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Retrospectiva Crisão - parte final

Penso que o melhor ao final de um ano não são as coisas que deixamos de fazer que acabam gerando autoculpa desnecessária e um gasto de energia que poderia ser focado para coisas mais engrandecedoras.

Quantas vezes fazemos um balancete do que éramos e do que somos? Pode haver muita proximidade, no entanto na minha cabeça, retumba uma pergunta: pra quê estamos vivos? Qual o sentido de estar vivo? Vivendo uma vida que nem sempre é aquela que a gente queria ter, suportando coisas que poderiam deixar de existir, ansiando a tranquilidade de uma outra vida?

Pois creio que é isso que falta em nós, mais coesão dos eus internos e menos capitalismo. Precisamos pensar no que bem que nos fazemos não comprando zilhões de coisas, mas no conhecimento que adquirimos. Claro, se isso estiver de alguma forma atrelado a um certo consumismo, ok. Mas não apenas isso.

Muita gente reclama -- e a maioria de nós apenas vive disso. Evita o movimento contrário de uma vida cheia de reclamações, para começar a agradecer.

Neste ano de 2009 eu pude ter a nítida experiência de que o nosso foco está errado. Reclamamos demais e esquecemos de agradecer. A vida às vezes é uma bosta gigante? É. Mas isso não nos dá direito de reclamar e esquecer de todo o resto. O universo é o nosso próprio umbigo apenas?

Este ano tive contato com pessoas específicas que me mostraram agindo da forma que mais odeio (e olha que irônico) que eu preciso caminhar no sentido contrário, ou seja, no lugar de me agrupar -- expandir. No lugar de reclamar -- agradecer. No lugar de julgar -- me pôr no lugar.

Creio que andei muitos passos, dentre os inúmeros que ainda preciso dar. Mas quero a caminhada constante, progressiva, rumo a tudo aquilo que sempre acreditei no fundo da minha alma. É apenas para isso que vale viver. O resto é circunstancial, muito perigosos, que pode nos tirar do nosso verdadeiro propósito.

Se estas palavras soarem como as de um pregador, não se engane: tenho certeza de que em algum lugar aí dentro de vc, há semelhanças com o que digo.


***
E esta caminhada não teria sentido nenhum se ao meu lado não tivesse a amiga, companheira e mulher essencial em minha vida: Jana. Obrigada por tudo, pois vc foi o amálgama que uniu e deu sentido aos 365 dias deste 2009.

Retrospectiva Crisão - parte 2

Sempre fui agraciada com fatos incríveis em minha vida, sortes inimaginadas e insights maravilhosos. E, neste ano, não foi diferente. Vou citar, sem ordem específica, os fatos mais marcantes da minha vida em 2009.

- Zélia Duncan:
eu e minha irmã fomos pegar um autógrafo e tirar uma foto com a simpatia da Zélia Duncan, no lançamento do cd dela, na Livraria Cultura, em SP. Uma alma elevada.

- Isabella Taviani:
nem tenho palavras para descrever meu amor e minha adoração por essa artista, que supera todas e quaisquer expectativas de qualquer fã. Do reality show, ao blogue, ao twitter e ao show no Circo Voador... ela foi e sempre será presença marcante na minha vida!

- Meu níver no Farol Madalena:
foi um momento importante, porque eu "oficialmente" me assumi para todo mundo, aos 32 anos! Antes tarde do que nunca. Esteja comigo quem quiser estar. E as pessoas que lá estiveram presentes compartilharam um momento único em minha vida. E quem não pôde e se manifestou assim mesmo, idem.

- participação no curso "Vivência com as Mães Espirituais":
o primeiro clique de muitos, que virão em 2010.

- filme 2012:
mesmo a breguice do exagero sentimental, graças ao filme, tive acesso à mais informações importantes, que há muito tempo buscava.

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Minha esperança e meu maior desejo para 2010 é uma abertura ainda maior da consciência de todos os seres humanos. Nosso tempo para erros está se esgotando. O planeta Terra está dando seus sinais de esgotamento. A nossa violência e agressividade estão nos enterrando, pouco a pouco.

Eu não sei o que será de nós, mas sei que cabe apenas a nós mesmos efetuar pequenas mudanças, na nossa postura, no nosso cotidiano, no nosso relacionamento com todas as pessoas ao nosso redor. É fácil??? Não é, não é mesmo. Mas é nossa obrigação.

Retrospectiva Crisão - parte 1

Queridos leitores deste blogue:

fiquei ausente, eu sei. Mas precisava. Precisava de um tempo do excesso de internet que tinha invadido a minha vida. Você não se sente assim? Tão ignorantemente dependente de uma conexão de alta velocidade; do alguém do outro lado da tela; de uma notícia em tempo real?

Eu adoro a internet, pois foi através dela que conheci um mundo novo e um mundo de gente. Mas, chega uma hora -- quase como acontece num relacionamento -- em que precisamos de um tempo.

Bem, não escreverei muito mais até o fim deste ano. Mas farei uma pequena retrospectiva, divida em duas partes. Aqui está a primeira.


Parte 1: agradecendo às pessoas participativas da minha vida este ano

A eterna tríade: Denise-Poliana-Sharlene -- mais um ano com a presença de vcs em minha vida. Denise: indo para nove anos. Poliana: indo para cinco anos. Sharlene: também indo para cinco anos. No ano que vem, quero vê-las ainda mais!

Larissa e Nilce: bem-vindas de volta, obrigada por me aceitarem, mesmo depois de tudo que vivemos juntas. Nunca existirá uma equipe tão boa como aquela que formamos um dia.

Juliana Simionato, Renata Cachinhos, Carol Ser do Mal e Gabitchs: cada uma à sua maneira continuou honrando o famigerado queijo neopagão. Adoro tê-las em minha vida.

Raquel Siqueira, Renata Assunção, Regiane Miyashiro, Priscila Pereira Mota: distantes, mas presentes.

Aline Naomi: vc, com todo o seu jeito peculiar de ser, é uma garotinha imprescindível.


Parte 2: agradecendo às pessoas novas que conheci este ano

Aaaah graças a Deus foram muitas.

Meninas que conheci pelo blogue, blogueiras como eu: Letícia Zveiter, Carol Pires, Fabiana Bastian, Flor de Azeviche, Anna Carol.

Meninas que conheci pelo twitter e que compartilham da mesma paixão pela Isabella Taviani: Cris Barufi, Michelle Lange e Dayana Monfardini.

Galerinha do meu trampo, em especial às meninas: Lilian Aquino e Lívia Barros.


