Tô devendo post, eu sei. Mas os novos dias estão me deixando tão ocupada (e aérea) com tantas coisas, que não sobra tempo para escrever um post do jeito que eu gostaria.
Já parei para escrever este post várias vezes. Desisti. Amassei e joguei fora o papel virtual. Recomecei. Será que agora vai?
Estes dias, ouvi "o avanço da idade precisa trazer algo de bom". Já pensava isso mesmo quando eu tinha menos idade, muita palavra e ainda muita coisa para viver. E ainda tenho muita coisa para viver. No entanto, no auge destes 35 anos de idade bem vividos, devo dizer que tem alguma diferente nos meus olhos, na minha forma de encarar o mundo. A minha alma e mesmo esta carcaça terrestre estão -- definitivamente -- diferentes.
Não é prepotência, mas eu não consigo mais ver as coisas como são. Dizem que alguém fala mal de outro para você, essa pessoa falará mal de você para outrem. Dizem que se você olha, julga e condena; você será analisado e julgado da mesma forma. Dizem que cada um planta o que colhe. Dizem que em boca fechada não entra mosquito. Jesus disse para amar os outros como a si mesmo.
Eu tenho sido espectadora da vida, do cotidiano, das pessoas. Vejo pedaços de mim mesma em cada uma delas, todas as pessoas complexas que já fui. Vejo o irascível, o sincero, o explosivo, o espontâneo, o palhaço, o ambíguo, o julgador e aquele que se acha dono da verdade. Já me achei muito dona da verdade. Mas a grande verdade é que não somos donos de nada. O máximo que podemos é ser donos do nosso livre arbítrio -- e olhe lá. Bom, mas aí é tema para outro post.
Fato agora é que não me importo mais tanto em dar a minha opinião. Os conceitos de certo e errado nunca tiveram barreiras tão tênues para mim, como agora. Não me interessa saber os erros do passado de qualquer pessoa que eu conheça ou desconheça. Não sei se este é o ápice de sentimento misericordioso (no significado mais real da etimologia da palavra), mas certamente é o mais ausente de julgamentos que já tive na minha vida. Acreditem: é mais agradável viver assim, porque você não precisa ficar escolhendo lados e justificando constantemente suas escolhas. Não precisa ficar buscando retóricas complexas para dizer porque alguém é mau por natureza ou porque alguém nunca aprende uma lição. Isso lhe interessa?
Se te interessar, deve ser apenas como exemplo e lição de vida, nada mais. E assim a estrada segue. Acho que perdemos muito tempo analisando os outros. Que tal gastarmos mais tempo analisando nossa própria consciência? ;)
O cotidiano sob o meu olhar. De tudo um pouco, das coisas que gosto e de tudo que quero eternamente descobrir.
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Novos dias
O tempo é outro. É novo. É diferente. É cheio de vida.
Ainda estou refletindo muito sobre tudo o que está acontecendo agora comigo. E, invariavelmente, voltar a alguns pedaços do passado é algo inevitável. Mas essa não tem sido uma tarefa dolorosa, ao contrário. SIM! Nem eu acredito que estou dizendo isso. Pois é.
O novo trajeto ao trabalho tem me levado a caminhos que fazia para dois trabalhos anteriores. Coincidência? Da mesma maneira, tenho me deparado com pessoas, situações e pequenos detalhes que me trazem aquela bruta memória de um passado nem tão longínquo assim.
Como nunca, estou percebendo que aprendi o ato de NÃO JULGAR. Não totalmente, ainda, mas uma fatia bem gorda que nunca imaginei que conseguiria colocar em prática ainda em vida. É uma sensação estranha: você olhar para tudo e apenas sentir uma leveza indescritível em palavras.
Não há ódio, não há rancor, não há pesar. Há um olhar que perpassa tudo e apenas pensa: "e depois de tudo isso... cheguei aqui!". Onde eu deveria estar, onde eu apenas preciso estar.
