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Andy Warhol na Pinacoteca, em SP

Adoro a Pinacoteca de SP e adoro Andy Warhol. Adivinhem quem estará lá no próximo feriado?...

O texto abaixo foi tirado da Folha de S.Paulo, hoje.

Estação Andy Wahrol Maior mostra do artista no país explora tom político de sua obra e a relação com os EUA do pós-Guerra

The Andy Warhol Foundation for the Visual

"Campbell's Soup II Hot Dog Bean" (1969)

FABIO CYPRIANO DA REPORTAGEM LOCAL

O lado glamouroso e pop nas obras de Andy Warhol (1928-1987) já é bastante conhecido, seja nos retratos de celebridades, como Marilyn Monroe ou Elizabeth Taylor, e mesmo em seus autorretratos, que também prenunciam o culto ao egocentrismo em tempos de Facebook e Twitter.
Com a mostra "Andy Warhol, Mr. America", que será inaugurada neste sábado, na Estação Pinacoteca, outra faceta será explorada: as relações políticas vistas em sua obra, a partir da consolidação do império americano do pós-Guerra.
"Warhol encarnou e expressou vários dos pressupostos que levaram à construção do império americano: a relação entre desejo, fantasia e consumo, ou mesmo a persistência da morte por trás da essencialmente afirmativa iconografia da cultura pop dos EUA", afirma o curador canadense Philip Larratt-Smith, responsável pela exposição.
"Andy Warhol, Mr. America" começou a circular no ano passado, no Museu de Arte do Banco da República, em Bogotá, na Colômbia, seguiu para a Argentina, no Museu de Arte Latinoamericana de Buenos Aires, e termina seu périplo em São Paulo. O tema político da mostra, segundo o curador, foi escolhido graças ao circuito geopolítico: "Devido à longa história das intervenções norte-americanas na América Latina e ao papel fora do comum desempenhado pelas multinacionais americanas".
Para ilustrar a relação política na obra de Warhol, Larratt-Smith dá como exemplo as obras da carreira do artista nas quais ele passou a usar camuflagem, incorporando padrões militares. Nesses trabalhos, segundo o curador, "a camuflagem sugere que as aparências são enganosas, e que existem agendas escondidas". Assim, segue Larratt-Smith, "o império americano é um império travestido, que tem a pretensão de ser o que não é: um supervisor benevolente do sistema financeiro global ou o zeloso policial do mundo".
Nesse sentido, Warhol de fato seguiu na contramão da propaganda do governo dos EUA em defesa do expressionismo abstrato americano de Jackson Pollock e seus contemporâneos, que ainda continuam em voga: na semana passada, o correio norte-americano começou a vender selos de dez artistas desse movimento.
A turma de Pollock, aliás, nunca admirou Warhol. "De Kooning uma vez o chamou de "matador do belo", em uma festa, quando se encontraram", diz Larratt-Smith.
A mostra do artista na Estação Pinacoteca, a maior já vista no país, reúne cerca de 170 obras: 26 pinturas, 58 gravuras, 39 fotografias, duas instalações e 44 filmes, com ênfase para os trabalhos realizados entre os anos 1961 e 1968, período que Warhol trabalhou com intensidade em seu estúdio, a "The Factory", por onde circulava grande parte do meio criativo de Nova York, como Bod Dylan e Mick Jagger e Lou Reed.
Foi na "Factory" que Warhol criou grande parte de seus filmes experimentais, como "Empire", visto na mostra em uma versão curta de 50 minutos com imagens do Empire State Building (Nova York).
O deslumbre de Warhol com o brilho das luzes tem a ver com suas raízes, segundo o curador da mostra: "Um fora do sistema por sua classe social, orientação sexual e aparência, Warhol desejou, com intensidade patológica, viver o sonho americano e assimilar ele mesmo a complexidade dos mitos e narrativas da América". 

O serviço e as info da Pinacoteca estão aqui. LEIA E VÁ AO EVENTO!!!

Clarice...

Do recorte de jornal que ganhei da querida Lilian Aquino:
"Escrever é uma maldição, mas uma maldição que salva. Salva a alma presa, salva a pessoa que se sente inútil, salva o dia que se vive. Escrever é procurar reproduzir o irreproduzível, é sentir até o último fim o sentimento que permaneceria apenas vago e sufocador. É também abençoar uma vida." (Clarice Lispector)

Reflexões

Hoje, depois de uma noite maldormida, eu acordei reflexiva e filosófica. Não sei bem os motivos da noite ruim de sono, mas tenho um feeling de que são os reflexos do filme que (re)vi no domingo: What the bleep do we know?!

Vou tentar ser menos crítica alheia (o que é fácil) e mais reflexiva. Uns meses atrás, tive um sonho que mudou a minha vida e calou as minhas perguntas (que sempre foram muitas!). Eu confesso que a sensação de calmaria era ilusória... como tudo na vida. Mas pensei que saberia lidar bem com a situação nova.

Fato é que muito ingênuo é aquele que pensa que foge do mundo em que construímos. Não é estranho pensar que podemos -- mesmo -- estar vivendo em uma realidade ilusória criada pelos bilhões de pensamentos humanos ao longo dos séculos. Onde estará o nosso verdadeiro, além de aqui ou de ali?
Nos prendemos a vícios, à neuroses, à regras e mais regras. Apenas acreditamos na velha e científica crença de crer apenas no que se vê, como se isso fosse a mais justa e absoluta de todas as regras. O nosso falso cientificismo que justifica aparentarmos uma coisa e sermos outra. 

Segundo fato: vou pegar meu livro do Capra para ler. Física quântica é o futuro da nação científica e eu quero saber do que eles estarão falando. E minhas preocupações, cada vez mais, serão com o meu crescimento espiritual, me desculpe o resto.

Absurdo

Para incompreensão absoluta da ignorância da raça humana, morre o fantástico cartunista Glauco, autor do Geraldão e Dona Marta, dentre outros personagens incríveis.

Uma pena. É assim, somos seres humanos. Na incompreensão de tudo, vamos vivendo. E sobrevivendo.


Nosso lado animalesco

Ontem à tarde, li esta notícia, na Folha de S.Paulo.

Hoje cedo, fiz um negócio que me deu um prazer danado: trombei com uma mulher, dando-lhe uma ombrada que deve ter desequilibrado ela. Lembrei do filme Clube da Luta.

E concluí algo, do modo mais ingênuo e despretensioso possível: somos animais egoístas.

Eu não estive em todas as capitais do Brasil, mas asseguro: paulistano é muito chato, metido a intelectual, mesquinho e egoísta. Aonde quer que a gente vá, aonde quer que a gente esteja é assim: vc vai ver sempre uma pessoa estressada querendo sair na frente da outra, cortando a vez da outra. Dá-se o direito de querer sempre ser o primeiro da fila, não importa como. Dá-se o direito de ter sempre pressa, não importa a situação do outro. Dá-se sempre o direito de ser o que precisa -- antes de todo mundo -- ter direito, não importa o que estiver acontecendo.

Temos um site "Gentileza gera gentileza" e até vejo uns adesivos por aí. Na prática, pouco vejo isso. Vejo gente atropelando gente de todas as maneiras possíveis. Para nos tranquilizar com esmolas dadas na rua, com contribuições para supostas entidades filantrópicas. Para dormir com uma consciência tranquilamente hipócrita.

Como disse uma garota no twitter (a @ClaudiaBertrani): "Fim dos tempos, não é uma referência ao fim do mundo e sim dos valores da nossa sociedade". Falou e disse.

Não sei mais o que dizer, além disso.