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Cinco momentos que gostaria de reviver!

Eis que começa a semana derradeira dos 35 anos! Semana que começou comigo acordando bem cedo. A caminho do trampo, me coloquei para pensar... e eis que me veio essa ideia: quais seriam os cinco momentos que você gostaria de reviver? A única regra é: momento que, obrigatoriamente, você não conseguirá nunca mais reviver.

Nisso, não pensei em nada ligado à família ou ao meu relacionamento amoroso. Próximos e intrínsecos demais com maravilhosos momentos criados constantemente! Pensei em situações isoladas, mesmo, que vira e mexe, eu suspiro e penso: "gostaria de estar lá de novo, para sentir o que senti".

Não demorou muito para eu encontrar esses momentos. Cada um traduz uma fase específica de minha vida.

Sim... e ainda penso nas pessoas que partiram, como algumas pessoas trazem saudades. Mas a escolha da ausência é maior que a saudade. E penso nas pessoas que ficam, e mesmo no silêncio são importantes. E penso nas pessoas que se vão e você se esquece delas.

Enfim, escolhi os seguintes momentos que gostaria de reviver. Estão listados por ordem cronológica crescente:

1-) Pôr de lua na praia, Mie-Ken, Japão, 1997
vira e mexe eu falo desse instante. Aqui no blogue foram algumas vezes. Escrevi inúmeros poemas. Foi marcante porque eu estava em outro lugar, vivenciando coisas inéditas. Estava sozinha, perdendo parte de minha ingenuidade e inocência. Era uma madrugada de um fim de semana. Sem sono, peguei a bike e o discman e saí. Não era perigoso. Era uma noite morna. Estava tocando o cd parceria entre Jimmy Page e David Coverdale. Take me for a little while nunca mais foi a mesma desde então. Aquela foi uma madrugada memorável: eu no píer, beira-mar, café quente, maço de cigarros e lua se pondo sobre o mar...

2-) Primeiro encontro com S., horas eternas de conversa, em 2004
eu já tive empatias 'mentais' com muitas pessoas. Mas esse encontro foi único. Não sei se vidas passadas, astrologia etc. explicam, mas fato é que quando conheci S. era algo único e diferente. Parecia mesmo que a gente não se via há séculos e precisava colocar a conversa em dia! Foram mais de seis horas de conversa ininterrupta: o tempo pausou e passou voando. Simultaneamente. Nunca tive isso antes e nunca tive isso depois. Acredito que nunca mais terei isso com ninguém. Hoje em dia, nossa amizade terminou. Confesso ter saudades das nossas boas conversas... quem sabe, um dia, em uma próxima vida, eu terei uma experiência como essa que tive, outra vez!

3-) Conversa pós-almoço sob uma árvore, com minha Filha, 2007
A Poliana sempre foi e sempre a pessoa que mais me entendeu e me aceitou -- isso considerando a época em que eu era mais Crisantemus Volcanus do que Cristiane Maruyama. A capacidade dela de me compreender chegou a virar apresentação no powerpoint! rs Brincadeiras a parte, eu e minha "Filha" (apelido carinhoso) sempre tivemos conversas épicas. Sempre falamos de tudo, sobre tudo, sem receio algum. Nesse dia, lembro que viajamos anos a frente, imaginando se ainda seríamos amigas e estaríamos compartilhando uma mesma cadeira ao sol, num lar de repouso para idosos. Recentemente, lembramos dessa conversa e do tom idílico que tinha... aquele era um momento perfeito que tinha acabado de se congelar em nossas lembranças... para sempre!

4-) Primeiro show do Bon Jovi, outubro de 2010
Não preciso dizer muito. Esperei QUINZE anos para ver um show ao vivo da minha banda preferida de todos os tempos!!! Não preciso dizer que chorei e que ouvir ao vivo todas aquelas canções que tinham salvado a minha vida um dia era o ápice que eu nunca tinha imaginado. Este ano tem mais!!! Graças aos bons deuses!!!

5-) Show de Isabella Taviani, no Teatro Municipal de Niterói, agosto de 2011
Já fui a quase vinte shows da IT. No entanto, por mais que todos tenham suas particularidades especiais (e, por Deus, como têm!) o show no TMNIT no dia 07 de agosto de 2011 sempre será o melhor de todos para mim. Pois, foi nesse show que a Isabella cantou Pontos Cardeais, acapella, na abertura do show. Inesquecível. Escrevi um post falando isso mas só que tem esteve lá sabe como foi!!! AH! *longo suspiro*

E você? Quais seriam seus cinco momentos que você gostaria de reviver???

Mais um ano!

Uma semana para o meu aniversário.

Aquele derradeiro momento de reflexão. Mais um momento! Mais um ano!

Sempre me pergunto: o que foi importante? E o que será importante daqui em diante?

Penso nas pessoas que conheci. Em todas as pessoas que ficaram no passado. Os erros cometidos. Os erros vividos. Todo o sofrimento. 2012 não foi um ano ruim, mas foi um ano difícil em muitos aspectos. Profissionalmente, foi um ano decisivo. Um teste para saber -- de fato -- quem eu era, quem eu sou. Quem eu fui e quem eu poderia ser. Quase fui para o precipício... mas... sacomé: minha autoestima leonina sempre me salvou de todos os desfiladeiros que enfrentei nesta vida.