Não me sinto mais poderosa ou prepotente por isso. Sinto que a vida tem mesmo seus "caminhos misteriosos" que nos levam a meandros obscuros -- muitas vezes por nossa própria opção. Mas, com sabedoria, aprendemos a lição na pior das dores e vislumbramos que o horizonte esperançoso lá ao fundo é apenas uma questão de tempo, e não um sonho utópico.
Encontrei com a Priscila Mota na última sexta. Acho que ela nunca visitou meu blogue... então posso falar à vontade dela! rs Fazia uns 5 anos que não nos víamos para conversar, nós duas apenas. Foi algo também sem palavras. Ela lembrou uma das minhas célebres frases "Você ainda é muito jovem..." Eu sempre falava isso tirando sarro, meio dona da verdade. Fato é que o tempo, se você souber tirar proveito dele, te devolve tesouros infinitos se você souber plantar, regar, cuidar e colher. Não tem segredo. Basta ser honesto consigo mesmo, ser justo e agir com coração e alma.
Estou cheia de sonhos como há muito não sonhava! Quero colocar vários projetos em prática: um deles é retomar contato com amizades que se foram e que não precisavam ter ido. Uma amizade verdadeira sobrevive ao tempo, mesmo que as duas partes tenham mudado muito. Acredito firmemente nisso.
Aos meus queridos leitores deste blogue: compartilho com vocês a felicidade de tempos vindouros. Todos merecemos e todos nós teremos aquilo que nos cabe. E vai por mim: É MUITO!
Ainda estou refletindo muito sobre tudo o que está acontecendo agora comigo. E, invariavelmente, voltar a alguns pedaços do passado é algo inevitável. Mas essa não tem sido uma tarefa dolorosa, ao contrário. SIM! Nem eu acredito que estou dizendo isso. Pois é.
O novo trajeto ao trabalho tem me levado a caminhos que fazia para dois trabalhos anteriores. Coincidência? Da mesma maneira, tenho me deparado com pessoas, situações e pequenos detalhes que me trazem aquela bruta memória de um passado nem tão longínquo assim.
Como nunca, estou percebendo que aprendi o ato de NÃO JULGAR. Não totalmente, ainda, mas uma fatia bem gorda que nunca imaginei que conseguiria colocar em prática ainda em vida. É uma sensação estranha: você olhar para tudo e apenas sentir uma leveza indescritível em palavras.
Não há ódio, não há rancor, não há pesar. Há um olhar que perpassa tudo e apenas pensa: "e depois de tudo isso... cheguei aqui!". Onde eu deveria estar, onde eu apenas preciso estar.
Não me sinto mais poderosa ou prepotente por isso. Sinto que a vida tem mesmo seus "caminhos misteriosos" que nos levam a meandros obscuros -- muitas vezes por nossa própria opção. Mas, com sabedoria, aprendemos a lição na pior das dores e vislumbramos que o horizonte esperançoso lá ao fundo é apenas uma questão de tempo, e não um sonho utópico.
Encontrei com a Priscila Mota na última sexta. Acho que ela nunca visitou meu blogue... então posso falar à vontade dela! rs Fazia uns 5 anos que não nos víamos para conversar, nós duas apenas. Foi algo também sem palavras. Ela lembrou uma das minhas célebres frases "Você ainda é muito jovem..." Eu sempre falava isso tirando sarro, meio dona da verdade. Fato é que o tempo, se você souber tirar proveito dele, te devolve tesouros infinitos se você souber plantar, regar, cuidar e colher. Não tem segredo. Basta ser honesto consigo mesmo, ser justo e agir com coração e alma.
Estou cheia de sonhos como há muito não sonhava! Quero colocar vários projetos em prática: um deles é retomar contato com amizades que se foram e que não precisavam ter ido. Uma amizade verdadeira sobrevive ao tempo, mesmo que as duas partes tenham mudado muito. Acredito firmemente nisso.
Aos meus queridos leitores deste blogue: compartilho com vocês a felicidade de tempos vindouros. Todos merecemos e todos nós teremos aquilo que nos cabe. E vai por mim: É MUITO!
Diversos
Quase fim de abril! Tanta coisa acontecendo!
