A tranquilidade fundada na inspiração que emana da mente búdica jamais pode ser abalada e sempre se mostrará correta (preceito búdico).
O cotidiano sob o meu olhar. De tudo um pouco, das coisas que gosto e de tudo que quero eternamente descobrir.
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Pensamento
Para refletir os últimos acontecimentos da minha vida.
O desafio da humanidade
Faz algum tempo que estou com vontade de escrever sobre algo que vira e mexe é um assunto que perpassa meus textos aqui no blogue. Hoje eu queria falar brevemente sobre ele: o egoísmo humano.
Acho que a humanidade nunca esteve diante de tantas catástrofes como agora. Se dermos observarmos brevemente, tsunamis, terremotos, vulcões, furacões (isso para lembrar as catástrofes naturais) e incêndios, queimadas, atentados, guerras civis (ou não). Não costumam dizer que é nas horas difíceis é que vemos a real personalidade de cada um? Muita gente acha ruim o princípio de colocar dez neguinhos presos dentro de um espaço mínimo e colocá-los sob pressão absoluta numa questão de vida ou morte (estou me referindo a uma das premissas de Jogos Mortais) ou outras pessoas acham ruim a canalhice de uns participantes desses reality shows da vida. Mas, convenhamos, fato é que o ser humano é egoísta. Seja no cinema, seja na televisão, seja na vida real.
Numa tentativa muito humilde da minha parte, vou tentar esmiuçar o egoísmo humano o mais simples possível: somos egoístas porque a nossa vida é miserável e vazia. Não importa classe social, econômica, credo, origem, nada. Estamos todos no mesmo balaio. A nossa vida mecanicista e capitalista nos obrigou a um ritmo de vida cujo único propósito é apenas o de ganhar dinheiro, uns mais outros menos. O que importa, hoje em dia, é ter dinheiro. Sem dinheiro não compramos nossos sonhos, não sonhamos outros desejos, não temos o último aparelho tecnológico da moda, não estamos mais ou menos parecidos uns com os outros seja na roupa, seja no cabelo. Sem dinheiro, não estamos inseridos na sociedade e, portanto, não somos ninguém.
Claro que (ainda bem!) nem todos pensam assim. Mas a imensa e gigantesca maioria (que não pensa para refletir e chegar a essa conclusão) sim. Somos esmagados pela necessidade de ter dinheiro e fazemos o que for preciso para ter essa moeda que compra tudo que puder ser comprado. Nessa onda, somado ao caos diário de cidades superpopulosas, vivemos um verdadeiro pandemônio (para não dizer inferno) na Terra.
Cidades lotadas, com pessoas focadas apenas em ganhar dinheiro, trabalhando em empregos que não gostariam de estar trabalhando, negando seus talentos pessoais em empregos que apenas forneçam o básico, hipnotizados por música ruim, comida ruim. Vida encurralada, sem saída. Os ricos se escondem por detrás de um suposto glamour que preencheria suas vidas. Os pobres exibem sua pobreza com agressividade, justificando inúmeras atitudes por isso.
As pessoas se esqueceram do seu universo interno. Se esqueceram da comunhão com a Natureza. Pensam mecânica e racionalmente acreditando ter o controle das perguntas e das respostas. Destroem tudo ao seu redor, porque a sua riqueza interior está praticamente extinta. Dentro de cada um de nós há uma centelha que nunca se extinguirá... mas tenham certeza de que apenas ela por si só nunca resolverá a situação em que nos encontramos agora.
Por isso, mesmo assim, tenho fé de que a humanidade aprenderá primeiro a se aceitar, a se valorizar, a derrubar leis e barreiras que nos prendem a atitudes que não servem mais para o atual movimento da vida. Este desafio é imenso mas não é impossível de ser vencido. O egoísmo é a principal prova que precisaremos vencer, pois enquanto não aprendermos a ver apenas o nosso próprio umbigo como o mais importante e que se danem os outros, nunca aprenderemos a pratica o real sentido do amor universal.
Acho que a humanidade nunca esteve diante de tantas catástrofes como agora. Se dermos observarmos brevemente, tsunamis, terremotos, vulcões, furacões (isso para lembrar as catástrofes naturais) e incêndios, queimadas, atentados, guerras civis (ou não). Não costumam dizer que é nas horas difíceis é que vemos a real personalidade de cada um? Muita gente acha ruim o princípio de colocar dez neguinhos presos dentro de um espaço mínimo e colocá-los sob pressão absoluta numa questão de vida ou morte (estou me referindo a uma das premissas de Jogos Mortais) ou outras pessoas acham ruim a canalhice de uns participantes desses reality shows da vida. Mas, convenhamos, fato é que o ser humano é egoísta. Seja no cinema, seja na televisão, seja na vida real.
Numa tentativa muito humilde da minha parte, vou tentar esmiuçar o egoísmo humano o mais simples possível: somos egoístas porque a nossa vida é miserável e vazia. Não importa classe social, econômica, credo, origem, nada. Estamos todos no mesmo balaio. A nossa vida mecanicista e capitalista nos obrigou a um ritmo de vida cujo único propósito é apenas o de ganhar dinheiro, uns mais outros menos. O que importa, hoje em dia, é ter dinheiro. Sem dinheiro não compramos nossos sonhos, não sonhamos outros desejos, não temos o último aparelho tecnológico da moda, não estamos mais ou menos parecidos uns com os outros seja na roupa, seja no cabelo. Sem dinheiro, não estamos inseridos na sociedade e, portanto, não somos ninguém.
Claro que (ainda bem!) nem todos pensam assim. Mas a imensa e gigantesca maioria (que não pensa para refletir e chegar a essa conclusão) sim. Somos esmagados pela necessidade de ter dinheiro e fazemos o que for preciso para ter essa moeda que compra tudo que puder ser comprado. Nessa onda, somado ao caos diário de cidades superpopulosas, vivemos um verdadeiro pandemônio (para não dizer inferno) na Terra.
