07/06 — O aprendizado das águas
E, então, o dia 07 de junho de 2025 chegou.
Mais uma efeméride.
Confesso que desde o dia primeiro, eu fiquei extremamente reflexiva. Pensando, repassando, repensando, repassando tudo outra vez. Não à toa, esse tem sido o meu movimento desde dezembro do ano passado. PENSAR.
Nós somos constituídos não apenas de um corpo físico. Esse é apenas o invólucro. Possuímos um corpo emocional, um corpo mental, um corpo etérico, um corpo espiritual, um corpo material... todos eles atuam em sincronia (assim deveriam). Se um não é devidamente cuidado, todos os outros o socorrem. Se a negligência for longa, todos começam a sofrer juntos. E o corpo físico, por ser matéria, é o primeiro a demonstrar os sinais de que algo não está bem.
Mas este não é um post sobre o estudo da constituição dos corpos em planeta Terra. É um post sobre uma efeméride, o dia 07 de junho. Ainda junho, ainda fresco, ainda novo. O nosso segundo encontro e o primeiro como namoradas. Mas eu voltarei a isso mais adiante.
Quando nos conhecemos, aconteceu um encontro das águas. Lembro de citar a música do Jorge Vercilo, inclusive (que nem gosto muito, mas é bem significativa). A água é símbolo das emoções — das tranquilas até as mais profundas. A água é o grande elemento catalisador de limpezas sutis. A água é o elemento essencial que nos permite nascer e que nos permite sobreviver, afinal, podemos viver sem comer mas nunca sem beber água. A água se apresenta em diversos estados físicos: líquido, sólido, gasoso.
Na Astrologia, três signos representam o elemento água: Câncer, Escorpião e Peixes. Dependendo de onde eles se manifestam em seu mapa, você sentirá seu poder com maior força. Na ausência, você precisará continuamente buscar esse contato. No excesso, o equilíbrio será a chave. Aliás, a palavra condutora sempre é equilíbrio.
Tanto eu como você temos a água marcadamente forte em nossos mapas natais. E, quando fizemos a nossa sinastria, lá estava o Sol tomando conta da casa 12. Eu nunca soube entender, mesmo sendo astróloga, o que era aquilo em uma sinastria. De fato, eu precisei viver para entender.
Você me ensinou o caminho das águas no mapa astrológico, algo tão óbvio mas que eu nunca tinha prestado atenção. Do aprendizado na casa 4, regida por Câncer, à transformação regenerativa e total dos desafiadores aprendizados da casa 8, regida por Escorpião, até chegar o inconsciente das emoções, presente na casa 12, regida por Peixes. Desse modo, qualquer situação que tenha um forte impacto emocional (que pode ser positivo ou negativo) passa necessariamente por esse caminho até que saibamos incorporar seus ensinamentos, afinal, tudo que vivenciamos é com o propósito de ensinamento.
O primeiro passo, Câncer, nos ensina ao acolhimento — de si mesmo. Escorpião, o segundo passo, nos ensina que há coisas que precisam ser transformadas por completo para que nunca mais as vejamos da mesma forma. E Peixes, nesse caso, regido por Netuno e tomando conta do último passo, na última etapa da roda astrológica, cuida do nosso inconsciente, do que não é visto ou sentido com clareza. E é pra lá que jogamos (inadvertidamente) o que não purificamos na casa 4 e na casa 8.
Falei tudo isso porque esse foi um pensamento contínuo que permeou a minha existência. Para que eu conseguisse tentar dar alguma coerência ao ghosting. É uma tentativa simples, porém, associadas a todas as outras ferramentas que utilizei e ainda utilizo para a minha reconstrução pessoal. Afinal, o estudo do mapa de sinastria (mapa combinado de duas pessoas), fala muito mas é preciso ter coragem para ler e admitir. Algo que eu não fiz.
Em um mapa de sinastria, ter um Sol na casa 12 (independentemente do signo de for), traz uma simbologia clara: tudo que foi escanteado pro inconsciente será trazido à luz. Sol é luz, nossa maior fonte de vida em planeta Terra. Não fazemos ideia de todas as energias que recebemos do Sol, a cada 8 minutos e 20 segundos, que é o tempo que a energia leva para chegar até nós. Com essa poderosa força na casa 12, era óbvio que não daria para ter ideia do que seria iluminado, tanto para você quanto para mim.
Mas o mês de junho nos mostrou isso. Ah... mostrou.
Mergulhar nas profundezas desconhecidas da casa 12 é tarefa para raríssimas pessoas porém todos nós, em algum momento de nossas vidas, teremos de fazer. Se tornamos isso um hábito, o próximo mergulho sempre será mais tranquilo. Mas se nunca fizemos isso, o risco é se perder... e nunca mais voltar.
No entanto, como disse no começo deste post, eu e você temos muita água em nosso mapa. Não é o elemento predominante mas ele é marcadamente forte. Mas engana-se quem pensa que basta ser canceriana (como eu) para saber navegar nas águas e aprender o que elas têm a nos oferecer.
O aprendizado das águas envolve uma força indestrutível com a delicadeza de um fio de água que escorre por entre as rochas. A sabedoria de ver com os olhos através dos sentimentos e da intuição porque a neblina é tão densa que não importa soprar ou acender um fogo ou mesmo rastejar pela terra. É preciso conectar com o mais sutil dentro de você.
O aprendizado das águas é saber amar a si mesmo ainda que você tenha cometido os erros mais atrozes, sem culpa ou sem julgamento, sem orgulho ou sem vaidade. Apenas aceitar. Amar com a pureza mais sincera de alguém que já viveu de tudo, passou por tudo, sofreu e chorou tudo, mas nunca deixou de acreditar e confiar ainda que não saiba o motivo. Pois o amor é a expressão maior que une a todos nós, porque, somos todos iguais. O aprendizado das águas é amar o outro apenas depois de aprender a amar a si mesmo como descrevi.
Jesus disse "ame o próximo como a si mesmo". Mas há um pequeno e crucial detalhe aqui: se você não tem plena consciência do amar a si mesmo, como poderá amar o outro?
O aprendizado das águas é sobre o amor.Mas para aprender a amar, é preciso limpar o porão inconsciente da casa 12. Todos nós. Cada um de nós. Eu. Você.
Eu nunca tinha tido um relacionamento qualquer (amizades, amores) baseados na casa 12. E provavelmente não terei mais. A gente sempre fala que nenhum relacionamento é igual a outro, porque não é mesmo, as pessoas não são iguais. Mas você foi excepcional. Sempre será. Em seus erros e em seus acertos.
E o dia 07 de junho, que marcou o primeiro dia do curto período de encantamento que viveríamos, eu nunca esquecerei tudo que eu senti ao me conectar com você. Nunca.
Enquanto isso, cá sigo, cuidando de mim, como tanto me orienta o tarô e todas as cartas regidas por rainhas e figuras femininas. É tempo de ressignificar. Tempo de curar. Tempo de seguir em frente.
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