Outra lição aprendida foi a minha relação com grupos. Definitivamente, não sou uma pessoa de grupos. Talvez, um dia, quando todos nós aprendermos o significado belo de uma comunhão grupal, eu aceite participar de um grupo. Até lá, grupos continuarão sendo palco para seguidores louvarem um líder. Sinto muito: não sigo ninguém. NINGUÉM.

Minha noção de admiração por alguém passa muito longe do puro amaciamento do ego alheio. Para mim, admirar alguém é simples: e apenas os corajosos, autênticos, bondosos e únicos de coração poderiam me oferecer essa sensação.

Recentemente, (re)descobri que tenho a casa 11 em capricórnio. Para uma pessoa como eu, sem terra em nenhum aspecto direto no meu mapa astrológico, sempre considerei isso como uma verdadeira maldição. Mas lá está minha casa 11... em capricórnio. Prestes a completar 36 anos de idade, percebo que essa é uma coisa muito importante para mim agora: as amizades. Especialmente aquelas que vencem todas as intempéries.

Para entender melhor, leia esta matéria do maravilhoso site Personare e entenda o significado da casa 11.

Assim, a amizade para mim é isso: "Seu foco está no valor da verdade, e não em ser amável ou cortês." Aparência nada me importa. Palavras bonitas, idem. Sorriso falseado, idem-idem. O que importa é o que você faz de verdade. O que você é de verdade. O que você constrói ao longo do tempo. O que você é capaz de fazer por você mesmo. O que você é capaz de fazer por mim. Não são gestos grandiosos nem cheios de pompa: são os mínimos detalhes. A presença na hora inesperada. A ajuda silenciosa que não pede coroação nem marketing pessoal. A verdade, a coragem, a sinceridade, a honestidade. Esses valores que você carrega em sua vida.


Mais um ano começa, novamente, para mim. Mais uma oportunidade de acertar onde errei. De tentar o novo, sempre!!! Ansiosa por meu novo ascendente em sagitário (para entender sobre Revolução Solar, leia a matéria do Personare) espero abrir e expandir meus horizontes. Novas viagens, novas experiências, novas sensações, novos amigos!

Aos meus queridos e fieis leitores (que eu sei que existem e que estão aí, do outro lado da tela lendo este texto): obrigada por me acompanharem ao longo de todos esses anos. Tenho uma grande novidade me esperando para o segundo semestre e espero poder compartilhá-la, aqui, com todos vocês! Em mais posts, em mais textos, em mais foco neste blogue!

Até em breve!

Happy Valentine's Day!

Sempre gostei de analisar as coisas. É meio que um "vício" inerente a minha pessoa. Bem, uma coisa é analisar, outra é julgar, outra é dar um veredito. Acredito que, com o tempo, consegui achar um equilíbrio saudável nisso tudo. Gosto de observar faz parte da natureza humana e faz parte especial da minha natureza. 

Por causa disso tudo e pensando no dia de hoje, Dia dos Namorados, eu queria escrever um post especial. Um post que tentasse descrever em palavras tudo aquilo que acredito e sinto. Espero ser feliz em minha empreitada!

Eu sempre via casais felizes e bem-sucedidos e tentava entender aonde estava o segredo do sucesso, aonde estava a chave que mantinha o motor ligado, aonde estava a amálgama que dava liga. Sei que me aproximei bem de uma resposta, mas nunca a obtive por completo. Eu precisaria viver para poder saber.

Eis que, hoje, fecho mais um ciclo. São cinco anos! Propositadamente escolhido no dia dos namorados! Cinco anos! :)

Amor não tem fórmula. Hoje eu sei disso. Mas o amor tem colunas importantíssimas. E sem elas numa relação, acredito que dificilmente a coisa vai pra frente. 

- respeito à liberdade do outro: liberdade de expressão, de escolha, de gosto. Deixar o outro livre não quer dizer falta de moral ou caráter (como liberdade para trair, por exemplo. Isso não existe. A menos que os dois gostem de um relacionamento aberto)

- mudar e respeitar as mudanças do outro: as pessoas, teoricamente, estão em constante mutação. Acompanhar a mudança do outro, mudar e alinhar duas pessoas mudando sem parar é um grande desafio! 

- gostar do outro como ele é e não como você queria que ele fosse.

- fazer coisas novas que estimulem um ao outro. Ter a rotina do relacionamento, mas não cair no tédio da pura rotina.

- sinceridade e honestidade em níveis altíssimos. Respeitar o outro, mas nunca deixar de SE respeitar.

- nada de grude. Grude é praticamente sinônimo de dependência que por sua vez é quase sinônimo de falta de autoestima. Os limiares são tênues e perigosos. Mas grude em excesso ninguém gosta.

Por isso, meu amor que há cinco anos me acompanha nesta jornada, é um amor perfeito. Perfeito nas imperfeições. Completo nas incompletudes. Estamos errando e corrigindo os erros. Acertando e valorizando os acertos. Sempre em frente. Sempre seguindo a alma e a nossa intuição. Por isso nosso namoro tinha de ser geminiano que é o signo que mais corrobora quem somos, nos vícios e nas qualidades!

Passamos por tantos perrengues. Passamos por situações impensáveis. Mas tudo isso não nos separou (quer dizer, separou, por 5 meses). Tudo isso apenas fez com que amadurecêssemos e soubéssemos -- sem sombras de dúvidas -- o que queríamos da vida e o que queríamos de um relacionamento.

