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Comentários gerais e aleatórios

O tempo agora está com um gosto estranho de ritmo geral e apressado. Assim como estes comentários que farei a seguir, sobre algumas coisas que vi ultimamente.

O aniversário do meu blogue está aí... e acho que, como muitas algumas das poucas sugestões que recebi, farei um prosaico blançao geral das coisas. Agrada a todo mundo e agrada a mim. Um layout novo fica pra quando eu tiver paciência.... porque confesso que gosto demais desse pretinho básico onde simplesmente jogo as cores em cima. 

Numa segunda-feira de carnaval, torno a ouvir uma música que sempre me deixa leve e feliz, mesmo com uma letra triste: Nightwish com Forever yours. Sempre que ouço essa música, sinto saudade de um momento específico da minha vida. E sinto saudade de mim mesma. E sinto fazendo mais parte de mim mesma.

O último post gerou alguns comentários que farei aqui de maneira.... geral e aleatória. Como o título deste post. E como a minha atual vontade de me manter em absoluto silêncio. Faz algum tempo que tenho desejado o silêncio e desde esse tempo tenho brigado para não me isolar mais ainda em minha já isolada solidão. Vontade de fazer poesia, ouvir música e ficar vendo o sol se pôr...

Os textos deste blogue não foram forjados a ferro, fogo e sangue. Eles vem num fluxo contínuo... o pensamento acerca de um texto fica dias dentro da minha cabeça. Um dia, um segundo: eu quero ele pronto, naquela hora, com uma ânsia única. Ultimamente, o silêncio predomina em mim. Talvez, por isso, os textos saiam mais intensos, nas poucas vezes que saem. As palavras ficam mais escolhidas e a manipulação sobre elas, também.

Tenham certeza apenas de uma coisa: falo muito de mim? Sim, falo. Mas nunca falarei o suficiente para alguém me conhecer e dizer que me conhece. Mistério velado? Não, apenas o meu jeito de ser. Não quero fazer máscaras com ninguém, mas poucas pessoas de verdade me conheceram como deveriam me conhecer. E dessas poucas pessoas, apenas algumas sobreviveram para continuarem ao meu lado. O lado "Crisantemus Sincerita Polemicus" fica a cargo de sua imaginação. O resto que tenho por trás de tudo isso me parece como licença poética: cada um tem o direito ter a sua própria.

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Recentemente li um livro que me fez intensamente achar uma palavra que o sintetizasse. Nem sou dessas coisas, mas me pareceu importante. Daí concluí que não dá para classificar as mulheres heterossexuais como sendo mais estrogênicas que as homossexuais, por exemplo. Mas classificaria algo assim: a falta de parâmetros é um parâmetro que diz muito a respeito da pessoa. Fica aqui o gancho pro post de amanhã!

Sobre alguns sonhos

Tenho alguns sonhos recorrentes. De tempos em tempos, eles tomam formas diferentes, mas o significado parece continuar o mesmo: um medo inexorável de voltar ao passado e estar presa nele, sem saída!

Vou perguntar à minha amiga Dra. Cláudia Bertrani o que isso poderia significar. Eu tenho a minha interpretação, até. Mas deixarei aos leitores do blogue para tirar suas próprias conclusões... (se quiserem, claro), depois de compartilhar alguns sonhos.

Alguns anos atrás, eu sempre sonhava que estava no Japão (para quem não sabe, eu trabalhei por lá de abril de 1996 a novembro de 1997, um período novo e muito difícil na minha vida). Do nada, puf: estava lá. Presa a um local (cuja saída se dá "apenas" por avião), sem conhecer ninguém, sem saber o que fazer, preocupada em arranjar um trabalho para não passar fome (coisas que, de certa forma, me afligiram enquanto estive lá). Uma aflição me atingia de tal forma que entrava em desespero.

Também sonho que estou de volta a empregos antigos. A sensação rançosa e meio amarga de estar de volta a um ambiente que, no seu sonho, parece apenas refletir as coisas difíceis que você passou na vida real. Aqui chamado de antigo emprego 1: o meu primeiro emprego sério desde que voltei ao Brasil, então você imagina as lembranças que ficaram em mim, ainda mais depois de ter trabalhado por 7 anos lá.

Sempre me vejo transportada para lá, tentando me readaptar ao local, tentando conhecer o que está sendo produzido, tentando conhecer as pessoas e sentindo uma hostilidade incrível, como se fosse odiada. Eu penso que deveria estar no Rio de Janeiro e não no cu de São Paulo. Eu falo com as pessoas que eu conheço e que ainda trabalham lá, peço ajuda, mas tudo soa falso.

E eu também sonho, eventualmente, que estou de volta à FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, da Universidade de São Paulo). Estou de volta àqueles corredores cheirando a velho e ranço humano. Preocupada em terminar minha última matéria, contar créditos e me formar (para quem conhece o esquema da USP, você monta a sua própria grade curricular, depois de cursar as matérias obrigatórias). E sempre no último semestre, presa novamente a uma realidade que não mais me pertence desde 2007, mas que retoma suas caras como se fosse agora.

Aí eu penso: o que seriam esses sonhos que, de tempos em tempos, retomam as minhas lembranças e me fazem acordar com gosto de guarda-chuva na boca. Um guarda-chuva metafórico que eu sei o que essencialmente quer dizer: não quero voltar ao Japão para trabalhar, não quero voltar ao antigo emprego, não quero estudar mais na USP. Os caminhos e rumos que minha vida tomará serão bem diferentes. Mas ainda assim, queria saber, do ponto de vista psicanalítico, o que significa. O que seria?

E o tempo...

