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Os amores (as digitais ou ranhuras do disco de vinil)

Saudade eu tenho de muitas coisas.

Tenho saudade da minha pré-adolescência como um dos momentos mais puros que vivi em minha vida. Mesmo na turbulência dos hormônios, foi uma época profícua.

Saudade eu tenho de momentos únicos vividos no Japão.

E eu poderia aqui listar tantas e tantas saudades que poderiam virar tantos e tantos posts... mas não. Hoje não. Hoje quero refletir sobre algo (até inusitado) que aconteceu ontem.

Primeiramente, peço licença: o que falarei aqui será anonimamente. Nomes e situaçãoes guardados a sete chaves que levarei para comigo além do túmulo! rs

Não sou uma pessoa nada boa com conselhos sentimentais. Quem me conhece bem, sabe que EU peço conselhos. Sempre pedi conselhos a vida inteira. Será chegada a hora de passar o que a experiência (forçosamente ou não) trouxe à minha vida?

Nunca fui uma mulher racional no que tange a relacionamentos amorosos. Hoje, sem pudor algum, assumo que sempre fui a mulher dos amores platônicos. Sempre me perdi entre o desejo e a realidade. Saboreei decepções, irrealidades, expectativas tão infundadas! Eu nem deveria estar aqui para contar isso! (Rá! Mas estou!)
Ontem, de duas pessoas bem diferentes, ouvi delicado pedido de aconselhamento. Não me sinto em tal posição de aconselhar ninguém. E não é porque eu não considere que possa compartilhar experiências ou porque eu possa ser melhor que alguém. É simplesmente porque a vida de cada um é única e as escolhas são pessoais!

Mas, seria criminoso não falar nada. E eu disse o que pensava. Porém, sabe, tenho medo de dizer o que realmente penso. Inúmeras vezes fui tachada de grossa, que esse eco sempre me invade toda vez que entro num assunto polêmico. Depois de tanta coisa ruim que já me aconteceu nesse sentido, sempre que me vejo nessas situações, prefiro o silêncio e a omissão, simplesmente. Não machuco ninguém, não me machuco. Mas a verdade sempre fica pairando... sem pousar.

O amor tem umas coisas estranhas. "Love is so strange" ou "Quem inventou o amor, me explica por favor?". Não tenho essas respostas. Acho que o nosso conceito de amor é humano demais para querer respostas tão divinas.

E o amor é o mesmo. É o mesmo que dá o friozinho na barriga e faz dar aquela ansiedade de tornar real as expectativas mais secretas. Mas o amor tem suas digitais e as ranhuras de um vinil, que são únicas para cada um. O que dizer? Por vezes eu vejo o começo e o fim de um amor e preciso permanecer em silêncio porque eu (quase) sempre acerto? O que posso dizer?

Então só posso dizer que nunca é totalmente amor quando ainda é a fase da paixãozinha. Aquele fase doce de sentir falta dos defeitos, de achar perfeição em tudo. De sentir ternura mesmo quando o outro te trata mal. Esse amor é tão forte que parece dar um choque inteiro no corpo. Depois, sentimos bem com a presença (mesmo distante) com as palavras que parecem terem sido feitas sob medida para os nossos ouvidos. Imaginamos corpos juntos, o encaixe perfeito, a sincronia perfeita. Nas nossas ideias, tudo é sempre perfeito.

Mesmo os mais racionais não conseguem não sentir isso... faz parte do ser humano e é bom demais para deixar de sentir. Mas os amores são únicos e a combinação de duas pessoas é algo tão possível de predizer! Não há oráculo nenhum que possa dar conta de tudo isso. Por que? Porque somos humanos, porque a cada segundo fazemos escolhas. Porque apenas somos resultados de nossas escolhas feitas a cada segundo de nossas vidas.

Mas é difícil dizer isso para alguém apaixonado. Um coração apaixonado sempre vai responder: "Ah...depois". Quando não diz isso tarde demais. Bem, no amor nunca é cedo ou tarde demais. (Bem até pode ser também...)

Metade razão e metade emoção. Regras sobre nenhuma regra. Apenas escolhas. Espero que essas duas pessoas que me pediram conselhos tenham boa sorte! E eu espero que, mesmo em meio ao meus conselhos pragmáticos (como sabiamente disse Sharleu), eles encontrem o próprio caminho e sejam felizes!

Isabella Taviani no Engenhão - a saga

Eu pensei em fazer da forma mais simples, apenas postando as fotos. Mas, não tem como. Foi uma saga sair de onde moro para ir até o Engenhão. E isso não é pelos percalços da distância não... mas sabe quando parece tudo dar errado até vir a redenção? Pois é. Tenha paciência em ler as próximas linhas para descobrir. E rir...

