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Sumituidade

Há os que dormem e apenas acordam no dia seguinte, há os que dormem e não se lembram dos sonhos e há os que, como eu, dormem, sonham (e muito) e se lembram demais para contar!

Eu poderia começar a postar uns sonhos, coisa que acho que nunca fiz por aqui. Quem sabe? Eu tenho sonhos nítidos dos quais ainda me lembro que datam de mais de uma década. Marcam fases e passagens especiais em minha vida. São sonhos que com certeza me lembrarei por resto da vida.

Bem, o que tudo isso tem a ver com a palavra acima? Eu tive um sonho com essa palavra. Eu tinha certeza de que ela não existia e uma pesquisa básica em dicionários online e uma googleada confirmaram isso. Alguém já leu/ouviu "sumituidade"? Parece a junção de duas palavras, né? Mas no meu sonho significava muito mais que isso.

No meu sonho eu conversava com uma mulher que parecia uma infectologista ou algo assim que analisava casos de dor de estômago. Ela me explicava que tinham descoberto que a tal bactéria não fazia mal ao corpo e o adjetivo para a tal reação que ela causava era "sumituidade". Inclusive, ela não sabia o significado da palavra e procurou comigo no dicionário. Lembro perfeitamente de ver o verbete grafado e o seu significado que ainda remetia a uma ditado como metáfora... mas esse não lembro.

Acordei logo em seguida e fui ao banheiro. Queria anotar o sonho porque -- não sei como -- sabia que ia esquecer o sonho. De manhã, percebi que tinha esquecido mesmo a palavra, ainda bem que foi anotada!

E fica aqui lançada no meu blogue para alguém que se aventure a fazer uma análise semiológica dele. Eu passo. Mas, adorei o sonho, se vale dizer.

Torta/escondidinho de batata com bacalhau

Não, ainda não é Natal mas eu resolvi arriscar uma receita nova, aproveitando que minha irmã está aqui. Ontem foi dia de torta/escondidinho de bacalhau.

Na verdade, eu queria uma torta de bacalhau. Mas foi difícil achar uma receita que fosse fácil e que me agradasse. Eu também não tinha todos os ingredientes em casa e não queria sair pra comprar mais. Por fim, acabei cedendo a essa receita que achei no site do Mais Você. E gostei, viu?

A receita é incrivelmente fácil e com os ingredientes que todo mundo tem em casa, exceto talvez pelo bacalhau. Mas meu amor tinha comprado umas lascas incríveis de bacalhau por um incrível preço e não tinha como pensar numa receita boa com ele. Aliás, quem morar no Rio de Janeiro, a Casas Pedro é o melhor lugar para comprar grãos e temperos. Lá você encontra as raras favas de baunilha, por exemplo, a um excelente preço!

Vamos à receita:

Massa:
cerca de 500g de batata cozida na própria água dessalgada do bacalhau, depois espremida
100 ml de leite
1 caixa de creme de leite
1 colher de sopa de manteiga (usei o restinho da manteiga gee que tinha aqui)
1 cebola pequena picada em cubinhos
parmesão ralado para polvilhar

Recheio
300g de bacalhau dessalgado (24h) e desfiado
coentro, salsinha e cebolinha verde picados a gosto
1 cebola média picada em cubinhos
azeite para refogar

De acordo com as instruções do site, fazer um clássico purê, porém mais cremoso. Refogar o bacalhau normalmente. Montar um refratário com o bacalhau por baixo e o purê de batatas por cima. Polvilhar com queijo ralado. Como o meu purê ficou mole demais, eu achei que tinha dado errado. Mas pensei que aumentando a potência do forno e um tempinho a mais assando, resolveria. Resolveu. Mas se o seu purê não ficar mole de mais, 30 minutos num forno pré-aquecido a 220ºC resolvem. E... fica uma delícia. As três mulheres aqui em casa mataram numa noite só! hahaha

A fonte da inspiração

A querida Alice do blogue Alice's Adventures in Lesboland me perguntou de onde vem a inspiração para eu escrever todos os dias, já que está em bloqueio criativo. Pensei em postar a resposta via twitter, mas achei inapropriado e resolvi criar um post próprio com o tema, por tocar um ponto muito específico em minha vida.