Cidades lotadas, com pessoas focadas apenas em ganhar dinheiro, trabalhando em empregos que não gostariam de estar trabalhando, negando seus talentos pessoais em empregos que apenas forneçam o básico, hipnotizados por música ruim, comida ruim. Vida encurralada, sem saída. Os ricos se escondem por detrás de um suposto glamour que preencheria suas vidas. Os pobres exibem sua pobreza com agressividade, justificando inúmeras atitudes por isso.
As pessoas se esqueceram do seu universo interno. Se esqueceram da comunhão com a Natureza. Pensam mecânica e racionalmente acreditando ter o controle das perguntas e das respostas. Destroem tudo ao seu redor, porque a sua riqueza interior está praticamente extinta. Dentro de cada um de nós há uma centelha que nunca se extinguirá... mas tenham certeza de que apenas ela por si só nunca resolverá a situação em que nos encontramos agora.
Por isso, mesmo assim, tenho fé de que a humanidade aprenderá primeiro a se aceitar, a se valorizar, a derrubar leis e barreiras que nos prendem a atitudes que não servem mais para o atual movimento da vida. Este desafio é imenso mas não é impossível de ser vencido. O egoísmo é a principal prova que precisaremos vencer, pois enquanto não aprendermos a ver apenas o nosso próprio umbigo como o mais importante e que se danem os outros, nunca aprenderemos a pratica o real sentido do amor universal.
Palmirinha Onofre - um exemplo de vida
Ganhei de presente de aniversário da minha querida irmã aquele tão aguardando (por mim) livro da Palmirinha Onofre: A receita da minha vida. Fiquei muito feliz!!!
Nas primeiras linhas, percebi que é um livro para ler e reler. Percebi que foi um livro escrito com o coração e percebi que a jornalista que o escreveu foi muito perspicaz em tentar manter o estilo Palmirinha de ser o mais fidedigno possível. Somente pontos a acrescentar! O livro ainda traz receitas especiais e fotos da Palmirinha. Impresso em fonte grande (imaginei que seria bom para as "amiguinhas" que apreciem um livro "fácil de ler".
Conheço muita gente que não aprecia a Vovozinha. Muita gente que se irrita com a simplicidade dela. Para mim isso apenas quer dizer uma coisa: se você não é capaz de gostar da Palmirinha, sinto muito, mas acho que você ainda tem muita coisa a aprender. Conhecemos trocentas histórias de vida por aí, e poderíamos até dizer que a dela é mais "outra história". Conhecemos história de pessoas carismáticas que dão sorte na vida e conseguem o que querem. Mas ninguém tem a história única que cada um tem, e ninguém pode menosprezar os feitos dessa senhorinha qua alcançou os 80 anos com saúde e lucidez invejáveis.
Eu tenho orgulho e saudades de vê-la na TV Gazeta. Sempre que podia, corria para ligar a televisão às 13h15. A despeito do excesso de merchandising, era cativante vê-la cozinhar com tanto amor (e confusão às vezes... risos). Marcou época e deixou saudades. Muitas querem imitá-la ou tentar ocupar seu lugar. Vai demorar para alguém conseguir isso. Eu diria que ela ocupou um lugar deixado pela saudosa Ofélia.
Obrigada, Palmirinha, pelo seu exemplo de vida, cheia de coragem, perseverança, força e determinação. Um excelente estímulo a uma geração tão mimada, como a de hoje. Um exemplo, aliás, a qualquer pessoa que admire o caráter idôneo de alguém.
Por uma militância gay
Quem me conhece sabe que não sou militante. De causa nenhuma. Mas isso não significa que eu tenha minhas opiniões e faça minhas propagandas e defesas das coisas em que acredito. Meu blogue, meu twitter e meu facebook falam por mim.
Porém, uma coisa é fazer desses mecanismos virtuais a sua trincheira militante. Sim, porque no caso da militância a analogia à guerra ainda é a que traz os melhores adjetivos comparativos, embora, de verdade, não devesse.
Eu nunca escrevi nada em nenhum desses mundos virtuais algo que ofendesse a ninguém em específico. Uma das lições que aprendi desde a tenra idade é a de quando mais cedo você julga, mais cedo ainda você estará no lugar do julgado. Com pior sentença, tenha certeza!
A militância que trago aqui é a gay. A do homossexual que, de alguns vários anos para cá, tem estado cada vez mais em destaque na mídia. Sim, a “perfídia mídia”. O cúmulo a que chegamos foi a incompreensível criação do dia do “Orgulho Hetero”. Digo incompreensível porque dias de orgulho comemorativo costumam ser criados para as minorias ou para aqueles que sofrem preconceitos.
Eu acho que a criação de uma data dessa reflete exatamente a que andas a nossa sociedade: num limite perigoso de aceitação e repudia. Quem vive no meio termo hermético dessa existência pode entrar em parafuso por não saber que lado estar, mesmo que a gente saiba que não existe lado para ficar. O único lado que todos deveriam estar é o do amor e fraternidade.
Esta longa introdução é para contar o que aconteceu comigo, hoje, aqui em Niterói, estado do Rio de Janeiro. Mal-informada como sou, não sabia que hoje teria Parada Gay. Saímos, eu e minha namorada, para comemorar o aniversário do namorado da amiga dela, no bairro de Icaraí. Antes disso, passamos no shopping para comprar um presente para ele. Na saída, pegamos um táxi para irmos até o restaurante onde seria comemorado o aniversário.
No primeiro minuto, logo ao sair do shopping, o táxi é fechado na contramão por dois negões montados numa moto. Dando uma de carioca gente boa, não se alterou, apenas disse que os caras não deveriam fazer aquilo. Tudo de boa.
Menos de cinco minutos depois, o táxi entra numa rua ligeiramente congestionada. Num ímpeto, com a voz totalmente agressiva e alterada, fala em alto e bom tom: “Eu acho um puta absurdo fecharem a única avenida principal da cidade para deixar um monte de viado, travesti e sapatão ficaram fazendo putaria no meio da rua.” Repetiu a mesma frase, com certa variação, logo em seguida, mas mantendo o tom agressivo da voz.