Eu e meu amor criamos coragem (que faltou para ir ao show da Diva no Retiro...) e saímos de casa às 12h15 sob um sol escaldante de 36ºC no Rio de Janeiro (isso porque estamos no inverno...). Pegamos uma van até a estação de trem. Chegando lá, tínhamos acabado de perder o bicho. Esperamos pacientemente 20 minutos pelo próximo, já que esta é a melhor maneira de ir ao Estádio João Havelange: de trem. A estação Engenho de Dentro dá de cara para o Engenhão.

Sorte 1: era um trem novo, com ar-condicionado. Porém, inferno. Vendedores ambulantes de todas as quinquilharias possíveis brigando para ver quem berra mais alto. Tentei ficar zen com a situação, visto que ODEIO gritaria... tudo bem. Algumas estações depois, vários torcedores do Botafogo resolvem entoar seus gritos doces de guerra enquanto batucam dentro do trem. Sem novidade, também, tudo a maior delícia. Pelo menos o bicho tinha ar-condicionado.

Chegamos. Da estação dá para ver o estádio, novo, imponente. Acompanhamos a galera e fomos indo. Entrada da ala sul. "Aceita pagamento com cartão de crédito ou débito?". "Não, apenas dinheiro". Poootz! Tínhamos vintão juntando e que mal dava para comprar o ingresso mais barato! :P

Começamos a andar procurando um caixa eletrônico. Nisso, simultaneamente, perguntávamos para alguma alma que poderia nos ajudar. Nada. Nem um, nem outro. Primeiro que eu não sabia que não aceitavam cartões em estádios. Segundo, era a primeira vez que eu ia ao estádio (meu amor também) para ver um jogo de futebol. Ou seja, marinheiros de primeira viagem... Uó. Tudo isso sob o sol escandante de 36ºC.

Decidimos pegarmos um táxi. O taxista muito atencioso, disse que os caixas ficavam do outro lado da linha amarela, que era fácil de voltar, bastava pegar a passarela. Ok. Descemos do táxi, pagamos, fomos ao caixa, sacamos a grana, passamos pela passarela sobre a linha amarela e voltamos pro estádio.

Tínhamos chegado pela ala sul e estavávamos na ala oeste. Pensei em pontos cardeais (não a música, claro...) e resolvemos ficar na ala oeste inferior. Pela posição do sol, ficando nessa ala, vi que não seria mais obrigada a ficar torrando sob ele (fala aqui a neurótica observadora de coisas que, em geral, ninguém observa). Compramos: ala oeste inferior, lado B. Fomos correndo, porque faltavam 5 minutos para o show começar!

Entramos. Lado B? Perguntei para um guarda: "Moço, vc sabe onde vai ser o show da Isabella Taviani?". Ele: "Show? Tem show?" (imagina a minha cara de desespero...). Eu disse: "Tem show sim, antes do jogo!". Ele muito pragmático: "Bom se tem show, só pode ser no gramado. Entra lá e vê". Agradeci e fui.

Vi uma Isabella Taviani do tamanho de uma formiga. Desci lances e lances de escadas e tirei esta foto:
 
Óbvio que surtei com a distância! Tava muito ruim de ver!!! Vi que tinha uma área cercada de correntes, bancos macios e com proteção. Perguntei a um outro segurança que apenas disse: "Não pode entrar aqui não." Não desisti. Fui do outro lado, lado D e... alegria! De frente para o palco! Arquibancadas vazias. Corri pra ficar na primeira fila... e curtir.


Bonitona essa foto da botafoguense ao lado da estrela solitária...








Marcos Vasconcellos e Isabella.







Momentos finais do show (ela cantou três músicas apenas, pensando que seriam as óbvias-conhecidas: Luxúria, Diga sim e De qualquer maneira). E nesta foto ela não tá a cara do Reinaldo Gianecchini??? Eu acho.








Momento de vir para perto de nós dar um oi.











Durante o show pensei na redenção depois de toda a saga vivida... nós passamos por três alas e compramos exatamente a ala certa!!! Muita gente deveria estar na leste ou na norte e não pode ter a bênção de vê-la tão de pertinho como eu vi... Assim, terminei agradecendo o sol no côco da cabeça, por também estar numa ala que não batia sol e aproveitei para ver o Botafogo Glorioso (que adotei como time carioca para torcer depois do dia de hoje) vencer o São Paulo. Aliás... é incrível ver um jogo de futebol num estádio! Repetirei a experiência...

Mais fotos estão postadas aqui no meu Facebook, vai lá também!