Eu fiquei com essa ideia de escrever sobre "como ser do contra nos dias de hoje". Mas o post veio e foi. Não deu tempo de sentar, desenvolver o pensamento. Parecia quase uma poesia em forma de narrativa. Bom... deixa pra lá. Não estou chateada, ao contrário!
Sexta-feira passada me encontrei com a Nilce -- uma garota maravilhosa. Nossa amizade já está quase indo para dez anos! Como assim? Foi outro dia que ela foi minha estagiária, primeiro emprego em editora, Crisão aqui que era uma outra pessoa quase impossível de reconhecer hoje em dia. Pois é. Nilce, este post é dedicado para você.
Conversamos mais sobre mim do que sobre as duas. Um próximo encontro será marcado em breve para corrigir isso. Enquanto isso, ela trouxe duas reflexões muito interessantes sobre o que está acontecendo comigo. Sua visão é ainda mais especial porque ela está totalmente de fora de tudo que está acontecendo e seu olhar está bem isento de julgamento.
Primeiro: ela disse que as coisas na minha vida estão acontecendo apenas para ver a que ponto de minha maturidade profissional eu cheguei. É como uma "coroação" de tudo que já experimentei e que, hoje em dia, posso me dar "ao luxo" de dizer: "ah. Isso? Não é nada. Já vivi situações bem mais extremas."
Segundo: fica quem tem que ficar, vai quem precisa ir, entra quem merece entrar. A respeito de quê? Amores, amigos, colegas. Sim... ela está certíssima.
Ao longo deste anos, quanta gente conheci. Adoro conhecer pessoas novas, é sempre uma oportunidade de compartilhar um mundo inteiro e complexo. Isso pode ser engrandecedor ou não, mas sempre é uma experiência! Somos seres em constante necessidade de experimentação, certo? Pelo menos, eu acho.
Confesso que andei -- e ainda ando! -- bastante cansada de tudo que andei vivendo nos últimos dois, três anos de minha vida. As experiências foram frustrantes, amargas. Tirar lições de tanta dor não foi fácil. Pessoas indecisas, pessoas ingratas, pessoas traidoras, pessoas falsas. Ainda estou meio que no olho desse furacão, quase saindo dele, mas ainda nele... Mas não estou com ódio. Não estou com raiva. Ele apenas indo embora.
Por isso, decidi retomar -- aos poucos -- contato com pessoas que deixaram saudade. E as que apenas estão por estar... essas sairão. E eu não precisarei me esforçar. Este é o movimento agora: conhecer pessoas novas, retomar contato com algumas pouquíssimas que deixaram saudade e deixar o que PRECISA IR, simplesmente ir embora.
-----------------
Neste último finde, assisti ao meu novo dvd adquirido: "White Palace" ou "Loucos de Paixão" com a belíssima Susan Sarandon e James Spader. Lembro que esse foi um filme que marcou a minha adolescência. Nunca mais tive a oportunidade de rever o filme. Revi. Meu Deus... estou encantada em grau máximo com a libriana da Susan Sarandon!!!
Não tenho palavras para descrever o que foi ver a sua atuação. Lembrei dos outros filmes que vi dela: Thelma e Louise, Fome de Viver, Anjo de Vidro. Nem 1% de toda a filmografia. Nunca me chamou a atenção. Só sei que, agora, quero poder ver todos os filmes que conseguir assistir. Vou comprar o filme que lhe rendeu o Oscar de melhor atriz "Os últimos passos de um homem".
Susan Sarandon é um libriana (com todo o resto do mapa em capricórnio e escorpião, medo!). Belíssimos olhos grandes. E eu me pego pensando que preciso escrever um post sobre as atrizes do signo de ar. Impressionante como as admiro!
Eu fiquei com essa ideia de escrever sobre "como ser do contra nos dias de hoje". Mas o post veio e foi. Não deu tempo de sentar, desenvolver o pensamento. Parecia quase uma poesia em forma de narrativa. Bom... deixa pra lá. Não estou chateada, ao contrário!
