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Be careful with what you wish...

De tanto pular dentro de mim, ainda agora não sei mais o que é superfície.

Esqueça os livros, as músicas, os filmes e as reflexões. Esqueça os amigos intelectuais ou falso-intelectuais.

Um dia eu desejei ter o conhecimento dos livros, hoje me sinto presa e afundada com a minha caixa de Pandora nas mãos sem saber mais o que fazer. No meu único desespero, apenas empino o nariz pra fora, pressupondo que vai me aliviar. Agora não alivia mais.

Quero a liberdade de não saber o que sei, de não ver o que vejo. Ser ignorante, como a mais pura das bênçãos.

Pobre deste ser humano que vive sua vida pensando que suporta o peso de ser quem é. Ninguém suporta. Apenas nos viciamos em propósitos elevados para enganar ninguém além de nós mesmos.

Puro ácido. E de tanto injetar assim em mim mesma, agora minhas veias são estradas sem túneis, sem asfalto, sem nada.

***

Música de hoje: Strangers when we meet.

Outro dia qualquer...

capítulo sem data. cenário: metrô de SP: 18h50.

Entro na estação Vila Madalena. Triste dizer isso, mas a maior parte das pessoas que frequenta a linha verde tem menos cara de povão do que o pessoal da linha azul e, principalmente, da linha vermelha. Entro, aproveito o trem novo, curto o ar-condicionado, sento nos solitários (porém perfeitos) bancos de um e observo ao meu redor, compenetrada no Bon Jovi que toca no meu mp3.

Na minha frente, tem um cara grandão, com uma barba bem cheia, lendo um livro de 500 páginas, com a capa caindo, de tanto que foi manuseado. Logo a seguir, um mocinho magrinho, com cara de fflechiano (pra quem não sabe, estudante de alguma coisa da FFLCH-USP) senta exatamente na minha frente, banco de cor azul reservado para pessoas com condições especiais. Lendo. E detalhe: com tampa ouvidos, igual daqueles caras que trabalham em metalúrgica ou terminais rodoviários.

Isso me chamou a atenção. Ele queria ler e, como eu, não gosta dos sons da cidade, porque não são sons, são manifestações guturais do extremo animalesco a que nós -- os grandes seres humanos -- conseguimos chegar. Esses sons não são inspiradores, são incomodadores. Fui com a cara dele e do barbudão. Ambos liam entretedidamente, alheios a qualquer coisa a seu redor.

De repente, o banco mais próximo a mim vaga. O menino fflecchiano levanta os olhos. Antes de trocar de banco, vira o rosto para tentar descobrir o que o barbudão lia. Viu. Não teve reação. Trocou de banco. Sentou. Continuou a ler.

Nisso, as estações iam passando, o metrô lotado. Na hora de descer, vejo novamente o barbudão olhando se era hora de descer. Era. Mas antes disso, ele para para o menino da fflch e vira a cabeça para ver o que ele estava lendo. Sem reação. Desceu.

Enquanto isso, as pessoas continuavam alheias. Umas comendo, outras com ar perdido, outras conversando em voz altíssima. Eu e meus olhos presenciamos uma conversa entre estranhos, silenciosa, literária, semi-invejosa da leitura alheia e divertidíssima.

Sobre a minha profissão

Gostaria de fazer um breve relato sobre algumas experiências que, vira e mexe, eu tenho sobre a minha profissão.

Primeiro, que a minha formação é em Letras pela USP. Só por isso, meia dúzia de neguinhos sempre te dizem: "vai dar aulas? Mas professor não é reconhecido no país...". Péim! Sinal negro!

Eu confesso que eu nem sei porque fiz o curso de Letras. Acho que era o único que me apetecia na época. Sem querer, descobri algumas carreiras que os estudantes podem seguir, que não sejam Assistente Administrativo, Atendente de Telemarketing, Recepcionista ou Professor. Mesmo porque, eu nunca me dei em nenhuma dessas carreiras e já tentei todas (menos lecionar e recepcionar pessoas).

O que é ser Produtor Editorial? Eu me deparei com isso quando fui ao lançamento da Cláudia Trevisan. Estava eu lá na fila, quando comecei a fazer amizade com as pessoas ao meu redor. O da frente, era um chinês simpático que reclamava da falta de educação das pessoas que furavam a fila. A de trás, era uma Promotora Pública, muito bonita, que tinha bebido umas três taças de frisante e estava semialta. Ela puxou papo com o piloto de monotores atrás dela e nós três engatamos uma conversa.

Todos começaram a falar de suas profissões empolgadamente. Óbvio que, para mim, a primeira pergunta foi: "Você é chinesa?"

Ainda bem que não sou xiita e não tenho ódio de chineses, como minha mãe que odeia essas comparações. Com um sorriso simpático, respondi: "Não, sou japonesa." Cara de ar blasé das pessoas da fila e nenhuma resposta. Devem ter pensado: "Tão fácil confundir, né?".

Beleza. O segundo round do papo empolgado foi quando cada um começou a falar qual era o vínculo que tinham com a autora. A essas alturas, eu estava empolgadíssima para dizer que tinha acompanhado de perto o processo de concepção do livro! Participei da feitura dele!

A Promotora Pública disse: "Estudei com a Cláudia. Conheço ela desde os 15 anos." WOW, pensei. O piloto de monomotores: "Conheço a jornalista e gosto dela." E eu? "Eu trabalho na editora que publicou o livro dela, participei da produção do livro." Todo mundo com cara de ar blasé de novo??? Pow!

Assim, depois de contar esta pequena história, quero explicar que ser Produtor Editorial é uma carreira edificante. Vc aprende com os livros que produz. E o que é produzir? É acompanhar um arquivo de word virar um livro impresso que vc pega em qualquer livraria por aí. Coordenar prestadores de serviço, avaliar qualidade textual, saber lidar com pressão. Uma carreira digna, tão digna quanto o piloto de monomotores (que se dizia ex-editor) e a Promotora Pública.

Pronto. Desabafei. Tenho dito!

