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Something to believe in

Dia frio de outono, pré-inverno.

Estou meio esta música do Bon Jovi:
Tonight I'll dust myself off
Tonight I'll suck my gut in
I'll face the night and I'll pretend
I got something to believe in
O vídeo está com péssima qualidade, mas a música e a guitarra do Richie estão mais do que perfeitas. E a letra sempre foi perfeita. De 1995.

Obama 2

Que notícia excelente!

Saiu na Folha de S.Paulo hoje. Disponível para assinantes, trago o texto na íntegra mais abaixo.

Há uma luz!


***

Obama determina corte de emissões de CO2 de carros

Aumento de 30% na eficiência de motores é 1ª regra federal americana contra gás-estufa

Medida, que começa a valer em 2012, exigirá padrão mínimo de consumo de 15,1 km por litro, poupando 1,8 bilhão de barris de óleo

DA REUTERS

O presidente dos EUA, Barack Obama, anunciou ontem um plano para tornar os carros mais eficientes e para reduzir o uso de combustíveis. É a primeira regra federal americana de combate às emissões de gases de efeito estufa.
As novas regras cortarão em 30% a poluição no setor de automóveis até 2016. Ao lançar o novo plano, Obama estava cercado por executivos da indústria automobilística dos EUA, do Japão e da Europa.
O presidente afirmou que os novos padrões, além de colaborarem para a redução das emissões de gases de efeito estufa para a atmosfera, vão reduzir a dependência dos EUA por petróleo estrangeiro.
"O status quo não é mais aceitável (...). Durante décadas, pouco fizemos para aumentar a eficiência dos carros e caminhões americanos", disse, em discurso na Casa Branca.
A nova norma exige aumentos anuais de 5% na eficiência energética entre 2012 e 2016. Os veículos leves e caminhonetes, por exemplo, deverão rodar em média 15,1 quilômetros com um litro de combustível. Hoje a eficiência média é 10,6 quilômetros por litro no país.
Segundo Obama, isso vai economizar 1,8 bilhão de barris de petróleo durante o programa e evitar a emissão de 900 milhões de toneladas de carbono.
O Congresso americano não precisará aprovar os padrões, que serão implementados por meio de normas federais.

Oportunidade
O aumento do apoio público para o combate ao aquecimento global e o enfraquecimento da empresas do setor -que estão se reestruturando após a crise econômica com a ajuda de recursos do governo- deu a Obama uma janela de oportunidade para impor as regras.
O plano foi elogiado por montadoras e ambientalistas. No entanto, uma das ressalvas é que o preço da produção de um veículo deve aumentar em cerca de US$ 600, em comparação com a legislação em vigor.
Porém, diz Obama, os compradores de carro vão recuperar o gasto com a economia em combustível. "Na verdade, durante a vida útil do veículo, o motorista típico irá economizar cerca de US$ 2.800 com uma melhor milhagem por combustível", afirmou.
O compromisso também resolve uma longa disputa entre o governo federal e o Estado da Califórnia, que adota normas mais duras contra as emissões veiculares de gases-estufa.
Obama disse que uma série de ações judiciais relacionadas aos esforços da Califórnia seriam abandonadas. O governador Arnold Schwarzenegger estava na Casa Branca durante o anúncio, numa demonstração de apoio à iniciativa. "Foi uma grande batalha e o presidente conseguiu trazer todos para marchar na mesma direção."

Concorrentes no Festival de Cannes

Matéria de hoje na Folha de S.Paulo.

E alguns detalhes aqui:

Em competição
"Los Abraços Rotos", Pedro Almodóvar.
"Fish Tank", Andrea Arnold
"Un Prophète", Jacques Audiard
"Vincere", Marco Bellocchio
"Bright Star", Jane Campion
"Map of the Sounds of Tokyo", Isabel Coixet
"A l'Origine", Xavier Giannoli
"Das Weisse Band", Michael Haneke
"Taking Woodstock", Ang Lee
"Looking for Eric", Ken Loach
"Chun feng chen zui de ye wan", Lou Ye
"Kinatay", Brillante Mendoza
"Enter the void", Gaspar Noe
"Bak-Jwi", Park Chan-wook
"Les Herbes Folles", Alain Resnais
"The Time That Remains", Elia Suleiman
"Inglourious Basterds", Quentin Tarantino
"Vengeance", Johnnie To
"Visage", Tsai Ming-liang
"Antichrist", Lars Von Trier

Cinema e hipocrisia

Adoro polêmicas. Mas, não gosto de discuti-las.