Ela é minha melhor amiga. Um privilégio raro nos dias de hoje. Alguém que posso contar, sem sentir receio de ser julgada ou condenada. É minha companheira de jornada espiritual -- e nós nos fortalecemos a cada dia. É minha companheira de improvisação em todas as histórias e personagens que criamos. É alguém que aprendeu a me aceitar como sou -- com meus defeitos e virtudes (e isso não é pouco!!!). É alguém com quem quero continuar dividindo meus sonhos e meus desejos mais secretos. É alguém pra tornar a realidade mais doce e menos solitária e cruel.

Obrigada, meu amor, por estar assim ao meu lado! Este post é para você. Em nossa homenagem. 




Atualizando

Estou afastada deste blogue, mas isso não quer dizer que deixei de gostar dele! Este aqui é o meu cantinho sagrado, onde já fiz tantas e tantas confidências. Eternizei tantos e tantos relatos... nunca o abandonarei, podem ter certeza disso!!!

Vamos por tópicos, então:

1-) estou tendo o prazeroso e inefável privilégio de trabalhar com livros relacionados a culinária e gastronomia. Quem me conhece sabe que eu nunca, nem nos meus sonhos mais loucos, diria que um dia seria chamada de "Editora de Gastronomia". Mas os sonhos se tornam realidade para aqueles que acreditam. E eu acreditei na única pessoa que me levaria ao longo de todo o caminho que percorri para chegar aonde cheguei: eu mesma. Enfrentei tantos demônios pessoais, desafios oriundo da minha última experiência no meu trabalho, onde eu cheguei ao fundo do poço em termos de profissão. E cheguei, este lugar onde estou -- o lugar que mereço estar e que me faz feliz a cada segundo de sua existência.

2-) a amizade proporcionada por uma pessoa do signo de terra é algo como um vinho: melhora com o tempo. Mas você precisa ter paciência. As pessoas envolvidas precisam crescer juntas para chegar ao mesmo lugar. Os passos são até lentos e trôpegos, mas são firmes e constantes. Assim, agradeço a você, querida Maria Helena, cuja amizade se sustenta até hoje e me surpreende da forma mais honesta possível. Obrigada por não desistir de nossa amizade. 

3-) estou criando uma obsessão saudável e prazerosa de escrever um livro. Livro de poemas??? Não, por mais incrível que isso possa parecer. Trabalhar com os livros que estou trabalhando agora está me ensinando muita coisa nova e creio que muito em breve estarei colocando as ideias na prática da forma mais realista possível!

Estamos vivendo um (IN)acreditável momento de violência no mundo todo. Será que sempre foi assim? Não sei, mas sei apenas que precisamos de algo: NÃO JULGAMENTO e AMOR. Vamos?

A arte de não julgar

Tô devendo post, eu sei. Mas os novos dias estão me deixando tão ocupada (e aérea) com tantas coisas, que não sobra tempo para escrever um post do jeito que eu gostaria.

Já parei para escrever este post várias vezes. Desisti. Amassei e joguei fora o papel virtual. Recomecei. Será que agora vai?

Estes dias, ouvi "o avanço da idade precisa trazer algo de bom". Já pensava isso mesmo quando eu tinha menos idade, muita palavra e ainda muita coisa para viver. E ainda tenho muita coisa para viver. No entanto, no auge destes 35 anos de idade bem vividos, devo dizer que tem alguma diferente nos meus olhos, na minha forma de encarar o mundo. A minha alma e mesmo esta carcaça terrestre estão -- definitivamente -- diferentes.

Não é prepotência, mas eu não consigo mais ver as coisas como são. Dizem que alguém fala mal de outro para você, essa pessoa falará mal de você para outrem. Dizem que se você olha, julga e condena; você será analisado e julgado da mesma forma. Dizem que cada um planta o que colhe. Dizem que em boca fechada não entra mosquito. Jesus disse para amar os outros como a si mesmo.

Eu tenho sido espectadora da vida, do cotidiano, das pessoas. Vejo pedaços de mim mesma em cada uma delas, todas as pessoas complexas que já fui. Vejo o irascível, o sincero, o explosivo, o espontâneo, o palhaço, o ambíguo, o julgador e aquele que se acha dono da verdade. Já me achei muito dona da verdade. Mas a grande verdade é que não somos donos de nada. O máximo que podemos é ser donos do nosso livre arbítrio -- e olhe lá.  Bom, mas aí é tema para outro post.

Fato agora é que não me importo mais tanto em dar a minha opinião. Os conceitos de certo e errado nunca tiveram barreiras tão tênues para mim, como agora.  Não me interessa saber os erros do passado de qualquer pessoa que eu conheça ou desconheça. Não sei se este é o ápice de sentimento misericordioso (no significado mais real da etimologia da palavra), mas certamente é o mais ausente de julgamentos que já tive na minha vida. Acreditem: é mais agradável viver assim, porque você não precisa ficar escolhendo lados e justificando constantemente suas escolhas. Não precisa ficar buscando retóricas complexas para dizer porque alguém é mau por natureza ou porque alguém nunca aprende uma lição. Isso lhe interessa?

Se te interessar, deve ser apenas como exemplo e lição de vida, nada mais. E assim a estrada segue. Acho que perdemos muito tempo analisando os outros. Que tal gastarmos mais tempo analisando nossa própria consciência? ;)

Novos dias

O tempo é outro. É novo. É diferente. É cheio de vida.

