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Quem somos, afinal?

Mais um fim de ano se aproxima... e com ela aquela sensação indescritível -- e sempre tão igual -- de que mais um ano se passou rápido demais, que deixamos de fazer tantas coisas ou que poderíamos ter feito muito mais. Aquela semi-impotência associada a um bem-estar paradoxal de que no ano tudo vai se resolver, porque toda vez que temos a chance de começar tudo de novo, tudo parece que vai se resolver, num passe de mágica...

Sou um ser humano comum e não me privo dessas sensações. Ontem postei que observando as pessoas com quem convivo, notei um certo pesar... uma certa tensão. Não sei, mas desta vez, algo parece diferente. As pessoas parecem acometidas de uma angústia -- acima da média -- sem saber exatamente as origens, quanto mais sabem resolvê-las.

Eu me sinto de mãos atadas, com uma vontade enorme de poder ajudar. Mas preciso lembrar que mal tenho conseguido me ajudar devidamente nos últimos meses, que foi feita exclusivamente à dedicação de terceiros. Isso é uma observação, não uma reclamação. No entanto, confesso solene e abertamente que sempre sinto um ímpeto de poder fazer algo... e não saio do lugar.

Agora alguém me responda à pergunta: por que, sabendo que sentimos invariavelmente isso todos os fins de ano, não fazemos quase nada para mudar? Por que é tão mais "seguro" manter o mesmo padrão? O que nos impele tão forte para a manutenção de uma aparência que já não é mais agradável nem para o seu próprio dono?

Não sei. Não sei explicar tantas coisas... mas parece que quando tudo se obscurece, eu enxergo melhor. Este ano, para mim, por exemplo, foi tão... tão... tão marcante, que eu não saberia dizer em pormenores. Tantas coisas me aconteceram, eu poderia me dividir em quatro pedaços e cada um deles contar o que aconteceu. 

Acho que em uma frase poderia resumir: abra-se para o novo, sem preconceito, sem receio, sem titubear. Silencie a sua voz, silencie os seus ânimos... foque em seu próprio coração e ouça o que ele tem a dizer. Você se surpreenderá.

Não siga aquela frase que eu mesma dizia para mim mesma há uns meses atrás "apenas seja você mesma". Não! Minha frase agora seria: "apenas silencie-se... e ouça o seu coração".

Neste 1º de dezembro...

Fora o melhor fato do dia -- minha querida mãe faz aniver hoje: FELIZ ANIVERSÁRIO, MAMIS!!! -- a despeito da Barbara Abramo (uma excelente astróloga) ter feito previsões boas para os próximos dias, com Sagitário ocupando planetas com uma voracidade inacreditável (hehe) sinto aquele comichão de fim de ano acometendo as pessoas... e não me excluo dessa lista.

As pessoas estão... tensas, não sei explicar. Fechar os ciclos (nos próximos posts, escreverei meu resumão 2010), refletir sobre as coisas e principalmente as NÃO feitas. Criar mais e mais expectativas pro ano seguinte, porque aquela promessa de começar tudo de novo sempre dá um gás para aqueles desejos largados de lado.

A despeito disso tudo, sinto uma tristeza nas pessoas, que talvez tenha me acometido hoje, talvez por isso tenha demorado tanto a postar. Talvez por isso não tenha respondido vários emails nem feito as coisas que deveria fazer. Talvez... talvez...

Espero que as boas energias continuem circulando, invadindo e renovando a todos. Ler a interpretação da Barbara para o próximo mês me deixou bastante otimista. Vamos seguindo! 

Capítulo final: Zoológico no Rio de Janeiro

Se você pensar em Rio de Janeiro, um dos lugares menos pensados pra passear é o Zoológico. E é por isso que eu estava lá: pra fazer os passeios que reúnam o mínimo possível de pessoas! rs

Quinta da Boa Vista, que fica em São Cristóvão, lugar lindo de se visitar. O parque abriga um Museu e extensa área verde que protege todo mundo do sol torrante carioca. Não deu tempo de ver tudo, óbvio, fica pra outro dia. Meu objetivo era ver os animais.

Minha última experiência em zoos foi em SP e há tanto tempo que eu nem me lembro mais. Apenas, sim, me lembro de duas coisas: não ter visto o serpentário (uma grande frustração minha!) e tudo ser muito grande demais. Ainda viria a descobrir, como se verá, que certas coisas nunca mudam mesmo...

O caminho até o zoo é meio longe, logo que você desce da estação de trem. Mas dá pra aproveitar a paisagem com um parque arborizado com árvores antiquíssimas! Fiquei imaginando quantos anos teriam aquelas árvores e coqueiros e, na minha ignorância, calculei uns 200 anos aproximadamente. Depois checando uns sites, vi que esse lugar existe desde a época de D. Pedro II!!! Ou seja... Nunca vi árvores tão antigas como no Rio de Janeiro!

Paralelamente, vocêm também pode observar o espaço que foi reservado para os animais que ficam em semiliberdade. Aqui postei a foto de um... cervo, eu acho. Também vi gatinhos lindos passeando no parque, sem nenhum medo dos transeuntes.

Minha má sorte foi ter pego o zoológico num dia de visitação escolar. Que terror foi aquele??? Crianças e mais crianças e infinitas crianças gritando "Gatinho, acorda, que eu vim de longe pra te ver." Total fail... mas fazer o que?

O serpentário é minúsculo e mal deu pra ver umas cobras amuadas em caixas tão pequenas que fiquei pensando se elas estariam minimamente confortáveis ali. 

A mesma sensação ficou com a parte das aves. Não entendo nada de ornitologia, mas definitivamente, os animais que mais admiro são aves e felinos. Adoro as aves, as suas cores, a sua delicadeza, a capacidade de voar.