Almost a year later...

Será que eu sucumbi? Será que quase um ano depois de tantas mudanças radicais na minha vida, eu estou sentindo aquele velho vazio de novo? E se eu alimentar o vazio, e ele voltar para me engolir, feito um vício-precípio: negro, imenso e infinito?

Estou com muitas perguntas e sem nenhuma resposta. Exceto a angústia de saber que tem algo errado, algo errado com o mundo, algo errado com a minha rotina, algo errado com deveres e obrigações. Algo totalmente errado em vivermos esta vida que vivemos e que nos obrigam a vivê-la. Quem nos obriga? A conta para pagar ou a nossa alma?

Estou olhando ao redor e meu olhar está apático. Nunca desesperançoso nem covarde. Mas estou apática. Eu sinto isso no meu caminhar. Eu sinto isso na minha ausência de vontade de conversar com as mesmas pessoas os mesmos assuntos, reclamar das mesmas coisas e não fazer nada para mudar. Não fazer porque não quero, mas muitas vezes, porque não posso.

Isabella Taviani disse isso em seu twitter:
Odeio imagem de mulher submissa. Meu exemplo de mulher na vida é forte, guerreira sem perder a doçura.

E eu me peguei pensando na guerreira de mim que, agora, está cansada. Minha frase voltou a ser "Estou cansada" e eu não gosto quando começo demais a repetir isso. Sabe o que sinto? Que estou nadando contra a maré. Que estou me afogando -- temporariamente -- entre tantos que convivem com seus sonhos arregaçados, seus desejos frustrados e sua personalidade sucumbida. Meu Deus! Não quero ser uma dessas pessoas que vivem a sua vida no piloto automático. Não posso!

Mas estou vivendo. E nesses dias, sinto apenas que sou um robô que olha displicente para as pessoas que se empanturram em conversas fúteis, em fofocas alheias, em maldade gratuita, em ignorância desmedida, em egoísmo egocêntrico.

Mas, estou vivendo... se ninguém me fez uma mandinga, tô com o corpo pesado. E isto não é uma crônica, isto é um desabafo. Conversei agora com minha filha Poliana que sempre me ajuda a me encontrar meu eixo. Sinto uma vontade de estar num casebre no meio do sítio, ouvindo pássaros, sapos e grilos. Estou exaurida.

E aqui toca o telefone. Ainda bem que é sexta... mas a vida continua. Mesmo no nosso desengano de achar que um fim de semana cura o câncer de uma vida rotineira e sem sentido, eu acredito que semana que vem estarei melhor. Eu perco todas as lutas contra egoístas e ignorantes, todas, mas a minha luta comigo mesma -- e por mim mesma -- eu nunca vou perder.

Algumas personagens de minha vida: Gabitchs

Já reparou que tem algumas pessoas que, mesmo com o passar dos anos, nunca perdem o gosto? Não digo gosto físico, mas o gosto da convivência, daquela química única.

Eu, como boa canceriana que sou, adooooro regar a plantinha da amizade. Quem me conhece (esta é uma das frases que mais tenho repetido), sabe que em algumas vezes, forço fazer amizade. Mas, sou gente do bem!

Assim, eu poderia listar algumas pessoas que, por conta dessa minha característica, tenho contato até hoje. Eventualmente falarei de algumas delas aqui no blogue.

Hoje eu farei uma homenagem especial a uma certa virginiana presente em minha vida! Sim! Eu adoro esse signo, cheio de manias, chato pra burro e muito racional. Eu já me dei bem com algumas pessoas de signo (tanto solar, quanto ascendente), mas devo confessar que poucas ficaram. E hoje escrevo para falar de Gabriela F. Trevisan (o F. é segredo que eu se eu disser aqui, ela contrata um hacker para explodir meu blogue).

Nos conhecemos em 2004, ela estagiária da figuraça chamada Dida Bessana. Nunca fui com a cara dela. Quietona, só se vestia dark and purple, fumava seus Marlboros lights e nunca puxava papo com ninguém.

Não vou lembrar exatamente quando aconteceu o twist, mas eu tenho um quê de fazer amizades quando as pessoas já se foram. E eu me lembro que quando soube que ela iria para outros ares, eu fiquei com um puta aperto no coração.

Desde então, devo tê-la visto pra valer nem cinco vezes. Assistimos umas aulas juntas na USP e só. Mas, ela ficou de me passar umas poções mágicas, além das valiosas dicas musicais que ela sempre dá.

Ela não sabe, mas eu gosto dela. Quer dizer, ela vai ficar sabendo agora. Toda renitente e chata, a Gabitchs muito provavelmente vai ficar pra sempre na minha vida (claro que depende muito mais DELA do que de mim), no nosso esquema de 2 emails por ano. Estranho isso, mas mesmo ela sendo a louca que ela é (e Ô como É!), eu guardo muito carinho por ela.

Seja menos entojenta e mais suportável, Virginiana Maldita! :D E nada de vir dizer que só escrevi isso porque vc reclamou. E trate de postar um comment aqui.

Sobre o reconhecimento

Minha reflexão de hoje é sobre a palavra reconhecimento.

Faz algum tempo que venho sentindo uma força imensa dentro de mim. Confesso que às vezes, tenho receio de que vire uma egomania tão forte, que cubra minha sensatez e lucidez.

Acredito que a fase começou em fevereiro/março do ano passado, quando comecei a dar uns bastas na minha vida. Primeiro basta: nunca mais se apaixonar por alguém sem ser correspondido. Porra, isso parece piegas, mas é uma simples resolução que cura muitos problemas na vida!

E fora isso, várias resoluções pessoais, resoluções profissionais. E no meio disso tudo, um sentimento aflorou vívido: eu me amo.

Ok, ok... isso parece piegas de novo e frase de autoajuda. Mas... isso não é piegas e não foi nunca autoajuda para mim. Isso foi lema de vida. Veio bem com aquela frase do Jon Bon Jovi que falei uns posts atrás sobre "I feel comfortable in my own skin".

