registro, esta fotografia emocional, que não cabe em palavras ou tentativas de descrições... apenas no sentir. Agradecer por estar neste aqui e agora, depois de tudo que vivi no último ano.
ps: imagem gerada pelo ChatGPT a partir de prompts meus.
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