Ainda estou refletindo muito sobre tudo o que está acontecendo agora comigo. E, invariavelmente, voltar a alguns pedaços do passado é algo inevitável. Mas essa não tem sido uma tarefa dolorosa, ao contrário. SIM! Nem eu acredito que estou dizendo isso. Pois é.

O novo trajeto ao trabalho tem me levado a caminhos que fazia para dois trabalhos anteriores. Coincidência? Da mesma maneira, tenho me deparado com pessoas, situações e pequenos detalhes que me trazem aquela bruta memória de um passado nem tão longínquo assim.

Como nunca, estou percebendo que aprendi o ato de NÃO JULGAR. Não totalmente, ainda, mas uma fatia bem gorda que nunca imaginei que conseguiria colocar em prática ainda em vida. É uma sensação estranha: você olhar para tudo e apenas sentir uma leveza indescritível em palavras.

Não há ódio, não há rancor, não há pesar. Há um olhar que perpassa tudo e apenas pensa: "e depois de tudo isso... cheguei aqui!". Onde eu deveria estar, onde eu apenas preciso estar.

Não me sinto mais poderosa ou prepotente por isso. Sinto que a vida tem mesmo seus "caminhos misteriosos" que nos levam a meandros obscuros -- muitas vezes por nossa própria opção. Mas, com sabedoria, aprendemos a lição na pior das dores e vislumbramos que o horizonte esperançoso lá ao fundo é apenas uma questão de tempo, e não um sonho utópico.

Encontrei com a Priscila Mota na última sexta. Acho que ela nunca visitou meu blogue... então posso falar à vontade dela! rs Fazia uns 5 anos que não nos víamos para conversar, nós duas apenas. Foi algo também sem palavras. Ela lembrou uma das minhas célebres frases "Você ainda é muito jovem..." Eu sempre falava isso tirando sarro, meio dona da verdade. Fato é que o tempo, se você souber tirar proveito dele, te devolve tesouros infinitos se você souber plantar, regar, cuidar e colher. Não tem segredo. Basta ser honesto consigo mesmo, ser justo e agir com coração e alma.

Estou cheia de sonhos como há muito não sonhava! Quero colocar vários projetos em prática: um deles é retomar contato com amizades que se foram e que não precisavam ter ido. Uma amizade verdadeira sobrevive ao tempo, mesmo que as duas partes tenham mudado muito. Acredito firmemente nisso.

Aos meus queridos leitores deste blogue: compartilho com vocês a felicidade de tempos vindouros. Todos merecemos e todos nós teremos aquilo que nos cabe. E vai por mim: É MUITO!

Diversos

Quase fim de abril! Tanta coisa acontecendo! 

Eu fiquei com essa ideia de escrever sobre "como ser do contra nos dias de hoje". Mas o post veio e foi. Não deu tempo de sentar, desenvolver o pensamento. Parecia quase uma poesia em forma de narrativa. Bom... deixa pra lá. Não estou chateada, ao contrário!

Sexta-feira passada me encontrei com a Nilce -- uma garota maravilhosa. Nossa amizade já está quase indo para dez anos! Como assim? Foi outro dia que ela foi minha estagiária, primeiro emprego em editora, Crisão aqui que era uma outra pessoa quase impossível de reconhecer hoje em dia. Pois é. Nilce, este post é dedicado para você.

Conversamos mais sobre mim do que sobre as duas. Um próximo encontro será marcado em breve para corrigir isso. Enquanto isso, ela trouxe duas reflexões muito interessantes sobre o que está acontecendo comigo. Sua visão é ainda mais especial porque ela está totalmente de fora de tudo que está acontecendo e seu olhar está bem isento de julgamento.

Primeiro: ela disse que as coisas na minha vida estão acontecendo apenas para ver a que ponto de minha maturidade profissional eu cheguei. É como uma "coroação" de tudo que já experimentei e que, hoje em dia, posso me dar "ao luxo" de dizer: "ah. Isso? Não é nada. Já vivi situações bem mais extremas." 

Segundo: fica quem tem que ficar, vai quem precisa ir, entra quem merece entrar. A respeito de quê? Amores, amigos, colegas. Sim... ela está certíssima. 

Ao longo deste anos, quanta gente conheci. Adoro conhecer pessoas novas, é sempre uma oportunidade de compartilhar um mundo inteiro e complexo. Isso pode ser engrandecedor ou não, mas sempre é uma experiência! Somos seres em constante necessidade de experimentação, certo? Pelo menos, eu acho.

Confesso que andei -- e ainda ando! -- bastante cansada de tudo que andei vivendo nos últimos dois, três anos de minha vida. As experiências foram frustrantes, amargas. Tirar lições de tanta dor não foi fácil. Pessoas indecisas, pessoas ingratas, pessoas traidoras, pessoas falsas. Ainda estou meio que no olho desse furacão, quase saindo dele, mas ainda nele... Mas não estou com ódio. Não estou com raiva. Ele apenas indo embora.

Por isso, decidi retomar -- aos poucos -- contato com pessoas que deixaram saudade. E as que apenas estão por estar... essas sairão. E eu não precisarei me esforçar. Este é o movimento agora: conhecer pessoas novas, retomar contato com algumas pouquíssimas que deixaram saudade e deixar o que PRECISA IR, simplesmente ir embora.