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A presença de cada uma de vcs foi importante na minha vida. Espero, de coração, para o ano de 2010, muita transmutação, energia, coragem e autoconsciência. Espero podermos estar mais e mais juntas, não importa a distância física.

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Para vcs, uma música inspiradora, que me ocorreu agora: Ultraviolet (light my way).

Music on!

A Isabella Taviani me faz cia no mp3 player, mesmo, não tem jeito.

Pra homenagear meu último dia antes das férias (UHU), duas músicas dela que amo demais. E que berro demais nos shows (quando dá para berrar, claro):

"Se vc realmente me ama// deixa o sol nascer para sempre nos meus braços// não adianta ficar com ela// querendo a mim// vc vai se arrepender// quando eu não estiver aqui."


"quando eu lhe dei meu melhor vinho, você cuspiu// quando eu lhe dei meu melhor sorriso você fingiu que não viu// Mas agora vá viver// nesse poço escuro de uma dor sem fundo// porque eu não tenho tempo de errar todos os erros do mundo"


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music off: não suporto mais ouvir Dejavú com uma música que não sei o nome que repete o mesmo refrão por mais de 5 minutos de música! SE MATA!!! Onde quer que eu vá tem um neguinho ouvindo no celular, no supermercado, no bar, na padaria, na rua...  aargh!

Leve desespero

Dois dias para as minhas férias.

Eu bem que tentei achar a versão rock original, mas preguiça de pesquisar. Vai a acústica mesmo... Clique aqui.

Clima estranho

Nem parece vésperas de Natal, a cidade não anda enfeitada, anda é desenfeitada, com sujeira, decorações natalinas ridículas e falta de educação recorde das pessoas.

Será que o clima de ilusão do bom velhinho e as luzes de amor e de esperança de Cristo não mais iluminam nem o lado capitalista das pessoas? Isso é grave.

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Fato é que em 25 de dezembro quero estar longe da poluição visual e apenas curtir o Rio com a minha querida Jana. Para ela, se faltam palavras, apenas sobra o que sinto. Para você, se há muito deixei de escrever poesia, hoje eu as vivo.

Respostas para todas as suas perguntas

Eu nunca fui uma criança questionadora, mas sempre fiz minhas perguntas, que eram guardadas para mim mesma. Quando me sentia à vontade com alguém, falava algo, com medo da reprimenda, com medo do ridículo. Com o tempo, achei que minhas perguntas eram estranhas e sempre as guardava para mim, porque o medo de levar um fora era maior do que a tentativa. Parei de tentar.

Acho que a minha pergunta -- e a da grande maioria de todos nós seres humanos -- é: qual o sentido da vida? Escrevi mais de 500 poemas pensando nesse tema que sempre me incomodou. E, de alguma forma, sempre corri atrás do assunto, à minha maneira, com pesquisas unicamente minhas, para tentar entender.

Lembro que o cerne de minhas conversas com minha filha Poliana era sobre o sentido da vida e ela sempre dizia que a gente insistia em racionalizar, tentando encontrar sentido para tudo. Nunca me satisfiz muito com essa resposta. E nunca me cansei de continuar buscando ela.

Nunca mais tive essas conversas tão estimulantes como quando tinha com ela... era um exercício saudável de filosofia, porque somos ambas pensadoras livres, sem preconceitos, sem academicismos. Ninguém quer defender o ponto de vista de ninguém, apenas queremos pensar, construir um pensamento e ver alguma lógica nele.

Há mais de um ano, desde que saí de meu último emprego, voltei ao exercício da solidão. Sempre defendo que prefiro ficar sozinha a estar mal-acompanhada, inspirada naquele velho ditado popular. E minhas perguntas pareciam vir com mais força do que antes, talvez enfatizadas pela minha crise dos 30.

Finalmente, devo dizer, acho que tenho todas as perguntas respondidas. Como consegui? Elas simplesmente caíram diante de mim, eu apenas tive a intuição de capturá-las.

Nós vivemos muito racionalmente demais. A partir do momento em que começarmos a sentir a nossa intuição nos guiar, tudo se acalma. Foi algo assim. As respostas ainda são chocantes, mas também não são nada do que eu já não sabia. Era uma questão de aceitar. Acho que agora aceito.

Atividade paranormal

Fui ver o famigerado filme. EU -- QUE ADORO FILME DE TERROR -- confesso que fui com muitas expectativas. Péeeeim. Sinal vermelho. Odeio ler sinopses antes e odeio criar expectativas. Raríssimas vezes, elas se concretizam. Melhor ir sem saber de nada que vai acontecer.

Mas, fui. Sexta-feira, paguei R$19 absurdos reais por uma inteira no Center 3. No fim do filme, queria evitar o pensamento que teria comprado 3 dvds usados no sebo...

Atividade Paranormal dá medo? Dá. É muito verossímil? Sim. Pergunta: me deu medo? Durante, alguns sustos. Depois? Nada.

Insisto em dizer que meu filme de terror recente favorito é O grito. O primeiro da série. E alguns outros, como Almas reencarnadas, Visões e Visões 2 -- esses três são incríveis porque vc não se assusta com barulho da caixa de som estourando no seu ouvido. Eles te assustam porque as coisas simplesmente surgem e aparecem. Como é. Nada do espalhafatoso barulho de caixas Dolby Surround (mas nada contra elas).

Almas reencarnadas foi dirigido pelo competentíssimo Takashi Shimizu. E Visões 1 e 2, pelos Pang Brothers. Que time!

Bem, justifico apenas que não senti medo de Atividade paranormal porque embora ele tenha o realismo de Bruxa de Blair (este sim, dá medo!) O exorcista, na minha opinião, é mais real. Eu acredito nessas coisas que acontecem no filme, mas isso... é pouco.

O amor entre outras coisas

Este post inicial será apenas uma explanação breve de uma experiência incrível que tive neste finde: o amor. Pois estamos longe de compreender o real sentido do amor. Isso não quer dizer que não sejamos capazes de compreendê-lo um dia... mas precisamos caminhar muito ainda.

***

Fui para São Roque e almocei e me hospedei no Stefano, Hotel e Restaurante. Que maravilha!!! Eu e a Jana desfrutamos de um ambiente montanhoso, encravado no km 55.9 da rodovia Raposo Tavares. Me lembrou demais quando estive em Monte Verde. E eu tenho mais do que certeza absoluta de que amo campo e montanhas e todo o frio e ar puro inerentes.