Primeiro, alguém que fala isso, sabendo que tem dois passagerios dentro do carro é porque sabe que não está falando sozinho. Se fez pensando isso e usar isso como argumento (como ele fez) é muita falsa ingenuidade. Numa fração de segundo eu pensei que nunca tinha passado por aquilo em toda a minha vida. Numa fração de segundo, eu pensei em todos os homossexuais assassinados diariamente em todo o Brasil justamente por causa desse ódio injustificado e desmedido. Numa fração de segundo, eu pensei que aquele era o momento de, pela primeira vez na minha vida, militar pela causa, levantar armas e falar. Eu não podia simplesmente me calar, não podia!
E não me calei. Com a voz alta e muito séria disse que todas as pessoas têm direito a liberdade de expressão e era muita falta de educação falar desse jeito dessas pessoas. Óbvio que isso apenas jogou mais lenha na fogueira ignorante do taxista. Se alguém pensou que era tarde para voltar atrás, eu fui até o fim.
Os argumentos que ele usou eram os óbvios de qualquer intolerante preconceituoso. Eles não querem argumentar, eles apenas falam da putaria ao ar livre. Eu virei para ele e disse: “E se eu disser ao senhor que sou lésbica e acho que o senhor não deve falar isso porque são todos seres humanos?”. Um ligeiro e brevíssimo segundo de silêncio. Ele começou a discorrer ainda mais sobre a putaria diante de crianças etc. Eu apenas voltei a insistir, com a voz tão alta quanto a dele, mas firme, que ele deveria respeitar as diferenças, as liberdades de expressão das pessoas. Óbvio que a essa altura ele apenas queria falar da putaria. Aumentei ainda mais minha voz e finalizei: “O senhor disse o seu ponto de vista. Eu disse o meu ponto de vista. Acho melhor pararmos aqui a conversa.”
Silêncio nos minutos finais do trajeto, que graças ao bom Senhor, era curto. Lembrei de tudo que sempre acreditei e que sempre digo aqui sobre sentir amor para as pessoas. Eu nunca tinha passado por uma situação semelhante. Eu senti o ódio dele atravessando cada célula do meu corpo, esse ódio que imagino que seja o veículo que causa tanta tristeza e injustiça no mundo. Pensei que não adianta discutir com ele, mas ele estava diante de Cristiane Maruyama e ele não podia simplesmente falar daquela forma. Porque se ele queria, como disse, que pensou alto, que não queria ofender, mentira. Quem fala assim sempre espera uma resposta. Que no caso dele, não foi a que ele esperava.
Decidi que não queria mais falar do assunto, mas queria ter dito muito claramente minha opinião. Meu amor ficou em silêncio o tempo todo e apenas pousou a mão na minha. Mas, ao sair, o motorista virou para trás e inventou uma desculpa apenas para justificar que o que ele não gosta não é de homossexuais, mas da putaria. Arram. Meu amor finalizou da melhor maneira possível: “O senhor precisa tomar cuidado, porque lida com público e não pode ficar falando sobre nada com tom pejorativo. Se não gosta, não diga nada, mas não faça isso que fez.”
Eu fiquei bastante mal com aquela carga negativa. Passou pela minha cabeça todas as coisas que todos os gays passam todos os dias. Tanta coisa passou pela minha cabeça... aquilo parecia ter sido escrito especialmente para mim. Um capítulo inesperado na minha vida. Uma dose real de intolerância humana. O que aconteceu comigo pode ser até ínfimo para a maior parte de vocês, leitores, mas para mim foi um fato. Eu diria que até um marco. Algo que sempre me fará lembrar dos motivos de eu estar viva, de eu ser quem sou, de eu ter orgulho de quem sou. De dizer a você, leitor, gay ou lésbica, que não devemos nos calar. Não devemos responder à violência com violência, mas não podemos simplesmente nos calar porque ele é um ignóbil brutamontes. Ele é, mas mesmo assim devemos erguer nossa voz, defender o que sempre fomos: seres humanos dotados de amor. Uma guerra de ódio deve ser enfrentada com muita coragem, força e amor.
Porém, uma coisa é fazer desses mecanismos virtuais a sua trincheira militante. Sim, porque no caso da militância a analogia à guerra ainda é a que traz os melhores adjetivos comparativos, embora, de verdade, não devesse.
Eu nunca escrevi nada em nenhum desses mundos virtuais algo que ofendesse a ninguém em específico. Uma das lições que aprendi desde a tenra idade é a de quando mais cedo você julga, mais cedo ainda você estará no lugar do julgado. Com pior sentença, tenha certeza!
A militância que trago aqui é a gay. A do homossexual que, de alguns vários anos para cá, tem estado cada vez mais em destaque na mídia. Sim, a “perfídia mídia”. O cúmulo a que chegamos foi a incompreensível criação do dia do “Orgulho Hetero”. Digo incompreensível porque dias de orgulho comemorativo costumam ser criados para as minorias ou para aqueles que sofrem preconceitos.
Eu acho que a criação de uma data dessa reflete exatamente a que andas a nossa sociedade: num limite perigoso de aceitação e repudia. Quem vive no meio termo hermético dessa existência pode entrar em parafuso por não saber que lado estar, mesmo que a gente saiba que não existe lado para ficar. O único lado que todos deveriam estar é o do amor e fraternidade.
Esta longa introdução é para contar o que aconteceu comigo, hoje, aqui em Niterói, estado do Rio de Janeiro. Mal-informada como sou, não sabia que hoje teria Parada Gay. Saímos, eu e minha namorada, para comemorar o aniversário do namorado da amiga dela, no bairro de Icaraí. Antes disso, passamos no shopping para comprar um presente para ele. Na saída, pegamos um táxi para irmos até o restaurante onde seria comemorado o aniversário.
No primeiro minuto, logo ao sair do shopping, o táxi é fechado na contramão por dois negões montados numa moto. Dando uma de carioca gente boa, não se alterou, apenas disse que os caras não deveriam fazer aquilo. Tudo de boa.
Menos de cinco minutos depois, o táxi entra numa rua ligeiramente congestionada. Num ímpeto, com a voz totalmente agressiva e alterada, fala em alto e bom tom: “Eu acho um puta absurdo fecharem a única avenida principal da cidade para deixar um monte de viado, travesti e sapatão ficaram fazendo putaria no meio da rua.” Repetiu a mesma frase, com certa variação, logo em seguida, mas mantendo o tom agressivo da voz.
