O cotidiano sob o meu olhar. De tudo um pouco, das coisas que gosto e de tudo que quero eternamente descobrir.
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Meu malvado favorito
O advogado do diabo
God's your prankster, my boy. Think of it. He gives man instincts. He gives you this extraordinary gift and then, I swear to you -- for his own amusement -- his own private, cosmic gag reel -- he sets the rules in opposition. It's the goof of all time. Look but don't touch. Touch but don't taste. Taste but don't swallow. And while you're jumping from one foot to the other he's laughing his sick fucking ass off! He's a tight-ass. He's a sadist. He's an absentee landlord!
The celluloid closet
Atividade paranormal
David Lynch - o lado REAL da alma
PS: não sei se concordo com esse "lado sombrio da alma". Poucas pessoas entendem de verdade mr. Lynch. Ele nunca quis ser sombrio, apenas quis mostrar o que todos -- vivendo a máscara da hipocrisia -- escondem.
2012 e pequenas coisas afins
17º Mix Brasil
Dois filmes novos
Primeiro: Presságio (Knowing).
Tudo bem que as traduções para o português nunca ajudam e o dever comercial acima de tudo é mais importante que um nome adequado.
Detalhes técnicos do filme podem ser vistos aqui.
O que gostei deste filme? As cenas de desastres. Absurdamente fantásticas. Fiquei imaginando uma sala UCI, com a maior tela possível. Eu teria chorado de emoção. Depois, gostei do fim que, obviamente, não falarei aqui, mas foi fantástico. Quase exatamente como queria que fosse.
Segundo: Distrito 9 (District 9).
Que belo filme de ficção científica! A beleza da realidade nua e crua, enredada num roteiro bem conduzido me surpreenderam. Não existem motivos de explicar o que é a raça humana, nós já sabemos. Não precisa explicar nossas ações mais rudes, brutas e guturais. Já sabemos. Sem maniqueísmos, o filme com produção carimbada de Peter Jackson é uma excelente forma de lembrarmos quem realmente somos -- ainda mais com alienígenas entre nós. Mais informações no site oficial.
Masturbação feminina no cinema
Não sei. Mas resolvi consultar algumas amigas minhas bastante cinéfilas de todos os segmentos: Sharlene, Denise e Poliana. Consultei algumas outras pessoas também. Fiz algumas pesquisas... mas não digite isso no Google porque só sai pornografia ou venda de dvd erótico.
Bom, eis que após algum trabalho, reuni os quatro filmes. Se algum leitor meu se lembrar de algum e quiser adicionar... faz favor.
Alguns links de pesquisa em inglês precisam ser mencionados. Mas muitos filmes ou eu não vi, ou tratam de masturbação masculina, o que não é o caso aqui. Vejam este blogue com o post "10 best masturbation scenes". Também em Screen Junkies.
Eu não citei nenhum filme brasileiro, mas acredito que a gente deva ter algum representante. Quem souber, por favor, se manifeste. Aqui a seleção e a ordem são aleatórias. Tentei criar uma classificação, mas não fui muito feliz, então, segue a lista:
Cidade dos sonhos (Mulholland dr., 2006, David Lynch)
David Lynch não satisfeito em lançar homens do saco, duendes e velhinhos neuróticos, jogou uma das cenas mais ácidas do cinema, na minha opinião. Bem, este é o meu filme eternamente número 1 da minha lista, então sou suspeita. Quem não conferiu, confira: Mulholland dr. é uma obra-prima, na minha humilde opinião.
Naomi Watts, no papel de Diane Selwyn, protagoniza uma cena de masturbação que pode ser interpretada de várias formas: desespero, angústia, solidão, dor. Ela não quer sentir prazer, mas expurgar sua própria dor. A cena é muito bem feita e dá um soco no estômago do espectador.
A atriz deu esta entrevista que vocês podem ler neste link: e eu destaco o trecho seguinte -- 'To do the scene, Watts describes her character at this point as "being full of self-loathing when she couldn't get out of a horrible, deep, dark psychosis. David wanted quite a specific thing in that masturbation scene, even though I kept on weeping and falling to pieces, because I just felt so embarrassed and humiliated. He didn't want me to EMOTE too much, but he wanted me to be reaching for her, reaching in a desperate way to get back to a place where we were at before." '
9 e 1/2 semanas de amor (9 1/2 weeks, 1986, Adrian Lyne)
Diferentemente do primeiro filme, este guardadas as devidas comparações, trata da psique humana em relacionamentos doentios. Adrian gosta deste tema, como tratou neste filme e em Atração Fatal.