O que impressiona também é a recepção calorosa da família italiana. Nada do robotizado sistema de Formules 1, Ibis e afins -- nada contra --, mas a simplicidade é tocante. Na mesa do café da manhã, toalhas de vó cobrem as mesas, muitos vasinhos de flores enfeitam o local. Uma casal de gatinhos fofos ficam circulando, sem medo dos poucos hóspedes. E eles ainda vendem licores, geleias, molhos e sardela caseiros. Comprei um vidro de sardela e ainda não experimentei. Amo!

Fomos jantar e experimentamos uma salada Stefano e uma lasanha de alcachofra. Nem preciso dizer que a salada tinha tomate seco caseiro (doce/ácido num equilíbrio perfeito!) e a lasanha, com muita, muita, muita alcachofra tinha uma massa divina que derretia na boca! Outro equilíbrio perfeito entre alcachofra, massa, molho branco e queijo -- sem pesar, sem estar gordurosa, sem sentir amido de milho, sem estar salgada demais.

Esse jantar divino (a salada e a lasanha serviram duas pessoas e serviriam três!) mais o suco que bebi mais a taça de vinho saíram por R$75. Nem dava para acreditar.

Nem preciso dizer que o local é altamente recomendado, para quem quer fugir do caos de SP e sentir um pouco de paz. Eu adorei.

Sem hipocrisia

Eu comprei (algo raro) e li o livro. E tô curiosíssima para o filme. Veja matéria da Folha aqui.

We weren't born to follow



Ou o vídeo oficial aqui.

Eu adoro esta música. Traduz muito do meu espírito agora. Coisas que apenas meu querido Bon Jovi consegue.

E o povo fala... o povo fala mesmo!

Muito interessante.

Sempre fui criticada por ser a quietinha, por não falar o que penso, ou por ser a que "come quieta".

Depois, fui criticada porque era estourada, autoritária, radical, cruel.

Tentei achar um meio-termo entre as pontes tão distantes. Ô difícil ano de 2007 que foi aquele...

Voltei a ser quieta, mas sem perder o pensamento ácido. O turbilhão fervilhante dentro de mim, nunca se aquietou, apenas não se manifestou. Quem me conhece, sabe que não funciono dessa maneira. 

Sempre respeitei o pensamento alheio, mesmo daqueles que cospem palavras como um nojento que catarra dentro da estação de metrô. Sim, isso existe.


Sempre respeitei a total falta de noção de pessoas que me agrediram porque eu era "x" ou "y". Porque eu tenho o cabelo curto ou porque tenho uma namorada que mora no RJ.

Sempre respeitei a imposição religiosa que me fizeram, mesmo eu odiando lavagem cerebral de quem quer que seja, não importa a hora do dia, ou a ocasião.

Por isso, digo e repito: "I know who I am, I know where I fit in, I feel comfortable in my own skin." As pessoas precisam de rótulos, as pessoas precisam rotular umas às outras. É um negócio nojento e doentio. Eu faço isso, mas sempre evitando ao máximo humilhar e tolher alguém.

E digo de novo: esteja comigo, quem quiser estar.

Isabella Taviani, Ana Carolina e Luiza Possi

Num show? Não. Nesta foto inusitada que achei no blogue do fã-clube Cantinho da Ana.

A julgar pelo cabelo da Isabella Taviani... chuto que essa foto deve estar 2005 e 2006.


Diversos

Saldo da semana: sono. Nunca senti tanto cansaço e sono como antes! (quer dizer, devo ter sentido, mas agora é o que vale!)

Tenho precisado de umas 7 horas de sono. Não posso sair mais de duas vezes durante a semana (ou seja, segunda a quinta, porque sexta pode ser). Meus desejos de mudança andam mais intensos do que nunca e hoje eu preciso falar de duas coisas que constatei no povão da perifa (ou das pessoas humildes, pobres etc.):

1-) pobre fala rápido. Rápido demais! Escute uma conversa, dá aflição, parece que eles não respiram! Será carência? É um medo terrível de perder o turno para o outro falar. Total sem-noção, porque ODEIO gente que só fala e não sabe ouvir.

Perto da minha cabeça tem uma congregação da Deus é amor. Invariavelmente, sou obrigada a passar e ouvir o "pastor" pregando. Senhorpaiajudeseusfilhosaficarsemprenocaminhopaialeluiaatentaçãododiabopaiseusfilhospai.

É assim que eu vejo. E reparei que pobre fala igualzinho. Além de berrar, claro. Mania de conversar aos berros e sem respirar. Horror.

2-) a outra coisa é que pobre tem bafo. Não vi pobre sem mau hálito até hoje. E... e... e... eles têm um mau hálito específico. Todos têm o bafo igual. Uma mistura de merda com fruta podre. Ômeubomdeuspaimedaiforçaspaiporquenãoéfácilnão.

Conselho de hoje - Buscando Sentidos

O arcano XXI, chamado “O Mundo”, emerge como arcano conselheiro do Tarot neste momento específico, Crisão. Peguemos o sentido da palavra: “mundo” é uma palavra latina que significa, literalmente, “limpo”. A idéia central de sugestão para este seu momento envolve o conceito de purificação da alma. Existem questões mal resolvidas ou relacionamentos mal concluídos que você precisa “limpar”? Que tal tentar ver as coisas que já lhe aconteceram a partir de um ponto de vista mais amplo, mais espiritual? Nesta específica fase da sua vida, você possui a amplitude de perspectiva suficiente para criar novas morais para as suas histórias. Faça isso e estimule os outros a verem as coisas sob um viés mais amplo. Neste momento, é como se você estivesse no alto de uma montanha, vendo tudo do alto. Isso dá ao mesmo tempo uma sensação de conforto e de inteligência. Use isto a seu favor e daqueles que lhe rodeiam, Crisão.

Conselho: Agir de forma inteira, limpa, íntegra.

Três coisas desta quinta

1-) Ontem encontrei com a Aline para assinar um contrato pendente de revisão... e presenciei a cena mais inusitada da minha vida: um salto de uns 20 cm do chão e a garota abrindo os bracinhos e as perninhas, como uma estrela do mar! Tudo isso pela alegria de estar de férias! Que criança alegre e espontânea...

2-) A manhã de hoje, fria de uns 20ºC estava deliciosa para observar o céu claro, depois de dias e dias de tempo nublado. A manhã nascendo, aquela sensação de que tudo pode melhorar... Foi lindo o ocaso.

3-) Saudades da minha querida Jana... muitas saudades!

David Lynch - o lado REAL da alma

Pra mudar o tom sombrio e excessivo de filosofia que tomou este blogue (não que isso seja ruim, muito pelo contrário...), o Caixa Cultural do Rio de Janeiro está dedicando seu espaço para a mostra do cineasta mais incrível de todos os tempos: David Lynch. A mostra se chama David Lynch - O Lado Sombrio da Alma. Entra em cartaz a partir de hoje.

