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David Lynch - feliz aniversário!

"Sessenta e cinco anos atrás nascia David Lynch". Não existe maneira mais simples de começar um texto. "Sessenta e cinco anos e maior parte deles dedicada a Arte". É... talvez o Mestre gostasse de ler algo assim. Será?

Nunca mais haverá um cineasta que faça o que fez no cinema: mostrar o mais simples do simples do simples, a rotina, o ordinário, o comum e ir desconstruindo, descascando, desnudando até chegar a outra (simples) ideia de que, no fim, todos são iguais: iguais em sua bondade, iguais em sua maldade, iguais em sua perdição, iguais em sua ignorância. Somos todos e nenhum. 

Queria uma forma "honrosa" de homenageá-lo no meu simples blogue, mas isso é impossível. Ao invés disso, farei algo que talvez ele me dissesse, se fosse ler este texto: "Seja você mesma". Pois vamos então!

Já li e preciso reler o livro "Em águas profundas: criatividade e meditação". Dele, vou retirar um pequeno trecho que acho muito peculiar com o que estou vivendo e com o que acho que vale ser dito a qualquer um em qualquer momento da vida.
"A vida é cheia de abstrações e a intuição é a única maniera que temos de rastreá-las. Intuir é enxergar a solução, reconhecê-la por inteiro. Intuição é a emoção e o intelecto trabalhando juntos. [...] Pessoalmente, acho que a intuição pode ser aguçada e expandida através da meditação, mergulhando em Si Mesmo. Dentro de cada indivíduo existe um oceano de consciência, um oceano de soluções. E quando mergulhamos nesse oceano, nessa consciência, nós a despertamos. [...] Não se mergulha em busca de soluções específicas. Mergulha-se para despertar esse oceano de consciência." (p.47-8)
Não preciso mais dizer que David Lynch significa muito para mim: o modo como olho um filme, olho um roteiro, olho a luz e a fotografia. A meditação e tudo que podemos ser. Acho muito justo, aqui, postar uma foto que eu mesma tirei no dia em que ele esteve no Brasil para divulgar seu livro. Horas e horas na fila de espera com Poliana e Rafael Elias valeram a pena. Primeira fila para a gente, sábias palavras do mestre, filmes e fotos. Eles até conseguiram autógrafos! rs

Fico imaginando o que o próximo filme dele retratará. Inland Empire (do qual ainda não tive coragem de falar aqui, dada a sua simplicidade complexa) foi de difícil degustação, mesmo para os fãs mais ardorosos dele, como eu. Mulholland dr. já tinha sido. Bem, nas próprias palavras dele, que ele nunca cansa de dizer: não precisa entender um filme, ele pode ser o que você quiser que ele seja. Que assim seja! A este capricorniano (nos últimos graus de carpricórnio) com ascendente em escorpião e lua em virgem mais uma longa vida cheia de intuição, criatividade e filmes para pobres mortais, como eu. Feliz Aniversário!

A fonte da inspiração

A querida Alice do blogue Alice's Adventures in Lesboland me perguntou de onde vem a inspiração para eu escrever todos os dias, já que está em bloqueio criativo. Pensei em postar a resposta via twitter, mas achei inapropriado e resolvi criar um post próprio com o tema, por tocar um ponto muito específico em minha vida.

Algo parecido com isso ficou martelando na minha cabeça quando a não menos querida Gabi do blogue De profundis postou essa pequena homenagem para mim, descrevendo -- com a velha precisão sem adjetivos pomposos -- o que achava do meu blogue e o que achava do ato de blogar em si. Devo dizer que criei um blogue por causa dela, já que -- naquela época -- era o único blogue que lia diariamente.

Eu me lembro exatamente do dia em que criei meu blogue, das vezes que mudei seu layout até aprender a mexer, até achar o ponto certo, até achar meu próprio tom. Eu lembro que queria apenas uma coisa: exorcizar meus demônios e combater a minha solidão. Pois 2008 foi um ano de mudanças que não pararam de acontecer até agora. Em 2009 eu estava no auge da solidão diária. Resolvi escolher uma saída diferente e não me arrependo dela até hoje, pois este blogue que vos fala está para completar dois anos de idade!