Primeiro, alguém que fala isso, sabendo que tem dois passagerios dentro do carro é porque sabe que não está falando sozinho. Se fez pensando isso e usar isso como argumento (como ele fez) é muita falsa ingenuidade. Numa fração de segundo eu pensei que nunca tinha passado por aquilo em toda a minha vida. Numa fração de segundo, eu pensei em todos os homossexuais assassinados diariamente em todo o Brasil justamente por causa desse ódio injustificado e desmedido. Numa fração de segundo, eu pensei que aquele era o momento de, pela primeira vez na minha vida, militar pela causa, levantar armas e falar. Eu não podia simplesmente me calar, não podia!
E não me calei. Com a voz alta e muito séria disse que todas as pessoas têm direito a liberdade de expressão e era muita falta de educação falar desse jeito dessas pessoas. Óbvio que isso apenas jogou mais lenha na fogueira ignorante do taxista. Se alguém pensou que era tarde para voltar atrás, eu fui até o fim.
Os argumentos que ele usou eram os óbvios de qualquer intolerante preconceituoso. Eles não querem argumentar, eles apenas falam da putaria ao ar livre. Eu virei para ele e disse: “E se eu disser ao senhor que sou lésbica e acho que o senhor não deve falar isso porque são todos seres humanos?”. Um ligeiro e brevíssimo segundo de silêncio. Ele começou a discorrer ainda mais sobre a putaria diante de crianças etc. Eu apenas voltei a insistir, com a voz tão alta quanto a dele, mas firme, que ele deveria respeitar as diferenças, as liberdades de expressão das pessoas. Óbvio que a essa altura ele apenas queria falar da putaria. Aumentei ainda mais minha voz e finalizei: “O senhor disse o seu ponto de vista. Eu disse o meu ponto de vista. Acho melhor pararmos aqui a conversa.”
Silêncio nos minutos finais do trajeto, que graças ao bom Senhor, era curto. Lembrei de tudo que sempre acreditei e que sempre digo aqui sobre sentir amor para as pessoas. Eu nunca tinha passado por uma situação semelhante. Eu senti o ódio dele atravessando cada célula do meu corpo, esse ódio que imagino que seja o veículo que causa tanta tristeza e injustiça no mundo. Pensei que não adianta discutir com ele, mas ele estava diante de Cristiane Maruyama e ele não podia simplesmente falar daquela forma. Porque se ele queria, como disse, que pensou alto, que não queria ofender, mentira. Quem fala assim sempre espera uma resposta. Que no caso dele, não foi a que ele esperava.
Decidi que não queria mais falar do assunto, mas queria ter dito muito claramente minha opinião. Meu amor ficou em silêncio o tempo todo e apenas pousou a mão na minha. Mas, ao sair, o motorista virou para trás e inventou uma desculpa apenas para justificar que o que ele não gosta não é de homossexuais, mas da putaria. Arram. Meu amor finalizou da melhor maneira possível: “O senhor precisa tomar cuidado, porque lida com público e não pode ficar falando sobre nada com tom pejorativo. Se não gosta, não diga nada, mas não faça isso que fez.”
Eu fiquei bastante mal com aquela carga negativa. Passou pela minha cabeça todas as coisas que todos os gays passam todos os dias. Tanta coisa passou pela minha cabeça... aquilo parecia ter sido escrito especialmente para mim. Um capítulo inesperado na minha vida. Uma dose real de intolerância humana. O que aconteceu comigo pode ser até ínfimo para a maior parte de vocês, leitores, mas para mim foi um fato. Eu diria que até um marco. Algo que sempre me fará lembrar dos motivos de eu estar viva, de eu ser quem sou, de eu ter orgulho de quem sou. De dizer a você, leitor, gay ou lésbica, que não devemos nos calar. Não devemos responder à violência com violência, mas não podemos simplesmente nos calar porque ele é um ignóbil brutamontes. Ele é, mas mesmo assim devemos erguer nossa voz, defender o que sempre fomos: seres humanos dotados de amor. Uma guerra de ódio deve ser enfrentada com muita coragem, força e amor.
Decepção e expectativas
Recentemente, escrevi no twitter e no facebook a seguinte frase: "As pessoas não te decepcionam... elas apenas mostram quem sempre foram!" Uma frase que causou alguma polêmica... mas que me fez pensar muito sobre as coisas que aconteceram comigo neste ano de 2011.
Acho que de acordo com a pessoa que sou agora, posso afirmar que a coisa mais difícil nesta vida é aprender a olhar o outro ser humano como um irmão que precisa de tanto amor e compreensão como você. Uma pessoa que está aqui compartilhando o tempo com você, aprendendo, errando, escolhendo, mudando. Fazendo exatamente o mesmo que você... e ela não é melhor nem pior que você.
Agora que estamos caminhando a todo vapor no segundo semestre, fica aquela sensação prévia de um ano que passou rápido demais, de um tempo que passa rápido demais, deixando sempre o algo para fazer, o algo para dizer, os sonhos ainda não terminados, os desejos ainda não concluídos. Por outro lado, acho que mais aquele capítulo sobre não criar expectativas foi aprendido. Sim, se você talvez quisesse saber isso, talvez parte de seus pressupostos estejam certos.
Porque não vai adiantar eu dizer o tudo que eu quero dizer, nosso canal de comunicação e compreensão é muito humano, fadado a muitas falhas e interferências. Não vai adiantar querer dar justificativas. Não vai adiantar procurar argumentos. E não há problemas em certas coisas se apresentarem assim: o problema está em como lidamos com isso.
Podemos evocar todo o passado e tudo que pressupomos saber da vida, uma da outra e de tudo. Ainda assim, não vai adiantar. O que adianta neste caso? Talvez... o silêncio. Pois criar expectativas nada mais é um desejo desesperado de ser feliz. Egoísta ou não, é isso. E uma decepção diante de uma expectativa frustrada nada mais é a infelicidade ardente queimando. Quem pode culpar aquele que tem expectativa e aquele que frustra a expectativa? São dois polos da mesma linha.