Todos os filmes, livros, fotos, material inédito... não dá nem para dizer que estou passando mal. Justamente EU -- a frequentadora do RJ, não irei para lá nos próximos dois findes. Grrrr.

Bem, quem puder aportar lá, veja o texto publicado no site do CCSP e no site da Caixa Cultural. E me contem como foi. Ainda hei de ver Lost Highway. No cinema.

PS: não sei se concordo com esse "lado sombrio da alma". Poucas pessoas entendem de verdade mr. Lynch. Ele nunca quis ser sombrio, apenas quis mostrar o que todos -- vivendo a máscara da hipocrisia -- escondem.

E assim caminha a humanidade…

Impossível parar de pensar nesse assunto, é necessário um adendo. Se textos longos cansam, idem para posts longos, então achei melhor quebrar em dois em vez de escrever um extenso (e olha que o anterior foi grandão).

Alguns podem estar pensando: estarei sendo radical? E os grandes grupos que transformaram a história da humanidade, tornando-nos quem somos hoje em dia? Eu sei.

O ponto da questão que tenho trabalhado aqui é que sim, em grupos, somos mais ouvidos, mais chamativos, mais atendidos. Senão, nem teríamos sindicato, por exemplo. Senão, não teríamos a sociedade dividida tal qual a conhecemos.

Mas são os mesmos grupos que se opõe e se degladiam, que causam brigas e guerras. Outro dia reparei, sem querer, numa moça com uma camiseta: “Faça parte do Exército de Jesus”. Cara, tenho certeza de que o esqueleto dele (se ainda existir) deve ter gritado de desespero. Viu e reparou? “O Exército de Jesus”. Porque se a guerra for santa, ela pode ser justificada e aceita. Não foi assim com a Inquisição? A diferença é que agora usamos neurolinguística e milagres, em vez de fogo e espadas. Tudo sob o véu do moralismo.

Uma vez conversei com minha mãe, quando ela tentou me converter à Igreja Messiânica, de quem sempre fui muito simpática. Eu disse: “Mãe, o problema não é a Igreja, o problema são as pessoas que estão nela, que pensam que sabem de tudo, que se julgam superiores por terem mais cursos ou por terem feito faculdade. O problema, mãe, são os seres humanos, não a ideia. Eu faço tudo o que eles fazem, eu ajudo as pessoas do meu jeito”. Ainda bem que ela parou de tentar me convencer – de um jeito educado e meigo, claro – porque senão a gente iria brigar.

Então, falo aqui: a regra vale para TODOS os grupos sem exceção. O problema não é a ideia, mas as pessoas envolvidas nela. Somos seres humanos, falhos por natureza, em contínuo aprendizado. Somos seres egoístas, que destroem a Natureza em nome do progresso, somos confiáveis?

Existem grupos louváveis, que fazem muita coisa em prol de um imenso sentido maior. Mas, basta um pouco de conversa com essas pessoas que vestem o distintivo do “faço parte deste grupo” que você perceberá radicalismo, absolutismo e uma certa dose de egoísmo grupal. Parecem formigas defendendo a rainha e o ninho. É assim que funciona! Você pode participar do grupo se aceitar agir dessa forma.

E existem grupos menores, de gente comum, que age da mesma forma. Bem, como dizem, são grupos, e o funcionamento básico delas não é a ideia, mas as pessoas envolvidas nelas. Por isso queria ler o livro Sociologia e Antropologia, porque ele parece ter reunido duas ideias essencias que caminham juntas com a Filosofia. Ainda me lembro que o livro também incluía Psicologia e Linguística.

Eu acredito que a raça humana está com os dias contados. Se um dia tivemos um motivo original, ele se perdeu. Se perdeu no nosso egoísmo, no nosso falso moralismo que nos torna capazes de julgar quem quer que seja. Somos falsos moralistas e demagogos. Eu me incluo nessa lista e busco desesperadamente sair dela, mas não é fácil. Porque vivo no sistema, dependo dele e gosto dele em muitos aspectos. Como não ceder ao sistema e ter personalidade própria? Como agir assim sem ser tachado de lunático, hippie e sociopata?

Pois vocês sabem que é dessa forma que são classificados os que pensam e agem diferente. Podem imaginar que já cansei demais de ouvir que sou ET, alcunha recebida desde os tempos do colegial.

Minha única forma de luta é com as palavras, a maior parte delas agora neste blogue. Se houver um leitor que conseguiu ler a quadrilogia até aqui, quero dizer apenas que não sou contra nada nem ninguém em específico, apenas tenho meu modo de pensar – que sempre destoou da imensa maioria.

Eu acho que somos ilimitados demais para nos prender à tanta mesquinharia, à lambeção de cu alheia para mostrar que pertencemos a algo e que não sabemos viver à deriva. Estamos à deriva! Estamos à beira do caos e as pessoas pensam que os grupos salvarão. Nessas horas, esquecem de pensar que o “julgamento” é pessoal, de acordo com o livre-arbítrio de cada um.

O fim do mundo (em dias de chuva)

Enganam-se vcs que pensam que fim do mundo será com bolas de fogo apocalípticas caindo do céu. Ledo engano.

Mais uma matéria sobre o aquecimento global. E ando acompanhando o evento em Copenhague.

Devo confessar que sou meio cética em relação ao futuro desse evento. Mas também, se eu não tiver o mínimo de esperança, o que será da já tão desesperada raça humana?

Veja o exemplo dessa chuva que assolou a capital de SP entre ontem e hoje. Uma chuva nem tão forte, mas contínua por quase 12 horas que alagou tudo.

Eu escuto as pessoas falarem "poxa, tá tudo alagado", mas são essas mesmas pessoas que jogam todo tipo de lixo nas ruas. Isso é o mínimo do que deveríamos fazer: jogar o lixo no lixo. Porém, se você olhar ao redor, vc não vai ver cestos de lixos, apenas enfeites, porque a maior parte deles está toda depredada.

Então, caro leitor, não tema as bolas de fogo caindo do céu. Elas virão em forma de chuva. E vamos nadar na própria merda, beber esgoto e comer comida jogada no chão. Cruel? Muitos já passaram por isso antes, por que não poderíamos passar agora?

Assim caminhou Crisão – parte 3 (e finalmente Crisão em grupos hoje em dia)

Eu gostaria de poder ter lido o livro que citei no primeiro destes três posts, antes de entrar mais a fundo neste assunto. Mas a urgência de falar dele foi inevitável. As ideias começaram a brotar com uma abundância, que apenas passando para o papel eu conseguiria me sentir aliviada. E cá estou.