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Neste último finde, assisti ao meu novo dvd adquirido: "White Palace" ou "Loucos de Paixão" com a belíssima Susan Sarandon e James Spader. Lembro que esse foi um filme que marcou a minha adolescência. Nunca mais tive a oportunidade de rever o filme. Revi. Meu Deus... estou encantada em grau máximo com a libriana da Susan Sarandon!!!

Não tenho palavras para descrever o que foi ver a sua atuação. Lembrei dos outros filmes que vi dela: Thelma e Louise, Fome de Viver, Anjo de Vidro. Nem 1% de toda a filmografia. Nunca me chamou a atenção. Só sei que, agora, quero poder ver todos os filmes que conseguir assistir. Vou comprar o filme que lhe rendeu o Oscar de melhor atriz "Os últimos passos de um homem".

Susan Sarandon é um libriana (com todo o resto do mapa em capricórnio e escorpião, medo!). Belíssimos olhos grandes. E eu me pego pensando que preciso escrever um post sobre as atrizes do signo de ar. Impressionante como as admiro!

Mais uma página

Há umas duas semanas, venho fazendo uma verdadeira "limpa" na minha vida. Como algumas coisas costumam ser, não foi um movimento voluntário. Fui impelida e simplesmente segui com o curso.

Primeiro, foi sair do emprego em que estava. Não sou de mágoas -- e nem queria usar essa palavra aqui --, mas quando certas coisas acontecem na sua vida, ou você toma consciência real, reflete sobre o fato, age, levante, sacode a poeira e vai; ou você sucumbe. Eu quase sucumbi num momento muito específico. E com ajuda de pessoas muito especiais na minha vida, que respeitam meu silêncio e minha amizade ausente, tirei o véu dos olhos e voltei a enxergar com mais clareza.

Sair de um emprego parece um fato corriqueiro. Aqui, não quero enfatizar o drama, MUITO MENOS minimizar a importância do que senti -- que isso fique bem claro. Ainda estou me limpando do passado até onde posso conseguir, pois certas lembranças e experiências vividas eu nunca poderei esquecer. Posso e devo, sim, aprender com elas.

Segundo, foi arrumar umas tralhas aqui em casa, ainda tem mais. Separar papéis, papéis e mais papéis... e aí, meus queridos, você encontra o que não quer encontrar, o que não espera encontrar e o que nem sonhava encontrar.

Confesso, foi o teste mais real para saber a quantas anda meu relacionamento com as pessoas que amei no passado, com os erros que cometi, com a Cristiane que um dia existiu em mim, e, principalmente, com as ilusões e sonhos que tinha e que, percebi, não tenho mais. Essa parte final foi a mais... não diria difícil mas estranha.

Queria saber qual foi o ponto em que deixei de fazer certas coisas que me alegravam tanto. Fiquei muito tempo refletindo sobre isso. O que acontece conosco que deixamos de fazer coisas simples? O que acontece conosco que deixamos de dar crédito às pessoas? O que acontece que essa tal ingenuidade se vai?

Assim, muita coisa foi jogada fora, muito papel ainda precisa ser queimado, muitas cartas e muitas fotos foram rasgadas... e algumas coisas foram mantidas. Melhor ainda, outras foram resgatadas dentro de mim mesma.

Mesmo sendo canceriana com ascendente em peixes, aquele perfil que gosta de guardar um pouco de tudo por mais tempo que deveria, já sabia e ratifiquei ali, que posso e devo virar todas as páginas. Cortar sem dó nem piedade!!! :)

Agora é começar tudo de novo.

O poder da palavra... aérea

Tarde de outono, particularmente silenciosa. Céu azul, temperatura amena.

Sinto um silêncio, um silêncio interior como há muitos anos não sentia. Aquela mesma sensação indescritível que me fazia, numa tarde como esta, escrever poemas sem parar. Eu queria transcrever o que estava sentindo em palavras.

Acho que estou me sentindo bem para escrever algo assim, agora. Escrever as minhas reflexões acerca de algumas coisas que tenho observado com uma certa constância. Escrever sobre elas é um exercício "forçado" que me faço para exercitar aquilo que todos nós deveríamos fazer: refletir.

Não é implicância minha bater na tecla das mesmas coisas de tempos em tempos. Nossa era massiva com alta velocidade de comunicação transparece, com a mesma rapidez, coisas boas e coisas ruins. Tudo bem até aí. Ao mesmo tempo, a banalização é iminentemente poderosa. As coisas mais idiotas podem ganhar uma proporção épica, enfeitada com detalhes dramáticos, romanceada com as ilusões mais devaneadas possíveis. E tudo, ao final, parece pertencer à terra de ninguém.

Assim, o tópico de hoje aborda o "eu te amo" que vejo dito entre nossos semelhantes com uma facilidade e em quantidade assustadoras. Parece até que estamos vivendo algo assim: "Oi, tudo bem? Eu te amo!".

VEJA BEM: eu não estou dizendo que não devemos dizer "eu te amo"!!! Vamos deixar isso bem claro desde já afim de que não pareça que estou fazendo apologia ao ódio ou à falta de amor entre as pessoas. NÃO É ISSO. Mesmo porque, no ano passado, eu escrevi um post exaltando o poder da frase "eu te amo". Também acredito nos cristais de água do dr. Masaru Emoto e no poder da palavra sem a mínima intenção específica.