Sexta-feira passada me encontrei com a Nilce -- uma garota maravilhosa. Nossa amizade já está quase indo para dez anos! Como assim? Foi outro dia que ela foi minha estagiária, primeiro emprego em editora, Crisão aqui que era uma outra pessoa quase impossível de reconhecer hoje em dia. Pois é. Nilce, este post é dedicado para você.
Conversamos mais sobre mim do que sobre as duas. Um próximo encontro será marcado em breve para corrigir isso. Enquanto isso, ela trouxe duas reflexões muito interessantes sobre o que está acontecendo comigo. Sua visão é ainda mais especial porque ela está totalmente de fora de tudo que está acontecendo e seu olhar está bem isento de julgamento.
Primeiro: ela disse que as coisas na minha vida estão acontecendo apenas para ver a que ponto de minha maturidade profissional eu cheguei. É como uma "coroação" de tudo que já experimentei e que, hoje em dia, posso me dar "ao luxo" de dizer: "ah. Isso? Não é nada. Já vivi situações bem mais extremas."
Segundo: fica quem tem que ficar, vai quem precisa ir, entra quem merece entrar. A respeito de quê? Amores, amigos, colegas. Sim... ela está certíssima.
Ao longo deste anos, quanta gente conheci. Adoro conhecer pessoas novas, é sempre uma oportunidade de compartilhar um mundo inteiro e complexo. Isso pode ser engrandecedor ou não, mas sempre é uma experiência! Somos seres em constante necessidade de experimentação, certo? Pelo menos, eu acho.
Confesso que andei -- e ainda ando! -- bastante cansada de tudo que andei vivendo nos últimos dois, três anos de minha vida. As experiências foram frustrantes, amargas. Tirar lições de tanta dor não foi fácil. Pessoas indecisas, pessoas ingratas, pessoas traidoras, pessoas falsas. Ainda estou meio que no olho desse furacão, quase saindo dele, mas ainda nele... Mas não estou com ódio. Não estou com raiva. Ele apenas indo embora.
Por isso, decidi retomar -- aos poucos -- contato com pessoas que deixaram saudade. E as que apenas estão por estar... essas sairão. E eu não precisarei me esforçar. Este é o movimento agora: conhecer pessoas novas, retomar contato com algumas pouquíssimas que deixaram saudade e deixar o que PRECISA IR, simplesmente ir embora.
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Neste último finde, assisti ao meu novo dvd adquirido: "White Palace" ou "Loucos de Paixão" com a belíssima Susan Sarandon e James Spader. Lembro que esse foi um filme que marcou a minha adolescência. Nunca mais tive a oportunidade de rever o filme. Revi. Meu Deus... estou encantada em grau máximo com a libriana da Susan Sarandon!!!
Não tenho palavras para descrever o que foi ver a sua atuação. Lembrei dos outros filmes que vi dela: Thelma e Louise, Fome de Viver, Anjo de Vidro. Nem 1% de toda a filmografia. Nunca me chamou a atenção. Só sei que, agora, quero poder ver todos os filmes que conseguir assistir. Vou comprar o filme que lhe rendeu o Oscar de melhor atriz "Os últimos passos de um homem".
Susan Sarandon é um libriana (com todo o resto do mapa em capricórnio e escorpião, medo!). Belíssimos olhos grandes. E eu me pego pensando que preciso escrever um post sobre as atrizes do signo de ar. Impressionante como as admiro!
Mais uma página
Há umas duas semanas, venho fazendo uma verdadeira "limpa" na minha vida. Como algumas coisas costumam ser, não foi um movimento voluntário. Fui impelida e simplesmente segui com o curso.
Primeiro, foi sair do emprego em que estava. Não sou de mágoas -- e nem queria usar essa palavra aqui --, mas quando certas coisas acontecem na sua vida, ou você toma consciência real, reflete sobre o fato, age, levante, sacode a poeira e vai; ou você sucumbe. Eu quase sucumbi num momento muito específico. E com ajuda de pessoas muito especiais na minha vida, que respeitam meu silêncio e minha amizade ausente, tirei o véu dos olhos e voltei a enxergar com mais clareza.