A questão é: não tem jeito, vivemos para que a nossa imagem agrade sempre a alguém. O pior é quando essa imagem começa a se distorcer, criando e mostrando o que você não é, apenas para ter aceitação. Isso é horrível.

Atualmente, estou na seguinte fase: quem quiser disputar se é melhor que eu pra mostrar para qualquer um que é melhor que eu, meu, fique à vontade: seja melhor que eu! Eu não me importo, isso não fere meu ego. Pelo contrário, isso apenas demonstra a mesquinhez de pensamentos e de alma. Vc quer ser melhor que eu? Seja. O que eu sinto sobre mim mesma? Eu sou o que sou. Eu sei de todas as minhas qualidades -- e eu sei que são muitas -- e eu não preciso disputar com ninguém algo que, dentro de mim, simplesmente já sabe o que é. Eu deixo essas atitudes para os de baixa autoestima que ainda estão na fase do "provar algo para alguém".

Claro, com isso não estou dizendo que não aceito feedbacks e elogios, ou mesmo repreensões. O que estou dizendo que, para isso, tenho espelho, travesseiro e meus amigos e o principal, acima de tudo: tenho a mim mesma.

Reflexões matinais

Hoje, a caminho do trabalho, pensei no quanto me animalizei, desde que mudei de emprego e tive de começar a me submeter ao caos diário do transporte público.

Isso não quer dizer que eu nunca tenha me estressado pegando trem, metrô ou busão. A questão é que no outro emprego eu tinha algo que eu não tenho aqui: flexibilidade de horário. Meu horário é fixo das 08h15 às 18h00. No meu antigo emprego, em geral fazia o horário das 10h00 às 19h00.

Aí, no meio dessa rotina que nem mais desgastante é, pensei: isto é a Matrix!

Matrix, filme único, que vi mais de quarenta vezes. O filme que há dez anos atrás revolucionou o cinema com efeitos especiais. Sei o roteiro praticamente de cor. Pesquisei tudo o que podia sobre o assunto. Roteiro com frases inesquecíveis...

I’d like to share a revelation I had, during my time here. It came to me when I tried to classify your species. I realized that you’re not actually mammals. Every mammal on this planet instinctively develops a natural equilibrium with the surrounding environment but you humans do not. You move to an area and you multiply until every natural resource is consumed. The only way you can survive is to spread to another area. There is another organism on this planet that follows the same pattern. Do you know what it is? A virus. Humans beings are a disease, a cancer of this planet and we are the cure.

Com certeza, as máquinas não são a cura, mas tirando isso, o resto é inevitável não pensar no quanto, infelizmente, é verdadeiro.

Não tô afim de me aprofundar muito no assunto, porque a DDA aqui ainda reina. Mas quando olho ao meu redor, não consigo não ver isso. This is so sad for each of us.

Eu e meus apelidos

Quem me conhece sabe que sou a garota dos apelidos. Tanto para dá-los como para ganhá-los.

Apelidos ganhados: minha mãe sagitariana é a campeã. Dela, eu tive: Crisântemo (que adaptei para a variação Crisantemus, sugerida pela Ju Simionato/Cachos); Cristo Redentor (que minha amiga Denise usa sempre como Christ Redeemer), Cristófoles (que ainda bem que ninguém usou).

Em geral, as pessoas me chamam muito de Cristo (confesso que meu lado leonino gosta desse "poder") e Crisantemus. Minha amiga NilceR criou um apelido incrível: Crisérbero (que virou meu endereço do gmail e que Sharlene pensou ser nome de suco (?!): trata-se de uma mistura de Cris com Cérbero (sim, o guardião de Hades, um dia conto essa história...).

Sharlene sempre me chama de Maru. Confesso que não gosto muito, mas vale. Priscila me chamava de Montanha Redonda (porque meu nome em japonês MARU (redondo, zero) YAMA (montanha) explicitamente sugere isso.

A Sônia uma vez criou algo que às vezes eu digito sem querer quando assino meu nome: Cros. Lembra da banda Kris Kross?

Também adoro dar apelidos. Não vou me lembrar de todos agora (dado meu DDA), mas lembro que Sharlene foi a campeã: Green tea, Sharleu (o que vale até agora, depois de nossa conversa sobre como as pessoas confundem o nome dela). Filha (para minha amiga Poliana, cuja história também é longa...). As pessoas vão sumindo da nossa vida e com elas os apelidos. Mas eu sou craque em dar apelidos -- que pegam!

Se algum dos meus leitores que me conhecem há mais tempo quiserem me lembrar de algum que eu tenha esquecido, be my guest!

Isabella Taviani et al.

Finalmente! O novo site da Bella está no ar! Recheado de coisas lindas e que coisas lindas! Já me cadastrei para receber o CD autografado em primeira mão.

E tô ouvindo a prévia de todas as músicas, mas que vontade de ouvir mais!
O carinho contínuo dela para com os fãs faz dela uma artista única. No embalo deste mundo globalizado onde qualquer lugar pode ter acesso a internet e a internet alcança qualquer lugar, eis Isabella Taviani jogando suas garras pelo mundo!

Dia 25 de setembro estarei no Canecão no Rio para ver um show oficial e decente pela primeira vez! Espero poder ter a companhia da
Letícia neste dia! Em SP, dia 02 de outubro espero poder estar com Lari e Fabiana para podermos ver a Isabella juntas. Lari é minha companheira da última turnê da Ana -- Dois Quartos.

Agora vamos acrescentar mais uma! Aproveito para falar de uma leva gigante de artistas novos que estou ouvindo! Sim! Aproveitando a fase gêmeos da minha vida, estou conhecendo um pouco de tudo. Já ouvi o novo álbum da Ana Carolina, N9ve. Que álbum interessantíssimo! Desde que me tornei fã dela, na época de Estampado, eu simplesmente me apaixonei por ela. Ana sempre teve sua voz de trovão como marca registrada. Eis que neste novo álbum, como ela já havia previsto desde Dois Quartos, quando disse que o Quartinho era mais a sua cara, ela já dizia que haveria uma mudança de tom. E aconteceu. E eu aprovei! Ana está reflexiva, usando a potência de sua voz para melodias doces, mas não frágeis.