Pelo um breve histórico dado nos posts anteriores, dá para perceber que nunca fui inserida em grupos – o que não quer dizer que eu nunca tenha desejado estar em um. De alguma ou de forma, eu sempre me punha na beira de algum aqui e ali, porque é incrível como isso dá forma ao ser humano como um todo. É uma necessidade intrínseca, de formação de caráter, de identificação. Mas algo em mim sempre me impelia à solidão. Era como se eu precisasse conhecer um lado, apenas para saber que na verdade, queria estar do outro.

Observe um homem sozinho. Ele pode ficar acuado até, dependendo do ambiente. Ponha dois caras parceiros com ele e instantaneamente ele se transformará no garanhão que canta as mulheres, cospe no chão ou coça o saco. Fala alto e falta só mijar para demarcar território. Claro, nem todos os homens fazem isso. Mas veja e perceba. As mulheres, por sua vez, agem de uma forma um pouco diferente, dependendo do grupo, claro. Sozinhas, elas ficam olhando para as mulheres do lado, desejando a blusa que a outra tem e ela não, analisando centímetro por centímetro das coisas que poderiam ser dela e são da outra. Em grupo, elas escolhem um alvo e falam mal dele. Destroçam a pobre coitada que pode ser uma gordinha, uma vaca, uma fofoqueira. Porque o grupo não é fofoqueiro, mas sim de quem elas estão falando. Veja e perceba.

Será que estou falando de uma camada socioeconômica menos favorecida? Não. Mudam os estratos, mudam as contas bancárias e as coisas continuam iguais, apenas mudam as cores. A forma? É sempre a mesma.

Meus “grupos” sempre se resumiram a três pessoas, no máximo, incluindo eu. Eu sempre achei que muitas pessoas causam algum tipo de “escolha” em detrimento de outra “escolha” e sempre rola ciúme e sempre rola inveja e a inevitável fofoca. Entre mulheres é assim, infelizmente, não importa se lésbicas ou heterossexuais.

O pensamento em grupo faz o pensamento de todos estagnarem, como água parada, até apodrecer. Claro, isso tudo é aleatório e varia. Mas, a síntese ainda é esta, mesmo em um grupo dinâmico. Porque todos concordam com todos. E aí jaz o prazer de estar em grupos: a total identificação com o que está ao seu lado, que faz todos os seus pensamentos serem aceitos. No fundo, é tudo aceitação.

Eu sou um tipo de pessoa que praticamente nunca conviveu em grupos. Desde grupos como ser humano a grupos pelo fato de ser lésbica. Você, meu leitor, pode achar isso agressivo, mas eu apenas convivi enquanto me era conveniente e bom para mim. Aprender o modus operandi, saber o que as pessoas fazem e dizem, para onde iriam. E acreditem em mim, até hoje não encontrei um grupo que me desse vontade de fazer parte. O grupo tolhe seus pensamentos, direciona suas atitudes. O líder – porque não existe grupos sem líderes – sempre se acha o dono da razão e da verdade absoluta, embora até possa apregoar o contrário, como um perfeito político demagogo. E isso me enoja profundamente. Sempre afirmo – até que me provem o contrário – que eu pertenço a um único grupo: o dos sem-grupo.

Eu não pertenço a religião nenhuma e me simpatizo apenas com o movimento universalista que acredita que a Terra é uma imensa escola e que nosso objetivo único aqui é de aprendizado e crescimento. Não faço parte de ONGs. Não defendo política nenhuma. Não participo de saraus. Sequer tenho o meu grupo de balada. Nada disso faz parte da minha personalidade. Talvez eu seria um bom exemplo de sociopatia… não fosse meu prazer imenso em conhecer pessoas. Pessoas inteligentes, interessantes, corajosas e sábias. Preferencialmente que não esteja atrelado a um superego que embace a visão. As mais interessantes são sempre aquelas que não fazem alarde de si próprias.

A despeito disso, tenho amigas únicas, que valem cada segundo de vida. Sempre presto homenagem a elas, pois de alguma forma, sempre estão a meu lado e eu nunca me esqueço disso: minha filha Poliana, Denise Yumi e Sharlene são a tríade básica e essencial (olha, mais de duas pessoas!). Minha prima Marli, Priscila Mota, Larissa Wostog, Fabiana Kono (a mais distante de todas). Juliana Simionato, Renata Campos e Carol Francese. E algumas outras pessoas, em menor presença, mas que sempre me trazem surpresas agradáveis.

E olha que irônico, dessa lista de dez pessoas, apenas três são lésbicas. Isso diz muito de mim. E todas as outras sabem de mim e me respeitam como sou. Ainda na lista, existem três japas. Pura coincidência.

Porque, para finalizar, podemos precisar andar em grupos pelos mais diversos motivos, com o intuito de darmos forma à nossa identidade. Mas, não importa quem somos e com o que identificamos: acredito que precisamos saber estar em qualquer ambiente, com a mesma maestria que estamos no nosso grupo favorito. Acredito que a adaptação não devesse ser apenas a minha característica, mas a de todos os seres humanos. Claro, estamos onde queremos estar, mas transitamos onde quer que seja necessário transitar.

Post no PL e outras coisas

Pessoal, vão lá ver minha nova matéria no Parada Lésbica, desta vez falo sobre Torcidas Uniformizadas.

Primeira coisa: esqueci o pendrive com o término da trilogia. Grrr.

Segunda: amanheceu chovendo em SP. Eu adoro segunda-feira cinza, mas nem tanto...

Terceira: a Rua Doze de Outubro, na Lapa, está um verdadeiro cenário do filme Ensaio sobre a Cegueira. Sujeira, comida estragada, embalagens e plástico, muito plástico nas ruas. Ao meu lado, escuto uma mulher dizer: "Que porcaria, o túnel (de acesso aos pedestre entre lapa de baixo e lapa de cima) vive inundado. Por que será?...

Claridade

Fazia tempo que não reouvia o álbum Dois Quartos, da Ana Carolina. Sou fã incondicional desta cantora, a ponto de ir a dois shows seguidos, só pelo ardor de poder vê-la no palco. Depois, cansei. Cansei do excesso de berreiro dela e das fãs, cansei do sofrimento das músicas. E deixei de lado.

Mas, ontem, voltei e ouvi Claridade. Uma música divina, de uma melodia divina. Lembrei que em meados de 2007 (ano em que o álbum da Ana foi lançado), chorei muito ouvindo essa música. Aquele foi um ano especialmente difícil na minha vida inteira. Talvez um dos anos cruciais. Quem estava presente na minha vida e conseguiu passar por mim durante essa fase, está aqui até hoje.

