Fazia tempo que não reouvia o álbum Dois Quartos, da Ana Carolina. Sou fã incondicional desta cantora, a ponto de ir a dois shows seguidos, só pelo ardor de poder vê-la no palco. Depois, cansei. Cansei do excesso de berreiro dela e das fãs, cansei do sofrimento das músicas. E deixei de lado.
Mas, ontem, voltei e ouvi Claridade. Uma música divina, de uma melodia divina. Lembrei que em meados de 2007 (ano em que o álbum da Ana foi lançado), chorei muito ouvindo essa música. Aquele foi um ano especialmente difícil na minha vida inteira. Talvez um dos anos cruciais. Quem estava presente na minha vida e conseguiu passar por mim durante essa fase, está aqui até hoje.
E hoje, reouvindo, penso que como ainda amo muito essa música: “Eu não quero mais correr, vou cuidar do meu jardim. Trago flores pra vc, deixa o tempo lhe mostrar. Nossa história é mesmo assim. Chora, pois a chuva de agora, vai molhar as suas rosas e a tristeza vai ter fim. É hora, acabou a tempestade, pra chegar a claridade do amor.”
Eu paro e olho ao redor e vejo meus amigos: todos entrando em suas crises dos 30 anos. Eu paro e olho para mim mesma, com certo egoísmo em ver que sinto que a maior parte dela já foi embora. Eu tento explicar para meus amigos que a grande dica para esse período é: viva o que tiver de viver. Não se prenda, não se tolha. Apenas viva! Intensamente! O resto… é impossível prever o futuro.
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