Naquela época, confesso, tinha certa aversão por blogues e por esse lance de ficar falando da vida pessoal num diário aberto. Blogue não seria isso? Falar o que vir à cabeça (o que pode ser um monte de coisa boa ou um monte de merda) e ter pessoas que gostem de ler isso. Bem... pode ser para algumas pessoas, mas não para mim. Talvez, concorde em um único ponto, e esse mesmo ponto pode ser a resposta para a pergunta da inspiração da Alice: o que vem do coração só pode ser honesto.

Minha coluna no Parada Lésbica não deu certo porque eu tinha que escrever sobre futebol todas as vezes. Isso pode ser bom para quem é jornalista esportivo ou amante aficcionado, mas não para mim. Eu gosto mas nem tanto para escrever assim. E as pessoas começaram a exigir sobre outros temas, que demandariam pesquisa e que eu estivesse constantemente antenada no assunto. Não sou jornalista, não tenho vocação para isso! Portanto, eu não tinha saco pra escrever, não tinha ideias nem inspiração para imaginar o que poderia/deveria escrever. Ainda mais com um público ávido por um texto que seria dissecado e criticado depois.

Eu até pensei em escrever uma coluna sobre Astrologia para o PL... mas nem essa ideia deu certo. O estilo exigido era aquilo que vemos em alguns perfis do twitter (os horóscopos e astrólogos twitteiros). Não. Descobri que nem assim eu seria feliz, porque esse não é o meu perfil. Não sei escrever humor num assunto que considero tão sério e profundo como é a Astrologia para mim. Não consigo falar mal de signos (e olha que já fiz muito isso!) porque somos todos eles e somos nenhum deles. Infelizmente e de fato: não nasci para ser humorista.

Então, perceba, que todas as vezes que surge a necessidade da obrigação a coisa travava, ao menos para mim. O que flui neste blogue? Querida Alice, não sei, viu? Eu sei que escrevo sobre aquilo que mais gosto, do fundo da minha alma, sem máscara nenhuma. Aí eu estou diante de um mar infinito e mais do que infinito de possibilidades. Blogar, para mim, ainda tem algumas regras, como não ficar falando tantas amenidades diárias. Acho importante um propósito. Mesmo que o leitor nem saiba, um objetivo maior construído me parece mais digno de um blogue de verdade. E isso não transparece num post, mas num continuum de posts. Viajando? Pode ser... mas na minha cabeça isso é claro.

Acho que tendo essas coisas em mente e -- principalmente -- sem se sentir presa, Alice, é possível sim ter ideias diárias sem ser redundante ou pedante. Eu foco nessas coisas: manter meu estilo, sem copiar de ninguém. Estilo pessoal de texto me pareceu sempre crucial para chamar a atenção dos leitores. Ser leve e profunda. Escrever com o coração. E ser sempre você mesma, nunca se deixar influenciar pelo que os leitores querem ler, porque você fica escravo dos outros, não daquilo que você defende. Isso, claro, serve para mim.

E, se nada disso adiantar, sem essa de se jogar na praia ou morrer na pia (como uma amiga minha acabou de me dizer por msn). Tem algo que tenho feito e, confesso, tem me ajudado a expandir a mente criativa: meditação. O grande David Lynch diz isso em seu livro  Em águas profundas - criatividade e meditação. Pois é incrível o que a meditação faz com você quando é praticada diariamente...

Capítulo 3 - Twin Peaks

Hoje, domingo, finalmente eu e meu amor conseguimos terminar de assistir à série criada pelo Mestre David Lynch "Twin Peaks". Há alguns anos, quando saiu a edição definitiva e dourada (lindona!) com as duas temporadas, corri e comprei. Assistir já é outra história...