E hoje, reouvindo, penso que como ainda amo muito essa música: “Eu não quero mais correr, vou cuidar do meu jardim. Trago flores pra vc, deixa o tempo lhe mostrar. Nossa história é mesmo assim. Chora, pois a chuva de agora, vai molhar as suas rosas e a tristeza vai ter fim. É hora, acabou a tempestade, pra chegar a claridade do amor.”

Eu paro e olho ao redor e vejo meus amigos: todos entrando em suas crises dos 30 anos. Eu paro e olho para mim mesma, com certo egoísmo em ver que sinto que a maior parte dela já foi embora. Eu tento explicar para meus amigos que a grande dica para esse período é: viva o que tiver de viver. Não se prenda, não se tolha. Apenas viva! Intensamente! O resto… é impossível prever o futuro.


Assim caminhou Crisão – parte 2 (sobre Crisão inserida em grupos durante a “vida adulta”)

Durante a pré-adolescência vivi um pouco do estigma de ser japa, morando num bairro de periferia que nunca tinha visto olhos puxados antes. Daí criei minha primeira característica: não sou aquele tipo de japa que só anda com japa. Pois acreditem: o separatismo oriental existe. E chega a ser radical em algumas pessoas, que só compram produtos e serviços de japas.

Passei uns mal-bocados, mas nada que se compare aos três anos do colegial em plena adolescência. Se houve um teste em minha vida para eu não me matar em plena fase áurea dos hormônios bombando, foi essa! E eu não me matei, embora tenha sido nessa fase que mais pensei com força que poderia me jogar na linha do trem. Seria uma morte brega.

Nessa época, tive duas amigas mais próximas: Elisabeth e Rosana. Por coincidência ou coisa do destino, nosso amor em comum era a literatura. Um pouco teatro e um pouco música. A Rosana tinha uma guitarra vermelha lindona e dedilhava Guns n’ Roses. Montamos uma peça de teatro. Eu participei de concurso de poesias. Foi frutífero para o meu intelecto.

Porém, eu já sabia que era lésbica e não conhecia ninguém que fosse. E não sabia como falar disso. E eu era uma japa zoada violenta e diariamente por moleques com espinhas na cara que – em grupos – se achavam os reis e os melhores. Como o bom e típico adolescente.

Àquela altura da minha vida eu tinha aprendido algumas coisas, embora sem conseguir enumerar da forma como faço agora: o silêncio é de ouro. Conhecimento é poder. Eu posso viver comigo mesma, com milhares de segredos, transcrevendo minhas angústias e dores em forma de poesia (nessa época eu chegava a escrever quase dez poemas por dia). Um dia, o meu dia vai chegar. Ninguém está comigo, não porque é impossível, mas é porque não existe outra forma agora.

Então, como sempre falo por aqui, desenvolvi um aguçado sentido de observação. Por ser tímida, por estar deslocada de quaisquer grupos que me aceitassem como eu era (e eu sempre fui uma garota normal! Apenas era meio nerd e japa). E, principalmente, porque sempre tive um conjunto que destoava da maioria. Desde cedo, poucas pessoas me aceitaram pelo que sou. E não porque eu era esquisita, mas porque eu não me encaixava naquilo que era o senso-comum e igual a todos. Começou com o fato de ser japa. Continuou com o fato de ser lésbica. E assim foi aumentando.

O que antes era um fardo, foi sendo assimilado por mim como necessidade de sobrevivência. Eu não conseguia me adaptar ao que a imensa maioria queria. E o que sobra para aqueles que ficam de lado e são ridicularizados? Depressão? Assassinos em série, como nos EUA? É um teste que a vida proporciona e poucos conseguem atravessar sem graves sequelas.

Aí entra o papel salvador da minha mãe que consolidou a base que eu já tinha: autoestima e independência. Minha mãe, de quem me orgulho muito, sempre me disse que tínhamos de ser independentes, desde as coisas mínimas até as maiores. Que não precisávamos de um professor para ensinar, bastava olhar e tentar sozinho que vc conseguiria! Que rica lição! Minha mãe dizia que nunca precisaríamos depender de ninguém se tínhamos a capacidade de aprender. Claro, ser humilde sempre, mas nunca se sujeitar à alguém apenas porque vc não é capaz de fazer sozinho.

Quantas pessoas por aí têm a sorte de ter a mãe que eu tenho? Claro que essa semente que ela plantou demorou a brotar, a crescer e a se tornar a árvore frondosa que ela é hoje em dia.

Assim caminhou Crisão – parte 1 (sobre Crisão inserida em grupos durante a adolescência)

Ainda no campo das polêmicas, hoje quero falar sobre um assunto que valeu até uma matéria na minha coluna do PL: o ser humano em grupos.

Para o assunto quero comprar e ler o livro Sociologia e Antropologia, de Marcel Mauss. Uma simples e quase ingênua tentativa de começar a entender porquê somos os seres que somos e porquê temos certas atitudes em grupo que, isoladamente, não teríamos.

Como sempre faço, uma explanação considerável sobre mim mesma. E dividirei em três posts: um sobre a primeira parte da minha vida, outro sobre a segunda parte e um final fazendo uma conclusão do que penso. Pois bem, desde criança tive dificuldades de me inserir em um grupo e, acreditem em mim, foi porque eu era japa! Isso se acentuou na pior fase de vida de um ser humano: a adolescência. Em uma época de descobrimentos e hormônios à flor da pele, eu precisei conviver com o estigma de saber que era lésbica (ainda não-assumida) e japa!

Um pouco antes, entre os meus 11 a 14 anos, eu tive o privilégio de conhecer duas garotas (e, portanto, um grupo): Elaine e Isabel. Elas me conduziram por aquele que seria um dos meus caminhos da salvação: a literatura. Nunca li tanto como li naquela época. E tínhamos um “clube da leitura” no qual discutíamos o que tínhamos lido. Além disso, comprávamos caderninhos para escrever as nossas próprias histórias. E cada vez que terminávamos um “livro”, trocávamos para ler o livro da outra e fazer comentários.

Devo confessar que foi uma época deliciosa da minha vida. Eu as admirava, porque me sentia uma “burrinha” que tinha péssima redação (e tinha mesmo) e aprendia as técnicas rudimentares da escrita com elas. Até hoje em dia, nunca deixei de agradecer por esse estímulo que foi crucial para mim. Nunca soube o que aconteceu com a Elaine (por quem nutri meu primeiro amor platônico…), mas lembro que ela dizia que queria ser atriz. Um dia, dentro do busão no bairro onde moro, encontrei com ela. Nossos olhares se cruzaram. Naquele ímpeto de segundo, eu quis dizer tanta coisa para ela. Nossa última conversa tinha sido em 1990, quando tivemos aquela briga adolescente, e o reencontro foi em 2006, acho. Dezesseis anos!