Sair de um emprego parece um fato corriqueiro. Aqui, não quero enfatizar o drama, MUITO MENOS minimizar a importância do que senti -- que isso fique bem claro. Ainda estou me limpando do passado até onde posso conseguir, pois certas lembranças e experiências vividas eu nunca poderei esquecer. Posso e devo, sim, aprender com elas.
Segundo, foi arrumar umas tralhas aqui em casa, ainda tem mais. Separar papéis, papéis e mais papéis... e aí, meus queridos, você encontra o que não quer encontrar, o que não espera encontrar e o que nem sonhava encontrar.
Confesso, foi o teste mais real para saber a quantas anda meu relacionamento com as pessoas que amei no passado, com os erros que cometi, com a Cristiane que um dia existiu em mim, e, principalmente, com as ilusões e sonhos que tinha e que, percebi, não tenho mais. Essa parte final foi a mais... não diria difícil mas estranha.
Queria saber qual foi o ponto em que deixei de fazer certas coisas que me alegravam tanto. Fiquei muito tempo refletindo sobre isso. O que acontece conosco que deixamos de fazer coisas simples? O que acontece conosco que deixamos de dar crédito às pessoas? O que acontece que essa tal ingenuidade se vai?
Assim, muita coisa foi jogada fora, muito papel ainda precisa ser queimado, muitas cartas e muitas fotos foram rasgadas... e algumas coisas foram mantidas. Melhor ainda, outras foram resgatadas dentro de mim mesma.
Mesmo sendo canceriana com ascendente em peixes, aquele perfil que gosta de guardar um pouco de tudo por mais tempo que deveria, já sabia e ratifiquei ali, que posso e devo virar todas as páginas. Cortar sem dó nem piedade!!! :)
Agora é começar tudo de novo.
Primeiro, foi sair do emprego em que estava. Não sou de mágoas -- e nem queria usar essa palavra aqui --, mas quando certas coisas acontecem na sua vida, ou você toma consciência real, reflete sobre o fato, age, levante, sacode a poeira e vai; ou você sucumbe. Eu quase sucumbi num momento muito específico. E com ajuda de pessoas muito especiais na minha vida, que respeitam meu silêncio e minha amizade ausente, tirei o véu dos olhos e voltei a enxergar com mais clareza.
Sair de um emprego parece um fato corriqueiro. Aqui, não quero enfatizar o drama, MUITO MENOS minimizar a importância do que senti -- que isso fique bem claro. Ainda estou me limpando do passado até onde posso conseguir, pois certas lembranças e experiências vividas eu nunca poderei esquecer. Posso e devo, sim, aprender com elas.
Segundo, foi arrumar umas tralhas aqui em casa, ainda tem mais. Separar papéis, papéis e mais papéis... e aí, meus queridos, você encontra o que não quer encontrar, o que não espera encontrar e o que nem sonhava encontrar.
Confesso, foi o teste mais real para saber a quantas anda meu relacionamento com as pessoas que amei no passado, com os erros que cometi, com a Cristiane que um dia existiu em mim, e, principalmente, com as ilusões e sonhos que tinha e que, percebi, não tenho mais. Essa parte final foi a mais... não diria difícil mas estranha.
Queria saber qual foi o ponto em que deixei de fazer certas coisas que me alegravam tanto. Fiquei muito tempo refletindo sobre isso. O que acontece conosco que deixamos de fazer coisas simples? O que acontece conosco que deixamos de dar crédito às pessoas? O que acontece que essa tal ingenuidade se vai?
Assim, muita coisa foi jogada fora, muito papel ainda precisa ser queimado, muitas cartas e muitas fotos foram rasgadas... e algumas coisas foram mantidas. Melhor ainda, outras foram resgatadas dentro de mim mesma.
Mesmo sendo canceriana com ascendente em peixes, aquele perfil que gosta de guardar um pouco de tudo por mais tempo que deveria, já sabia e ratifiquei ali, que posso e devo virar todas as páginas. Cortar sem dó nem piedade!!! :)
Agora é começar tudo de novo.