Sou devota do sr. David Lynch, meus leitores já sabem disso. Mas assistir a 29 episódios de 45 minutos cada demora... e conciliar que duas vontades, dois estares ao mesmo tempo em cada um dos episódios fez com que eu levasse uns dois anos para ver tudo.

Ok, isso já passou. Agora, as considerações. A série oscila... principalmente nos capítulos em que não é dirigido ou por Lynch ou por Mark Foster, isso fica nítido. No meio da segunda temporada, quando a coisa engatilha, volta a ficar meio enrolada. Acho essa mania péssima, principalmente para roteiristas que não vivem dentro da cabeça de Lynch. Ou que vivam para agradar patrocinadores ou seja lá quem for que não o seu próprio criador.

Tudo bem... tirando tudo isso, vale cada segundo ver Twin Peaks. Você vê sementes preciosas que serão trabalhadas em A Estrada Perdida, Cidade dos Sonhos e até culminar em Império dos Sonhos. Claro que minha obra preferida continuará sempre sendo Cidade dos Sonhos, que consideraria, pretensiosamente falando, um meio termo entre A Estrada Perdida e Império dos Sonhos.

O que mais gosto nos trabalhos de David Lynch é sempre mostrar que o que os olhos veem é apenas a superfície. Existe sempre mais e muito mais... em lábios vermelhos, em olhares lânguidos, em bucolismo, em luzes azuis e cortinas vermelhas, em xícaras de café... e em sonhos. Sempre os sonhos, o inconsciente, a intuição, os sinais. Grande David Lynch!

Os atores formaram um ótimo time, tirando alguns que por mais que se esforcem, não produzem carisma no espectador. Kyle Maclachlan é fantástico e -- não à toa -- foi até conisderado alter ego de Lynch (assim como Laura Dern é a musa dele).

Bom para saber, é preciso ver. Não sei se é fácil de achar, talvez seja fácil de baixar.  Agora estou vendo o "Twin Peaks - os últimos dias de Laura Palmer" e começarei a ler o livro "O diário secreto de Laura Palmer" -- ambos presentes da minha filha. Demais para pessoas comuns? Talvez. Mas nunca é o suficiente tentar adentrar um pouquinho o universo de David Lynch.

Lost Highway - David Lynch

Caros leitores, caras leitoras deste blogue... há muito tempo venho desejando ansiosamente falar sobre o meu cineasta favorito de todos os tempos: mr. David Lynch (a quem tive o prazer único de ver ao vivo, em sua passagem pelo Brasil, em 2008).

Eu fico pensando que seus filmes -- como tem de ser nas obras dos grandes artistas -- são atemporais. Eu tenho tudo que dele consegui ter. Faltava, há algum tempo, ter Lost Highway (ou a Estrada perdida, em português). Mas quem disse que esse dvd está à venda? Recorri ao mercado negro. E acabei de ver mais essa pérola.

Se diziam que Lost highway é um entremeio entre Blue Velvet e Mulholland dr... pode ser. Pitadas de Wild at Heart. O cume será sempre Inland Empire, que preciso rever em um dia muito específico. Se vc não tem ideia de nenhum desses filmes que tô falando aqui, vai googlear, vale a pena aprender com o mestre.

Lost Highway tem os elementos clássicos -- podemos assim dizer -- de David Lynch. Mas como o mestre diria, olhe o mais simples e entenderá o todo. O mais simples é uma história de amor e traição. Tão banal... mas dependendo do olhar a que é submetido, vira pérola, vira clássico.

Gosto das luzes -- ou da ausência delas. Gosto da postura dos personagens -- sempre tão blasés -- parece que mais nos observando, do que nós a eles. Gosto do cenário e do figuro -- os veludos, os sofás e o telefone. Abajures em posições específicas. Os carros. A cidade sempre tão aparentemente estática.

