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Coisas que a gente aprende

Este período tão rico que é o inferno astral tem me proporcionado (talvez, penso) uma sensibilidade acima do comum. Eu nunca vi as peças tão encaixadas como agora.

A lição que mais tem me servido é: não importa o que você diga as pessoas o que está se passando em sua cabeça, elas apenas entendem o que eles querem.

E, neste ano, eu tive provas mais do que suficientes disso, em todos os setores da minha vida. Simultaneamente, é inevitável pensar nos conceitos de lealdade, fidelidade e honestidade que sumiram de nossas prateleiras já há muitos anos. Pior: agora eles nem resgatados estão sendo mais!

Por exemplo, em uma área específica da minha vida: eu aceitei comprar a briga por puro idealismo. Meu ascendente em sagitário (que ainda bem foi embora!) me impeliu a quebrar um monte de elos que não me serviam mais. Me fez escolher algo por menos, quando sei que mereço mais (mas a questão inerente aqui é a experiência). Mas eu tinha sentenciado desde a primeira vez que não passaria de dois anos. Eu odeio ser bruxas nessas horas, porque raras vezes, eu erro.

Tudo acontece como previ e todos me perguntam porquê. Eu lhes digo os motivos. As pessoas me olham (como em geral sempre me olham) com uma pergunta velada. Não importa o que eu lhes diga, elas apenas serão capazes de ouvir (no sentido de compreender) o que estiver ao seu alcance.

Soa ridículo. Mas em outros campos da minha vida, eu sou até rígida com determinadas regras. Se por um lado, eu posso aceitar e conviver com alguns desvios graves de conduta, por outro, não me traia (no sentido mais visceral da palavra): porque esse tipo de coisa eu não perdoo.

Aí eu fico tentando achar uma lógica nesse raciocínio, mas é óbvio que eu não acho. Porque essa lógica não faz parte da minha realidade, nunca fez parte de minhas atitudes desde que minhas lembranças existem. Mas a vida é assim: você pode dizer a todo mundo porque gosta de morangos, a pessoa só entende que você é do contra, e deveria gostar de bananas. E lhe pergunta: qual o problema das bananas?

A questão é que eu nunca disse que não gosto de bananas, eu apenas afirmei que gosto de morangos. Eu posso não gostar de bananas, mas por que a simples afirmação de que gosto de morangos não pode ser ouvida?

Em um grau mais avançado, eu posso dizer que gosto de morangos, exceto quando eles são batidos com leite. Vão te dizer o seguinte: por que você não gosta de leite? Eu não estou dizendo que não gosto de leite, eu estou dizendo que não gosto de morango com leite (pessoalmente, eu adoro!).

Entenderam a gravidade da coisa? Há entre as pessoas uma grave tendência a não compreensão de um simples fato. Parecemos um bando de neuróticos com mania de perseguição, porque eu posso ter a seguinte atitude também: “Ah, mas eu gosto de morango com leite, por que você está falando mal de morango com leite? Por que vc só fala as coisas que eu não gosto?”.

Bem, tirando a polêmica das frutas, se quiser ser feliz, aprenda algo: você pode pedir demissão do seu emprego e dizer ipsis litteris quais foram seus reais motivos, as pesssoas apenas acreditarão naquilo que lhes convém, uns por escolha, outros por falta de escolha. Você pode terminar um namoro dizendo as urgências de seu coração, a outra parte apenas imaginará que você tem ou teve dúzias de amantes que agora brotarão como flores no campo em época de primavera.

O melhor conselheiro e ouvinte é o seu coração, sua alma. Ouça-os e nunca, repito, nunca se arrependerá!

Uma noite com estrelas

Vou compartilhar uma história que acho que ainda não tinha falado por aqui.

Na minha adolescência eu tinha algumas manias que poderiam facilmente me classificar como nerd, depressiva ou – no mínimo –, esquisita. Fato é que diante da realidade que tinha na época, eu tinha poucas opções. Uma delas, que me marcou muito, foram as noites acompanhadas de um walkman, algumas velas, máquina de escrever e o céu.

