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O que aprender nos apps de relacionamento?

Há algum tempo, tem um post sendo escrito em minha cabeça.

Mas a falta de ter alguém com quem conversar dignamente sobre o assunto me trouxe à tona a primeira e mais importante reflexão que eu já deveria ter feito desde agosto de 2023 quando iniciei minha corajosa empreitada de me cadastrar em aplicativos de relacionamento.

Quem eu sou?
O que eu quero?
O que eu espero?
O que acontecerá?
Que tipo de mulheres eu vou conhecer?

Então, percebo que fiz tudo errado. Tive de dar uma imensa volta, um 360 graus, para, ao voltar ao ponto de partida, finalmente entender porque parti.


Estava em busca de mim mesma.

Um aplicativo de relacionamento é uma poderosa ferramenta de autoconhecimento criada pelo homem com diversos objetivos. Todos eles válidos! Todos eles muito importantes.

Mas o que ninguém te diz nem te prepara é que ao buscar o outro, você deve se fazer a pergunta: o que eu busco no outro? Não apenas buscar o outro. O que o outro significa para mim? O que eu espero do outro?

Sem essa baboseira de não espero nada do outro. Se isso fosse realmente verdade, entrar em um app nem teria passado pela sua cabeça. Quem te diz isso, tá tão perdido quanto os milhões de pessoas cadastradas lá.

Os assuntos dos apps se relacionam à casa 7 astrológica, aos temas de Vênus e Libra. O espelho. O meu complemento. O meu inimigo declarado.

Toda vez que formos conhecer alguém, viveremos esses assuntos. A amizade não começa na casa 7, ela começa na casa 11, transita pela casa 5 e pode terminar na casa 7. 

A casa 7 tem seus deleites e seus desafios. E poucos sabem navegar sem se perder entre os cantos de sereias, as pedras escondidas sob o mar, a perfumaria da persona e as máscaras criadas no ascendente. A casa 7 é um habilidade que somente os que se dignam a mergulhar nela conseguem aprender a diferenciar o eu do outro, o reflexo no espelho, o espelho, o ego.

A maioria? Ela afunda mas não necessariamente se afoga. Pode sobreviver em uma colcha de ilusões retroalimentada pelo reflexo dos próprios sonhos. É difícil ser alguém com independência e autoestima quando falamos do foco na casa 7.

E, para mim, trata-se disso.

E eu acho que, finalmente, cansei.

Aprendi?

Nunca aprendemos tudo.

Mas aprendi o suficiente por ora.

Aprendi os labiritintos tortuosos pelo qual as almas doentes navegam nos apps de relacionamento em busca da cura de si mesmo através do outro.

QUE CORAGEM.

QUE LOUCURA.

Aprendi que os labiritintos dos apps são o local onde as pessoas mais estão sedentas por cura mas não fazem a menor ideia disso nem por onde começar.

Também aprendi que sou um imenso espelho — o verdadeiro retrato da casa 7 — para todas as mulheres que conheci lá sem exceção. Não sou melhor nem pior que ninguém, mas fui (como também já conhecia isso na minha vida fora da internet) e sempre serei um espelho que reflete uma imagem da mulher que estou conhecendo, seja pra qual propósito for, e cuja imagem essa mulher não quer ver, não gosta de ver e não suporta ver.

Acho que foi-se o tempo, para mim, de conhecer mulheres pela internet. Não estamos mais em 2010. Estamos em uma era apocalíptica. Esse foi outro imenso aprendizado para mim.

Há mais a dizer.

Mas ficarei por aqui. Era imprescindível deixar registrada esta reflexão nesta tarde abafada de outono aqui em SP.

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