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Novo início!

A coisa chega assim: de mansinho. Você não faz mesura e de repente, o inusitado: simplesmente acontece. Uma pergunta parece básica -- como foi? Ninguém sabe. Fato é que quando certas coisas precisam acontecer, nada as impede de tornarem-se reais.

Neste início de madrugada em pleno sábado, me pego pensando num assunto que queria postar há meses, sem exagero: o término das amizades.

Eu nunca pude ser capaz de entender algumas coisas que se sucederam na minha vida. Não sou ingênua nem pretensiosa para adivinhar e para predizer. Fui pega de calça curta, mesmo quando agi ou quando recebi uma ação.

Sinto falta dessas pessoas que se foram. Sim, não sou orgulhosa para dizer que não sinto falta, porque sinto falta sim. Talvez eu sinta falta daquilo que ficou bom e ficou eternizado nas memórias. Porque antes de terminar havia um sentimento bom, quente, afetuoso, reconfortante de amizade.

Sempre reparei em mim mesma uma necessidade de controle absoluto sobre tudo o que fosse exterior a mim. Claro que a mesma regra não valia para o controle de mim mesma. Assim, eu podia viver uma vida desregrada até o momento em que invadissem a minha privacidade.

Não dizem que a necessidade de controle é justamente a ausência dela? Pois, digamos, que com isso eu tenha tido experiências amargas e doces nesse sentido.

Isso tudo para dizer que estou com o coração aberto em relação às novas pessoas que entrarão em minha vida! SIM! Oficialmente (olha o controle...) que a temporada de reclusão, crise e o caralho a quatro estão terminadas.

O nevoeiro cede e a escuridão vira dia. Nada ainda é sinônimo de pura alegria, porque a vida é batalha diária. Para sermos plenos, precisamos plantar diariamente. Para sermos felizes, espalhamos felicidade a cada segundo. Para sermos todo, precisamos nos fragmentar -- sem nos quebrar. Fácil, né? ;-)

E que todos os meus amigos cariocas sejam bem-vindos neste coração paulistano, mas cheio de vontade de viver a vida plenamente. Todos nós merecemos!

E assim...

Não diria que esteja vivendo uma crise criativa. Palavra forte, essa. Parece que se a gente ficar pensando nela por muito tempo, vai grudar igual sarna e nem o mais poderoso dos remédios antissarna darão conta de resolver a questão!

Eu acho que estou... num misto complicado de silêncio com revolução interna. Ah sim! Muitas coisas estão acontecendo e para a gente ser bem malcriado e sacana, vou dizer que não interessa falar disso. Quem está por perto sabe e blá-blá-blá. Alguns fatos são expressivos: nunca li tanto na minha vida -- a trabalho. Nunca fiquei tanto tempo sem postar -- por motivos meus. E nunca me senti tão... imitada. Seria essa a palavra?

Inspiração e imitação parecem andar ali... tão perto que quase se dão as mãos. Eu me vejo, um pedaço retorcido de ferro falsamente forjado, nas palavras de outrem. As palavras dos outros que parecem as minhas palavras. As atitudes alheias que parecem tão deliberadamente copiadas de mim.

Oh, eu diria que estou tão autoconfiante a ponto de achar que tudo gira em torno do meu umbigo? Não. Mas eu diria que se não for tão óbvio para eu me achar tão superpoderosa é, no mínimo, passível de observação apurada.

Mas mesmo assim, os dias estão tão gostosos de se viver... eu descobri que me redescubro nos outros -- mesmo que eles estejam a me copiar. A convivência não é a mesma sem os elementos do exterior. Eu nunca julguei que teria tantos amigos cariocas! Olha só a ironia. Alguns que ali me leem sabem o que eu quero dizer. E se eu nunca fiz deste blogue um confessionário, transformo-o no dito cujo agora mesmo!!!