Quem se lembra, Kim Basinger, enquanto estava doida pelo personagem de Mickey Rourke, aproveita um momento de tesão e protagoniza uma bela cena de masturbação -- a única desta lista que separei -- em que o sexo está quase que totalmente dissociado de alguma dor ou patologia.
A casa dos horrores (Madhouse, 2004, William Butler)
O filme é uma mistura de suspense com terror psicológico. Uns odeiam, outros amam. Eu adorei este filme. Passa-se dentro de um hospital psiquiátrico decadente onde os pacientes passam seu tempo, sem cuidados e tratamentos específicos (tema meio comum, quando se trata de filmes sobre manicômios ou coisas do gênero).
A cena é bem rápida e específica de uma internada, com problema de ninfomania e viciada em sexo, precisa ficar se masturbando o tempo todo. Incômodo, desconcertante e interessante.
Anticristo (Antichrist, 2009, Lars von Trier)
Este filme dispensa comentários, assim como Mulholland dr. Mas preciso citá-lo, porque Charlotte Gainsburg protagoniza uma cena muito parecida com a de Naomi Watts em termos da essência da cena. Os motivos são diferentes. Mas o núcleo é o mesmo.
Já disse que vejo muita semelhança neste filme do von Trier e do pensamento de David Lynch, pode ser loucura minha, mas os dois cineastas pegaram o mesmo núcleo apenas para trabalhá-lo de forma diferente.
Não escrevi nem escreverei um post falando sobre masturbação masculina porque frequentemente ela é associada à comédia. É fácil e legal tirar sarro de um cara que bate uma punhetinha e é ridicularizado pelos amigos, ou pego em flagrante, ou qualquer outra cena que gere uma piada - em geral, sem graça.
Já a masturbação feminina é tratada até com um certo rigor. Não precisa descambar para a pornografia e ainda bem que desconheço algum filme que tenha feito isso. Mas pelos poucos exemplos que citei acima, dá para perceber que a superfície é a camada menos usada na interpretação.
Toy Story 3
33ª Mostra Internacional de Cinema
Sobre Anticristo
Um certo alívio
O caminho do ioga consiste em desatar os nós inerentes à condição humana, algo que definirei aqui, de forma extremamente simplificada, como a desoladora incapacidade de sustentar o contentamento. Ao longo dos séculos, diferentes escolas de pensamento encontraram explicações diferentes para o estado de aparente falha inerente do ser humano. Os taoístas chamam-no de desequilíbrio; o budismo, de ignorância; o islamismo põe a culpa de nosso pesar na rebelião contra Deus; e a tradição judaico-cristã atribui todo o nosso sofrimento ao pecado original. Os freudianos afirmam que a infelicidade é o resultado inevitável de um embate entre nosso pulsões naturais e as necessidades da civilização.
On a day like this
E a Pixar?
Fatal attraction
Lembro de ter visto este filme durante minha adolescência. E lembro de ter revisto quando comprei a edição para colecionador, que saiu uns dois anos atrás, recheado de extras, entrevistas e o final alternativo. Quem quiser, é superbarato, lembro de ter pago R$9,90.
Neste fim de semana e revi o filme e revi o tal final alternativo que, na época, foi repudiado pelos espectadores da preview. Adrian conta que teve um trabalhaço de chamar os atores e refilmar o final que conhecemos, que é Alex Forrest surtando feito uma psicótica totalmente fora de si. O que é uma pena, porque é um final totalmente comercial e até meio clichê. Mas é o que as pessoas gostam de ver.
Há dois anos atrás, quando revi o filme, lembro que chorei demais ao ver esse final alternativo... de uma delicadeza e senso dramático sem tamanho, sem forçar, sem exagerar... na medida certa. Eu adoro o personagem da Alex Forrest, porque ele simboliza uma parte gigante que existe em cada um de nós, que está desesperado por atenção. Alguns, estão à beira da loucura. Alguns, mais ingênuos, ainda estão vivendo suas experiências, sem perder suas esperanças. Alex já perdeu suas esperanças. E o personagem dela, pouquíssimo explorado (o que também é uma pena), trata disso.
Madame Butterfly acompanha algumas das cenas principais e do final. Aqui, escolho a ária interpretada pela única Maria Callas.
E Glenn Close, pisciana maluca de 19 de março, é uma atriz única. Filme único, com atriz única e trilha sonora única. Parabéns, Adrian.
Alice adventures in wonderland
Há umas semanas atrás, minha irmã me presenteou com o empréstimo do Alice in wonderland e Through the looking glass and what Alice found there. Ainda tô no primeiro, óbvio. Mas antes de falar dos livros, vou falar do famoso filme da Disney.