O que eu quero dizer é que entramos numa onda de creditar ao "eu te amo" uma ligação de sentimentos que não querem exatamente dizer o que deveriam dizer. De forma mais clara: as pessoas, ao que me parece, têm dito "eu te amo" umas às outras apenas por status. Que tipo de status? O status de 'bonzinhas', 'legais', 'do bem', 'sociáveis'. Acredito que deva até existir um carinho grande, mas não amor assim. Estou sendo radical? Pode ser... pode ser. Mas eu sou daquelas que preferem demonstrar a falar apenas. Dura lição aprendida a duras penas, meus leitores.

Tenho alguns amigos de longuíssima data para os quais nunca disse 'eu te amo'. Mas demonstrei de todas as formas que senti vontade, o meu 'amor'. Pois creio que o amor, como todos os outros sentimentos e como tudo na vida, é feito de energia. E ele não é formado apenas de energia escrita ou dita. Não costumava dizer a poeta Cecília Meireles, no Romanceiro da Inconfidência, o seu poema "Romance LIII ou Das palavras aéreas"? Palavras são importantes, mas palavras por palavras... elas se perdem no vento, vão assim como vieram.

Quem me conhece, sabe que não sou de palavras à toa. Posso até parecer ser... mas não sou. E, principalmente, faço o que sinto vontade de fazer, mesmo não dizendo as palavras pomposas que todos gostam de ouvir para regozijar no ego de cada um. Porque, no fim, palavras aéreas só servem para uma coisa: alimentar os egos das pessoas.

Posso estar sendo radical, mas em tempos como esses, ninguém me convence com palavrinhas bonitinhas. Elas podem e até são necessárias em determinadas etapas da vida, mas não podem e nunca deveriam ser o modo como nos relacionamos com as pessoas ao nosso redor. Uma palavra pode ser um alento numa hora de desespero e pode simplesmente deixar você sem nada na hora seguinte. As ações? Elas são eternas, quer você queira ou não.

Sintam amor, tenham amor, "amem como se não houvesse amanhã" mas cuidado com as ilusões plantadas por causa de palavras ditas sem pensar (ou até achando que elas tenham algum valor). Palavras sem ações (ações próprias e ações a outras pessoas) não são nada -- e acredito que isso valha, também, para a frase "eu te amo".

Reflexões iniciais para um novo tempo

Faz um tempinho desde a minha última postagem. Não sei de meus leitores fiéis ou dos ocasionais, mas sei que tem pessoas ansiosas para este post. Ei-lo.

O voto de silêncio foi um momento para reflexão. Passada a primeira fase de conscientização dos fatos, pequenas coisas obscuras vieram à luz. Aí, as coisas pequenas misteriosamente se ligaram a outras e meu cérebro foi fazendo uma confusão. Mas, creio que tudo está começando a clarear como a velha metáfora da poeira.

Algumas coisas estão ficando claríssimas para mim. A mais clara de todas e o preço pago por alguém decidir ser quem é verdadeiramente e não uma sombra de alguém. Pensando em todas as coisas que vivi na minha vida ao longo desses trinta e cinco anos, posso separar uns itens:

- Você sempre vai ter de escolher entre se autorrespeitar ou sucumbir a uma necessidade de ordem maior, fora de seu controle.
- Todos são amigos de todos e todos não são seus amigos. Quanto mais cedo aprender isso, menos vai sofrer na vida.
- A vida em sociedade é um jogo doentio para as pessoas mostrarem suas vidas pasteurizadas e perfeitas de comercial de Doriana. Se você não se enquadra nisso, você tem algum problema.
- O julgamento e condenação alheias são ferramentas inevitáveis para sobreviver entre seres humanos. Se você não toma partido, se você não polariza, se você não condena, simplesmente você não é nada.

Mesmo assim, ainda me surpreendo com as pessoas! Claro, o erro é meu, pois se houve surpresa, houve expectativa. Não devemos criar expectativas, portanto? NÃO! Acho que essa a lição-mor que preciso aprender: ter a esperança otimista eterna no ser humano, me compadecendo com ele, mesmo sabendo que ele vai errar, mas acreditando que ele vai acertar quando chegar a hora certa.

Na real... é um duro exercício para pessoas comuns como eu e você.

Mas, acredito que um exercício tão difícil para os dias de hoje está sendo o de compreender como é ser "um vírus". Acerca de todo o moralismo o qual não quero discutir, não importa o que é bom ou ruim, o que importa é que o "vírus" seja extirpado sempre. Não vou dizer que eu lá goste de me sentir um dos seres mais temidos do mundo, pois, como tudo, tem suas vantagens e desvantagens. Gosto de pensar apenas na ideia de constante mobilidade, mutação, adaptação e força para sobreviver. Se ser vírus também é ser assim, então eu sou assim!

E que os tempos vindouros sejam bem-vindos!!!


O preço da ingenuidade

Mais um capítulo da minha vida (profissional) terminou. Com ele, abriu-se um gigantesco mundo de novidades à minha espera. À espera de novos mundos, novas pessoas, novos aprendizados, novas oportunidades.

Confesso que adoro isso. ADORO. Adoro a possibilidade do novo. Adoro a possibilidade de recomeçar a partir de um ponto saudável, sem precisar, para tanto, sofrer ou chegar até o fundo do próprio poço. Considero isso um avanço na minha maturidade emocional. Saber, na medida do possível, lidar com as adversidades de uma forma totalmente oposta ao modo como lidava antes.