Talvez como uma promessa de amor, há um único segundo em que a promessa é eterna e a expectativa também. E apenas neste segundo ele pode ser tudo que quiser ser, mesmo que a gente nem tente controlar. Mas, como já disse aqui, os dias passam, o tempo passa, as pessoas mudam, as necessidades mudam, a vida muda! Nada é imutável e inalienável (já dizia sabiamente Machado de Assis no conto Noite de Almirante. Se não leu, leia! Machado era exímio conhecedor da alma humana).
Por isso, fica a dica não espere e nem fique chateado se você tiver criado qualquer expectativa que não se realizou. Aproveite enquanto o sonho for real. E não deixe de sonhar... apenas não exija que tudo gire ao seu redor como você gostaria que fosse... apenas psicopatas vivem assim! ;-)
Acho que de acordo com a pessoa que sou agora, posso afirmar que a coisa mais difícil nesta vida é aprender a olhar o outro ser humano como um irmão que precisa de tanto amor e compreensão como você. Uma pessoa que está aqui compartilhando o tempo com você, aprendendo, errando, escolhendo, mudando. Fazendo exatamente o mesmo que você... e ela não é melhor nem pior que você.
Agora que estamos caminhando a todo vapor no segundo semestre, fica aquela sensação prévia de um ano que passou rápido demais, de um tempo que passa rápido demais, deixando sempre o algo para fazer, o algo para dizer, os sonhos ainda não terminados, os desejos ainda não concluídos. Por outro lado, acho que mais aquele capítulo sobre não criar expectativas foi aprendido. Sim, se você talvez quisesse saber isso, talvez parte de seus pressupostos estejam certos.
Porque não vai adiantar eu dizer o tudo que eu quero dizer, nosso canal de comunicação e compreensão é muito humano, fadado a muitas falhas e interferências. Não vai adiantar querer dar justificativas. Não vai adiantar procurar argumentos. E não há problemas em certas coisas se apresentarem assim: o problema está em como lidamos com isso.
Podemos evocar todo o passado e tudo que pressupomos saber da vida, uma da outra e de tudo. Ainda assim, não vai adiantar. O que adianta neste caso? Talvez... o silêncio. Pois criar expectativas nada mais é um desejo desesperado de ser feliz. Egoísta ou não, é isso. E uma decepção diante de uma expectativa frustrada nada mais é a infelicidade ardente queimando. Quem pode culpar aquele que tem expectativa e aquele que frustra a expectativa? São dois polos da mesma linha.
Talvez como uma promessa de amor, há um único segundo em que a promessa é eterna e a expectativa também. E apenas neste segundo ele pode ser tudo que quiser ser, mesmo que a gente nem tente controlar. Mas, como já disse aqui, os dias passam, o tempo passa, as pessoas mudam, as necessidades mudam, a vida muda! Nada é imutável e inalienável (já dizia sabiamente Machado de Assis no conto Noite de Almirante. Se não leu, leia! Machado era exímio conhecedor da alma humana).
Por isso, fica a dica não espere e nem fique chateado se você tiver criado qualquer expectativa que não se realizou. Aproveite enquanto o sonho for real. E não deixe de sonhar... apenas não exija que tudo gire ao seu redor como você gostaria que fosse... apenas psicopatas vivem assim! ;-)
Inspiração do momento
Mire no céu... se errar, ainda estará entre as estrelas.
(da minha amiga Denise Yumi. Uma frase aquariana, de uma aquariana, num momento aquariano!)
(da minha amiga Denise Yumi. Uma frase aquariana, de uma aquariana, num momento aquariano!)
Isabella Taviani no Teatro Municipal de Niterói - sem palavras num post com muitas palavras!
Então... como começar este post? Não sei. Talvez... do começo? Um pequeno recuo no tempo para poder tentar transformar em palavras a experiência que foi assistir ao show de Isabella Taviani hoje no Teatro Municipal de Niterói. E aproveito para ir encontrando as palavras para tentar reproduzir com o máximo de fidelidade como foi este show. Porque até agora... estou totalmente muda.
O recuo no tempo me leva até outubro de 2010, nos dois shows que a IT fez em São Paulo, no Tom Jazz. Naquela ocasião, ela (como eventualmente faz) pediu aos fãs sugestões para o setlist. Estava em Sampa, iria assistir ao show e resolvi pedir uma música específica (quem leu minhas histórias sobre show de IT sabe qual é a música...). Ela disse que cantaria e eu fui ansiosa para ver. Ela me disse no camarim que até tinha ensaiado a música mas que ela não encaixava no repertório. E me prometeu que um dia a cantaria especialmente para mim.
Bom, quem visita sempre este blogue até deve saber qual é a música... vou fazer suspense porque, infelizmente, é uma música pouco conhecida dos fãs! Diria que chega quase a ser um b-side de um disco, mesmo sendo música oficial. Não há registros no youtube em lugar algum dessa música ter sido cantada. Você conversa com os fãs e eles quase nem a conhecem... ou seja, é uma verdadeira pérola ali... esquecida. Não por mim e não por Cris Barufi, outra fã (acho que somos as únicas, Xará) que gosta muito dessa canção.
Então, a promessa ficou guardada. E, sempre que IT pede sugestões pro setlist, o pedido seguia junto. Até hoje. Até este dia 07 de agosto de 2011 que vai ficar por muito tempo nas minhas memórias... A própria tinha cantado bola no twitter quando, hoje, perguntou porque eu não tinha ido a nenhum show em Niterói. Só por isso, já morri. Ou vocês pensam que é comum assim um artista ter esse tipo de relacionamento com seu fã? Foi bonitinho, porque eu disse a ela que teria um presentinho e ela disse que teria um presente para mim. Desfibrilador cardíaco em ação, esperando o que eu veria!
E o que eu vi foi além de qualquer descrição possível que palavras podem tentar descrever. Palavras não são suficientes. Robertinha ficava olhando para mim toda hora, tentando captar o meu pensamento. Eu não tinha pensamento. Eu não tinha voz. Eu apenas liguei a câmera para filmar aquele momento único.