Faixas como
Era e Resta já se tornaram as minhas favoritas! Tá rindo é? e 8 estórias completam o time. Entreolhares é a faixa de
rádio.
A impressão que passa é que Ana amadureceu, como artista e como pessoa. Parece que não importa dar os berros para mostrar a angústia de sua alma. Ela tem faixas de sobra para berrar em todos os seus shows. Agora, o movimento é interior. E lindo, na minha opinião. Nove faixas, com 99.999 cópias de tiragem inicial, 9 no relógio e outras coisas... de virginiana chata como ela deve ser. Mas Ana Carolina ainda é capaz de escrever letras lindas como em Era.

Hoje em dia não me importo com o que fiz no meu passado
Quero amigos, sorte e muita gente boa do meu lado
E não rebato se disserem por aí que eu tô errado
Porque quem se debate está sozinho ou afogado
Eu, que não fico no meio, não começo e nem acabo
Eu sou filho do amor, não de Deus, nem do diabo
Na ciranda das canções eu me ponho a revezar
Rodando entre as ondas que me puxam em alto-mar
Hoje sei bem que sou eu que giro a minha vida circular
Essa roda, eu que invento e faço tudo nela se encaixar
Eu sou assim.

Também escutei o novo álbum da Pitty: Chiaroscuro. Eu que nunca ouvi nada dela. E gostei do álbum, bom rock. Mas, ainda não é o meu estilo mais favorito... mas valeu!

E ouvi o novo da Fernanda Takai: Luz Negra. A doce voz dela, uma das minhas favoritas, fez um álbum interessante e meio difícil para deglutir. Para mim. Não quero dizer saudade do Pato Fu (ops, disse), mas ouvindo o álbum dela dá para entender a separação. Era muita coisa transbordando desta virginiana mineira.

Sobre corajosos e covardes

É... o assunto dá muito pano pra manga!

Eu e minha amiga Aline meio que "brevemente" discutimos sobre o assunto, mas acho que o principal não foi abordado da maneira correta. Covardes e corajosos parece uma classificação parca quase cheirando a maniqueísmo. É muito fácil cair nas classificações e não olhar a coisa como um todo.

Porque quem parece covarde pode ser visto como o extremo cauteloso e o corajoso como um irresponsável impulsivo. Mesmo se aquele que lhe é letárgico ou aquele que sempre está em movimento em direção a algo. Tentar achar um equilíbrio ilusório para isso também é ingenuidade.

Por isso eu acho que a questão está em respeitar o tempo interno de cada um. Muito obviamente, também respeitar o seu próprio tempo e limite. Nesse balanço e contrabalanço, ter algo em mente: se algo se põe diante de você, é porque tem algum motivo. Nunca sabemos exatamente o que é, mas tem algum motivo.

Nesse momento, vc deve fazer uma escolha muito consciente e não julgar a pessoa pela escolha, porque ela não sabe disso. Mas, se vc escolher ajudar, ajude. Se escolher virar as costas, vire e não olhe para trás. Mas, saiba que para cada uma de suas escolhas, existem consequências que vc vai ter de assumir, quer vc pense que está certo ou não.

Para terminar e exemplificar, digo: eu virei muito as costas, eu fiz muitos julgamentos cruéis. Eu ajudei e achei que minhas valiosas lições deveriam ser seguidas rigorosamente. PÉIM! Sinal vermelho. Faça o que sua intuição lhe disser. Aja com racionalidade. E despeça-se do seu ego como o melhor exemplo que Jesus poderia ter dado: faça por fazer, não espere nada em troca.

Às amizades virtuais

Este lance de blogue aqui é coisa nova na minha vida. Nunca pensei que seria blogueira um dia, mas sabe como é.

Faz algum tempo que ando pensando que me listei pra acompanhar muitos blogues por aí, alguns muitíssimos bem escritos; outros pela curiosidade; outros... sei lá porque motivos.

Desses todos, gostaria de destacar algumas "amizades" que fiz nesse ínterim. Amizade entre aspas porque não teve vida real, apenas o clicar de blogue para blogue. Digamos que seja um novo tipo de amizade destes tempos modernos. Enfim.

A primeira garota incrível foi a Letícia, que achei sem querer lendo os coments no blogue da Isabella Taviani. Inteligente, nossa empatia inicial foi mútua. Espero poder, nas minhas idas e vindas ao Rio de Janeiro, conhecê-la pessoalmente! Ou num show da Ana, ou mesmo da Isabella no Canecão!

A segunda garota foi a Carol, que veio postar um dia sem querer no meu blogue, para comentar o caso do "iogurte não é bebida láctea". Com um humor afiado e meio estressadinha (assim como eu), também fomos com a cara uma da outra e alguns coments interessantes aqui e ali.

Por fim, a guria do Sul - Rainbow - que eu achei em algum lugar que não lembro mais. Ela é divertidíssima e eu gosto de ler seus relatos. Já me autoconvidei para ir conhecer o Sul e a casa dela.

E tô esperando os próximos contatos!

A imagem da derrota

Não admiro os covardes mas agora... é tarde.
(
Isabella Taviani, Presente-Passado)

Cara, eu admiro as pessoas do signo de terra (Touro, Virgem e Capricórnio). Quem me conhece de verdade, sabe que houve um momento-chave da minha vida em 2004 no qual eu tomei a seguinte decisão: vou conviver com pessoas do signo de terra para poder aprender com elas!

Desde então, conheci muita gente. Muuuita gente mesmo. Lembrando meu aniversário, vc poderá ver que as pessoas presentes nele foram fruto direto dessa minha sementinha plantada em 2004.

Mas, não é de hoje que o signo de terra tem uma característica que me irrita demais: letargia. Ou, em palavras mais específicas: a espera para o tempo certo. Que, claro, se somado à insegurança nunca demonstrada pela dura carapaça, vira uma espera tão contínua e tão específica que nunca se torna realidade.

