O cotidiano sob o meu olhar. De tudo um pouco, das coisas que gosto e de tudo que quero eternamente descobrir.
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Strawberry fields forever
Faz quase um mês que eu tô numa eterna fase de morangos.
Eu adoro frutas de cores quentes em geral, como acerolas, mamões, mangas e todas as famílias das berries.
Mas, mulher de fases como sou, ando numa tremenda fase de morangos. Ainda bem que os mercados têm saciado meu desejo. Porém, pior que isso, é querer tudo de morango: iogurtes, sucos, biscoitos integrais, mupys, chicletes trident e sorvetes.
Eis que hoje fui ao mercadinho na hora do almoço comprar uma sobremesa de morango: voltei com um Dupli da Paulista e um suco SuFresh a tiracolo. Lendo a embalagem (adoro ler embalagens!) do Dupli, está escrito: "BEBIDA LÁCTEA NÃO É IOGURTE". Na frente do pote está escrito: "Bebida láctea fermentada com polpa de fruta". O que isso quer dizer, alguém pode me dizer?!
Será que a "bebida láctea" é feita com restos mortais de leite (leite em pó, creme de leite, leite condensado, leite longa vida)? Ou é uma outra modalidade que eu desconhecia até então?!
Somebody, please help!
Cariocas vs. Paulistas
E vamos falar de preconceito...
No geral, os preconceitos -- como todo bom preconceito -- é sempre uma forma irracional de o ser humano lidar com aquilo que não conhece e não tem a mínima ideia do que dizer ou pensar. Ou, também, pode ser a forma de negar o que, intimamente, lhe apraz. Ou apenas a mais grotesca forma de se integrar em um grupo, já que os seres humanos não são capazes de viverem isolados.
Por isso, sempre ouvimos as frases-chavão que ecoam em todos os segmentos possíveis para ilustrar um preconceito. Eu mesma sou preconceituosa em dizer que odeio andar em grupos, sejam eles quais forem.
Mas, voltando à questão, já que a minha namorada é carioca, e aos menos duas vezes por mês eu aporto na cidade maravilhosa, eu descobri algo: os cariocas são simpaticíssimos! Povo sempre alegre -- às vezes, irritantemente demais -- mas eles moram perto da praia. Podem se dar o luxo de sair do trabalho às 17h30 e estar na beira da praia tomando uma cerveja 0ºC às 17h45. Outros menos afortunados levarão 30 minutos até a praia mais próxima. Quem não gostar de praia, pode olhar pro Pão de Açúcar ou pra Ponte Rio-Niterói em um fim de tarde de arrancar lágrimas dos olhos. A Baía de Guanabara, mesmo podre, fica linda pintada de dourado em um entardecer.
Os paulistanos pegam metrô lotado e vivem cercados em uma selva de pedra. Marginais paradas, avenidas entupidas de gente solitária dentro dos seus carros com janelas fechadas para evitar assaltos. Vão pra calçada tomar cerveja, cercado de pivetes pedindo dinheiro. Ou vão pra shoppings ver a estreia de um filme e ficar zanzando dentro de um cubículo de cimento.
CLARO e EVIDENTE que se tratam de dois universos amplamente distintos. Mas, quando se fala mal de carioca, pensa-se naquela pessoa folgada, vagabunda que só gosta de tirar vantagem. Porra, isso temos em qualquer lugar! Até travestido de paulistano. E os paulistanos são vistos como antipáticos, mal-humorados e cricris.
Eu concluí que só pode ser influência direta do contexto da paisagem. Porém, seria ingenuidade minha resumir a conclusão a isso. Como não quero concluir tudo, nem me dou a prepotência para, eu apenas exponho o que vi. E como cidadã semirradicada no Rio, posso falar com a propriedade de quem visita o Rio (ao mínimo duas vezes por mês), há mais de um ano e mora em SP desde 1977.