... e as vontades... e os desejos.

Na falta de palavras, deixo um quadro de Salvador Dali, The Persistence of Memory.


E quase dois anos...

Incrível! Este blogue está para completar dois anos de existência.

Alguns dias, andei pensando na questão do tempo. O tempo misturado a escolhas e a consequências de escolhas... muita coisa aconteceu. Sim, muita coisa aconteceu. Eu criei este blogue para exorcizar um demônio muito específico, na época. Época de mudança radical na minha vida, de ficar novamente sozinha e começar tudo de novo... opa, eu acho que já vi este filme antes.

Fato é que penso em dar um rumo diferente a este blogue... não sei exatamente onde. Acabei de fazer o mapa astral e verifiquei como este canto tem tudo a ver comigo e qual o seu sentido. O que vocês diriam de um blogue pisciano com ascendente em touro e lua em virgem? Sol e Urano em conjunção, na casa 11? Saturno em Virgem na quinta casa, em oposição forte ao resto do meu mapa. Meio do céu em Aquário repleto de planetas: Mercúrio, Marte, Netuno, Quíron e Júpiter. Plutão na casa 09. Vênus em Áries, na casa 12.

Gosto do mapa astral do meu blogue e parece, em muitas vezes, que ele tem vida própria, um sentido próprio e eu apenas tenho sido a condutora. Sou bastante séria no que diz respeito ao que este canto aborda. Cotidiano? Sim. Apologias? Não. Mente aquariana? Sempre. Mimimi de coleguismos entre blogues? Sinto muito, mas não.

Acho que farei uma surpresa quando este blogue completar dois anos. Mas aceito sugestões? O que vocês acham que eu poderia fazer para comemorar esta data? (respostas sem-noção serão educamente ignoradas ou apagadas -- algo que fiz apenas umas 3 vezes desde que criei este blogue).

Filme vistos, filme comprado e comentário sobre o Oscar

Dias corridos!!!

Tenho feito algumas coisas boas no âmbito pessoal. Aqui, portanto, vou enumerar e ser breve.

1-) Filmes vistos:
Vi Enrolados (nova versão para o clássico Rapunzel). E vi A Bela e a Fera restaurado e em versão estendida. Duas coisas me chamaram a atenção nesses dois filmes, principalmente após ler este excelente texto da Regina Navarro intitulado A função perversa dos contos de fada e de lembrar das longas conversas que sempre tive com minha filha Poliana em que ela reiterava o quanto odiava a passividade das "princesas" do contos de fada. Sempre passivas, sempre submissas, sempre tristonhas esperando o príncipe encantado que vai salvá-las da mesmice da vida, da falta de perspectiva, da bruxa má. Ela tinha ficava muito brava com a Bela Adormecida, em especial -- a mais passiva de todas, na opinião dela.

Por isso que ao ver Enrolados e A Bela e a Fera vejo que nem tudo é uma grande merda, afinal. Em Enrolados, embora ela precise do ragazzo subir a torre para dar forças a ela para tomar a decisão de sair das garras da mãe má, ela é muito corajosa, destemida. O rapaz é um mero ladrão com quem faz um acordo de troca que, ao final, apenas os une. É uma bonita história de amor e coragem. Em A Bela e a Fera, quem precisa do beijo salvador é a Fera. Bela é uma menina intelectual, que gosta de ler livros e cujo pai é um cientista maluco. Acho que por isso, esse filme sempre foi um dos meus favoritos. O amor que vai além da beleza superficial.

2-) Depois de quase DEZ ANOS eu achei o dvd do filme Ponto de Mutação para vender. Obrigada à Versatil, empresa que faz algum tempo, anda digitalizando filmes clássicos e antigos. A primeira vez que eu vi esse filme foi em algum lugar entre 2002 e 2003, não lembro. Muito antes de começar a ver filmes de verdade, muito antes de ser cinéfila, muito antes de tudo. Eu lembro que fiquei fascinada. Lembro que ganhei o livro do Fritjof Capra, livro no qual o filme se baseia. Lembro que Capra parecia, finalmente, alguém com quem tinha correlação de pensamentos!

Nesse tempo todo, nunca mais vi o filme. Não achei para baixar. Não achei em sebos, em nada. Na época, vi emprestado do VHS de uma amiga, que tinha ganho em uma promoção. Só. Quando achei o dvd na Saraiva do Barra Shooping, não acreditei. Confesso que meus olhos se encheram de lágrimas. Eu estava lá, procurando qualquer coisa, ou talvez Paris, Texas. E achei muito mais! Mais uma pérola na minha coleção! No mesmo dia (noite) vi o filme, me deliciei com a trilha sonora de Philip Glass e a conversa dos três. Uma conversa em que todos ouvem e todos falam, sem ego, sem pavonismo, sem nada. Um tipo de conversa que tive umas 2 vezes na vida.

Há uma pequena alteração no meu top33 divulgado semana passada, porque tinha esquecido desse filme, simplesmente! Sai O Silêncio dos Inocentes do top10 e entra Ponto de Mutação. Da lista geral, fica de fora Amor Além da Vida.

3-) Comentário único sobre o Oscar 2011: eu vi O Discurso do Rei. Filme bom, bem contado. Mas não se compara com Cisne Negro. Este, sim, merecia todos os prêmios. Mas, a Academia é muito quadrada e tradicional para premiar um filme assim. Ao menos, a performance fabulosa, espetacular, estupenda de Natalie Portman foi premiada com a estatueta (depois do Globo de Ouro). Seu discurso, cheio de lágrimas, também me emocionou. Ela merece porque fazia tempo que não via uma atuação assim.