Escrevi este poema num momento específico da minha vida. E quero sempre lembrar que somos muito mais do que pensamos ser...
Em homenagem a todos que conseguem sintonizar este canal discreto e poderoso, o poema abaixo.
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O SENTIDO MAIOR
Talvez você estivesse onipresente em cada palavra de cada poema escrito e eu apenas não tinha percebido porque ainda não fosse o momento.
Talvez, eu previsse parte do futuro eu cada palavra de cada verso descrito e apenas seria óbvio que com o tempo a claridade sobre fatos fosse prevalecer.
Talvez, se eu olhar para o meu passado e em cada poema de cada livro nascido eu pudesse capturar seu rastro que, cegamente, me guiava para agora – onde estou certamente, aquele lugar onde eu sempre quis estar.
Mas, nesse intervalo atemporal estou aqui, vivendo este instante presente sem mais desejar unir as pontas do passado com as do futuro e isso é quase o auge de tudo o que eu mais poderia desejar.
Pois eu olho para você e olho para meus poemas e o insentido faz sentido os paradoxos se fundem no silêncio no vácuo onde todas as paixões são queimadas e eu simplesmente sou invadida por esta tranqüilidade de saber que você existe.
Assm, não importa a presença na ausência do tempo que foi ou daquele que está por vir o presente é construído continuamente e a roda da fortuna dá outra volta com a alegria da surpresa e com a importância do aprendizado e a simples certeza da esperança.
Assim, eu apenas quero estar ao seu lado para capturar a resposta na curva daquela pergunta inconsciente eu quero caminhar ao seu lado para chutar as pedras que poderiam nos fazer tropeçar.
Assim, eu quero apenas estar ao seu lado para trazer sentido aos objetivos misteriosos da vida... fundir o tempo e a existência e não senti-las, não nomeá-las simplesmente não percebê-las.
Pois eu olho para você e eu vejo o claro e o escuro coexistirem em harmonia como tudo deveria ser... e eu escrevo agora este poema sabendo que no segundo existe ele será passado mas eu soube... sempre soube que apenas chegaria o dia em que o tempo não mais existiria.
E todas as palavras, todos os atos, todas as lembranças e todas as existências se resumiriam a uma palavra não-existente, que assumiria forma, que seria auto-suficiente para dizer para mim e para você: sim, tudo vale a pena.
Esta tarde de outono está tão gostosa que dói... sol quente na medida certa, vento frio e sombras quase geladas. O céu azul, um sol raiando... uma vontade de estar bem longe daqui, bem acompanhada de um abraço aconchegante. Vendo o céu, saboreando os sons do silêncio.
Aonde quer que esteja, eu queria estar ao seu lado, minha querida.
Primeira segunda-feira de outono. O que deveria ser base para poesias românticas e cheias de deleite é apenas um outro dia. Nome deste blog?
Estes dias estava pensando que as pessoas não olham para cima, só olham para baixo. E hoje, eis que olhando para cima, vi uma cena inspiradora. Banal, cotidiana e tola, -- mas inspiradora. Uma mulher sorrindo, feliz, mesmo entrando um trem megalotado.
Era um sorriso feliz. Parecia tão alheio ao estresse do primeiro dia da semana. Fiquei impressionada.
O trem fechou as portas e a moça foi embora. Eu fiquei sentada nos bancos pensando nisso.
E me lembrei dessa música, meio grudentinha, mas muito boa... aposto que não tem um ser humano que nunca pensou que alguém tem um sorriso secreto?