A amizade é um troço demorado de ter. Mas, como tudo, precisa começar. E fico feliz os bons ventos soprando com força, esperança e alegria aqui no Rio de Janeiro. Amém! Que assim seja!

Matéria sobre Isabella Taviani no Palco MPB

E não é que foi ao ar??? O mais inusitado foi que não planejei nem pedi para isso acontecer.  Não fui atrás de ninguém para pedir para falar. Ao contrário, a voz tinha de ser a da Fafá (que aparece logo depois de mim), porque ela é fã da IT há mais de 15 anos! Mas foi uma delícia poder falar de uma artista de que gosto tanto... E foi uma honra, porque procurei manter o tom que a própria IT tem de força e humildade nas palavras. É isso aí! Obrigada de novo, rádio MPB FM! ;-)

Isabella Taviani no Palco MPB

Pela primeira vez, fui assistir a um Palco MPB -- evento patrocinado pela rádio carioca MPB FM. Artistas apresentam-se gratuitamente ao público em algum espaço e quem quiser ver, pega senha gratuita ou concorre a ingressos pela própria rádio.

Não preciso dizer o quanto gostei do show. Fazia algum tempo (mais de dois meses, o que para uma fã é muita coisa!) que não via a querida IT. E, também, fazia algum tempo que não via minhas queridas amigas -- feitas com a unção e motivo cujo nome responde a Isabella Taviani. Ou seja, foi um dia único e especial para mim.

Pois, convenhamos: chegar na fila às 13h00 não é privilégio e paciência de muitos. Mas, lá estávamos: Karla Rosalino, Cristina Kok, Jeane Soares, a primeira leva a chegar. A segunda foi Deja, Maria Helena. As últimas foram Fafá Barbalho e Robertinha La Despistada.

Foi um dia frio! Aquela região, extremamente aberta e arborizada, trouxe ventos gélidos que eu não julguei capazes no Rio de Janeiro! Tava um frio digno de Avenida Paulista à noite! E eu, sem blusa, confesso que fiquei com unhas roxas.

No entanto, aquelas sete horas entre a chegada e o show passaram voando! Muita risada, muita piada, muita conversa sobre tudo e sobre todos. Eu sempre acho incrível como Isabella Taviani consegue reunir -- tão bem -- pessoas tão diferentes. E, olhando também as pessoas presentes na fila, dava para ver que sua música atinge todas as faixas etárias, todas as classes sociais. Todo mundo ali, que tinha acabado de sair do trabalho (ou fugido dele), que estava à toa, que estava simplesmente ali.

Durante o show, Renato Fonseca (teclados), Marco Vasconcelos (violão) e Isabella fizeram um show que me lembrou os acústicos nos Sesis, no ano passado. Versões ligeiramente alteradas das músicas que ela costuma cantar nos shows. Aproveitou para apresentar "Meu amor mineiro" -- canção inédita em que declara seu amor à Minas Gerais e tudo aquilo que seu estado produz. Palhinha a capela de "Sob Medida" (foi uma delícia ouvi-la ao vivo, só a voz da IT e da plateia). Repetecos em dose dupla de "Arranjo" e "Luxúria" (dá-lhe DTs!). 

Ainda tive o direito de dar uma entrevista para a própria MPB FM. Não sei quando e se vai ao ar, mas foi mega divertido responder "Por que vc está aqui hoje?", "O que é a cantora IT?", "O que a música dela tem que atrai seu público?". ORAS POIS! Meu amor à artista Isabella Taviani está aqui grafado a ferro e fogo neste blogue! Foi um prazer imenso poder publicá-lo de outra forma! Mesmo que não vá ao ar, obrigada MPB FM!

Como fiquei longe, não tenho fotos minhas, mas posto as fotos de Drika Landim que estão no site da rádio. A fotinha acima é crédito de Robertinha La Despistada.

Uma pena foi que IT não recebeu ninguém no camarim, nem as fãs veteranas para tirar suas milésimas fotos e seus milésimos autógrafos. Mas cada um ali saiu sorridente, feliz, satisfeito, alma lavada e energia renovada! Até o próximo.