Já me estressei demais com pessoas do signo de terra por isso. A combinação terra-ar é bombástica nesse sentido! Já a combinação terra-fogo dá mais impulso à pessoa. Para a combinação terra-água, depende. Mas agem muito mais do que os terra-ar, que pensam e esperam e nada fazem.

Mas apesar de tudo,
Jana (Capricórnio-Gêmeos-Gêmeos), Sharlene (Touro-Aquário-Gêmeos) e Poliana (Virgem-Áries-Peixes) são peças indispensáveis na minha vida!

We weren't born to follow

O dia mostra que precisa terminar quando você manda email para você mesma (como?!) e ainda reclama: "por que a pessoa está demorando para responder?"

Que pífio. Esta sou eu...

Mas acabei de descobrir que o meu belo e lindo Bon Jovi tá com disco novo para ser lançado. Chama-se The Circle e tem um primeiro single: We weren't born to follow. Beeeem BJ. E beeeem a minha cara. Agora e sempre! Vejam aqui! E vejam a letra aqui.

Sobre religião

O bispo disse ainda "odiar" religião. "É a coisa mais podre que existe na face da Terra. O maior inimigo de Deus é a religião. As religiões que dividem as pessoas, brigarem entre si, lutarem. As maiores guerras foram feitas em nome da religião".


A frase é do Edir Macedo. Cabei de ler na Folha Online.

Toda vez que leio ou escuto uma discussão sobre isso, me lembro daquela boa frase do Marx "A religião é o ópio do povo." E olha que interessante: o Edir -- assim como eu -- também não gosta de religião!

Eu fiquei tão... sem acreditar nessa frase que fiquei imaginando o porquê de ele fazer uma afirmação como essa. Imagine, o cara que fatura milhões in the name of faith, Jesus Christ or whatever, diz que não gosta de religião. Só faltava ele dizer que a Universal é uma filosofia de vida!

Outras milhões de questões vêm à minha cabeça e eu não quero discutir religião, crenças das pessoas ou qualquer outra coisa, porque não é esse o centro da questão. Eu acho apenas impressionante -- e por consequência, interessante -- como as pessoas precisam de apoio. Claro, todos nós, em algum momento de nossa vida, precisamos de apoio. Mas, por que para algumas pessoas o apoio não vem da compreensão das coisas e não simplesmente a justificativa simplória de fatos?

Não gosto da imagem do Deus punitivo. Mas, para nós, seres humanos do século XXI, essa é a única imagem que serve de consolo. Um Deus punitivo, que tem em Jesus Cristo o colo eterno da redenção. Não sei, sabe...

Não sou de nenhuma religião, não sou ateia. Não prego que certas "religiões" são "filosofias de vida". É duro dizer, mas quando encaramos a realidade como ela de fato é, nos sentimos ínfimos. Diante do menosprezo que sentimos, parece que apenas Deus nos apóia.

Eu prefiro dizer que gosto de saber que existem formas diferentes da manipulação e opressão se manifestarem. E eu que eu prefiro apenas esta: eu e meu espelho. Eu e minha alma. Total egocêntrico, mas muito mais ético. E, claro, o exemplo silencioso e gratuito da Natureza.

Sobre a vida

Hoje amanheceu um sábado lindo aqui na capital paulistana... um céu azul, sol quente na medida certa. Ontem à noite, quando aportei em minha casa já virando as badaladas, estava um início de madrugada frio, gelaado. Eu com uma única blusa e ouvindo Careless whisper em meu mp3.

(BTW, essa música foi toque midi no meu celular durante muitos anos. Lembro que numa época em que baixar músicas em formato mp3 para toque de celular era algo impensado e só para "ricos", a grande maioria se contentava com os midis, o meu era CW e de uma pessoa próxima, era um terrível tema da Pantera cor de rosa.)

Enfim, fiquei pensando em um monte de coisas. A minha crise, ironicamente, se mistura à crise de todas as mulheres com quem convivo, próxima ou não. E é engraçado que no fim das contas, tudo apenas muda de figura, porque em sua essência continua sendo a mesma coisa.

E é nítido que por mais que o grande problema da mulher seja o estrógeno, é esse mesmo estrógeno que faz com que sejamos Mulheres e fortes como somos, para saber lidar com sensibilidade (ou mesmo o excesso dela) as adversidades do dia a dia.

Talvez por estar com 32 anos e por conviver com outras mulheres na mesma faixa etária que eu, por vezes tenho um cenário bizarramente desenhado na minha frente. Eu diria que é um mosaico colorido, caleidoscópico, em que tudo é complexamente claro. Difícil definir? Claríssimo de entender para mim.

Enfim... tenho adorado cada vez mais ser quem eu sou, admitir quem sou e ter orgulho de mostrar quem sou. 99% dos problemas são decorrentes de uma pessoa viver sem pensar e agir dessa forma. E tenho adorado conhecer as pessoas, encontrar pessoas, conversar com pessoas... é pelo espelho que descobrimos quem somos e quem podemos ser. Não é refrão de Engenheiros do Hawaii, mas pura verdade.

Crisantemus e a astrologia

Há um ritmo de vida novo para mim... faz tempo que estou para postar sobre astrologia, mas me falta organização para juntar tempo e pensamentos. O que rima aqui, não rima na vida real... chuif.

Mas, vou dar uma pincelada sobre Revolução Solar. Quem entende um pouco do assunto, sabe que se trata de um "novo nascimento", que temos o privilégio de ter, todo o ano. Por isso, ao contrário de todos que comemoram as datas comerciais (e nada contra isso!), a data mais importante do ano para mim é o meu aniversário, porque sem ela, nada exisitiria a seguir.

A cada ano, na Revolução Solar, ganhamos um perfil novo. Esse perfil poderá ser analisado isoladamente e em combinação com o nosso Mapa Natal. Vou me dar como exemplo (e que coisa ruim...).

