Lá se vão quase seis meses desde a última postagem decente deste blogue. Em mais de um ano, poucas postagens: e, na maior parte delas, textos tristes. Até surgiu um leitor anônimo me dando esporro me mandando voltar à vida! (ou algo do gênero) rs
Mas não vou aqui escrever sobre o passado. Nem vou comentar sobre as grandes mudanças no cenário político nacional e mundial. Tampouco falarei das desgraças mundo agora, de maior ou menor tamanho, que devastam, matam e transformam cenários naturais.
Também não vou falar das pessoas e das relações humanas! Ah! Este sempre o maior ingrediente de minhas maiores reflexões.
Em fevereiro deste ano eu tive um sonho. Bizarro: sonhava que estava em um local aberto, na cidade. Estava caminhando quando de repente olhei para o alto e vi um avião em queda em minha direção. Não daria tempo de correr, eu senti a morte iminente. Mas corri, como todos fazem em seu último movimento de salvação. Corri. E adiante havia uma ponte. Fui para debaixo dela e, miraculosamente, ela amorteceu a queda do avião. Foi feio mas eu me salvei. Lembro que foi um sonho muito forte, nítido.
Postei esse sonho no facebook e algumas pessoas comentaram. Uma delas fez um comentário interessante que, na época, não teve a importância reconhecida que teve quando reli ontem. Foi impactante. Porque parecia prever algo que aconteceria com a minha vida nos meses subsequentes.
Reviravolta, guinada: eis a síntese do sonho. E, apesar do caos, eu me reergueria porque eu sobrevivi.
Os últimos meses têm sido de profundas reflexões. Um mergulho no meu silêncio solitário e vazio. Apenas pouquíssimas pessoas presentes. Desta vez, escolhi fazer diferente. Quer dizer, acho estar fazendo diferente. E espero, honestamente, resultados diferentes.
HUMILDADE tem sido a palavra e o mantra. Humildade para aprender a conviver com o seu velho e o seu novo eu. O velho que ainda reside firme e presente, com suas cicatrizes e seus defeitos. O novo cheio de ímpeto e ansiedade. Humildade para aceitar o que pode ser mudado e humildade para conviver com o que nunca deixará de ser seu.
Ando pensando em tanta coisa... mas tenho focado meus pensamentos nessa simples palavra: humildade. A consciência da própria limitação. Essa consciência não quer dizer que não há reconhecimento das virtudes, ao contrário.
Quero me despir do velho em todos os sentidos. Aprender. E recomeçar outra vez, evitando cometer os erros do passado. Penso que esta é a melhor forma de honrar o título de "ser humano". Não ser seduzida pelas ilusões ao ego. Ser sempre guiada, com equilíbrio, pelo seu santuário interno.
Espero voltar a escrever com mais frequência, porque escrever é, de fato, uma das coisas mais importantes para mim.