Algo parecido com isso ficou martelando na minha cabeça quando a não menos querida Gabi do blogue De profundis postou essa pequena homenagem para mim, descrevendo -- com a velha precisão sem adjetivos pomposos -- o que achava do meu blogue e o que achava do ato de blogar em si. Devo dizer que criei um blogue por causa dela, já que -- naquela época -- era o único blogue que lia diariamente.

Eu me lembro exatamente do dia em que criei meu blogue, das vezes que mudei seu layout até aprender a mexer, até achar o ponto certo, até achar meu próprio tom. Eu lembro que queria apenas uma coisa: exorcizar meus demônios e combater a minha solidão. Pois 2008 foi um ano de mudanças que não pararam de acontecer até agora. Em 2009 eu estava no auge da solidão diária. Resolvi escolher uma saída diferente e não me arrependo dela até hoje, pois este blogue que vos fala está para completar dois anos de idade!

Naquela época, confesso, tinha certa aversão por blogues e por esse lance de ficar falando da vida pessoal num diário aberto. Blogue não seria isso? Falar o que vir à cabeça (o que pode ser um monte de coisa boa ou um monte de merda) e ter pessoas que gostem de ler isso. Bem... pode ser para algumas pessoas, mas não para mim. Talvez, concorde em um único ponto, e esse mesmo ponto pode ser a resposta para a pergunta da inspiração da Alice: o que vem do coração só pode ser honesto.

Minha coluna no Parada Lésbica não deu certo porque eu tinha que escrever sobre futebol todas as vezes. Isso pode ser bom para quem é jornalista esportivo ou amante aficcionado, mas não para mim. Eu gosto mas nem tanto para escrever assim. E as pessoas começaram a exigir sobre outros temas, que demandariam pesquisa e que eu estivesse constantemente antenada no assunto. Não sou jornalista, não tenho vocação para isso! Portanto, eu não tinha saco pra escrever, não tinha ideias nem inspiração para imaginar o que poderia/deveria escrever. Ainda mais com um público ávido por um texto que seria dissecado e criticado depois.

Eu até pensei em escrever uma coluna sobre Astrologia para o PL... mas nem essa ideia deu certo. O estilo exigido era aquilo que vemos em alguns perfis do twitter (os horóscopos e astrólogos twitteiros). Não. Descobri que nem assim eu seria feliz, porque esse não é o meu perfil. Não sei escrever humor num assunto que considero tão sério e profundo como é a Astrologia para mim. Não consigo falar mal de signos (e olha que já fiz muito isso!) porque somos todos eles e somos nenhum deles. Infelizmente e de fato: não nasci para ser humorista.

Então, perceba, que todas as vezes que surge a necessidade da obrigação a coisa travava, ao menos para mim. O que flui neste blogue? Querida Alice, não sei, viu? Eu sei que escrevo sobre aquilo que mais gosto, do fundo da minha alma, sem máscara nenhuma. Aí eu estou diante de um mar infinito e mais do que infinito de possibilidades. Blogar, para mim, ainda tem algumas regras, como não ficar falando tantas amenidades diárias. Acho importante um propósito. Mesmo que o leitor nem saiba, um objetivo maior construído me parece mais digno de um blogue de verdade. E isso não transparece num post, mas num continuum de posts. Viajando? Pode ser... mas na minha cabeça isso é claro.