Sol - câncer Sol - câncer
Asc - peixes
Asc - sagitário
Lua - leão
Lua - gêmeos
Mercúrio - leão
Mercúrio - leão
Marte - gêmeos
Marte - gêmeos
Vênus - gêmeos
Vênus - gêmeos
Júpiter - gêmeos
Júpiter - aquário
Saturno - leão
Saturno - virgem
Urano - escorpião
Urano - peixes
Netuno - sagitário
Netuno - aquário

Bom, não precisa ser astrólogo para ver numérica e quantitativamente:
Gêmeos: 6 planetas
Leão: 4 planetas
Sagitário e Aquário: 2 planetas

Isso explica um pouco do meu eu agora: agitado, empolgado, sem sono, otimista, pensando em mil coisas ao mesmo tempo. Mas, principalmente, meu charme e meu carisma... afinal, meu leãozinho não iria me decepcionar.

É um ano de mudanças, indica uma análise de uma revolução solar que comprei. Com Plutão no ascendente e Sagitário dominando meu mapa... I'll do it. If that's what it takes, that's what I'll do!

***
ps: à escorpiana fofa (é possível isso?! haha) que me citou em seu blogue... não me esqueci de seu mapa! não, não!!!

Minha trilha sonora de hoje

O dia está com um céu azul lindo de doer!

Veja a minha trilha aqui.

Com destaque para Ain't no cure for love e Another reason to believe. Deveriam ter entrado em um álbum!

Sobre cigarros e sobre fumantes

Faz um tempão que ando pensando sobre cigarros e sobre fumantes, muito antes mesmo desse lance da lei antifumo entrar em vigor.

Primeiro porque sou ex-fumante. E fumei por mais de dez anos. E comecei a fumar nos longínquos de 1996, quando morava no Japão. Então, me deixem contar uma história.

Tava eu, um dia, puta da vida com rotina de trabalho maçante, quando passei mal (única vez) e voltei pra casa mais cedo. Me senti melhor, mas sabia que a minha doença era psicológica-psicossomática e queria voltar pro Brasil o mais rápido possível. Fui dar uma volta na rua e lá, ao contrário de qualquer ideia que a gente possa ter do Brasil, é um país civilizado. É um país de primeiro mundo.

Parei numa máquina (tipo essas de refrigerante que apenas hoje vemos por aqui e não é em qualquer lugar) de cigarros. Escolhi o mais fraco, um Cabin de 2mg. E fumei meu primeiro cigarro.

Passei um ano depois mantendo meu hábito de fumar 1 a 2 cigarros por dia, dependendo do nível de estresse. Hábito esse que se manteve ao longo de todos os anos seguintes. Parei e voltei várias vezes.

Quando voltei, trinha trazido uns maços comigo, que infelizmente acabaram. Tentei encontrar um substituto, mas quem disse que encontrei? Quem teve o privilégio de fumar um cigarro importado, vai perfeitamente entender que os cigarros do Brasil me parecem uma mistura de naftalina moída, estrume e capim do mato. (Aliás, qualquer coisa no Brasil é de baixíssima qualidade, infelizmente, incluindo frutas e legumes que ficam pra nosso consumo interno)

Na época, meus substitutos foram o Carlton Cinza. Depois experimentei Luck Strike Normal e Light, Marlboro Normal e Light, Free Normal e Light, Charm (um dos melhores, mas também um dos mais caros). Até Minister, eu fumei. Mas nenhum desses chegou perto do sabor do cigarro japonês.

Um dia, ganhei de presente de um amigo, alguns cigarros mexicanos, com um engraçado design cujo filtro era xadrez. Foi a primeira vez que senti o sabor de um bom cigarro!!! Comecei a caçar cigarros importados pra comprar e nada. Os caras diziam que era proibido vender cigarro importado. Pfff. Devia ser algum cartel.

Foi quando experimentei Kent. Os três tipos que tinha na época. Com filtro de carvão ativado, foi o melhor cigarro que fumei aqui no Brasil. Era tão bom, que ninguém comprava e eles pararam de fabricar em 2007 se não me engano.

Parti para as cigarrilhas e descobri várias interessantes. As clássicas Café Créme, Dona Flor e a melhor nacional Macbeth. Elas substituíram o cigarro muito bem, apesar de serem megafortes.

Mas aí chegou 2008 e eu fui parando... parando. Nunca fumei mais de dois maços por mês. Mas meu pulmão tava me dando uns chiados e uma falta de ar incrível. Decidi parar de vez e parei em 2008.

Agora, nada contra os fumantes, mas tenho adorado demais a lei antifumo. Porque não somos um país de primeiro mundo, porque nosso povo não é civilizado. A coisa mais incrível que eu via no Japão -- e olha que japonês fuma pra caralho -- era o respeito. Havia os fumódromos, devidamente equipados e todos ficavam lá dentro. Nas ruas, não nunca vi uma única bituca de cigarro no chão. Nunca vi! Ninguém nunca baforou na minha cara.

Por aqui, minha última péssima experiência foi o show da Isabella Taviani em que fumei três maços passivamente. Um horror! Esta lei vem beneficiar agora pessoas como eu, em ambientes como aquele onde estava.

A questão não é a discussão acalorada e sem fundamento do cigarro faz mal à saúde. Quem é viciado, sabe disso e não se importa nem um pouco. A questão é que o fumante precisa entender que quem não gosta, tem o direito absoluto de não aceitar fumaça em determinados locais de uso comum. Isso é o mínimo da democracia. Se ao menos os cigarros fossem bons, mas são apenas estrumes enrolados em papel, com sabor de naftalina e inseticida. Se os fumantes gostam, beleza. Mas muita gente não gosta. E eu devo confessar que ultimamente ando com uma total intolerância contra Dallas, Eight e os Campeão da vida!

Fatal attraction

Este finde eu revi um dos clássicos de Adrian Lyne: Fatal Attraction. Que delícia este filme... puro anos 80, com aqueles efeitos de luz e sombra, dramas semieróticos bem contados. Gosto dele. Mas é um estilo que marcou época e... passou.