Hoje foi um dia de reflexões. Amanhã, acho que ainda será. De hoje, tenho muitas lições para tirar.

A que mais me chama a minha atenção é a minha ingenuidade. SIM! Para aqueles que conhecem apenas meu lado de shows de Isabella Taviani, ou para aqueles que me conhecem através deste blogue (e, considero assim, me conhecem mais), ou para meus poucos amigos mais íntimos. Como todos, também minhas peculiaridades em minha personalidade. E ainda assim eu vejo lapsos de ingenuidade que me traem como uma garoa súbita num dia de calor infernal.

Eu achei que tinha parado de confiar nas pessoas. Na verdade, acho que todos nós perdemos aquela coisa de confiança absoluta, porque a nossa sociedade capitalista é muito competitiva. Na verdade, todos nós perdemos o amor, de certa forma, pelo ser humano, porque traímos, somos traídos, acreditamos e confiamos.

Eu não parei de confiar nas pessoas. Mas também não acredito nelas, logo de cara. Até aí, nenhuma novidade, acho que todos temos isso em grau parecido até. Mas eu tenho essa coisa de não perceber certos movimentos sutis. O que é bom é que, com a maturidade, a gente percebe a pequena "falha" antes que ela se torne colossal.

Me impressiona isso em mim. E a todos aqueles que acham que perderam a fé em alguma coisa, não percam! Não perder a fé -- aquela crença absoluta no impossível de se crer -- e o amor crístico são a única coisa que nos torna verdadeiramente humanos.

E até amanhã!

A ousadia da palavra

Caros, este post foi penoso. Está sendo, aliás.

Eu pensei muito antes de escrevê-lo. Passei e repassei as ideias. Pensei nos prós e contras. Mas, não tem jeito. Vai agradar e desagradar. Pode gerar polêmica -- eu, a garota polêmica. Lembro do meu caro Enrico sempre me dizendo que eu deveria participar do programa Provocações. Ah, meu caro, por que será que eu sou assim?

Hoje em dia esbravejar intempéries nas mídias sociais é a coisa mais comum e mais farta. Mas ainda tem pessoas que se ofendem. Eu mesma! Não sei se é um outro tipo de jornalismo mas o fenômeno e a velocidade com que as informações se propagam nas mídias sociais beira o anarquismo que todos defendem com democracia teocrática. Tudo isso num Estado laico.

Religião à parte, percebo que temos "ondas temáticas" que vêm e vão conforme a maré do (in)consciente humano (ou alguma outra determinação de ordem superior) rege. Somos todos  (ou não) contra políticos corruptos. Somos todos (ou não) a favor de direitos igualitários para homossexuais. Somos todos a favor de liberdade religiosa. E esbravejamos a democracia, o código civil, a constituição aos quatro ventos (mas nem sempre isso quer dizer que estamos bem informados a respeito).

Confesso, amplamente, como lésbica assumida e esotérica, que não consigo entender as pessoas que, numa primeira compreensão, são admiráveis por seu posicionamento, conduta, conhecimento e aplicação da teoria à prática. Mas são essas mesmas pessoas que me geram o questionamentos a seguir: não consigo entender a mesma pessoa que defende os animais ferozmente criar e disseminar ódio por causa de times de futebol. Também não consigo compreender a pessoa que defende as formas alternativas de energia, a ecologia e afins questionar por que homossexuais desejam a oficialização do matrimônio no cartório. Menos ainda consigo compreender por que as pessoas tomam tudo numa proporção tão pessoal que uma ideia simplesmente esboçada torna-se motivo para um verdadeiro confronto de armas.

Resta a uma infimíssima parcela da população resistir aos pensamentos em massa. Porque não vejo outra explicação senão o pensamento em massa para essas atitudes. As pessoas confundem "questionamento" com "ser do contra" simplesmente. Tudo parece argumento para uma personalidade mimada e um ego que não para e reflete sobre o que está dizendo. Na mídia social, todo mundo fala o que quer, quanto quer, quando quer sem o mínimo de reflexão.

No fundo, o que nos esquecemos completamente, é que somos seres que deveriam focar no AMOR CRÍSTICO como forma de nos conectarmos uns aos outros. Temos nossas diferenças, nossas escolhas, nossas preferências. Sim. Isso torna o ser humano único. Mas quando nos esquecemos de nossa essência e apenas agimos com animismo, é isso que vemos. As mídias sociais são um verdadeiro celeiro para você fazer parte da massa... ou enlouquecer.

E AI DE QUEM OUSAR FALAR/ESCREVER o que não deve? Todos tomam o poder da análise e julgamento (semelhante ao que víamos há séculos atrás) e condenação. Você precisa falar o que é de agrado geral e o que é politicamente correto. Sinceridade, honestidade e verdade são os desejos sempre mais esgarçados -- porque é bonito. Mas na prática, ninguém faz ou aguenta alguém que o faça. Porque se fizer, você será julgado e condenado em primeira instância, sem direito a réplica ou revisão do julgamento. E assim vivemos nessa selvageria diária disfarçada de sorrisos meigos e fofos (e amargos e chatos, também).