Acho que tendo essas coisas em mente e -- principalmente -- sem se sentir presa, Alice, é possível sim ter ideias diárias sem ser redundante ou pedante. Eu foco nessas coisas: manter meu estilo, sem copiar de ninguém. Estilo pessoal de texto me pareceu sempre crucial para chamar a atenção dos leitores. Ser leve e profunda. Escrever com o coração. E ser sempre você mesma, nunca se deixar influenciar pelo que os leitores querem ler, porque você fica escravo dos outros, não daquilo que você defende. Isso, claro, serve para mim.

E, se nada disso adiantar, sem essa de se jogar na praia ou morrer na pia (como uma amiga minha acabou de me dizer por msn). Tem algo que tenho feito e, confesso, tem me ajudado a expandir a mente criativa: meditação. O grande David Lynch diz isso em seu livro  Em águas profundas - criatividade e meditação. Pois é incrível o que a meditação faz com você quando é praticada diariamente...

O sol de Ipanema...

Fazia tempo que estava pra ir conhecer a famosa Zona Sul do Rio de Janeiro, com a devida calma, paciência e tolerância ao calor necessárias... nada como sangue novo (vulgo, minha irmã) para inspirar! Ontem fomos conhecer os cenários naturais de Manoel Carlos e a inspiração para Vinicius de Morais... (devo dizer que, SIM, as mulheres são mesmo MUITO bonitas...)

De fato, a ZS do Rio é outra cidade dentro do Rio de Janeiro. E as praias são lindíssimas mesmo. Debaixo de um sol de quase 40ºC fomos bronzear um pouco a mais pele. A minha cor está ficando totalmente irreconhecível! rs Com coragem, mostro minha cor nova e minhas marcas de biquíni que eu nunca achei que teria um dia! :-O

Minha irmã está adorando conhecer o Rio e eu devo confessar que conhecer o Rio com alguém que não conhece é muito melhor! Meu amor nos tem servido como uma boa e paciente guia turística (ela também não conhecia alguns lugares...).

Para chegar em Ipanema pegue o metrô para a Zona Sul e vá até o fim. Vc vai numa praça com feirinha de artesanato e zilhões de gringos branquelos suando em bicas (vide eu, tb). Pode comer comida baiana de primeira (o acarajé que segue em foto) estava divino. 

As praias estavam lotadíssimas. Reparei que a população gay é maior nessa região, inclusive para alugar guarda-sol e cadeiras. Aliás, se for à praia, alugue. Não é caro e te protege do sol.

Ao final fomos ver o famoso pôr-do-sol do Arpoador. Ainda quero ir lá mais vezes para curtir esse espetáculo sem precedentes. Exceto pela hipocrisia daqueles que batem palmas para o sol, mas gostam de largar todas as bitucas de cigarro, pacotes plásticos, latinhas de refri e cerveja no local, eu adorei a experiência... (sim, sou crítica).

Pra finalizar o dia, ainda fomos ver a árvore na Lagoa Rodrigo de Freitas. Belo dia... a semana ainda promete! (clique nas fotinhas para vê-las maior)





Trank... com Tati MM's

Aproveitando os dias com a minha irmã aqui em terras fluminenses e até conhecendo um pouco mais do próprio Rio de Janeiro, devo dizer que os dias na vida real são infinitamente melhores do que na vida virtual.

Ontem fomos novamente a Copacabana. E eu não resisti à excelente qualidade do mar, vesti meu biquiní e curtimos muito sol e água morna... E, pela primeira vez em nossas vidas, eu e minha irmã estamos curtindo sol e praia juntas! E descobrimos que nos damos muito bem! Hoje tem mais!












PS: devo dizer que a qualidade da água me impressionou demais, desfazendo totalmente a visão inicial que tive! Embora estivesse bem cheia em vários pontos, ficamos num lugar supertranquilo. Conhecemos um casal de idosos do Japão que insistia em conversar conosco e o nosso péssimo ouvido para inglês (tava quase conversando em japonês...rs). A praia estava limpa, a areia incrivelmente macia e a água de coco que bebemos incrivelmente deliciosa... Rio 40ºC muito bem aproveitado!