A TORRE — e o significado de ser espiritualista

Não tem muito tempo que acordei.

E acordei resoluta em escrever o post que vem ruminando — literalmente — dentro de mim há muitos meses. No entanto, enquanto minha ansiedade ainda precisa ser controlada para muitas coisas, para outras, eu já aprendi a esperar o tempo de maturação (ou, não, nunca confie no seu ego) para colher frutos mais valiosos e... mais sábios.

Ontem, antes de dormir, fiz uma autotiragem com o meu novo deck que ganhei de presente. E, coincidência ou não, ele tem me mostrado uma leitura contundente e direta — tal qual gosto como na comunicação com as pessoas. Com a sinceridade absoluta, vem um preço: estar preparado para o que você vai ouvir (ou ler, no meu caso).

Mas este não será um post sobre tarô, sobre comunicação. Será um post sobre mim mesma e como venho aprendendo a lidar com o término de um relacionamento no qual levei um ghosting. Sim. Serei direta da mesma forma que o tarô foi comigo.

Muitos posts meus vêm sondando esse tema de forma ainda imatura porque eu mesma ainda não estava pronta para ver. E acho que o próprio oráculo compreendeu que agora chegou o momento em que estou preparada. Na verdade, o tempo todo estamos. Porém, em muitas vezes, estar preparado não quer dizer estar pronto. E estar pronto nem sempre quer dizer estar apto. E quando estar apto quer dizer algo?

O budismo fala muito do apego, como ela é uma manifestação do ego. A Halu chamaria o ego de eu inferior. Aquela parte nossa que tem ampla dificuldade de aprendere cuja origem pode estar no medo e em muitos outros sentimentos complexos que, quando emaranhados, tornam-se algo muito, mas muito difícil de compreender — e resolver.

Aí entra o ser "espiritualista" que é mergulho profundo no autoconhecimento. Mas não dessa forma como o mercado resolveu vender como solução prática num estalar de dedos. Autoconhecer-se é eterno. Começa no momento que nascemos até o nosso último suspiro em planeta Terra. É um ato contínuo. 

Autoconhecer-se pode ter ênfases de pessoa para pessoa, mas, em suma, é o mesmo para todos sem exceção: encarar aquilo que você mais quer esconder. Encarar. Acolher. Transformar. Crescer. Aprender. Compreender. Compartilhar. Passar pelos testes. E recomeçar o ciclo. Você saberá que ele foi dissolvido quando nem pensar mais nesse assunto e conseguir falar sobre ele com amor. Mas, orai e vigiai. O ego é muito esperto.

O arcano maior A TORRE INVERTIDA pode ser a carta que resume o meu estado emocional neste momento, quase seis meses após o que vivi. Um processo de reestruturação. De criação de bases novas para o que novo possa florescer. Mas eu tive de viver a compreensão de muitos outros sentimentos para chegar à Torre, ela não veio pronta.

E ser espiritualista, nesse caso, é caso uma situação em que você pode ser enganado pelo seu ego. Um teste? Um teste. A importância de saber aplicar o que se aprendeu. Porque ser espiritualista não é ser perfeito, muito pelo contrário, é saber identificar o erro e saber o que fazer com ele, como fazer e aprender para o que o erro não se repita mais. Porém, se repetir, saber se autoacolher, sem culpa ou remorso, mas muita responsabilidade espiritual, emocional e material. Não creia nisso como um processo fácil. A maioria de nós não sai do priimeiro passo — que é acreditar na perfeição das coisas.

Neste momento, meu coração ainda é um lugar devastado. Mas a tiragem que fiz ontem me deu um indicativo de que estou no caminho certo. Uma resposta acolhedora quando eu ainda não consegui superar o ato de ficar sem resposta. Quase irônico. Mas, não. É um ato de piedade.

Espero, em breve, conseguir escrever meu próximo post com meu aprendizado cada vez mais concretizado. Porque eu tentei mas, neste caso não será mais possível: o que tenho de aprender aqui precisará de muito tempo.

Caso alguém se interesse por aprofundar mais, este site tem um excelente texto sobre A TORRE. Além, é claro, do TarotMerchant, que além de explicar didaticamente sobre os arcanos ainda vende materiais lindos. Leia o texto da Torre.