Lembro de ter visto este filme durante minha adolescência. E lembro de ter revisto quando comprei a edição para colecionador, que saiu uns dois anos atrás, recheado de extras, entrevistas e o final alternativo. Quem quiser, é superbarato, lembro de ter pago R$9,90.

Neste fim de semana e revi o filme e revi o tal final alternativo que, na época, foi repudiado pelos espectadores da preview. Adrian conta que teve um trabalhaço de chamar os atores e refilmar o final que conhecemos, que é Alex Forrest surtando feito uma psicótica totalmente fora de si. O que é uma pena, porque é um final totalmente comercial e até meio clichê. Mas é o que as pessoas gostam de ver.

Há dois anos atrás, quando revi o filme, lembro que chorei demais ao ver esse final alternativo... de uma delicadeza e senso dramático sem tamanho, sem forçar, sem exagerar... na medida certa. Eu adoro o personagem da Alex Forrest, porque ele simboliza uma parte gigante que existe em cada um de nós, que está desesperado por atenção. Alguns, estão à beira da loucura. Alguns, mais ingênuos, ainda estão vivendo suas experiências, sem perder suas esperanças. Alex já perdeu suas esperanças. E o personagem dela, pouquíssimo explorado (o que também é uma pena), trata disso.

Madame Butterfly acompanha algumas das cenas principais e do final. Aqui, escolho a ária interpretada pela única Maria Callas.

E Glenn Close, pisciana maluca de 19 de março, é uma atriz única. Filme único, com atriz única e trilha sonora única. Parabéns, Adrian.

Quem somos nós?

Não... isto é quase um post ao filme homônimo, maravilhoso e único, What the fuck do we know?! que merece muito ser visto para... aumentarmos um pouco o raio de nossa ignorância. Existe inclusive uma edição especial com 4 dvds que... um dia eu tenho.

Hoje cedo, andando pelas ruas de uma Lapa com as mesmas pessoas correndo de um busão a outro, ou de um trem a outro, eu parei num semáforo, que aguardava o sinal verde dos pedestres. Queria ter minha câmera para registrar aquele momento! Do meu lado esquerdo, o dia nascia perfeito, com um amanhecer repleto de cores, tonalidades e semitonalidades, uma verdadeira aurora boreal da manhã! O céu azul e perfeito dava o contraste para um espetáculo sem palavras e que eu humildemente tentei descrever aqui.

Olhei para as pessoas paradas, esperando o farol fechar. Contra a luz, estavam todas escuras. Cabisbaixas. Não vi ninguém apreciando aquele presente gratuito que estava ali, para encher os olhos de lágrimas.

A primeira coisa que pensei foi: "Quem somos nós? Seres humanos ridículos!" Sempre admirei a Natureza, sem necessariamente querer fugir para ele, como o cara do Into the wild, que já postei aqui. Isto é o que devemos fazer: simplesmente nos inspirar. E nada. Não fazemos nada diante desse presente de graça. Nós -- os seres que reclamam que nunca têm nada de graça.

Damn, it's another day. I will fulfill it with the blessings that Holly Nature provides...and I will go on.

Todas as outras coisas

Mein Gott, thanks it's fucking Friday!!!

Se tudo o que dizem sobre todas as coisas for verdade, eu assino: fui testada de todas as formas possíveis e impossíveis que eu poderia sonhar.

Fui testada profissionalmente, espiritualmente, para saber se aprendi, se entendi, se cresci e se consigo tirar proveito disso tudo.

Assim, a falta de criatividade para este post apenas é para declarar que estou muito orgulhosa de mim! Claro, minha querida Jana foi a mais atingida nessa turbulência toda... mas é bom poder saber que, dentre todos esses testes, nós também passamos pelo nosso teste pessoal.

Que venha o finde e todas as coisas boas que ele traz... tô precisando!

To infinite... and beyond!!!

Sol entre nuvens

Hoje, a caminho do trabalho, vi sol entre nuvens. Pena estar sem a câmera para registrar o momento... aquilo parecia uma metáfora de mal gosto para a turbulência corrida que anda minha vida agora... Mas foi bonito. E que venha logo o finde!

Contra a mesquinharia e a ignorância

Ontem eu -- uma vez mais -- tive o privilégio de testemunhar contra a minha pessoa como o ser humano pode se vender por nada, por falso poder, falso auto-controle, ignorância real e mesquinharia de companheirismo.

Sim, eu fiquei puta. Ainda tô meio puta. Mas que adianta falar do que acontece no trabalho, se as pessoas se põem no pedestal da razão e esperam ser idolatradas. Para esses ególatras ignorantes e mesquinhos, tô cagando e andando.

Mas eu exijo respeito à minha pessoa e ao meu trabalho. Por isso, não revidei, não vou revidar, não quero mais saber. As pessoas são o que são, e você acredita no que quiser acreditar. Eu sei no que vou acreditar. E apenas lamento -- lamento MUITO -- que as gotas restantes do meu idealismo se secam com o passar dos anos.

Pois eu acreditava no companheirismo entre as pessoas, ainda em um círculo tão restrito, quanto um departamento de trabalho. Mas eis que a vida sempre te dá semirrasteiras para mostrar o que é real.

Lamento. Lamento que as pessoas se ofusquem com falsos propósitos e vivam sua vida inteira -- UMA VIDA INTEIRA!!! -- criando uma falsa expectativa, sem sentimentos puros, sem olhar no espelho.

Valeu, colega. Vc me inspirou como há muito ninguém me inspirava! E é por ver o que vc me mostrou que tenho ainda mais certeza de quem sou.

***

Para expurgar essas merdas da vida, cabei de pegar no twitter da Isabella Taviani que ela disponibilizou outra faixa do próximo álbum dela Meu coração não quer viver batendo devagar. Chama-se Presente-Passado. Linda, linda, linda... Obrigada, Bella! Vou comprar meus ingressos para o Canecão e para o Citibank Hall!!! Demorou!!!

