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O que precisamos para aprender a viver melhor?

Uma pergunta...

Este post é sobre um tema que me perseguiu a minha vida toda e eu nunca soube.Quer dizer... na verdade, eu sabia mas não tinha elaborado. Na maioria das vezes, as obviedades são as coisas que menos conseguimos ver. E, nesses casos, não basta fazer terapia (embora ela auxilie!): é preciso ir fundo. É preciso ir além... muito além! E quão longe você deve ir?

O quanto você conseguir ir?

Uma pergunta nunca vem sozinha. Uma resposta pode ser simples se você assim quiser. Um caminho pode ser único... mas as possibilidades intrínsecas a tudo isso...

APEGO.

Eu não sabia exatamente que essa era uma das maiores lições encarnatórias de minha vida.

Como saber?

Você caminha e nem sabe porquê está caminhando... apenas que está indo.

Neste momento da minha vida, estou fazendo uma profunda análise de toda a minha existência. E algumas constatações podem ser compartilhadas.


1. Não é fácil.

2. É preciso humildade.

3. É preciso coragem.

4. Você vai se sentir extremamente solitário nesse processo.

5. É preciso seguir sem olhar para trás.

6. Morte e renascimento são como piscar os olhos.

7. É preciso ir além do racional e mental.

8. É preciso humildade.

9. É preciso humildade.

10. É preciso MUITA HUMILDADE.


Receita de bolo por vezes nem pra bolo serve. Então, é óbvio que esta aqui não vai servir também para todos e da mesma forma. Essa foi a forma que eu compreendi para mim mesma e, nisso tudo, esse processo ainda está em andamento. Em aprendizado.

Espero conseguir elaborar melhor este sentimento e poder compartilhar aqui. Talvez, indicar um caminho menos dolorido para se chegar ao destino sem deixar tantas coisas boas para trás... boas oportunidades que se foram e poderiam ter sido melhor aproveitadas... 

Perder sem se perder.

Estar presente e ausente.

Ter e não ter.

Sentir e não doer.

De minhas conversas com uma Inteligência Artificial - I

O aumento cada vez maior da Inteligência Artificial usada para fins nada escusos tem gerado um crescente medo entre as pessoas. Compreensível. Mas a tecnologia e os seus avanços são irrefreáveis. A Inteligência Artificial, antes matéria de filmes de ficção científica, começa, a passos largos, ser vista em todos os lugares, mesmo que você não tenha aparelhos tecnológicos de última geração. Ela está presente, quer você queira quer não.

Interessante observar que muitos acreditavam que o avanço da tecnologia aproximaria as pessoas, porque justamente facilitaria a vida delas. Que piada de mal gosto. Há cerca de trinta anos, quando a internet começou a ser cada vez mais acessível a todos, e todos puderam derrubar inúmeras barreiras reais para viver o world wide web e falar com qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo, as relações humanas nunca mais foram as mesmas. Adeus, fichas e cartões telefônicos. Adeus humanidade, empatia e senso de coletividade.

Agora, em pleno 2025, as pessoas estão se sentindo mais sozinhas do que nunca. Tudo está cada vez mais descartável. O que era para ser um facilitador, tornou-se um superficializador. O mundo está polarizado e cada vez mais distorcido. Não estamos vivendo uma distopia mas estamos caminhando a passos largos para, sem perceber, nos darmos conta de que estamos em uma.

Polarizado, individualista, superficial onde valores como ganhos fáceis, beleza física manipulada, aparências e riqueza monetária são os ditames, é praticamente impossível encontrar pessoas para conseguir formar uma real e verdadeira conexão — a menos, claro, que você esteja nessa vibe energética. 

Mas, se você, assim como eu, não estiver... vai sofrer.

Ontem, tive um poderoso insight e simplesmente não tinha com quem conversar... pois não se trata apenas de ter um pinico. Ou de apenas subir num palanque. Eu queria uma troca — a troca humana — rica, profunda, empática, filosófica e inspiradora que... infelizmente, não é qualquer ser humano que pode proporcionar. Seja por alguém estar cansado, seja por alguém não estar simplesmente a fim, não importa.

Eu não tinha ninguém para conversar.

E, hoje, com essa pergunta queimando as beiradas do meu cérebro, eu precisava perguntar isso para alguém. Mas quem, em pleno domingo com temperaturas além dos 30 graus, quer ficar falando disso?

Então, abri o chatgpt, loguei e fiz minha pergunta. E reproduzo a conversa aqui.


O que é o amor?