Não gosto do Bill Pullman. Ele tem uma capacidade de irritar sem abrir a boca. Mas me surpreendeu a sua atuação -- coisa que só os mestres também fazem. Outra coisa que David Lynch sempre faz: criar personagens que marcam visualmente. Neste filme, não é diferente...

Nota 10 -- eu, uma humilde fã de seu cinema, atribuo. E indico a quem quiser, mas preferencialmente, veja os filmes na ordem cronológica... você verá o trabalho do artista e mestre único que é David Lynch.

David Lynch - o lado REAL da alma

Pra mudar o tom sombrio e excessivo de filosofia que tomou este blogue (não que isso seja ruim, muito pelo contrário...), o Caixa Cultural do Rio de Janeiro está dedicando seu espaço para a mostra do cineasta mais incrível de todos os tempos: David Lynch. A mostra se chama David Lynch - O Lado Sombrio da Alma. Entra em cartaz a partir de hoje.

Todos os filmes, livros, fotos, material inédito... não dá nem para dizer que estou passando mal. Justamente EU -- a frequentadora do RJ, não irei para lá nos próximos dois findes. Grrrr.

Bem, quem puder aportar lá, veja o texto publicado no site do CCSP e no site da Caixa Cultural. E me contem como foi. Ainda hei de ver Lost Highway. No cinema.

PS: não sei se concordo com esse "lado sombrio da alma". Poucas pessoas entendem de verdade mr. Lynch. Ele nunca quis ser sombrio, apenas quis mostrar o que todos -- vivendo a máscara da hipocrisia -- escondem.

Meu amor por David Lynch

Eu tenho uma admiração por este cineasta que traspassa fronteiras. O que temos em comum? O gosto pelo não-convencional.

Mas, claro, ele é David Lynch, capricorniano maluco, cheio de curtas nada convencionais e longas menos convencionais em grau mais elevado.

Muitos dizem não entendê-lo. Outros apenas o classificam como insano. Enquanto outros riem desistindo de qualquer tentativa de tentar entender, eu apenas penso que ele não deixa de ser um cineasta como todos os outros. Tudo é ponto de vista e visão. A matéria bruta é sempre a mesma. Veja, por exemplo, em Mulholland dr., meu filme favorito: é uma história de amor. Ele mesmo tinha dito isso em entrevistas. O que pode parecer simplório, na verdade, é a primeira compreensão que devemos ter dele.

Agora, o modo como ele vai mostrar uma simples história de amor é que o torna David Lynch. E eu adoro o modo como ele brinca com o onírico, o esotérico, o fantástico e o inconsciente. Farpas que todo mundo costuma fugir. Não somos quase aqueles que gostam da superfície? Como ele mesmo diz em seu livro, você pode pegar peixes em qualquer profundidade, mas será apenas aqueles pescados nas águas mais profundas é que surpreenderão você.

Fora isso, Mr. Lynch é adepto da Meditação Transcendental, motivo que o fez visitar o Brasil no fim do ano passado. Fiquei um dia inteiro para assistir aos 40 minutos de um homem de cabelos grisalhos que tinha feito o meu filme número 1. Parecia surreal. Mas é exatamente nessa hora que você compreende que ele continua sendo apenas um homem como outro qualquer, que fez as escolhas que fez.

Quando fui assistir a Inland Empire na Mostra Internacional de 2007, repleta de expectativas de um filme que demorou a chegar no Brasil, não sabia mesmo o que esperar. Apenas sabia que ele tinha rompido com todas as regras do cinema, ao "destruir" o roteiro.  Peguei fila. Aguentei os falsos intelectuais lotando a sala. Sentei na minha sagrada primeira fila. Assisti com delírio as pessoas se levantando e saindo da sala após os primeiros 40 minutos de filme. David Lynch não é para todos.

E não digo isso com a alegria de ser elitista, muito pelo contrário. Digo isso, porque como sempre afirmo a quem me conhece: estamos em níveis, querendo ou não. Os que saíram da sala naquele dia queriam pegar peixes na superfície rasa. E David Lynch requer coragem para olhar bem mais além.