Eu adoro os cariocas, mesmo folgados. Pois eles sempre estão sorrindo e sempre se dispõem a ajudar sem fazer cara feia, por achar que vai ser assaltado. São solícitos. E estão sempre de bom humor.
Para finalizar, vou contar um causo: um dia estava indo pra rodoviária, de madrugada ainda, pegar o buso para voltar para SP. Tava numa van (aqui conhecida como lotação) , escuro, todo mundo cabisbaixo, dormindo. Tinha um único lugar sobrando, na frente. Quando a pessoa entrou, ela disse: "bom dia!". Todo mundo, em uníssono e bom tom, respondeu "bom dia!". Eu não disse "bom dia!" para essa pessoa! E eu nunca tinha visto isso na minha vida! Aqui, mal nos cumprimentamos e, quando o fazemos, nem nos damos o trabalho de responder, porque o nosso mau humor justifica a falta de educação.
O que me diz?
No geral, os preconceitos -- como todo bom preconceito -- é sempre uma forma irracional de o ser humano lidar com aquilo que não conhece e não tem a mínima ideia do que dizer ou pensar. Ou, também, pode ser a forma de negar o que, intimamente, lhe apraz. Ou apenas a mais grotesca forma de se integrar em um grupo, já que os seres humanos não são capazes de viverem isolados.
Por isso, sempre ouvimos as frases-chavão que ecoam em todos os segmentos possíveis para ilustrar um preconceito. Eu mesma sou preconceituosa em dizer que odeio andar em grupos, sejam eles quais forem.
Mas, voltando à questão, já que a minha namorada é carioca, e aos menos duas vezes por mês eu aporto na cidade maravilhosa, eu descobri algo: os cariocas são simpaticíssimos! Povo sempre alegre -- às vezes, irritantemente demais -- mas eles moram perto da praia. Podem se dar o luxo de sair do trabalho às 17h30 e estar na beira da praia tomando uma cerveja 0ºC às 17h45. Outros menos afortunados levarão 30 minutos até a praia mais próxima. Quem não gostar de praia, pode olhar pro Pão de Açúcar ou pra Ponte Rio-Niterói em um fim de tarde de arrancar lágrimas dos olhos. A Baía de Guanabara, mesmo podre, fica linda pintada de dourado em um entardecer.
Os paulistanos pegam metrô lotado e vivem cercados em uma selva de pedra. Marginais paradas, avenidas entupidas de gente solitária dentro dos seus carros com janelas fechadas para evitar assaltos. Vão pra calçada tomar cerveja, cercado de pivetes pedindo dinheiro. Ou vão pra shoppings ver a estreia de um filme e ficar zanzando dentro de um cubículo de cimento.
CLARO e EVIDENTE que se tratam de dois universos amplamente distintos. Mas, quando se fala mal de carioca, pensa-se naquela pessoa folgada, vagabunda que só gosta de tirar vantagem. Porra, isso temos em qualquer lugar! Até travestido de paulistano. E os paulistanos são vistos como antipáticos, mal-humorados e cricris.
Eu concluí que só pode ser influência direta do contexto da paisagem. Porém, seria ingenuidade minha resumir a conclusão a isso. Como não quero concluir tudo, nem me dou a prepotência para, eu apenas exponho o que vi. E como cidadã semirradicada no Rio, posso falar com a propriedade de quem visita o Rio (ao mínimo duas vezes por mês), há mais de um ano e mora em SP desde 1977.
Eu adoro os cariocas, mesmo folgados. Pois eles sempre estão sorrindo e sempre se dispõem a ajudar sem fazer cara feia, por achar que vai ser assaltado. São solícitos. E estão sempre de bom humor.
Para finalizar, vou contar um causo: um dia estava indo pra rodoviária, de madrugada ainda, pegar o buso para voltar para SP. Tava numa van (aqui conhecida como lotação) , escuro, todo mundo cabisbaixo, dormindo. Tinha um único lugar sobrando, na frente. Quando a pessoa entrou, ela disse: "bom dia!". Todo mundo, em uníssono e bom tom, respondeu "bom dia!". Eu não disse "bom dia!" para essa pessoa! E eu nunca tinha visto isso na minha vida! Aqui, mal nos cumprimentamos e, quando o fazemos, nem nos damos o trabalho de responder, porque o nosso mau humor justifica a falta de educação.