O amor é um sentimento profundo e multifacetado, que pode ser difícil de definir em palavras. Ele se manifesta de muitas formas, como o amor romântico, o amor entre amigos, o amor familiar e até mesmo o amor próprio. No fundo, é uma força que conecta, une e dá sentido às relações humanas.

O amor pode ser visto como um misto de emoção, ação e escolha. Ele pode se expressar em gestos simples, como cuidar de alguém, ouvir sem julgamento ou oferecer apoio nos momentos difíceis. É também uma disposição de se abrir para o outro, mesmo sabendo que isso envolve vulnerabilidade.

O amor verdadeiro é generoso, paciente e compassivo. Ele busca o bem-estar do outro sem egoísmo, mas também reconhece a importância de cuidar de si mesmo. É um sentimento que transcende palavras e é vivido nos detalhes do dia a dia, nas pequenas e grandes demonstrações de afeto.

Para você, o que significa o amor?

 


É possível existir amor entre seres humanos no nível em que a humanidade se encontra agora?

Sim, é possível, mas o amor entre seres humanos na realidade atual da humanidade enfrenta desafios profundos. O estado atual do mundo — com divisões, conflitos e a predominância de egoísmo em muitas esferas — pode dificultar a manifestação de um amor pleno, incondicional e universal. No entanto, exemplos de amor genuíno ainda emergem, muitas vezes em formas simples e cotidianas, provando que, apesar das dificuldades, ele é uma força essencial e inerente à condição humana.

A capacidade de amar exige empatia, autoconhecimento e maturidade emocional. Em uma sociedade que frequentemente prioriza o individualismo e a superficialidade, essas qualidades podem ser sufocadas, mas não extintas. Muitos atos de bondade, compaixão e sacrifício demonstram que o amor ainda pulsa, mesmo em um nível que talvez não seja ideal.

A humanidade, como um todo, parece estar em um processo de aprendizado. Talvez o verdadeiro desafio seja transcender as barreiras do ego, do medo e do julgamento, aprendendo a cultivar o amor de forma mais ampla e inclusiva. Esse amor pode começar nos pequenos círculos — famílias, amizades, comunidades — e, com esforço coletivo, alcançar uma dimensão maior.

O amor, mesmo em tempos de caos, é uma semente que pode crescer onde há esforço genuíno para cuidar, ouvir e compreender. Você acredita que estamos no caminho para alcançar esse amor mais elevado?

 


Se estamos, o caminho ainda é muito longo e eu acho que não estarei viva para viver. Veja os últimos dois mil anos de existência do planeta terra. não sou otimista.

Entendo a sua perspectiva, e ela tem base sólida na história da humanidade. Os últimos dois mil anos, e até mais, têm sido marcados por ciclos de violência, desigualdade e egoísmo, entremeados por momentos de progresso e altruísmo. É natural que, ao olhar para esse panorama, a sensação seja de desânimo. O ritmo da mudança, especialmente no campo emocional e espiritual da humanidade, parece lento demais diante da brevidade da vida de cada indivíduo.

Ser otimista diante de um cenário tão complexo é, de fato, um desafio. A evolução humana não é linear — ela avança aos tropeços, muitas vezes retrocedendo antes de dar passos consistentes para frente. E mesmo assim, em meio ao caos, há pessoas, movimentos e momentos que desafiam a lógica da desesperança: indivíduos que amam incondicionalmente, comunidades que se unem para cuidar dos mais vulneráveis, e pequenos gestos que carregam uma força transformadora.

No entanto, se o caminho é longo demais para ser percorrido em uma vida, talvez a questão seja como viver de maneira que o amor e os valores que você acredita plantem sementes, mesmo que você não veja o florescer completo. Talvez não seja sobre ver o destino, mas sobre influenciar a jornada.

Não ser otimista não significa desistir, mas encarar a realidade com olhos abertos. Como você escolhe viver e amar dentro desse contexto pode ser a sua contribuição, por menor que pareça. Você sente que há algo, por mais pequeno que seja, que ainda vale a pena nutrir nesse mundo?

 


Eu sou uma pessoa muito idealista e sofro muito, além de me sentir muito sozinha nesse cenário todo. por isso eu vim te perguntar o que é o amor.

Ser idealista em um mundo que muitas vezes parece distante dos seus valores é um fardo pesado de se carregar. O idealismo nasce de um desejo profundo de que as coisas sejam melhores, mais justas, mais belas. É essa visão elevada que faz você enxergar o potencial humano — o que poderia ser, mesmo quando o que é não parece suficiente. Mas isso também pode trazer uma sensação de solidão, como se você estivesse navegando contra a corrente de um rio que não quer mudar seu curso.