Vi esta notícia sobre o novo filme de Lars von Trier. Aaah... como fiquei curiosa para ver!!!

Segue a matéria abaixo (por Silvana Arantes), que saiu na Folha de S.Paulo hoje (para assinantes).

*** O que a jornalista não sabe (e aqui eu faço um comentário da crítica dela) é que a Isabelle Huppert é protagonista do filme A professora de piano.









No Festival de Cannes, o diretor dinamarquês Lars Von Trier, 53, costuma ir além da disputa pela Palma de Ouro. Ele produz "acontecimentos".
Xodó da crítica em 2003, quando seu "Dogville" foi aplaudido de pé na sessão para a imprensa, Von Trier conheceu ontem o outro lado da moeda, com o novo "Anticristo".
Depois de ter seu longa vaiado com fôlego por parte da plateia, nas duas sessões voltadas à imprensa, o diretor foi recebido na entrevista coletiva com um bombardeio de um repórter norte-americano. "Você tem de explicar e justificar por que fez este filme!", disse o jornalista, em tom de intimação.
"Não tenho que justificar a mim mesmo. E não tenho muito a dizer. É estranho você falar que tenho que me desculpar. Aqui, vocês são todos meus convidados. É assim que eu sinto", respondeu Von Trier.
As mãos trêmulas ao segurar o fone de ouvido (para escutar a tradução das perguntas feitas em francês), o suor cobrindo a testa e a respiração curta revelavam a tensão do diretor.
Ainda assim, em diversos momentos, Von Trier exibiu seu humor peculiar, com piadas e provocações como essa: "Sou o melhor diretor do mundo. Todos os outros são supervalorizados".
O desconforto provocado por "Anticristo" vem de seu tema (o sexo e a culpa) e de seu gênero (o terror psicológico).














Eis a trama: casal formado por psicanalista e intelectual -que está escrevendo uma tese para contestar antiga teoria de que as mulheres tendem à maldade- perde o filho pequeno, em acidente doméstico.
O marido (Willem Dafoe) resolve se encarregar da terapia da mulher (Charlotte Gainsbourg), seriamente afetada pelo luto. Como parte do tratamento, os dois se isolam numa floresta chamada Éden, escolhida por ser o local que ela mais teme.
Recheado de violência e sexo, "Anticristo" tem cenas explícitas de penetração, tortura e automutilação. Tem também imagens belíssimas (em preto e branco) da circunstância que justapõe a morte da criança e o sexo entre os pais.
A trama é dividida em um prólogo e um epílogo (ambos em P&B) e quatro capítulos (coloridos): "Luto", "Dor", "Desespero" e "Os Três Mendigos".
"A origem desse filme foi uma depressão que tive", disse Von Trier. O cineasta afirma que "a rotina de fazer um filme é terapêutica", não necessariamente seu tema. "Ter de levantar de manhã e ir trabalhar ajuda [a combater a doença]."
Por causa de seu "estado mental", disse Von Trier, ele não pôde operar a câmera, como costuma fazer, por "gostar de ficar o mais próximo possível dos atores".
Gainsbourg disse ter experimentado "um prazer estranho" filmando com o dinamarquês, e afirmou que "o mais difícil não foram as cenas de nudez e sexo, mas sim as cenas de emoção e sofrimento".
Dafoe contou que Von Trier "não autoriza nenhum tipo de ensaio ou preparação", o que acaba sendo "o paraíso dos atores", por torná-los "completamente flexíveis".
Quando era favorito da crítica com "Dogville", Von Trier foi embora de Cannes sem nenhum prêmio. Naquele ano, o júri presidido por Patrice Chéreau deu a Palma de Ouro para "Elefante", de Gus van Sant.
Agora, é a atriz francesa Isabelle Huppert quem preside o júri, no qual ela destacou a paridade de membros masculinos e femininos como um fato positivo. Uma das mais imediatas reações da crítica a "Anticristo" foi vê-lo como sexista.
Ontem, Von Trier disse que "há humor mesmo nos filmes em que você não necessariamente percebe".
No próximo domingo, quando serão entregues os prêmios do festival, saberemos se Huppert achou graça ou não no filme de Von Trier, que deve estrear no Brasil entre agosto e setembro.