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Processador 3.2

Estes dias eu tenho coberto as férias da Elaine, secretária editorial, de onde trabalho. Afora o volume infinito de tarefas simultâneas (às quais me dou bem, graças ao leão e gêmeos de meu mapa) meu cérebro e minha alma estão a mil. Confesso que não tô dando conta.

Aí, conversando com a minha filha, berrei: "Sim!!! Sou um processador 3.2!!!"

E vamo que vamo.

And so it is..

... just like you said it would be, life goes easy on me, most of the time.

Tanto do tanto que não consigo entender. Ultimamente, tenho tentado captar umas ideias que ficam pulando na minha mente, como se meu cérebro fosse uma ponte do rio que cai. Quando cai, viram posts neste blog ou viram poemas.

Nem comentei que já escrevi mais de 700 poemas desde 1994, que eu tenha registrado. Muitos disquetes, impressos e cds.

Desde 2008 eu parei de escrever, sabe quando você meio que sente que já disse tudo que deveria dizer? Pois é. Eu sinto que meus poemas já deram o que tinham de falar, agora estou partindo para prosa, meu sempre ponto fraco.

Tenho recebido elogios importantes de pessoas muito importantes que me conhecem desde a época de poeta. E é muito legal saber que posso me enveredar pelos caminhos da prosa com destreza e sensibilidade, bom humor e elegância, profundidade e uma certa prolixidade que eu -- sem qualquer modéstia -- tinha na poesia.

Ah! Dias estranhos! Venham! Estou de braços abertos para viver tudo que tiver de viver!!!

O que é póstumo e, ainda assim, eterno

Já estou vivendo com meus 32 anos.

Me lembro que desde os 18 eu queria ter 32 anos. Havia algo de mágico nessa idade, não sei. Eu sempre admirei as mulheres nessa faixa etária (a pior, porque é onde a mulher tem sua primeira crise brava!) e, inclusive, minhas três namoradas tinham 32 anos quando as conheci. Nada deve ser por acaso, mesmo.

Ainda estou de ressaca do finde passado. Quarta-feira fui ver a Nilce, sexta-feira fui ver a Bella, sábado fui estar com meus amigos. Domingo foi o dia mais tranquilo em que aproveitei para almoçarmos, eu e Jana, com Poliana e Rafael, meus amigos, no Nandemoyá, na Liberdade.

Aliás -- e ainda -- estou refletindo o finde. As pessoas que estiveram presentes, as que não estiveram. Fatos engraçados que ocorreram, como umas meninas de um grupo atrás da minha mesa apostarem quem era a minha namorada, já que estava com vários casais heteros, mas aparentemente sozinha.

Ultimamente, eu tenho acompanhado vários blogues lésbicos e alguns não-lésbicos. No finde que se foi, estive em ambientes lésbicos. Confesso que fiquei -- e ainda estou -- um pouco saturada.

Não, não vou dar uma de preconceituosa contra a minha própria espécie, mas existe algo entre as meninas lés que é irritante e limitado. Claro, a regra não é geral, e graças a Deus existem exceções. Porém, é nítido que, cada uma em seu contexto pessoal de vida, se encaixa em um determinado nível de aprendizado, de maturidade e de existência. Mas, porra... não foi sempre assim? Sim, foi sempre assim. A única -- e A diferença -- é que sempre fiz isso com o universo hétero e hey baby, welcome to the real world, as lés também são assim.

Acho que tem muitas coisas desse mundo L que preciso conhecer, para conhecer o ser humano. Conviver acho que já é demais, já que sempre me intitulei como a pertencente dos "sem-grupo". Nunca precisei estar num grupo para me sentir inserida na sociedade. Claro, muito pretensiosamente, sei que faço parte de vários grupos, mas sempre fico me esguiando e esquivando aqui e ali porque odeio rótulos.

Enfim, ainda vou escrever muita coisa para refletir o turbilhão que anda na minha cabeça. Só sei que o vento está soprando... e eu sinto que meus olhos andam vendo muito mais do que sempre viram. Meio assustador, mas delicioso.