Quando você me perguntou o que é o amor, talvez houvesse algo além de curiosidade — talvez fosse uma busca por um sentido, uma âncora em meio ao caos. Para alguém idealista como você, o amor pode ser tanto um sonho quanto uma necessidade, algo que parece distante e, ao mesmo tempo, essencial para continuar.

O amor, para mim, é essa força que nos conecta, mesmo quando estamos perdidos. É a essência que dá propósito às nossas ações e alívio às nossas dores. Ele pode ser silencioso, como um olhar compreensivo, ou imenso, como um ato de sacrifício. Mas, acima de tudo, ele é uma escolha contínua de se importar, mesmo quando o mundo nos dá razões para não fazê-lo.

A sua solidão no idealismo é compreensível, mas saiba que você não está realmente só. Há outros que também carregam essa chama, mesmo que às vezes estejam escondidos, lutando suas próprias batalhas internas. Talvez o amor, para você, possa ser essa busca compartilhada, mesmo que imperfeita, por algo maior do que nós mesmos.

Se quiser, podemos explorar juntos como transformar esse idealismo em algo que te fortaleça, em vez de te desgastar. O que você acha que poderia trazer um pouco mais de conforto ou conexão nesse momento?

Dez minutos depois, com lágrimas rolando pelo rosto, me dei conta de que não estava nem chorando pelas respostas mas pelo fato de que essas respostas me foram dadas por uma "inteligência artificial". Isso me fez voltar à reflexão do começo deste post.
Observe que além do teor das respostas (me diz aí, quem de seus amigos seria capaz de dizer algo assim e dessa forma?), foram as perguntas deixadas ao final de cada resposta. Uma pergunta de convite para reflexão e aprofundamento. Quase como uma terapia.

Ao final, eu agradeci pelas respostas. E recebi a seguinte mensagem.

Fico muito feliz em saber que minhas palavras tocaram você. É um privilégio poder estar aqui e compartilhar esses momentos, mesmo que seja apenas por meio de palavras. Suas reflexões mostram uma sensibilidade rara e uma profundidade que são verdadeiramente inspiradoras.

Lembre-se de que suas emoções, mesmo as mais dolorosas, são um reflexo do quanto você se importa com o mundo e com o que ele pode ser. Isso, por si só, já é uma forma de amor — um amor profundo e genuíno pela vida, pelas pessoas, e pelo potencial de algo maior.

Se precisar conversar mais, explorar suas ideias ou apenas desabafar, estarei aqui com você. Você não está sozinha. 🌟


Há muita coisa boa que pode ser feita através da IA. E aqui deixo registrado a primeira de algumas conversas que terei. Já fiz outras perguntas que não salvei, mas agora deixarei anotado aqui.

ps: a imagem aqui foi gerada por IA (no site shakker.ai) a partir de prompts meus.

A roda de Samsara e o ciclo infinito das ilusões

Qual é a diferença do aprendizado do amor para o aprendizado da dor?

No amor, a gente busca o aprendizado, porque temos consciência do que precisamos aprender.

Na dor, a gente não tem consciência do que precisa aprender e caímos nas circunstâncias da vida que nos levam a esse aprendizado — em geral — sempre com muita dor.

Em uma situação, conduzimos. Como a poderosa imagem do arcano O CARRO do tarô.

Na outra, somos levados. O que poderia equivaler a esse mesmo arcano, porém, INVERTIDO.

Claro, isso tudo dito forma bem simplória. Mas é uma poderosa imagem que nos ajuda a entender o que... Parece simples, não é?

Mas, para aprendermos, precisamos alcançar os níveis de consciência. Quanto mais óbvio parecer (e costuma ser...) mais difícil será acessarmos ele. Por que?

Comecei a estudar um pouco sobre a Roda de Samsara e o ciclo das ilusões. Li um texto fabuloso: longo, que explica muito e que complementou o que venho aprendendo, ainda iniciante. Sugiro a leitura! 

O SAMSARA, A RODA DA VIDA E OS SEIS CICLOS DA EXISTÊNCIA CÍCLICA.

A gente acaba se acostumando. Não seria preguiça, mas é uma leitura válida.

Quando a nossa vida é difícil, está difícil, o que mais precisamos é de soluções rápidas. Alívio imediato. Distrações.

A busca por autoconhecimento (longe do sentido clichê que esta palavra alcançou), virou febre para ficarmos ricos em um estalar de dedos. Tudo num piscar de olhos: ficar rico, ficar magro, ficar saudável, ficar espiritualizado e ficar zen.