Quando as grossas cortinas do teatro foram abertas, estava lá imponente, na penumbra, meia-luz direcionada, ela, Isabella Taviani. Sozinha no palco, em pé, sem violão, sem acompanhamento, "apenas" a sua voz. A capela, eu ouvi Pontos Cardeais. Isso não tem descrição. Ela simplesmente abriu o show com a música dela que eu mais amo. Ela simplesmente soltou sua voz, forte, doce, melodiosa, aveludada, potente... ecoando na acústica deliciosa do teatro, ecoando fundo no meu coração que tinha parado de bater, neste corpo que tinha parado de respirar... meu corpo gelou, meus pensamentos cessaram. Foi como uma mágica acontecendo, um momento que nunca mais se repetiria e, por isso, ainda era mais único.
Até agora, eu tento reproduzir o que senti... não consigo. O que descrevi acima é o que mais se aproxima. Isso é muito mais do que qualquer pode desejar. Afinal, como disse, a canção é um espécie de b-side, que quase ninguém conhece. É uma música tão única que não se encaixa num repertório. No aguardado encontro no camarim, IT soltou se vozeirão me dizendo que tinha cantando Pontos Cardeais especialmente para mim. Eu apenas gaguejei (coisa que nunca tinha feito) para vocês verem. Abracei-a, agradeci. Precisa de mais algo?
O show começou mágico e seguiu perfeito. Isabella Taviani abusou da acústica e da qualidade do som do Teatro. Eu vi seu lado lírico em ação, fazendo pequenas adaptações vocais nas conhecidas músicas. Mas não era um arranjo diferente como foi nos shows de Lonas e Sesis. Era a voz de IT que estava divina. Se os anjos tiverem voz, foi a voz de IT esta noite. E a canção de Roberto e Isolda? Eu nunca tinha visto Isabella Taviani empunhando uma guitarra! Que versão e que interpretação! E "A canção qeu faltava"?... eu a adorei desde a primeira vez que ouvi!
O show terminou com uma pequena chuva de pétalas de rosas... para mim, o encerramento perfeito de um dia que começou perfeito. Perfeito, divino... talvez essas palavras se aproximem daquilo que vivi hoje. Eu já fui a muitos shows de IT (desde 2009, já que sou fã nova), mas este, obviamente, tem O GOSTO especial. Por motivos pessoais, por motivos específicos... não importa. Como sempre digo, quem perdeu, perdeu o show! Perdeu uma noite mágica, divina, celestial...
Isa, muito obrigada por existir, por ser a cantora que você é, por ser a alma que você é, pelo presente de hoje, por tudo que você significa na minha vida. Afirmo com toda a certeza do mundo: minha vida nunca seria a mesma se eu não pudesse ter o privilégio de compartilhá-la com você. Você tem esta fã para sempre, pois nunca deixarei de te acompanhar aonde quer que você for!
Queridos, mais fotos no meu facebook. Obrigada a vocês, também, por lerem este longo relato... eu precisava compartilhar com vocês.
A verdade, os protagonistas e os antagonistas da vida
Se fosse lhe dada a chance de saber a verdade sobre tudo, todas as perguntas que você pensou (e sequer sonhou) em fazer. Se fosse lhe dada a única chance de saber tudo sobre todos os mistérios da vida, do universo, da sua própria vida, do seu próprio universo. Se fosse lhe dada a chance de saber tudo aquilo que você sempre quis saber... me diga, você aceitaria esta chance?
Isso dá uma sensação de poder ilimitado, não é? Com meu parco conhecimento cinéfilo, lembro de alguns filmes que trouxeram esta temática: o protagonista chegar ao ponto do sem ponto, de clímax para saber se deseja saber ou não. Antagonistas também poderiam viver esse dilema. Mas a diferença entre protagonistas e antagonistas é que os primeiros titubeiam e, os segundos, avançam intempestuosamente.
Paro para observar os protagonistas e os antagonistas da nossa vida cotidiana -- não menos simples que um roteiro de um filme qualquer. Paro e penso em algumas pessoas... penso, num ato presunçoso, em qual seria a opção. Paro e lembro que também somos consequências de nossas próprias escolhas... mas paro, também, para pensar que em muitas vezes não temos a mínima consciência do que é viver na inconsciência. E como sabemos quando estamos vivendo inconsequentes e inconscientes? Eu diria que é quando julgamos o outro (coisa que mais fazemos...). Diria que é quando agimos sem o sentimento de amor puro e pleno.
Ninguém é vítima, ninguém é culpado. O real estado de consciência depende de tantos fatores... que fica impossível criticar (e, por consequência, julgar) alguém. E a imensa maioria de nós não quer saber a verdade. Não importa saber. Uma outra imensa maioria não tem condições de conhecer sequer a ponta do iceberg da verdade, pois ela simplesmente enlouqueceria. E uma outra maioria pensa que já sabe a verdade e vive sob seu jugo (pessoal e intransferível) passando como um verdadeiro trator sobre vidas alheias.
Ninguém está certo, ninguém está errado. A verdade pode ser pessoal para cada um, mas tem seu centro universal imutável. E depende apenas de cada um (paradoxo filosófico) olhar sob sua própria perspectiva pessoal para entender a universal. No entanto, se os olhos pessoais estão cegos, duvido muito que seja possível sequer um vislumbre de uma compreensão mais ampla.
O conhecimento é uma fonte inesgotável. Tristes são aqueles que sentenciam saber o suficiente sobre tudo e vivem sob a égide autoritária de uma personalidade castradora de si mesma e de todos com quem convive. Tristes são aqueles que até posam de humildes para atrair mais atenção para si, com máscaras de aceitação. Isso é tudo o que essas pessoas querem: aceitação.
E agora chego ao clímax deste post. Na minha opinião, o desejo de aceitação faz com que estejamos abertos ao conhecimento, à verdade e ao verdadeiro amor. Quanto de você deseja ardentemente ser aceito? Ser aceito pela sociedade? Ser aceito por sua família? Ser aceito por seus colegas de trabalho? Ser aceito pelos seus amigos? Ser aceito por seu grupo, qualquer que ele seja?
Se não somos aceitos, ficamos excluídos. O ostracismo social parece ser muito pior do que uma vida ignorante para a esmagadora maioria dos seres humanos. E, assim, vivemos sob a ilusão de que, sendo aceitos em alguma ramificação da nossa vida, somos felizes e não precisamos de mais nada. Será? Você sabe o que você mais deseja para a sua vida?