Eu apenas queria dizer que não tinha mágoas e sentia pela nossa amizade que se perdeu com o tempo. Não sei explicar, mas tínhamos uma conexão específica, talvez por problemas de família semelhantes, talvez por outro motivo misterioso. Mas não consegui. Travei. Fiquei com um peso imenso de arrependimento pela minha covardia.

Alguns meses depois, sonhei com ela. Não lembro o contexto, mas lembro que ela me sorriu aquele sorriso encantador que ela tinha e apenas me disse, enquanto segurava em minha mão: “não se preocupe, está tudo bem!”. Cara, acordei assustada, pois parecia que tinha estado com ela! Depois desse dia, entendi que era hora de seguir adiante, pois não havia mágoas.

A Isabel era canceriana como eu, ela do dia 08 de julho, eu do dia 18. Tínhamos muitas semelhanças, mas não era como com a Elaine. E ela se tornou minha amiga, depois que o grupo com a Elaine, devido à nossa briga, se dissolveu. A Isabel era talentosa com as letras e com os números. Mas por conta de um “milagre” que recebeu visitando uma igreja, converteu-se ao evangelismo e queimou todos os seus livros, por ser coisa do diabo. Eu chorei de tristeza aquele dia. E sabia que estaria sozinha a partir dali.

Era o fantasma do segundo grau (hoje, ensino médio). E foi o momento total da separação: cada uma foi para uma escola e eu nunca mais as vi. O meu único grupo, que tinha me dado a base para várias coisas que desenvolvi nos anos seguintes, tinha se dissipado ali. Nas lembranças doces de tardes sem preocupação, falando de literatura e escrevendo livros.

Meu tarô de hoje

Como podem imaginar: tudaver.

Aprendendo a importância do recolhimento temporário
O 4 de Espadas como arcano de aconselhamento sugere que é aconselhável, ao menos por um tempo, que você assuma a importância de ficar na sua, ao invés de procurar companhia demais e entupir seu tempo com afazeres fúteis ou atividades sociais desnecessárias. Compreenda esta parada em sua vida não como paralisia, mas como um processo necessário ao seu desenvolvimento. Não force a barra, Crisão! Há tempo para se divertir e tempo para a quietude, mas este momento demanda maior reflexão e meditação de sua parte. Busque um centro de tranqüilidade e evite afazeres excessivos que dispersam seu foco. Se possível, converse com alguém mais próximo sobre as coisas que lhe incomodam, pois a partir do diálogo tranqüilo você perceberá que muitas das coisas que você deseja mudar nos outros precisam primeiramente ser mudadas dentro de si!

Conselho: Quem olha para fora, sonha; quem olha para dentro, acorda.

fonte: Personare

Frases do dia

Não atire pérolas aos porcos.

If you don't like me, then don't look at me.

I know who I am, I know where I fit in, I feel comfortable in my own skin.
(minha frase de vida, pelo meu querido Jon Bon Jovi)

Em boca fechada não entra mosquito.
(dá-lhe sabedoria popular!!!)

Amores platônicos: ilusão ou idealismo? Coragem ou covardia?

Peguei a ideia no blogue da Aline. Minha amiga resolveu falar de um assunto que eu até tinha esquecido, e que acabou suscitando pensamentos devoradores dentro de mim.

Ainda tenho a recente leitura do livro Amar ou depender?, de Walter Riso. Concordei com cada linha escrita ao longo das 152 páginas. E, dentre essa leitura, minhas experiências vividas, as histórias que ouvi e outras que vi, fiquei com alguns nozinhos na cabeça, para a questão-tema deste post.

Há os que defendam o amor platônico como o mais puro. Para essas pessoas, a idolatração à distância, sem conhecimento do objeto desejado e sem quaisquer outras características de um relacionamento “comum” é uma espécie de sinônimo de pureza com tons de castidade. É um tipo de amor que não se macula, não importa o que aconteça.

Não deixo de concordar que sim, há uma “pureza imaculada” que cada um pode pintar com os adjetivos que quiser. Afinal, há o ser que ama e há um ser que é amado. Entre os dois não há sequer conhecimento da existência do outro. Bem, pode até existir, mas nunca como um “amor”. Aí eu até poderia classificar o amor platônico nível 2, onde a amizade é utilizada em lugar de um amor que não pode nunca ser declarado.

A questão que urge na minha cabeça é: por que um amor é platônico?

Acredito que essa pergunta é a principal que pode responder à outra pergunta. Várias frases surgem como respostas, mas a ideia principal não foge: covardia. Por que não podemos classificar o que ama platonicamente como um covarde? Por que, ao contrário disso, dizemos que ele é puro, ingênuo e casto?

Acho que tirando um caso de um moleque de 16 anos que se apaixona pela professora de 30 numa escola de um interior longínquo, que não tenha os conceitos de cidade grande, uma espécie de Sassá Mutema em O Salvador da Pátria, podemos até classificar o amor platônico dessa forma (mas sabemos como ele termina…). Mas qual a diferença entre o desejo sentido e o desejo realizado? Para mim, nenhuma. O desejo continua sendo desejo. E o amor platônico, mesmo sendo platônico, continua embutido de desejo.

Se o meu raciocínio estiver correto, o amor platônico deseja, mesmo que “platonicamente”, mas deseja. Pode não desejar uma noite de sexo quente, mas deseja o contato físico, deseja um souvenir – e eu até arriscaria uma comparação com um psicopata serial killer que pega esses restos que se tornam a sua alegria.

Mas uma pessoa que ama platonicamente não é um serial killer! Uma pessoa que ama platonicamente, para mim, ainda é uma covarde. Talvez baixa autoestima? Talvez complexo de inferioridade? Talvez medo de comprometimento? Talvez masoquista? Talvez frigidez sexual? Talvez uma mistura disso tudo e algo mais? Não dá para precisar.

Eu concluo isso pensando no sentido expandido do que é amar não-platonicamente e ter um relacionamento. Esse tipo de amor é doído, porque você acaba sofrendo – pela falta ou pelo excesso. Você não pode idolatrar seu ser amado, porque ele é feito de carne e osso, qualidades e defeitos, bafo matinal e mau-humor. Amar é, além de amar a pessoas pelas suas virtudes, amar a pessoa pelos seus defeitos.