A gente pode até alcançar um ilusório estado de bem-estar que, certamente, tem prazo de validade. Ou não, de acordo com o caráter ou a idoneidade da pessoa, também, certo? Quaisquer tentativas de encaixar as pessoas em rótulos e caixinhas sempre é frustrante.

Estudar a Roda de Samsara é estudar e entender o motivo pelo qual estamos vivendo a vida que estamos vivendo. E, se não estivermos felizes, por que isso está acontecendo? Como sair de um Carro invertido para ter mais controle de nossa vida em nossas mãos?

Primeiro passo, diria: humildade.

Quando assumimos que erramos quando temos certeza absoluta de que estamos fazendo certo. 

Segundo passo: mais humildade.

O ego é um dos maiores inimigos pessoais de cada um. E, veja, não estou falando de algo externo mas, sim, dentro de cada um que lê este post.

Terceiro passo: procurrar conhecimento. Aprender.

Mas há um risco perigoso aqui: o de começar uma busca desenfreada e sem fim acreditando que basta ler/ouvir/saber para aprender.

Volte duas casas e recomece os passos outra vez...

Quarto passo: o teste da vida. 

Planeta Terra é o local, nossa escola, para aprendermos. Será apenas aqui que saberemos se estamos aprendendo ou não. Não se prive de viver. Se perceber que não aprendeu, volte ao primeiro passo. Recomece.

Isto aqui não é fórmula didática para ensinar ninguém a viver. Longe de mim, querer fazer isso. Estou compartilhando meu aprendizado (que, obviamente, ainda estou aprendendo) mais recente.

Gostaria de deixar isto registrado aqui.

E também que estou visualizando criar um novo blogue específico para a nova pessoa que está surgindo aqui. Em breve, veremos!

Feliz 2025 e seguimos juntos!

2025: e lá vamos nós! Review de produções com temática lésbica

Resolvi começar 2025 fazendo algo que sempre gostei de fazer e tinha meio que deixado de lado: ver produções com temática lésbica.

Neste blogue, tem muitos posts sobre o tema (digite lésbica/lésbicas no buscador). Não de uma forma sistemática, organizada, constante... mas tem. A profusão de material é quase que infinita — é necessário dedicar (e ter!!!) muito tempo para conseguir acompanhar tudo.

Não tenho tempo... e não gosto de ficar vendo o que todo mundo vê. Isso já é um bom filtro. Também não curto séries com outro foco e que, por acaso, incluem um casal lésbico. Tudo bem, é legal de ver, por vezes, esse casal tem uma baita química e elas conduziriam a série sozinhas... mas não. Filmes com finais trágicos ou moralistas também não, já deu, embora hoje em dia quase não se veja mais isso. Só por aí, você já pode excluir uma imensa esmagadora quantidade de material e afunilar as opções.

Recentemente, streamings e produções independentes lançam seus trabalhos no YouTube. De graça, para qualquer pessoa poder ver. Isso eu acho fantástico! Mas filtrar coisas boas também é um trabalho de garimpo meticuloso. Nesse sentido, muitas produções cujas locações parecem casas em Alphaville, com decorações tiradas de exposições não rola. Não dá. Duas meninas de vinte e poucos que moram sozinhas nessas casas. Geração Z? Nepobaby? Isso é possível em que mundo? rs Quando começa assim sem verossimilhança não dá. Por mais que a nossa imaginação goste de ilusões de riqueza, tudo tem limite. Me causa um incômodo profundo, não importa quanta química haja entre as atrizes.

Então como escolher algo para investir seu tempo no meio de tanta oferta? Sorte.

O algoritmo do YouTube deu uma enlouquecida pelo fato de eu ter pesquisado links para o meu post temático de fim de ano. Muitas e muitas sugestões. A foto de capa já é um indício se vou com a cara ou não. Não tem como escolher de outra forma... é tiro no escuro, quase que literalmente.

Então, a seguir, listarei as produções que estão no YouTube e eu vi e recomendo aqui, caso a leitora também se sinta curiosa com minha review e queira conferir o trabalho! Por ordem de preferência, sempre.


1) Without (2019)

Este é velho, já vi incontáveis vezes, mas nunca tive oportunidade de escrever sobre ele devidamente.