Quero escrever mais, mas acho que isto é o suficiente. Eu mesma ainda ando a refletir sobre esse assunto... que me veio neste insight às 05h00 da manhã deste sábado. Em uma hora em que todos estão fazendo tudo, menos filosofar sobre a vida, é quando sinto minha mente clarear... como o belo céu azul que tem feito estes dias. Ah!...
Isso dá uma sensação de poder ilimitado, não é? Com meu parco conhecimento cinéfilo, lembro de alguns filmes que trouxeram esta temática: o protagonista chegar ao ponto do sem ponto, de clímax para saber se deseja saber ou não. Antagonistas também poderiam viver esse dilema. Mas a diferença entre protagonistas e antagonistas é que os primeiros titubeiam e, os segundos, avançam intempestuosamente.
Paro para observar os protagonistas e os antagonistas da nossa vida cotidiana -- não menos simples que um roteiro de um filme qualquer. Paro e penso em algumas pessoas... penso, num ato presunçoso, em qual seria a opção. Paro e lembro que também somos consequências de nossas próprias escolhas... mas paro, também, para pensar que em muitas vezes não temos a mínima consciência do que é viver na inconsciência. E como sabemos quando estamos vivendo inconsequentes e inconscientes? Eu diria que é quando julgamos o outro (coisa que mais fazemos...). Diria que é quando agimos sem o sentimento de amor puro e pleno.
Ninguém é vítima, ninguém é culpado. O real estado de consciência depende de tantos fatores... que fica impossível criticar (e, por consequência, julgar) alguém. E a imensa maioria de nós não quer saber a verdade. Não importa saber. Uma outra imensa maioria não tem condições de conhecer sequer a ponta do iceberg da verdade, pois ela simplesmente enlouqueceria. E uma outra maioria pensa que já sabe a verdade e vive sob seu jugo (pessoal e intransferível) passando como um verdadeiro trator sobre vidas alheias.
Ninguém está certo, ninguém está errado. A verdade pode ser pessoal para cada um, mas tem seu centro universal imutável. E depende apenas de cada um (paradoxo filosófico) olhar sob sua própria perspectiva pessoal para entender a universal. No entanto, se os olhos pessoais estão cegos, duvido muito que seja possível sequer um vislumbre de uma compreensão mais ampla.
O conhecimento é uma fonte inesgotável. Tristes são aqueles que sentenciam saber o suficiente sobre tudo e vivem sob a égide autoritária de uma personalidade castradora de si mesma e de todos com quem convive. Tristes são aqueles que até posam de humildes para atrair mais atenção para si, com máscaras de aceitação. Isso é tudo o que essas pessoas querem: aceitação.
E agora chego ao clímax deste post. Na minha opinião, o desejo de aceitação faz com que estejamos abertos ao conhecimento, à verdade e ao verdadeiro amor. Quanto de você deseja ardentemente ser aceito? Ser aceito pela sociedade? Ser aceito por sua família? Ser aceito por seus colegas de trabalho? Ser aceito pelos seus amigos? Ser aceito por seu grupo, qualquer que ele seja?
Se não somos aceitos, ficamos excluídos. O ostracismo social parece ser muito pior do que uma vida ignorante para a esmagadora maioria dos seres humanos. E, assim, vivemos sob a ilusão de que, sendo aceitos em alguma ramificação da nossa vida, somos felizes e não precisamos de mais nada. Será? Você sabe o que você mais deseja para a sua vida?
Quero escrever mais, mas acho que isto é o suficiente. Eu mesma ainda ando a refletir sobre esse assunto... que me veio neste insight às 05h00 da manhã deste sábado. Em uma hora em que todos estão fazendo tudo, menos filosofar sobre a vida, é quando sinto minha mente clarear... como o belo céu azul que tem feito estes dias. Ah!...
Onipotência
Os ventos sopram… a terra gira, as estações mudam. Ando a reler “O ponto de mutação” obra máxima de Fritjof Capra. Tinha ganhado esse livro de presente de aniversário em 2004, assistido ao filme em 2002, talvez, e pensado – na época – como esse livro mudou a minha cabeça. E é impressionante o poder que certas coisas têm na sua vida: de mudar. Mudar.
Os ventos sopram... a terra gira, as pessoas mudam. Quer dizer, se há uma regra universal na vida, eu diria que é a regra do livre-arbítrio. Você – e mais ninguém – é dono do seu destino. Não é recordação de nome de novela, não. A cada segundo de nossa vida, temos a oportunidade de fazer diferente. De escolher diferente. De desejar diferente. Mudar... mudar.
No entanto, a algumas pessoas é dado o direito supremo de julgamento da vida alheia. Ops, eu disse “a algumas pessoas”? O correto seria dizer: a todas as pessoas. Pois todos temos as nossas experiências de vidas que funcionam a partir daí como embasamento empírico para apontar falhas alheias como se as nossas próprias não fossem dignas de julgamento. Para alguns, esse poder extrapola limites. Para uns outros, pode ser motivos de autoculpa e autoflagelação com dizeres do tipo “eu não deveria dizer isso, mas eu digo isso” ou fazer exatamente as atitudes criticadas pensando intimamente que não deveria fazer. Um ciclo vicioso, digamos assim.
Nos últimos meses, a minha vida tem sido de reviravoltas. De reconhecimento, de autoconhecimento e de conhecimento, mesmo. Como dito, eu mesma acho que conheço certas coisas só por tê-las vivido a fundo. Ilusão. Eu também acho que conheço as pessoas porque a Astrologia me disse que a conhecia. Ilusão (e não é por culpa da Astrologia, claro). Eu também acho que aprendi a reconhecer o meio-termo dos extremos da vida, dos fatos e dos relacionamentos... ilusão.
Minha vida, por isso, tem sido uma completa ilusão? Desilusão? Eu diria que a minha vida tem sido um complexo e completo universo inteiro de novas possibilidades nunca antes vislumbradas. Eu mudei? Sim, eu mudei. Estou reaprendo a viver sem ilusões? Sim, estou batalhando. A vida é mais fácil dessa forma? Não é mais fácil ou mais difícil, é apenas nova. E como uma criança aprendendo a andar, estou reaprendendo a andar de novo.