De resto, este zoológico é pequeno, dá pra percorrê-lo inteiro em duas horas, olhando tudo com calma. No entanto, uma péssima impressão ficou: os bichinhos enjaulados. Nunca senti tanta aflição. Como disse meu amor, em determinado momento, parecia que sentíamos a tristeza deles. Pode parecer exagero ou sentimentalismo, mas fato é que não vou postar nenhuma foto de nenhum bichinho enjaulado. Porque vendo as fotos em casa, comprovei mesmo que seria impossível eles estarem felizes enjaulados, mesmo que a sobrevivência deles dependa dessa prisão.

Apesar disso, o passeio foi muito proveitoso e agradável. E posto aqui umas fotos de bichinhos ao ar livre. E a de passarinhos, que não sei a raça, provavelmente mãe e filhote, comendo. Pra quem quiser conhecer São Cristóvão e a Quinta da Boa Vista, taí a dica.



 




Capítulo 5 - Sala Imax: a experiência

Preciso compartilhar a experiência de assistir a um filme em uma sala Imax, afinal, este foi mais um dos capítulos agradáveis que passei em minha estadia em Sampa.

Já ouvi, desde a inauguração do complexo Imax no Shopping Bourbon, de tudo que foi possível: filas gigantescas pra comprar ingresso, ingressos que se esgotam com semanas de antecedência da estreia de um filme, que é uma das melhores experiências em cinema no momento etc. Faltava ir.
Quem me conhece, sabe minha total ojeriza por fila em cinema. Só enfrento filas em Mostra Internacional e olha que a última fila de Mostra que eu peguei foi em 2007... hehe

Mas fomos eu e meu amor ao Shopping Bourbon. Bom, primeiro que eu nunca tinha estado lá. E fiquei impressionada com o luxo. Na decoração, no mármore do piso, nos dourados que saltam e transbordam em todos os cantos. Em lojas caríssimas (não vou desfilar marcas aqui). Primeiro: susto no valor do ingresso: R$34 a inteira. Triste de mim que não tenho meia de estudante faz tempo... Sorte de quem é cliente Itaú, que ganha meia na faixa.

Vimos o único filme em cartaz, na sessão das 18h00 e alguma coisa: A lenda dos guardiões. Sim, o famoso filme das corujinhas. Nem sabia, mas esse bichinho, de fato, tem alguma coisa comigo...

Por sorte, a sala estava vazia, devia ter uns 10 gatos pingados, o que para mim é o ideal em um cinema! Antes do filme começar, ainda tive de ouvir de um chato do lado que em "Porto Alegre a sala é mil vezes melhor". OK.

Óculos 3D por cima dos óculos de grau e o filme começou. Tirando o pequeno fato de que achei que poderiam ter mais cenas 3D chocantes o espetáculo 3D é um espetáculo mesmo!!! Incrível. Já tinha visto 3D em algumas salas por aí, mas nada se compara mesmo à experiência IMAX. Fiquei pensando nos R$34 pagos... vale a pena. Claro, escolha o filme adequadamente e veja... fiquei pensando em Matrix, Senhor dos Anéis e tantos outros filmes num 3D Imax...
O filme em si tem uma bonita história sobre coragem, esperança e caráter. Vale também a pena ver em 2D. O diretor Zack Snyder de Madrugada dos Mortos me impressionou, porque ele sabe mesmo contar uma boa história.

Senna - o documentário

Ontem, além de ter visto a Isabella Taviani (sem querer...), fui ao cinema ver Senna. Claro que foi sem querer, também, porque cheguei no shopping e peguei o que dava para pegar. Achei uma boa coincidência ter podido ver esse documentário, que tinha ouvido por cima, e não os outros 500 blockbusters em cartaz. Aliás, nada contra blockbusters, só não tava a fim de ver.

A primeira pergunta que fiz foi por que o filme não foi dirigido por um brasileiro? Talvez por ele ser um ídolo mundial, como é tantas vezes repetido? Acho que esse trabalho poderia ter sido por um brasileiro. Exagero? Talvez...

O documentário não traz nenhuma novidade estonteante, a menos que você não conheça quase nada sobre Ayrton Senna. Achei um pouco exagerado -- como sempre acho! -- a trilha sonora que te obriga às lágrimas. Desnecessário. As cenas são emocionantes por si próprias e a ênfase da trilha sonora eu sempre dispenso. Na sala vi marmanjos, mulheres, senhores e senhoras chorando. E eu também não pude evitar minhas lágrimas quando revi sua primeira gloriosa vitória no GP do Brasil.

Eu gosto de Fórmula 1 por causa do meu pai e por causa de Ayrton Senna. Concordo com os depoimentos de que ele era a única alegria no Brasil, numa época de década de 1990. Lembra? Brasil tinha perdido a Copa, vivíamos recessão e inflação altíssimas. Eu ainda estudava Educação Moral e Cívica na escola. Um pouco depois, tivemos o impeachment do Collor. Tempos duros aqueles... Senna era um alento a um povo sofrido. Foi para mim também. Porque era um motivo de orgulho, ver o hino nacional sendo tocado e ouvido por milhões de pessoas ao redor do mundo.

O documentário também mantém sua linha narrativa em torno da eterna briga Prost-Senna. Mas também ressalta a humildade do piloto e sua preocupação com as crianças carentes no Brasil. Um resumão bem contado de 1988 a 1994. Quase poderia passar num Discovery da vida... mas vamos dar um desconto: a figura de Senna está onde merece estar. E vale a pena assistir e relembrar do melhor piloto que representou o Brasil lá fora.