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Cisne Negro - o filme

Ontem assisti a Black Swan. Sim, consegui ter acesso a uma cópia ilegal, porque não pude resistir à ansiedade de vê-lo. Sim, eu sabia que teria acesso a uma obra-prima e, sim, eu não me arrependi e ainda estou em êxtase. (Cuidado se você não quiser saber detalhes do filme antes de vê-lo: aviso que aqui falarei tudo, porque não tinha como não falar. Então se não quiser maiores detalhes, deixe para ler este post depois que vir o filme!)

Quantos espelhos têm o filme! Adoro filmes com espelhos, porque é a dica mais valiosa do diretor que indica uma veia perigosa, na minha opinião: a dos reflexos que refletem entre si. Você já sabe qual é o resultado disso: é como se uma imagem literalmente pulasse dentro da outra e se perdesse dentro de outra imagem, infinitamente.

O filme me parece um álbum de fotografias em movimento. Filmar a belíssima Natalie Portman é um exercício incansável de enquadrá-la num cenário e deixar todos os elementos conversando entre si. É realmente impressionante como ela está no auge de seu talento e, principalmente, de sua beleza. E é impressionante mais ainda como ela é uma excelente atriz! Raras vezes uma atriz consegue me trazer essa surpresa... mas Natalie Portman consegue. E caiu como uma perfeita luva na direção correta de Aronofsky.

Também foi uma surpresa maravilhosa ver Vincent Cassel, Barbara Hershey e Wynona Rider. E Darren Aronofsky acertou a mão novamente. Esqueçamos Fonte da Vida., pra mim, uma ideia linda filmada numa hora errada e de maneira errada. O diretor foi perfeito em O Lutador e agora neste filme. Nessas horas eu gosto de ver quando um diretor sabe contar bem uma história e sabe jogar elementos mágicos nela que apenas poucos olhos conseguem captar!

Eu queria muito discuti-lo com minha filha sumida, porque me parece a matéria-prima ideal para as nossas dissecações. Mas sem ela aqui, sinto que este texto também está pela metade. Vou pincelar sobre a vertente psicológica -- fascinante e perigosa -- que orienta todo o filme. Para quê serviriam tantos espelhos, se não fosse para isso? E a problemática relação dela com a mãe -- opressora, que jogou toda a responsabilidade de realização de seus sonhos nas costas da filha? E a pressão de ser uma bailarina? E o fato de ela ter 28 anos -- a idade do retorno de Saturno? Isso sem querer , mas já mencionando a palavra "esquizofrenia".

O filme parece todo um reflexo do que outras pessoas desejram para ela. E o único momento de libertação maior é quando ela libera todos os lados existentes dentro dela. Catarse máxima de uma quase múltipla personalidade. Não é um filme fácil de ver... mas quem disse que os filmes do Aronofsky são água com açúcar? Eu ficarei com este na minha mente por muito tempo...


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E assim foi a ceia...

Preparada por duas pessoas para duas pessoas. Sem maiores frescurites, mas com muito carinho. Queria, aqui, compartilhar uma receita inventada na hora para um peito de chester. Batizei de "Chester ao molho de especiarias a la Crisão". Apropriado, não? Fácil e delicioso! Segue aqui.

Chester ao molho de especiarias a la Crisão
1 peito de chester
4 dentes de alho amassados
1 taça pequena de champagne
1 colher de café de canela em pó
6 cravos
1 colher de café de curry
noz moscada ralada na hora (o suficiente e a gosto)
pimenta do reino moída na hora (o suficiente e a gosto)
sal a gosto 

Faça delicados cortes no peito para que o tempero penetre adequadamente. Num recipiente, jogue todos os temperos e depois tempere o peito. Eu deixei marinando por cerca de 30 min, o que achei pouco. Para mim, o adequado seria umas 2 horas. Se der, faça isso. Vá virando e certifique de que o tempero entrou em todas as partes "secretas"... rs.

Coloque para assar em forno 240ºC em uma forma coberta com papel alumínio. Depois de meia hora tire o papel e vire o frango umas duas vezes ainda na próxima meia hora. Aí vai depender se você gosta ao ponto ou mais torradinho, como eu. A mistureba de temperos acima resultou num sabor exótico além da conta!!! Se quiser, como sugestão, faça como eu: eu considero a noz moscada o meu tempero favorito! Use e abuse, porque esse tempero nunca falha...



O verdadeiro sentido do Natal

Eu sempre tive uma relação estranha com o Natal. Minha família nunca o comemorou além de um almoço no dia seguinte, sempre na casa de minha avó, juntando parentes, comida e amigo secreto. Todas as minhas lembranças de Natal são essas. Ah, tem também quando lembro o presente que o "Papai Noel" me deu quando eu devia ter uns 6 anos: um relógio digital (mega chique na década de 80) que acendia luzinha e tudo. O cartão do Papai Noel vinha com uma letra tão parecida com a da minha mãe... lembro que depois daquele ano nada seria como antes. rs

Depois disso, sempre veio uma sensação de falta de reconhecimento e pertencimento a um mundo supostamente cristão que vira o total centro das atenções. Lembro que, no Japão, nunca houve fogos de artifício à meia noite e eu lembro que nunca entendi porque as pessoas insistem em gastar toneladas de dinheiro com fogos de artifício para comemorar sentimentos que tão pouco colocam em prática.