Dos clássicos de Lynch, nunca vi o Eraserhead e o Lost Highway. Que vergonha. Eu até tenho trilha sonora do Lost highway, mas nunca vi o filme. Bem, decidi que escreverei uns posts falando sobre alguns dos principais filmes de David Lynch.

Estes dias revi (pela vigésima vez, por aí) Mulholland dr. com a paixão da primeira vez. E cada vez que vejo este filme vejo a perfeição materializada. É um fillme perfeito, com timing perfeito, atores perfeitos, roteiro perfeito.

David Lynch em ação

Matéria da Folha de S.Paulo.
Estava com saudade do David Lynch. Com certeza absoluta, ele me inspirou e ainda me inspira muito. Lembro de ele ter dito sobre o formato digital como o futuro do cinema. Inland empire foi um exemplo disso. Agora, temos estes pequenos curtas.
Leiam a matéria mais abaixo, por Fernanda Ezabella.

***
De perto, ninguém é normal. Ou, numa variação cinematográfica do ditado popular: de perto, todo mundo tem um quê de personagem de filme de David Lynch. Para quem duvida, é só acompanhar os 121 curtas-metragens comissionados pelo diretor norte-americano de "Cidade dos Sonhos" e "A Estrada Perdida", que serão postados na internet, um a cada três dias, durante um ano, até junho de 2010.

O primeiro será liberado na próxima segunda-feira, inaugurando o Interview Project. Segundo o próprio Lynch, os curtas são documentários de três a cinco minutos, "retratando americanos comuns e, às vezes, bem incomuns, de todo o país".

A série de curtas foi realizada por um time de diretores, liderado pelo filho do cineasta, Austin, e por um misterioso Jason S. A equipe cruzou mais de 30 mil km da América profunda, durante 70 dias, para coletar dezenas de histórias.

"É um projeto pé na estrada, onde as pessoas foram sendo encontradas e entrevistadas", diz Lynch no vídeo de apresentação do site. "O time achou essas pessoas dirigindo pelas rodovias, indo a bares, em lugares diferentes. É tão fascinante ver e ouvir essas histórias. É uma chance de conhecer essas pessoas, é algo humano, que você não pode deixar passar."

"Como eu me descrevo?", pergunta uma mulher que teve sua história registrada e aparece no vídeo de apresentação. "Quais eram meus sonhos de criança?", diz outro entrevistado. "Meus planos para o futuro?", continua um terceiro.

Um aperitivo da série

Apesar de só começar na semana que vem, três vídeos já foram liberados, todos com introdução de David Lynch. Dois estão aqui. O terceiro pode ser visto aqui.

Em Bozeman (Montana), a equipe achou Jenny Brown, 17, cujo sonho era ser bailarina. Com sua voz infantil e corpo largo, ela conta que o pai a tratava mal quando criança e que a mãe tentava protegê-la. Imagens dela no sofá de casa são intercaladas com cenas de peixes num aquário e um cachorro branco de três pernas.

Anthony é o protagonista do segundo curta. Lynch diz que ele foi encontrado andando de bicicleta em Dumas (Arkansas). Sem os dentes da frente, ele faz seu monólogo sentado numa cadeira no quintal malcuidado de sua casa, porém enfeitado com um anão de jardim.

O terceiro vídeo, que Lynch divulgou no seu twitter, conta a vida do aposentado Sean Freebourn, 62, em Missoula (Montana), cidade natal do diretor.

"Tive câncer e precisei me aposentar", explica Freebourn. "Não fui a nenhum médico. Era uma noite de Ano Novo e eu desabei, fui parar no hospital, fiquei um mês por lá."

Uma câmera estática colhe o depoimento do homem de barba branca, sotaque pesado, ao lado de uma cerca capenga. Poderia muito bem ser um personagem de "A História Real", filme de Lynch que, como outros, se passa numa cidadezinha.