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Uma ode ao silêncio

Bendito seja o mundo moderno!

Alguém parou para reparar que estamos vivendo, talvez, os tempos mais barulhentos de toda a história da raça humana? As novas tecnologias não trouxeram apenas novos equipamentos mas também maior acessos dessas mesmas tecnologias a um novo cada vez maior de pessoas.

Nosso atual tempo é o tempo da pressa, o tempo da suposta ausência de desperdício. Se queremos dias mais longos, queremos cada vez mais aparatos mais suporte. Já virou clichê dizer que somos uma geração dos descartáveis. É um círculo vicioso querer sempre o aparelho mais moderno, com mais aplicativos, com maiores funções.

Minha mãe é da geração pós-guerra do Japão. Os filhos daqueles que enfrentaram a guerra tiveram de aprender a economizar tudo e qualquer coisa a todo custo. Acho isso o extremo oposto e sempre entrei em embates com minha mãe por isso: a sua mania de guardar tudo achando que vai precisar depois. Não vai! Mas ela tem realmente um pensamento cristalizado de que pode precisar.

Da mesma forma, vejo a geração dos descartáveis achar que o simples ato de comprar cada vez coisas mais modernas é um ato salutar. Não acho, sinto muito quem pensa assim. Mas, digamos que o poder aquisitivo é uma ferramenta tentadora.

Bem isso tudo foi uma volta gigante dada para dizer que eu sinto falta do silêncio. As pessoas parecem constantemente energizadas para falar alto, berrar ao invés de conversar. O som nunca pode estar em um decibel de respeito ao vizinho. Em aviões, trens, ônibus e metrôs, os DJs ambulantes de acham dono de seu metro quadrado e foda-se quem estiver literalmente ao seu lado com dor de cabeça ou um simples gosto musical diferente.

Nas periferias, carros bombados consideram lugar público qualquer um em que possa estacionar seu carro, abrir o capô e ligar seu funk ou pagode (porque são sempre esses gêneros musicais) em altíssimo volume, não importa a hora do dia ou da noite. E muita gente ganha grana bombando carros assim, pensa.

Você conseguiria ficar em silêncio por mais de uma hora, sem dizer uma única palavra, nem que fosse para você mesmo? Duvido. Somos movidos a açúcar e a uma constante necessidade de estar fazendo algo, porque o ócio já não se diferencia da preguiça e silêncio é coisa de monge tibetano.

Fico imaginando aonde estaremos daqui a um tempo. Lembro que diziam que usar fones de ouvidos durante muito tempo estragaria a audição de uma pessoa a médio prazo. E viver nesse constante barulho diário, sem protetor auricular, o que pode causar? Garanto que ficar apenas surdo será luxo.

Duas aquarianas!

Com um imenso sorriso no rosto, me peguei pensando num filme que vi em São Paulo, na Mostra Internacional de 200: Caramel. Às vezes me dá saudade fazer aquelas maratonas de filmes do mundo inteiro e descobrir atores novos e culturas novas... quem sabe numa nova fase, em breve?

Citei Caramel porque é um filme dirigido e também atuado pela belíssima atriz Nadine Labaki. Ela merece divulgação porque é linda. Estratosfericamente linda. Aí, caçando, descubro que ela é aquariana como uma outra atriz belíssima, musa minha há mais de vinte anos: Christiane Torloni. Aí me peguei nas coincidências: além de serem do mesmo dia de nascimento (18 de fevereiro), as duas são belas morenas, com olhos grandes (adoro), sorriso grande e encantador. *suspiro*

Minha xará todo mundo conhece, mas a Nadine Labaki, não. O site oficial dela está fora do ar temporariamente (uma pena), mas clica aqui e aqui para saber mais dela. E tentem caçar Caramel para assistir. Vale a pena.

Ah: em alguns momentos (como acima), eu me rendo às aquarianas... rs

Novo início!

A coisa chega assim: de mansinho. Você não faz mesura e de repente, o inusitado: simplesmente acontece. Uma pergunta parece básica -- como foi? Ninguém sabe. Fato é que quando certas coisas precisam acontecer, nada as impede de tornarem-se reais.

Neste início de madrugada em pleno sábado, me pego pensando num assunto que queria postar há meses, sem exagero: o término das amizades.