Por isso, eis a minha resposta à sua pergunta: quando uma coisa não está fluindo, a melhor forma de desobstruir é deixar o rio seguir seu curso. Não forçar barricadas. Não exigir que as margens cedam. O rio segue seu curso e saberá qual o melhor caminho a tomar. Eu acho que dizer isso parece grosseiro, pois parece que sou superior: acredite em mim, não há superioridade nas minhas palavras, é você quem as está interpretando assim. E se você sabe que não me conhece o suficiente para tentar me compreender, não force uma interpretação baseada em traumas pessoais antigos, em reflexos doentios de uma sociedade hipócrita e igual. Você poderia simplesmente tentar... sentir. Mas se não houver, por ora, sentimentos em seu coração... calar não é sempre a melhor resposta?
Por isso, eis a minha resposta à sua outra pergunta: não olhe para o passado procurando por respostas como um arqueólogo atrás de relíquias. Ainda estamos vivos e nossos ossos não precisam nos dizer o que nossa alma e nossas atitudes do presente podem. Se você se sentir preso dentro de si mesmo, é porque há algo dentro de si que deseja ardentemente se libertar. Se você se sente sufocado, mesmo respirando e mesmo falando sem parar, é porque você ainda não passou da sua própria superfície e é apenas no verniz que você está patinando. Se você procura, inconscientemente, a culpa nos outros pelos erros que você não tem coragem de assumir, faça como eu: assuma os erros. Admita que se a única regra universal da vida for o livre-arbítrio, tentar o diferente (e, talvez, errar por isso) é o mínimo decente que podemos fazer por nós mesmos.
O vento está soprando... e eu sinto que é hora do silêncio entre nós. O silêncio e o tempo, bálsamos tão poderosos, saberão nos conduzir. Nossas mentes racionais e tão humanas agora não podem. Pois precisamos aprender que a onipotência inerente a cada ser humano vivo na face da Terra é a arma que têm nos conduzido a nossa própria destruição.
Os ventos sopram... a terra gira, as pessoas mudam. Quer dizer, se há uma regra universal na vida, eu diria que é a regra do livre-arbítrio. Você – e mais ninguém – é dono do seu destino. Não é recordação de nome de novela, não. A cada segundo de nossa vida, temos a oportunidade de fazer diferente. De escolher diferente. De desejar diferente. Mudar... mudar.
No entanto, a algumas pessoas é dado o direito supremo de julgamento da vida alheia. Ops, eu disse “a algumas pessoas”? O correto seria dizer: a todas as pessoas. Pois todos temos as nossas experiências de vidas que funcionam a partir daí como embasamento empírico para apontar falhas alheias como se as nossas próprias não fossem dignas de julgamento. Para alguns, esse poder extrapola limites. Para uns outros, pode ser motivos de autoculpa e autoflagelação com dizeres do tipo “eu não deveria dizer isso, mas eu digo isso” ou fazer exatamente as atitudes criticadas pensando intimamente que não deveria fazer. Um ciclo vicioso, digamos assim.
Nos últimos meses, a minha vida tem sido de reviravoltas. De reconhecimento, de autoconhecimento e de conhecimento, mesmo. Como dito, eu mesma acho que conheço certas coisas só por tê-las vivido a fundo. Ilusão. Eu também acho que conheço as pessoas porque a Astrologia me disse que a conhecia. Ilusão (e não é por culpa da Astrologia, claro). Eu também acho que aprendi a reconhecer o meio-termo dos extremos da vida, dos fatos e dos relacionamentos... ilusão.
Minha vida, por isso, tem sido uma completa ilusão? Desilusão? Eu diria que a minha vida tem sido um complexo e completo universo inteiro de novas possibilidades nunca antes vislumbradas. Eu mudei? Sim, eu mudei. Estou reaprendo a viver sem ilusões? Sim, estou batalhando. A vida é mais fácil dessa forma? Não é mais fácil ou mais difícil, é apenas nova. E como uma criança aprendendo a andar, estou reaprendendo a andar de novo.
Por isso, eis a minha resposta à sua pergunta: quando uma coisa não está fluindo, a melhor forma de desobstruir é deixar o rio seguir seu curso. Não forçar barricadas. Não exigir que as margens cedam. O rio segue seu curso e saberá qual o melhor caminho a tomar. Eu acho que dizer isso parece grosseiro, pois parece que sou superior: acredite em mim, não há superioridade nas minhas palavras, é você quem as está interpretando assim. E se você sabe que não me conhece o suficiente para tentar me compreender, não force uma interpretação baseada em traumas pessoais antigos, em reflexos doentios de uma sociedade hipócrita e igual. Você poderia simplesmente tentar... sentir. Mas se não houver, por ora, sentimentos em seu coração... calar não é sempre a melhor resposta?
Por isso, eis a minha resposta à sua outra pergunta: não olhe para o passado procurando por respostas como um arqueólogo atrás de relíquias. Ainda estamos vivos e nossos ossos não precisam nos dizer o que nossa alma e nossas atitudes do presente podem. Se você se sentir preso dentro de si mesmo, é porque há algo dentro de si que deseja ardentemente se libertar. Se você se sente sufocado, mesmo respirando e mesmo falando sem parar, é porque você ainda não passou da sua própria superfície e é apenas no verniz que você está patinando. Se você procura, inconscientemente, a culpa nos outros pelos erros que você não tem coragem de assumir, faça como eu: assuma os erros. Admita que se a única regra universal da vida for o livre-arbítrio, tentar o diferente (e, talvez, errar por isso) é o mínimo decente que podemos fazer por nós mesmos.
O vento está soprando... e eu sinto que é hora do silêncio entre nós. O silêncio e o tempo, bálsamos tão poderosos, saberão nos conduzir. Nossas mentes racionais e tão humanas agora não podem. Pois precisamos aprender que a onipotência inerente a cada ser humano vivo na face da Terra é a arma que têm nos conduzido a nossa própria destruição.
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