Lembro de que todos os anos, o SBT passava Alice no país das maravilhas no Natal. Eu e minha irmãzinha cansamos de ver. Eu gravei nos antigos VHS, via e revia incontáveis vezes. Lembro que nos idos de 1990, o Sesc Pompéia fez uma exposição Alice no Brasil das Maravilhas. Eu, no auge de minha pré-adolescência, me encantei com o que foi recriado.
Assim, eu e Alice temos, no mínimo, uma relação antiga e curiosa. Garotinha xereta e imaginativa, talvez tenha me visto um pouco nela.
Enquanto ainda leio os livros, revejo o dvd da Disney -- que obviamente comprei assim que saiu -- aguardo ansiosa a releitura de Tim Burton. Johnny Depp, Helena Bonham Carter e cia participam desta versão. Vejam o trailer oficial no youtube.
Estreia aguardada
Nada de Harry Potter, sobre o qual nada tenho contra, muito pelo contrário. Mas pegar sessão às 03h00 para ver filme... nem se tivesse sido Matrix - Reloaded e Revolutions, para os quais faltei ao trabalho e comprei dois ingressos sequenciais na primeira sessão da pré-estreia.
O filme que vale é Anticristo, de Lars von Trier, com estreia prévia para 28 de agosto. Vai valer cada centavo... Veja o trailer. Tomara que rode completo, sem cortes moralistas.
David Lynch em ação
Estava com saudade do David Lynch. Com certeza absoluta, ele me inspirou e ainda me inspira muito. Lembro de ele ter dito sobre o formato digital como o futuro do cinema. Inland empire foi um exemplo disso. Agora, temos estes pequenos curtas.
Leiam a matéria mais abaixo, por Fernanda Ezabella.
***
De perto, ninguém é normal. Ou, numa variação cinematográfica do ditado popular: de perto, todo mundo tem um quê de personagem de filme de David Lynch. Para quem duvida, é só acompanhar os 121 curtas-metragens comissionados pelo diretor norte-americano de "Cidade dos Sonhos" e "A Estrada Perdida", que serão postados na internet, um a cada três dias, durante um ano, até junho de 2010.
O primeiro será liberado na próxima segunda-feira, inaugurando o Interview Project. Segundo o próprio Lynch, os curtas são documentários de três a cinco minutos, "retratando americanos comuns e, às vezes, bem incomuns, de todo o país".
A série de curtas foi realizada por um time de diretores, liderado pelo filho do cineasta, Austin, e por um misterioso Jason S. A equipe cruzou mais de 30 mil km da América profunda, durante 70 dias, para coletar dezenas de histórias.
"É um projeto pé na estrada, onde as pessoas foram sendo encontradas e entrevistadas", diz Lynch no vídeo de apresentação do site. "O time achou essas pessoas dirigindo pelas rodovias, indo a bares, em lugares diferentes. É tão fascinante ver e ouvir essas histórias. É uma chance de conhecer essas pessoas, é algo humano, que você não pode deixar passar."
"Como eu me descrevo?", pergunta uma mulher que teve sua história registrada e aparece no vídeo de apresentação. "Quais eram meus sonhos de criança?", diz outro entrevistado. "Meus planos para o futuro?", continua um terceiro.
Um aperitivo da série
Apesar de só começar na semana que vem, três vídeos já foram liberados, todos com introdução de David Lynch. Dois estão aqui. O terceiro pode ser visto aqui.
Em Bozeman (Montana), a equipe achou Jenny Brown, 17, cujo sonho era ser bailarina. Com sua voz infantil e corpo largo, ela conta que o pai a tratava mal quando criança e que a mãe tentava protegê-la. Imagens dela no sofá de casa são intercaladas com cenas de peixes num aquário e um cachorro branco de três pernas.
Anthony é o protagonista do segundo curta. Lynch diz que ele foi encontrado andando de bicicleta em Dumas (Arkansas). Sem os dentes da frente, ele faz seu monólogo sentado numa cadeira no quintal malcuidado de sua casa, porém enfeitado com um anão de jardim.
O terceiro vídeo, que Lynch divulgou no seu twitter, conta a vida do aposentado Sean Freebourn, 62, em Missoula (Montana), cidade natal do diretor.
"Tive câncer e precisei me aposentar", explica Freebourn. "Não fui a nenhum médico. Era uma noite de Ano Novo e eu desabei, fui parar no hospital, fiquei um mês por lá."
Uma câmera estática colhe o depoimento do homem de barba branca, sotaque pesado, ao lado de uma cerca capenga. Poderia muito bem ser um personagem de "A História Real", filme de Lynch que, como outros, se passa numa cidadezinha.