O poder da palavra... aérea
Tarde de outono, particularmente silenciosa. Céu azul, temperatura amena.
Sinto um silêncio, um silêncio interior como há muitos anos não sentia. Aquela mesma sensação indescritível que me fazia, numa tarde como esta, escrever poemas sem parar. Eu queria transcrever o que estava sentindo em palavras.
Acho que estou me sentindo bem para escrever algo assim, agora. Escrever as minhas reflexões acerca de algumas coisas que tenho observado com uma certa constância. Escrever sobre elas é um exercício "forçado" que me faço para exercitar aquilo que todos nós deveríamos fazer: refletir.
Não é implicância minha bater na tecla das mesmas coisas de tempos em tempos. Nossa era massiva com alta velocidade de comunicação transparece, com a mesma rapidez, coisas boas e coisas ruins. Tudo bem até aí. Ao mesmo tempo, a banalização é iminentemente poderosa. As coisas mais idiotas podem ganhar uma proporção épica, enfeitada com detalhes dramáticos, romanceada com as ilusões mais devaneadas possíveis. E tudo, ao final, parece pertencer à terra de ninguém.
Assim, o tópico de hoje aborda o "eu te amo" que vejo dito entre nossos semelhantes com uma facilidade e em quantidade assustadoras. Parece até que estamos vivendo algo assim: "Oi, tudo bem? Eu te amo!".
VEJA BEM: eu não estou dizendo que não devemos dizer "eu te amo"!!! Vamos deixar isso bem claro desde já afim de que não pareça que estou fazendo apologia ao ódio ou à falta de amor entre as pessoas. NÃO É ISSO. Mesmo porque, no ano passado, eu escrevi um post exaltando o poder da frase "eu te amo". Também acredito nos cristais de água do dr. Masaru Emoto e no poder da palavra sem a mínima intenção específica.
O que eu quero dizer é que entramos numa onda de creditar ao "eu te amo" uma ligação de sentimentos que não querem exatamente dizer o que deveriam dizer. De forma mais clara: as pessoas, ao que me parece, têm dito "eu te amo" umas às outras apenas por status. Que tipo de status? O status de 'bonzinhas', 'legais', 'do bem', 'sociáveis'. Acredito que deva até existir um carinho grande, mas não amor assim. Estou sendo radical? Pode ser... pode ser. Mas eu sou daquelas que preferem demonstrar a falar apenas. Dura lição aprendida a duras penas, meus leitores.
Tenho alguns amigos de longuíssima data para os quais nunca disse 'eu te amo'. Mas demonstrei de todas as formas que senti vontade, o meu 'amor'. Pois creio que o amor, como todos os outros sentimentos e como tudo na vida, é feito de energia. E ele não é formado apenas de energia escrita ou dita. Não costumava dizer a poeta Cecília Meireles, no Romanceiro da Inconfidência, o seu poema "Romance LIII ou Das palavras aéreas"? Palavras são importantes, mas palavras por palavras... elas se perdem no vento, vão assim como vieram.
Quem me conhece, sabe que não sou de palavras à toa. Posso até parecer ser... mas não sou. E, principalmente, faço o que sinto vontade de fazer, mesmo não dizendo as palavras pomposas que todos gostam de ouvir para regozijar no ego de cada um. Porque, no fim, palavras aéreas só servem para uma coisa: alimentar os egos das pessoas.
Posso estar sendo radical, mas em tempos como esses, ninguém me convence com palavrinhas bonitinhas. Elas podem e até são necessárias em determinadas etapas da vida, mas não podem e nunca deveriam ser o modo como nos relacionamos com as pessoas ao nosso redor. Uma palavra pode ser um alento numa hora de desespero e pode simplesmente deixar você sem nada na hora seguinte. As ações? Elas são eternas, quer você queira ou não.
Sintam amor, tenham amor, "amem como se não houvesse amanhã" mas cuidado com as ilusões plantadas por causa de palavras ditas sem pensar (ou até achando que elas tenham algum valor). Palavras sem ações (ações próprias e ações a outras pessoas) não são nada -- e acredito que isso valha, também, para a frase "eu te amo".
