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Qual o preço?

Abro um enorme parênteses antes de começar a digitar qualquer coisa, porque peço perdão, licença e desculpas aos adoradores de Natal e de fim de ano (na verdade, eu nem deveria, mas acho mais justo...): mas me enoja (na falta de uma palavra melhor) essa força que invade a todos descomunalmente, sempre nessa época do ano.

Okay, posso ter acordado um pouco mais agressiva do que a minha melancolia leve de ontem. Eu deveria esperar de todos a revolução cultural que nem eu consigo fazer? Ou, de repente, eu deveria desejar uma epifania repentina que faria todos verem a vida como ela é? Pensando assim, eu contrario todo o conhecimento a que tive acesso até hoje.

Eu sempre apreciei ser uma observadora da vida. Para enxergar os detalhes que passam tão despercebidos por nós. Mesmo agora, alguns pares de anos depois, não consigo evitar não olhar a vida sendo desenhada na minha frente. E conviver tão de perto com certas pessoas me faz ainda mais pensar o que estou fazendo neste mundo.

Definitivamente, eu preciso aprender. Assim como aprendemos desde que nascemos e -- supostamente -- continuamos aprendemos, preciso continuar aprender a ter paciência. Não é mais um mantra, mas é uma necessidade vital.

Pois hoje em dia eu vejo claramente duas opções na vida de um ser humano: ter coragem ou sentir medo. Eu quase que vivo sempre no medo, estou lutando comigo mesma para me ensinar que o medo é a nossa reação instintiva a tudo aquilo que desconhecemos. Tá careca de saber disso? Coloque na prática e verá.

Pois em todas as vezes que vejo o supérfluo me abraçando com tanta veemência, eu vejo que o pior medo não é o de não ter coragem, mas é o de ser engolido pela maré, sem uma única chance de reação. Isso não é triste demais? Simplesmente ser um número qualquer, em qualquer situação? Simplesmente estar no meio de algo, apenas para não estar solitário? Existe pior solidão que esta?

Ainda estou desenvolvendo a minha paciência... tentando ter mais coragem que medo. Porque o preço que se paga por ficar estático, sem nada questionar, é muito maior e muito mais infinito do que tentar e errar. É o preço de se desintegrar, integrando-se à multidão, todos ungidos em uma única gosma e, ainda assim, você se sentir só.

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