Para finalizar, veja o exemplo da Yoaní Sanchez no Brasil. Tenho certeza absoluta de que aqueles que a condenam chamando-a de agente da CIA não conhecem nem 1% da história. Ou, de repente, até a conheçam. Mas fizeram um julgamento e condenação. Eu tive o privilégio de produzir o livro dela lançado no Brasil em que parte do seu blogue (na época) foi selecionado para se tornar livro. Digo: se ela mentiu em tudo aquilo que ela disse, se Cuba for mesmo a quinta maravilha comunista, ela deve ser uma imensa mentirosa mesmo. Mas... acho que ela não esteja mentindo. 

Mas é assim: em tudo o que você diga, existirá o do contra e o do favor. Isso é saudável. Precisamos -- E DEVEMOS -- ser menos maniqueístas, fundamentalistas, menos odiosos, menos defensores da autoafirmação.

Paz e amor: é tudo que precisamos.

O que há com as pessoas?

Começo este post lembrando de mim mesma há uns vinte anos atrás. Havia uma frase que todos usavam para me descrever: "aquela que adora regar a plantinha da amizade!".

O que isso queria dizer, naquela época, em que internet ainda era um vislumbre de filmes de ficção científica? Queria dizer que as pessoas, para começar, escreviam cartas umas às outras. À mão. Folha com pauta e caneta. As pessoas usavam o telefone fixo, não havia celular. As pessoas se presenteavam com fitas K7 depois de fazer aquela coletânea especial.

Eu sempre escrevi muitas cartas. E gostava de me fazer presente na vida das pessoas de uma forma delicada e constante. Ouvia quando precisava. Mais ouvia do que falava. Quando reencontrava alguém, sempre tinha um fio para um assunto ou relembrar coisas agradáveis.

Hoje em dia?

Hoje em dia é assim: as coisas são forçadas, impostas e não há muito respeito mútuo. Ou você é amigo desde sempre ou sequer é lembrado. As pessoas têm pressa na resposta. As pessoas têm ansiedade. As pessoas têm uma necessidade de se autoafirmarem nos seus exageros. Todos parecem fazer questão de exibir uma vida como no show de Truman.

As pessoas não valorizam o tempo. Elas querem sua atenção: e quando você a dá, elas simplesmente fingem que não estão vendo. Elas têm pressa. A amizade é quase uma oportunidade para qualquer coisa que possa ser útil. Ter um "amigo" aqui, ter outro "amigo" ali.

As pessoas gostam de manter a superficialidade e os assuntos frugais que não nos toquem no nosso âmago. Todos somos felizes e vamos compartilhar essa felicidade. Todos brindam o sorriso leve e a caixa de Pandora dentro de si.

Não estou dizendo que não devemos ser assim. Longe estou de achar que tenho a verdade de alguma coisa, porque, eu já fiz isso. E me fodo geral quando ajo achando que posso ser um norte ou qualquer coisa. Não sou exemplo nem dito as regras. Não sei verdades e continuo buscando a verdade, em todas as lições, todos os dias.

O que me incomoda, atualmente, nas pessoas é essa coisa do querer beber sua essência pura, criticar, julgar, condenar. Elas fazem isso por e para si mesmas, não fazem por você. Talvez, por isso, eu ache que estejamos vivendo os tempos mais cruéis e egoístas mascarados por rostinhos doces e meigos, cheios de auras angelicais. Isso é maquiavélico...

Apesar de tudo, ainda creio na Humanidade. Mas prefiro não querer imaginar como será o futuro daqui uns anos...

Primeiro post de 2013!

Ah!

Que saudade estava deste canto, deste blogue, meu canto!

Já estamos quase em março e tanta coisa aconteceu! Viajei mais de 1.800km nas férias. Cortei o cabelo curto, de verdade, pela primeira na vida! Conheci cidades que não conhecia, fiz coisas que nunca fizera antes.

O ano novo tem sempre essa coisa mágica e única do RECOMEÇO.

Mas seria ilusório pensar apenas nisso. E, palavras sejam ditas, o atual mundo em que vivemos e a atual sociedade nos força à reflexão, no mínimo. Se não pensamos, somos sugados a um pensamento em massa. E nosso condicionamento nos torna juízes e condenadores de tudo aquilo que não concordamos.

Há um bom tempo venho pensando em muitas coisas. Também venho sentindo muita dificuldade no convívio social. Não ser mais uma da massa tem um alto preço. E quem não se submete fica sozinho, é inevitável. Quantos solitários existirão por aí?

Esta semana que se passou, conversei com uma pessoa que me trouxe muitas reflexões. Sua formação em Filosofia e seu pensamento ligeiramente rebelde e anárquico trouxeram uma luz específica para o meu conflito interno. A NECESSIDADE DE AUTOAFIRMAÇÃO. Aí, li este texto do Personare e tudo fez mais sentido ainda. Sem saber, essa pessoa me ajudou e muito.

Então, paradoxalmente, percebo que não posso me isolar, mesmo o isolamento sendo uma consequência esdruxulamente necessária. A essa pessoa -- que não tem facebook e nenhuma parafernália digital -- dedico este post. 

Pretendo destrinchar o assunto nos próximos posts. Serei polêmica? Provavelmente. Mas esta sou eu. Se eu nunca fugi disso até ontem, não fugirei MESMO a partir de agora.

beijos e abraços e um excelente 2013 a todos os leitores -- assíduos e ocasionais -- deste blogue!