Agora cito Walter Riso numa passagem que adoro:
Os laços afetivos sempre podem ser melhorados e aperfeiçoados, mas partindo do que realmente se é, do amor habitual, impuro e terreno que vivemos no dia a dia. Diminuir o “superamor” cósmico/universal e submetê-lo a relações de carne e osso é ingênuo, além de danoso. Os bons casais não vêm prontos de fábrica. É preciso poli-los na lida diária da vida, à força de suor, de esforço e, muitas vezes, de lágrimas.
Enquanto o amor universal não pede nenhuma mudança, o amor entre pessoas precisa de correspondência. Para que uma relação seja gratificante, deve haver reciprocidade, ou seja, uma troca equilibrada. O amor recíproco é aquele no qual o bem-estar não é privilégio de uma das partes, mas de ambas. (p. 128)

Bem, para não prolongar mais este já longo post, vou terminar falando de minha própria experiência: vivi todos os tipos de amores platônicos possíveis. TODOS. E sempre me via no desejo de viver um relacionamento que me completasse, me fizesse feliz. O amor platônico não é um meio de vida, é uma alternativa triste para uma pessoa que ainda não teve o “clique” de viver sem  alguns dos medos e talvez que citei acima. ARRISCAR. Pois é fato que todo amor platônico está fadado ao fracasso, mas é algo tão claramente previsto, que nem provoca quase dor. Porém, arriscar-se num amor não-platônico é jogar sem saber se você vai ganhar ou perder. Não depende apenas de você. Para mim, esse risco é como uma aposta: se você analisar bem, pode dar certo. Mas, pode não dar. Este é um dos prazeres da vida: errar quando for para errar. Mas, tentar sempre fazer dar certo. E TENTAR: ao menos, tentar. Afinal, acima do amor e qualquer outro sentimento, acredito que o nosso maior propósito seja aprender e crescer.

Crisantemus Sincerita Polemicus

Foi o nome científico dado pela minha querida filha Poliana!

Para quem me conhece de verdade: falae, não é minha cara?

Para quem não me conhece, fica a dica: esta sou eu. Me ame, me odeie, não importa. Apenas não espere que eu seja o que todos são. Detesto isso, cara...

Bem, post da tarde para falar que eu adoro assuntos polêmicos. Mas, odeio discuti-los em públicos. Isso para mim é desgaste de energia. Total desperdício. Claro, existem discussões, mesmo acaloradas, que trazem muito benefício. Em sua maioria, baboseiras. As pessoas apenas querem exibir seus egos, para ver qual penacho se sobressai no meio da penaiada.

Ok, ando meio radical. Mas, eu preciso ser radical com isso! Preciso defender as minhas crenças e o que sou. Mas, aqui. Neste blogue. Neste espaço megalomaníaco só meu, onde aporta quem quiser e continua lendo quem quiser. Aqui ninguém é forçado a nada.

Lembro do Enrico, meu colega do antigo emprego, que sempre dizia que eu deveria me candidatar ao programa do Abujamra - Provocações. Nem sei se esse programa ainda existe. Porém, toda vez que me meto em uma polêmica, me lembro dele.

No entanto, a despeito de tudo, a grande questão é: eu não gosto de discutir. Eu gosto de observar. Analisar. Esmiuçar. Compreender. Este é o cerne de tudo.

E sigam-me quem quiser me seguir! Quem não quiser, sem mágoas, fica para a próxima vida.

Tomei um chão!

*** altas gargalhadas ***

E um joelho roxo, como conta final.

Bem, pessoas queridas, hoje lá estava eu andando pelas ruas da Lapa (de SP, aquela feiona) pensando que todas as conduções estavam ótimas, ao contrário do caos de ontem, quando levei 3 horas para chegar em casa, quando escorreguei feio num pedaço de cabide quebrado!!! (para vcs verem como a coisa é feia)

Não deu nem tempo de pensar, meu pé direito foi no plástico, meu joelho esquerdo bateu no chão, minha mão direita se apoiou. Nem quero imaginar a cena.

De repente, ao meu redor, surgem duas pessoas extremamente educadas e solícitas. O homem ofereceu a mão para me ajudar e a senhora me perguntou se estava tudo bem e se eu tinha me machucado.

CONFESSO SOLENEMENTE AQUI que fiquei mais assustada com isso do que com a queda em si.

Eu, que sempre falo do meu amor paradoxal pelo ser humano, que não vejo mais esperança, que paulistanos são um bando de frios, mal-humorados e mal-educados (e dane-se os hífens do Novo Acordo!).

Aí, me lembrei da minha velha história de uns anos atrás, que alguns amigos pessoais devem se lembrar... do dia em que trazia a cesta de Natal no busão e que, no meio do caminho, a cesta de rompeu! Começaram a rolar latas de pêssego, goiabada, castanha do pará e toda a porra possível rua abaixo, a 200 metros da minha casa. Nisso, começaram a surgir pessoas do nada, pegando os itens para mim, meninos foram buscar sacolas de plástico em suas casas -- tudo para me ajudar.

Será que é o clima do Natal??? Não sei. Só sei que nessas raríssimas horas, me surpreendo. Uma surpresa boa que joga mel em meu ceticismo em relação ao ser humano.

Enfim... sobre a queda de hoje, minha calça ficou meio raspada, mas não rasgou. Minha mão de apoio tá meio dolorida, mas nada demais. O pior foi meu joelho, que se ralou... vai ficar uma cicatriz. Mais uma! Mas tudo bem. Cheguei no trampo, passei um antisséptico e colei um bandaid.

E o meu coração... recebeu outro bandaid pela atitude daqueles seres humanos. Eles podem até rir e tirar sarro da minha queda, que deve ter sido cinematográfica, de tão rápida que foi. No entanto, provaram porquê são seres humanos, não apenas pela existência de uma carcaça,  mas pelo que jaz no íntimo dela.

Happy Birthday, Mom!

Minha mãe nunca leria este blogue, mas hoje faço uma homenagem a essa senhorinha de 62 anos, sagitariana com ascendente e lua em câncer, eterna otimista e batalhadora (meio ranzinza, mas qual pessoa com ênfase em câncer não o é?), que nasceu hoje, 01/12.

Sou muito o que minha mãe me ensinou. E devo a ela toda a minha formação de caráter, autoestima e coragem que tenho hoje. Dentre as limitações etárias, nos damos bem. Ela me aceita. Eu não forço com ela, ela não força comigo. 

Obrigada, dona Leila, saiba que sempre foi um motivo de inspiração para mim!