Eu nunca pude ser capaz de entender algumas coisas que se sucederam na minha vida. Não sou ingênua nem pretensiosa para adivinhar e para predizer. Fui pega de calça curta, mesmo quando agi ou quando recebi uma ação.

Sinto falta dessas pessoas que se foram. Sim, não sou orgulhosa para dizer que não sinto falta, porque sinto falta sim. Talvez eu sinta falta daquilo que ficou bom e ficou eternizado nas memórias. Porque antes de terminar havia um sentimento bom, quente, afetuoso, reconfortante de amizade.

Sempre reparei em mim mesma uma necessidade de controle absoluto sobre tudo o que fosse exterior a mim. Claro que a mesma regra não valia para o controle de mim mesma. Assim, eu podia viver uma vida desregrada até o momento em que invadissem a minha privacidade.

Não dizem que a necessidade de controle é justamente a ausência dela? Pois, digamos, que com isso eu tenha tido experiências amargas e doces nesse sentido.

Isso tudo para dizer que estou com o coração aberto em relação às novas pessoas que entrarão em minha vida! SIM! Oficialmente (olha o controle...) que a temporada de reclusão, crise e o caralho a quatro estão terminadas.

O nevoeiro cede e a escuridão vira dia. Nada ainda é sinônimo de pura alegria, porque a vida é batalha diária. Para sermos plenos, precisamos plantar diariamente. Para sermos felizes, espalhamos felicidade a cada segundo. Para sermos todo, precisamos nos fragmentar -- sem nos quebrar. Fácil, né? ;-)

E que todos os meus amigos cariocas sejam bem-vindos neste coração paulistano, mas cheio de vontade de viver a vida plenamente. Todos nós merecemos!

E assim...

Não diria que esteja vivendo uma crise criativa. Palavra forte, essa. Parece que se a gente ficar pensando nela por muito tempo, vai grudar igual sarna e nem o mais poderoso dos remédios antissarna darão conta de resolver a questão!

Eu acho que estou... num misto complicado de silêncio com revolução interna. Ah sim! Muitas coisas estão acontecendo e para a gente ser bem malcriado e sacana, vou dizer que não interessa falar disso. Quem está por perto sabe e blá-blá-blá. Alguns fatos são expressivos: nunca li tanto na minha vida -- a trabalho. Nunca fiquei tanto tempo sem postar -- por motivos meus. E nunca me senti tão... imitada. Seria essa a palavra?

Inspiração e imitação parecem andar ali... tão perto que quase se dão as mãos. Eu me vejo, um pedaço retorcido de ferro falsamente forjado, nas palavras de outrem. As palavras dos outros que parecem as minhas palavras. As atitudes alheias que parecem tão deliberadamente copiadas de mim.

Oh, eu diria que estou tão autoconfiante a ponto de achar que tudo gira em torno do meu umbigo? Não. Mas eu diria que se não for tão óbvio para eu me achar tão superpoderosa é, no mínimo, passível de observação apurada.

Mas mesmo assim, os dias estão tão gostosos de se viver... eu descobri que me redescubro nos outros -- mesmo que eles estejam a me copiar. A convivência não é a mesma sem os elementos do exterior. Eu nunca julguei que teria tantos amigos cariocas! Olha só a ironia. Alguns que ali me leem sabem o que eu quero dizer. E se eu nunca fiz deste blogue um confessionário, transformo-o no dito cujo agora mesmo!!!

A amizade é um troço demorado de ter. Mas, como tudo, precisa começar. E fico feliz os bons ventos soprando com força, esperança e alegria aqui no Rio de Janeiro. Amém! Que assim seja!

Matéria sobre Isabella Taviani no Palco MPB

E não é que foi ao ar??? O mais inusitado foi que não planejei nem pedi para isso acontecer.  Não fui atrás de ninguém para pedir para falar. Ao contrário, a voz tinha de ser a da Fafá (que aparece logo depois de mim), porque ela é fã da IT há mais de 15 anos! Mas foi uma delícia poder falar de uma artista de que gosto tanto... E foi uma honra, porque procurei manter o tom que a própria IT tem de força e humildade nas palavras. É isso aí! Obrigada de novo, rádio MPB FM! ;-)