Porque hoje é 11/1/11
O cotidiano sob o meu olhar. De tudo um pouco, das coisas que gosto e de tudo que quero eternamente descobrir.
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Além da vida - o filme
Sábado fui assistir a Hereafter ou Além da vida, novo longa de Clint Eastwood. Já sabia do que se tratava, já sabia que havia umas críticas azedas e já sabia que era estreia. Fui ao cinema ciente de que tudo seria possível. E, de certa forma, foi.
A tecnologia em massa tem prós e contras. Para mim, como uma razoável cinéfila que me considero, as pessoas quando vão ao cinema querem A EXPERIÊNCIA exterior. Querem altas descobertas, querem uma epifania, querem fogos de artifício. E, muitas vezes, se esquecem que muitas coisas simples são as melhores coisas que podemos ter. Algo que este novo filme do Clint Eastwood traz.
Claro que, para mim, a cena inicial do tsunami me fez ter tremedeira e sair umas lágrimas. Tenho pavor de água em excesso e sempre arrisco dizer que morri afogada feio em uma vida anterior. Mais que altura, água em excesso me aterroriza mesmo. E essa cena do filme foi antológica, daquelas para ver e rever, tamanha a precisão de detalhes e realismo.
Eu andei lendo, depois de ver o filme, umas críticas. Mas todas elas pareciam extensões das pessoas que estavam comigo no cinema que apenas disseram: "Demorou pra acabar, ein?" Neguinho gasta vintão pra ir ao cinema e apenas dizer isso??? Não parece preguiça de pensar?
A crítica mais honesta que eu li é esta do Correio Braziliense por Felipe Seffrin. Me pareceu à altura diante do honesto filme feito por Eastwood. Porque, convenhamos, seria muito fácil -- fácil demais -- cair em clichês, tanto para fazer um filme, quanto para criticá-lo. Um homem de 80 anos de idade não precisa provar mais nada para ninguém, certo?
Eu confesso que esperei uma visão pessoal de Clint Eastwood no filme. E me surpreendi que ele sequer acredita em vida após a morte! Então, com isso, o filme é ainda mais uma história sensivelmente bem contada sobre um tema simples: VIVER. Você pode acreditar ou não, isso não importa, o que importa é o que você vai fazer com sua vida diante disso. E esse argumento irrefutável é o que Eastwood mostra com maestria.
Indico o filme para quem tiver curiosidade além daquela de criticar a ausência de um blockbuster. Se você não quiser sensibilidade na medida certa, não gaste seu precioso dinheiro. Saiba que estará perdendo um belo filme, que não quer provar nada para ninguém, não quer fazer maniqueísmos e não quer ser um dramalhão. Quer apenas deixar o recado de que a vida deve ser vivida.
Defina amizade (parte 2)
Cliquei no label: amizade e achei isto aqui. Em brevíssimo, post sobre o assunto, com minhas novas reflexões... Bom sábado a todos!
Trilha de hoje: Falsidade Desmedida
Porque essa música também se aplica e MUITO às amizades. Em nome das verdadeiras amizades, dedico esta música.
E uma dedicatória especial à querida P (assim, curto mesmo) que em tão poucos meses me presenteou com uma nova amizade que fazia tanto tempo que não sentia. Você renovou as energias em mim, obrigada querida...
E uma dedicatória especial à querida P (assim, curto mesmo) que em tão poucos meses me presenteou com uma nova amizade que fazia tanto tempo que não sentia. Você renovou as energias em mim, obrigada querida...
O capitalismo vencendo a Arte
Acabei de ler esta notícia de que o cinema Belas Artes vai fechar em São Paulo no mês que vem. E eu nem poderei ir fazer minha despedida devida deste cinema que marcou muito meu período alto cinéfilo!
Assim como aconteceu com o Top Cine (alguém se lembra desse cinema?!) na Avenida Paulista que também tinha longa e fechou. Virou "mais uma" loja de grifes dentro de um shopping griffento. Eu lembro do Top Cine porque era uma cinema bom de se visitar, sempre com aqueles filmes que não passavam em lugar nenhum (quase um irmão gêmeo do Gemini, ops trocadilho proposital?). Lembro que o último filme que vi lá foi o polêmico Brown Bunny. Eu e mais uma meia dúzia de gatos pingados na noite e no meio de uma semana qualquer.
No Gemini eu vi Um Beijo Roubado com meu amor, meu último filme visto lá. Aliás, aquele cinema não deveria sequer ser reformado, porque é uma verdadeira viagem no tempo. Adoro o banheiro a la Kubrick e as poltronas a la David Lynch. Alguém teria coragem de destruir isso em troca de um blockbuster? Vá ao blockbuster e não mexa aqui!
Alguém se lembra que o Cine Bombril um dia foi um cinema chamado Astor??? A maior sala de SP com quase 1.000 lugares? Ainda bem que este não parece que vai ser fechado. Pois assisti várias pré-estreias que me fizeram dormir na madrugada com a minha irmã -- como Dogma e Colateral. Acredito que o patrocínio vai bem e, ao que parece, nenhuma notícia ruim paira sobre o antigo Astor.
Agora... o Belas Artes vai fechar. O cinema que abrigou tantas lembranças minhas e antes das minhas e a de todos os que DE VERDADE gostam de cinema. Infelizmente, não lembro qual foi o últime filme que vi lá. Mas sei que foi sozinha. Mas lembro do único Noitão que fui (ao lado da querida Sharleu... noite memorável e inesquecivel aquela!) nos idos de 2004. Lembro dos filmes únicos que vi por lá. Lembro dos passeios noturnos pós-cinema. E tenho certeza que essas lembranças devem se misturar com as de muitas outras pessoas.
Agora não mais. O capitalismo venceu mais uma luta, mas não vencerá NUNCA a luta contra a Arte. Mesmo que ele se transvista de falso intelectual (o que acontece), ele nunca vencerá.
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