Sinto um silêncio, um silêncio interior como há muitos anos não sentia. Aquela mesma sensação indescritível que me fazia, numa tarde como esta, escrever poemas sem parar. Eu queria transcrever o que estava sentindo em palavras.
Acho que estou me sentindo bem para escrever algo assim, agora. Escrever as minhas reflexões acerca de algumas coisas que tenho observado com uma certa constância. Escrever sobre elas é um exercício "forçado" que me faço para exercitar aquilo que todos nós deveríamos fazer: refletir.
Não é implicância minha bater na tecla das mesmas coisas de tempos em tempos. Nossa era massiva com alta velocidade de comunicação transparece, com a mesma rapidez, coisas boas e coisas ruins. Tudo bem até aí. Ao mesmo tempo, a banalização é iminentemente poderosa. As coisas mais idiotas podem ganhar uma proporção épica, enfeitada com detalhes dramáticos, romanceada com as ilusões mais devaneadas possíveis. E tudo, ao final, parece pertencer à terra de ninguém.
Assim, o tópico de hoje aborda o "eu te amo" que vejo dito entre nossos semelhantes com uma facilidade e em quantidade assustadoras. Parece até que estamos vivendo algo assim: "Oi, tudo bem? Eu te amo!".
VEJA BEM: eu não estou dizendo que não devemos dizer "eu te amo"!!! Vamos deixar isso bem claro desde já afim de que não pareça que estou fazendo apologia ao ódio ou à falta de amor entre as pessoas. NÃO É ISSO. Mesmo porque, no ano passado, eu escrevi um post exaltando o poder da frase "eu te amo". Também acredito nos cristais de água do dr. Masaru Emoto e no poder da palavra sem a mínima intenção específica.
O que eu quero dizer é que entramos numa onda de creditar ao "eu te amo" uma ligação de sentimentos que não querem exatamente dizer o que deveriam dizer. De forma mais clara: as pessoas, ao que me parece, têm dito "eu te amo" umas às outras apenas por status. Que tipo de status? O status de 'bonzinhas', 'legais', 'do bem', 'sociáveis'. Acredito que deva até existir um carinho grande, mas não amor assim. Estou sendo radical? Pode ser... pode ser. Mas eu sou daquelas que preferem demonstrar a falar apenas. Dura lição aprendida a duras penas, meus leitores.
Tenho alguns amigos de longuíssima data para os quais nunca disse 'eu te amo'. Mas demonstrei de todas as formas que senti vontade, o meu 'amor'. Pois creio que o amor, como todos os outros sentimentos e como tudo na vida, é feito de energia. E ele não é formado apenas de energia escrita ou dita. Não costumava dizer a poeta Cecília Meireles, no Romanceiro da Inconfidência, o seu poema "Romance LIII ou Das palavras aéreas"? Palavras são importantes, mas palavras por palavras... elas se perdem no vento, vão assim como vieram.
Quem me conhece, sabe que não sou de palavras à toa. Posso até parecer ser... mas não sou. E, principalmente, faço o que sinto vontade de fazer, mesmo não dizendo as palavras pomposas que todos gostam de ouvir para regozijar no ego de cada um. Porque, no fim, palavras aéreas só servem para uma coisa: alimentar os egos das pessoas.
Posso estar sendo radical, mas em tempos como esses, ninguém me convence com palavrinhas bonitinhas. Elas podem e até são necessárias em determinadas etapas da vida, mas não podem e nunca deveriam ser o modo como nos relacionamos com as pessoas ao nosso redor. Uma palavra pode ser um alento numa hora de desespero e pode simplesmente deixar você sem nada na hora seguinte. As ações? Elas são eternas, quer você queira ou não.
Sintam amor, tenham amor, "amem como se não houvesse amanhã" mas cuidado com as ilusões plantadas por causa de palavras ditas sem pensar (ou até achando que elas tenham algum valor). Palavras sem ações (ações próprias e ações a outras pessoas) não são nada -- e acredito que isso valha, também, para a frase "eu te amo".
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