Costumava ser sempre assim. À noite eu tinha o silêncio e a privacidade que durante o dia não tinha. Era como se à noite eu pudesse ser mais eu mesma e estava livre para fazer tudo. Uma realidade ilusória, mas que me servia muito bem. Era uma época produtiva, porque eu escrevia quase dez poemas por dia!

Assim, durante o início das noites, eu costumava subir até a laje da minha casa e observar o céu. Eu, minhas músicas favoritas da época e o céu aberto. Me deitava no chão e passava horas observando. Época boa também porque eu não era míope e não tinha os quase 3 graus de miopia que, hoje em dia, não me permitem mais ver o céu assim sem um par de óculos (e ainda assim posso não ver certos detalhes mais).

Eu ficava tentando identificar constelações e estrelas. E sempre achava um “corpo em movimento” que começava num ponto do céu e atravessava até chegar o outro ponto. Isso era mais do que comum. Eu ficava imaginando o que seriam esses corpos.

Também costumava ver pequenas fagulhas incandescentes caírem do céu. Isso era mais comum ainda! Costumam dizer que somos constantemente “bombardeados” e eu pude ter essa experiência em uma simples noite de céu limpo.

Então, eis que no começo da noite de sexta, enquanto viajava, vi a mesma noite na estrada, as mesmas estrelas, no mesmo céu. Reclinei o banco ao máximo e me pus a apreciar o cenário, da mesma maneira que o fazia há quase vinte anos atrás. Lágrimas começaram a surgir. Muitas lágrimas.

Naquele sublime instante eu me vi naquela velha Crisão que costumava ser e que agora me tornei. Os meus medos e as minhas inseguranças na época. Tudo fez sentido. Uma sensação de bem-estar me invadiu e eu apenas me deixei levar por esse sentimento.

Penso que nunca observamos os detalhes de nossa vida. Parece que só desejamos coisas grandiosas e somente nos satisfazemos com um prédio gigante construído, nos esquecendo de que cada coisa que participamos e cada coisa que fazemos por nós mesmos em nossas vidas é uma vitória, é uma obra divina pessoal.

Penso que nossa vida sempre é tão comparada no que outros fazem e deixam de fazer, ou como fazem ou nunca fazem. Observar as estrelas me fez lembrar quem eu sempre fui e quem nunca deixarei de ser, não importa quantas pessoas tenham me dito que o caminho estava errado.

Don't be scared

Estes próximos dias vou tirar uma pequena folguinha virtual... o que pode mostrar minha capacidade de viver sem essa droga viciante chamada internet ou mostrar que sim, é possível coexistir com um vício sem sucumbir a ele.

Novidade das queridas Demônias Twitteiras, minha querida Isabella Taviani cantando Don't be scared, música de Yoko Ono, num projeto de Marcelo Fróes. Sim! Ela canta reggae e em inglês. Adorei a versão. Clica aí embaixo pra ouvir! Ah sim, a música ainda é inédita pro público... quer dizer, pro grande público ainda, porque para os fãs, não é mais! rs

01 de julho - O DIA!

Hoje é um novo marco na minha vida. Marcos como tantos outros que guardo em segredo... e que sempre relembro quando preciso trazer à mente quem eu sou, quem eu fui e quem eu serei.

Gosto de guardar datas, gosto de olhar para trás e ver as coisas que construí, os defeitos que perdi -- outros que minimizei, as amizades feitas, as mantidas e as que surpreendem de tempos em tempos.

Estou muito feliz! Uma felicidade como este céu azul que invade São Paulo. Estufo o peito e suspiro... a estrada está agora, diante de mim, aberta, como sempre deve estar e como estará. Ao meu lado, tenho todos os meus amigos -- presentes ou ausentes -- que farão companhia em cada passo.

E continuarei seguindo minha intuição e meu coração. Vambora!

Dica da minha querida amiga Cris Barufi, mestre Oswaldo sintetizou bem os meus sentimentos agora.