Belíssimo texto de Frei Betto

Fonte original: http://sergyovitro.blogspot.com/2011/05/os-gays-e-biblia-frei-betto.html

Os gays e a Bíblia - FREI BETTO

É no mínimo surpreendente constatar as pressões sobre o Senado para evitar a lei que criminaliza a homofobia. Sofrem de amnésia os que insistem em segregar, discriminar, satanizar e condenar os casais homoafetivos. No tempo de Jesus, os segregados eram os pagãos, os doentes, os que exerciam determinadas atividades profissionais, como açougueiros e fiscais de renda. Com todos esses Jesus teve uma atitude inclusiva. Mais tarde, vitimizaram indígenas, negros, hereges e judeus. Hoje, homossexuais, muçulmanos e migrantes pobres (incluídas as “pessoas diferenciadas”...).
Relações entre pessoas do mesmo sexo ainda são ilegais em mais de 80 nações. Em alguns países islâmicos elas são punidas com castigos físicos ou pena de morte (Arábia Saudita, Irã, Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Nigéria etc). No 60º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 2008, 27 países-membros da União Europeia assinaram resolução à ONU pela “despenalização universal da homossexualidade”.
A Igreja Católica deu um pequeno passo adiante ao incluir no seu catecismo a exigência de se evitar qualquer discriminação a homossexuais. No entanto, silenciam as autoridades eclesiásticas quando se trata de se pronunciar contra a homofobia. E, no entanto, se escutou sua discordância à decisão do STF ao aprovar o direito de união civil dos homoafetivos.
Ninguém escolhe ser homo ou heterossexual. A pessoa nasce assim. E, à luz do Evangelho, a Igreja não tem o direito de encarar ninguém como homo ou hetero, e sim como filho de Deus, chamado à comunhão com Ele e com o próximo, destinatário da graça divina.
São alarmantes os índices de agressões e assassinatos de homossexuais no Brasil. A urgência de uma lei contra a violência simbólica, que instaura procedimento social e fomenta a cultura da satanização.
A Igreja Católica já não condena homossexuais, mas impede que eles manifestem o seu amor por pessoas do mesmo sexo. Ora, todo amor não decorre de Deus? Não diz a Carta de João (I,7) que “quem ama conhece a Deus” (observe que João não diz que quem conhece a Deus ama...).
Por que fingir ignorar que o amor exige união e querer que essa união permaneça à margem da lei? No matrimônio são os noivos os verdadeiros ministros. E não o padre, como muitos imaginam. Pode a teologia negar a essencial sacramentalidade da união de duas pessoas que se amam, ainda que do mesmo sexo?
Ora, direis, ouvir a Bíblia! Sim, no contexto patriarcal em que foi escrita seria estranho aprovar o homossexualismo. Mas muitas passagens o subtendem, como o amor entre Davi por Jônatas (I Samuel 18), o centurião romano interessado na cura de seu servo (Lucas 7) e os “eunucos de nascença” (Mateus 19). E a tomar a Bíblia literalmente, teríamos que passar ao fio da espada todos que professam crenças diferentes da nossa e odiar pai e mãe para verdadeiramente seguir a Jesus.
Há que passar da hermenêutica singularizadora para a hermenêutica pluralizadora. Ontem, a Igreja Católica acusava os judeus de assassinos de Jesus; condenava ao limbo crianças mortas sem batismo; considerava legítima a escravidão;e censurava o empréstimo a juros. Por que excluir casais homoafetivos de direitos civis e religiosos?
Pecado é aceitar os mecanismos de exclusão e selecionar seres humanos por fatores biológicos, raciais, étnicos ou sexuais. Todos são filhos amados por Deus. Todos têm como vocação essencial amar e ser amados. A lei é feita para a pessoa, insiste Jesus, e não a pessoa para a lei.