Alice adventures in wonderland

Não, este não é um post sobre o conhecido blogue lésbico Alice's adventures in Lesboland (que por sinal, é inteligente e divertidíssimo).

Há umas semanas atrás, minha irmã me presenteou com o empréstimo do Alice in wonderland e Through the looking glass and what Alice found there. Ainda tô no primeiro, óbvio. Mas antes de falar dos livros, vou falar do famoso filme da Disney.

Lembro de que todos os anos, o SBT passava Alice no país das maravilhas no Natal. Eu e minha irmãzinha cansamos de ver. Eu gravei nos antigos VHS, via e revia incontáveis vezes. Lembro que nos idos de 1990, o Sesc Pompéia fez uma exposição Alice no Brasil das Maravilhas. Eu, no auge de minha pré-adolescência, me encantei com o que foi recriado.

Assim, eu e Alice temos, no mínimo, uma relação antiga e curiosa. Garotinha xereta e imaginativa, talvez tenha me visto um pouco nela.

Enquanto ainda leio os livros, revejo o dvd da Disney -- que obviamente comprei assim que saiu -- aguardo ansiosa a releitura de Tim Burton. Johnny Depp, Helena Bonham Carter e cia participam desta versão. Vejam o trailer oficial no youtube.

Coração deserto (poema)


Se eu fechar os olhos por um momento
talvez eu seja capaz de desenhar o meu futuro
e este será o instante em que não sentirei ansiedade nem angústia
todos os temores se dissiparão eu conseguirei sorrir livremente.
Pois que o presente seja tão incerto quanto as lembranças do passado
e o futuro sempre reserva uma fração de esperança
para os sonhadores, raça quase extinta, seres humanos
fadados à dor, à solidão… quase como eu e você.

Mas se você fechar os olhos por esse instante
talvez você não consiga ver as coisas que eu vi
como em sonhos premonitórios, quando nunca é dia ou noite,
seremos duas almas separadas, cada uma trilhando sua própria linha
não nos encontramos, não iremos nos reencontrar
e a espera será apenas mais uma característica de personalidade
quase uma cicatriz, um verdadeiro defeito congênito,
e o que restar será compartilhado como migalhas para pombos.

Eu vou fechar os meus olhos por um momento
esperando que alguma coisa mude entre o segundo do desejo e o do desespero
uma fração de um milésimo de um minuto para o fim
se parece ser muito mais fácil desistir, eu escolho continuar
todos os meus passos já são conhecidos, minhas intenções
então nada restou para descrever ou para conversar, nada,
e comigo mesma eu ficarei com mãos vazias, corpo vazio, olhos vazios
uma alma despedaçada e vazia… sem migalhas para mim mesma.

Eu vou fechar os meus olhos por um momento,
e numa suposta prece que eu nunca rezei, eu vou pedir
que a compreensão seja mais ampla que pré–julgamentos
pois mesmo que a vida seja cíclica e eu assuma meus compromissos
o primeiro sinal de silêncio vai aliviar a angústia desta alma
para nunca mais calar o silêncio de um espírito solitário,
nunca mais haverá manhã ou noite em que o eco de uma voz
não será refletido de volta para o mesmo espelho vazio,
a compreensão e a empatia não são características do ser humano,
mas mesmo assim eu peço que olhem do meu ponto de vista e compreendam
o que os olhos humanos não vêem jamais, o que corações não sentem
o que almas vazias como as de vocês jamais perceberam
e me deixem ir com os olhos fechados e um sorriso nos lábios.

Então, não feche seus olhos comigo, nem por dó, nem por imaginação
assim, só e feliz, eu permanecerei entre cinzas e lembranças
pois é triste saber de alguém que passou por sua vida e nada deixou
eu passei pela minha própria vida e acumulei todo o conhecimento possível
tentei auxiliar, tentei compartilhar e como eu tentei me integrar,
mas o ar sempre é muito denso… ou eu ficava na superfície, ou no fundo do âmago,
e entre a angústia de nunca saber onde permanecer eu decidi sublimar
decidi que não era mais minha escolha, nunca tinha sido minha escolha,
o meio–fio de minha decisão era a minha maior e única decisão
e quem quer que caminhasse pelo meu coração, nunca deveria ter esquecido
que em um coração deserto, apenas se caminha sozinho.

(por mim, em 20/11/2006)

Tomorrow never dies

Após mais um fim de semana, após finalmente ter visto Into the wild, eu acordei com algumas perguntas, que não sei se deveriam ser feitas por uma mulher nos 32 anos de idade, como eu.

1- não é triste ver que alguns de seus contatos, antes amigos, agora se resumem a meros forwards na sua caixa de entrada?
2- a rotina das pessoas na segunda-feira, de uma São Paulo cinzenta, cabisbaixas, fumando seus cigarros fedorentos, com o cheiro da preguiça de tomar banho.
3- uma necessidade intrínseca de fugir, mas sem ter, literalmente, pra onde ir?

Pois é. E saibam que ainda tô com o filme na cabeça. As paisagens e o cenário são lindos... de uma beleza instigante, refletindo a alma do personagem -- me lembrou Brokeback Mountain.

Desde a pré-sinopse que eu não li (apenas ouvi falar) eu sabia que o personagem principal ou era aquariano ou sagitariano. Embora apostasse minhas fichas no segundo, não me admirei enquanto subiam os créditos, que a data de nascimento de Christopher McCandless fosse 12 de fevereiro.

Algo ainda me incomoda neste filme. Acho que ele é idealista demais ao achar que vai encontrar a felicidade assim. Como ele mesmo diz no fim "Happiness is only real when shared." Tarde demais para perceber. Eu acrescentaria "os piores confins para adentrarmos são os nossos próprios."

Porém, concordo literalmente que se tivermos de escolher a melhor expressão de Deus seria na Natureza. Ela é perfeita, equilibrada, com seu mistério justo, balanceado -- algo que os seres humanos nunca conseguiram copiar.

Enquanto isso, vamos ouvindo Tomorrow never dies e The world is not enough, em homenagem a este post. Bond foi mera coincidência.