O que me diz?
Here we go
... and then it comes another day full with that strange feeling of undone things. Any other day. Routine kills you. Carbone dioxide either. What turns you on?
Any other day I'd be blue eyes crying I could tell the world at least I'm trying...
We're not living the last days of our lives. It's the last day of the month.
Any other day I'd be blue eyes crying I could tell the world at least I'm trying...
We're not living the last days of our lives. It's the last day of the month.
Soluço e fita vernelha
Faz 1 minuto que eu estava com um soluço maldito que estava ecoando pela editora onde trabalho! Fazia anos que eu não tinha soluço!
Definição do Houaiss: fenômeno reflexo que se manifesta por contração espasmódica e involuntária do diafragma, seguida de movimento de distensão e de relaxamento, pelo qual o pouco ar que a contração forçara a entrar no peito é expulso com ruído característico [Ocorre às vezes após a ingestão de líquido ou sólido.]
Enfim. Eu conhecia uma simpatia que minha mãe sempre usou quando eu era criança. E eu sempre recorri a essa simpatia para curar soluços indevidos na sala de espera do dentista, por exemplo! (vero)
Pegue uma fita vermelha e coloque sobre sua testa. Aguarde 1 minuto em silêncio e o soluço vai embora.
Lembro que no dia do dentista, eu não tinha porra de fita vermelha nenhuma! Foi qualquer coisa vermelha (tampa de caneta bic tá valendo). E funcionou! Eu nem sei se creio nessas coisas, ou se é força da mente. O duro é que eu não penso nada e até fico achando que isso é balela. Mas passa.
Quem explica?
Minha amiga Denise Yumi tem uma simpatia mais do que bizarríssima que envolve cheirar parede, pular e esperar alguns minutos. Não sei a ordem correta, mas, diz ela, funciona. Confesso que nunca tentei.
Só sei que fiz agora a tal da simpatia da fita vermelha, mas sem fita vermelha, porque, obviamente, quem anda com fita vermelha na bolsa? Usei a tampa de um batom manteiga de cacau, reclinei na cadeira, e equilibrei a tampinha.
PASSOU!
Crendices... vox populi, vox Dei.
Definição do Houaiss: fenômeno reflexo que se manifesta por contração espasmódica e involuntária do diafragma, seguida de movimento de distensão e de relaxamento, pelo qual o pouco ar que a contração forçara a entrar no peito é expulso com ruído característico [Ocorre às vezes após a ingestão de líquido ou sólido.]
Enfim. Eu conhecia uma simpatia que minha mãe sempre usou quando eu era criança. E eu sempre recorri a essa simpatia para curar soluços indevidos na sala de espera do dentista, por exemplo! (vero)
Pegue uma fita vermelha e coloque sobre sua testa. Aguarde 1 minuto em silêncio e o soluço vai embora.
Lembro que no dia do dentista, eu não tinha porra de fita vermelha nenhuma! Foi qualquer coisa vermelha (tampa de caneta bic tá valendo). E funcionou! Eu nem sei se creio nessas coisas, ou se é força da mente. O duro é que eu não penso nada e até fico achando que isso é balela. Mas passa.
Quem explica?
Minha amiga Denise Yumi tem uma simpatia mais do que bizarríssima que envolve cheirar parede, pular e esperar alguns minutos. Não sei a ordem correta, mas, diz ela, funciona. Confesso que nunca tentei.
Só sei que fiz agora a tal da simpatia da fita vermelha, mas sem fita vermelha, porque, obviamente, quem anda com fita vermelha na bolsa? Usei a tampa de um batom manteiga de cacau, reclinei na cadeira, e equilibrei a tampinha.
PASSOU!
Crendices... vox populi, vox Dei.
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