Eu sei, sou uma pessoa chata e questionadora que ao longo destes 33 anos nunca entendeu muita coisa nem viu sentido em tantas outras. Mas estamos nesta sociedade e mesmo com essas coisas passando pela minha cabeça, a vida segue, com alegria, esperança e amor, não é assim que deve ser?

Ontem à noite, eu e meu amor preparamos a nossa ceia a dois. O Rio de Janeiro deu um milagroso tempo do calor e pudemos aproveitar melhor as "baixas" temperaturas de 24ºC que fizeram por aqui.

Foi uma noite agradável regada a "O Mágico de Oz" que meu amor ganhou numa belíssima edição especial de 70 anos. Assim (sem as coisas costumeiras que passam na televisão) dá pra reavivar a magia de um mundo tão tolhido de magia e repleto de ilusões. Sim, porque magia é totalmente diferente de ilusões.

Agora estou em mãos com o "Anjo de Vidro" que é um dos meus filmes natalinos favoritos, porque sempre me faz entender o tal do espírito natalino. Algo que não seja apenas encontros familiares vazios, dinheiro gasto, comida saindo pelas orelhas e palavras perdidas no ar e no vento.

Este ano, pelo fato de estar no Rio, foi o ano que meus amigos menos se lembraram de mim para o Natal. Talvez porque eu sempre fui a pessoa que mandava cartões à mão, torpedos e emails. Sinto muito se você, algum amigo meu que caiu neste blogue, leu isto. Eu não mandei essas coisas não porque não tenho sentimentos por você, e nem retribuí seu agradecimento porque sou mal-educada. Não mandei porque preferi fazê-lo aqui, eu e meu coração e minha orações. E não respondi porque tava sem créditos no celular até para receber ligações de SP.

Mas os amigos de verdade são a nossa verdadeira e única família. Não dá para se sentir sozinho. Cansei de ler relatos no Facebook e Twitter agora pela manhã de pessoas se sentindo solitárias. É assim, a ressaca de uma festa pseudocristã cheia de hipocrisia. Tanto amor que as pessoas não conseguem deixar de sentir sozinhas. O primeiro amor está em se amar e se aceitar. O real amor que apenas existe por existir e independente de palavras  fáceis e vazias, lembranças oportunas e presentes falsos.

Amanhã postarei fotos e receitinha da ceia que eu e meu amor fizemos por aqui. Por hoje, fica essa reflexão, num país tão cheio de pluralidades, onde neopagãos e cristãos e evangélicos e judeus convivem...espero que uma única gota do real sentido de tudo tenha -- verdadeiramente -- sido plantada no coração de cada um dos seres humanos.

Sister

Os dias com a minha irmã acabaram. Ela se foi deixando uma saudade como nunca senti... fazia muito tempo que não nos dávamos tão bem assim. E devo dizer que ela fez muita falta nesses anos todos em que ficamos meio longe... espero que não se repita.

Essa música fez a nossa trilha sonora desde os idos de 1996. Em sua homenagem, dear sister, personagem importantíssimo em minha vida!!!

Sumituidade

Há os que dormem e apenas acordam no dia seguinte, há os que dormem e não se lembram dos sonhos e há os que, como eu, dormem, sonham (e muito) e se lembram demais para contar!

Eu poderia começar a postar uns sonhos, coisa que acho que nunca fiz por aqui. Quem sabe? Eu tenho sonhos nítidos dos quais ainda me lembro que datam de mais de uma década. Marcam fases e passagens especiais em minha vida. São sonhos que com certeza me lembrarei por resto da vida.

Bem, o que tudo isso tem a ver com a palavra acima? Eu tive um sonho com essa palavra. Eu tinha certeza de que ela não existia e uma pesquisa básica em dicionários online e uma googleada confirmaram isso. Alguém já leu/ouviu "sumituidade"? Parece a junção de duas palavras, né? Mas no meu sonho significava muito mais que isso.

No meu sonho eu conversava com uma mulher que parecia uma infectologista ou algo assim que analisava casos de dor de estômago. Ela me explicava que tinham descoberto que a tal bactéria não fazia mal ao corpo e o adjetivo para a tal reação que ela causava era "sumituidade". Inclusive, ela não sabia o significado da palavra e procurou comigo no dicionário. Lembro perfeitamente de ver o verbete grafado e o seu significado que ainda remetia a uma ditado como metáfora... mas esse não lembro.

Acordei logo em seguida e fui ao banheiro. Queria anotar o sonho porque -- não sei como -- sabia que ia esquecer o sonho. De manhã, percebi que tinha esquecido mesmo a palavra, ainda bem que foi anotada!

E fica aqui lançada no meu blogue para alguém que se aventure a fazer uma análise semiológica dele. Eu passo. Mas, adorei o sonho, se vale dizer.