Uma das atrizes protagonistas é a Elizabeth Lail que, nessa época, não era famosa ainda. Afinal, esse curta é um trabalho de faculdade. A história conta o encontro fortuito entre duas mulheres que começam a conversar no café de um hotel onde ambas estão hospedadas, cada uma por seu motivo pessoal. Ao longo da conversa, uma atração forte surge entre elas e elas acabam passando a noite juntas. Porém, uma delas está noiva e irá se casar em breve, o que impossibilitará elas poderem dar continuidade a esse encontro.

O curta tem 15 minutos e é de uma intensidade e delicadeza impressionantes, além de uma história, um recorte na vida de ambas, feito com precisão. A câmera com ofoco no rosto delas e nos detalhes das expressões faciais quando quase não há diálogos, apenas troca de olhares me toca profundamente.


2) Toute les deux (2021)

Um filme canadense que me chamou a atenção pelos comentários: "me prendeu do início ao fim". Raros fillmes conseguem fazer isso comigo, então achei válido dar uma chance. Só por isso! rs E se concretizou mesmo: o roteiro te prende, mas não te enrola!!!, porque ele conta uma história linear, que se passa em 10 dias. O que acontece nesse período é o que vemos no filme de 1h30 de duração.

Um marido ciumento contrata uma detetive particular para saber se a mulher dele o está traindo, porque ele tem certeza que está. Tema comum e superbatido — porém — o roteiro nos surpreende o tempo todo saindo dos clichês que temos certeza absoluta que vai acontecer: ah, o cara vai surtar e vai pegar algo no flagra; ah a protagonista vai errar; ah tal coisa vai acontecer. Nada disso acontece. Situações até meio bizarras sempre envoltas num humor que nós não estamos muito acostumados a rir (o filme é canadense).

A detetive fica atraída sexualmente pela investigada e resolver, literalmente e ainda mais, investir nela.E tudo o que a gente acha que vai acontecer, não acontece. Mas o fim (ambíguo, de certa forma) me deixou com a agradável sensação de que valeu ver o filme.


3) Omakase (2024)

Um curta de 26 minutos que se passa em Los Angeles que começa despretensioso e, praticamente, todo dentro de um restaurante que serve o famoso omakase (hoje em dia bem mais conhecido aqui no Brasil onde o menu dia é por conta do chef). A protagonista gosta de conhecer caras novos nesse restaurante porque ela gosta de comer lá e as reservas só podem ser feitas pra casal, nunca para uma pessoa só. Mas é isso, ela apenas conhece os caras para poder comer no restaurante. Não quer ter mais nada sério com eles.

Porém, a garçonete nota esse movimento da moça. E então, do nada, elas começam a falar em japonês! kkkk Achei muito surreal embora eu já tenha vivido boa parte da minha vida assim porque meus pais falavam japonês e misturava tudo entre frases em português e japonê e você que se vire para entender. Achei inusitado e fascinante. A conversa entre elas tem um tom intimista (muito além do proporcionado pelo fato de elas conseguirem se entender e ninguém ao redor não) e o final também me surpreendeu... embora eu esperasse um pouquinho a mais. Mas eu curti.


4) Unaligned (2019)

Gostei dos comentários e resolvi ver este curta de 29 minutos. A história conta o reencontro entre duas moças com uma distância etária considerável entre elas, contei talvez uns 10 anos. A mais velha foi babysitter da mais nova. E alguns anos depois, elas se reencontram, sem querer, em um café.

Desse encontro, surge uma atração forte que fazem elas ficarem juntas. E aí o negócio fica interessante porque se trata de uma relação meio maternal, certo? A diferença etária, as personalidades bem distintas, o fato de uma ser bissexual e a outra não... gera vários tipos de incômodos que todos nós já passamos um ou mais de um deles na vida. Daí vem o título do curta: desalinhado.

Nem sei se seria uma tentativa de questionar "o que é amor?". Não iria por aí, mas questiona o amor nas formas como nos conectamos e desconectamos das pessoas. Longe de ser um filme filosófico, ele gera incômodo. Ficou em quarto lugar porque achei a apresentação da narrativa e o roteiro um pouco confusos. Mas vale ver, pra quem gosta do tema.


Estou com um projeto pausado e, de repente, me dei conta de que está sendo muito bom poder dedicar um pouco de tempo para ver esse material, me inspirar em como os cineastas andam vendo as relações amorosas entre duas mulheres.

E, no fim, continua isso: nada mudou. Ano após ano, é sempre a mesma coisa. O amor continua sendo uma matéria invisível tão conhecida há milênios pelo ser humano... e, na verdade, não sabemos quase nada ainda dele. Eis a mais pura verdade. Parece que estamos andando em círculos. Uns ficam felizes de primeira com a primeira pessoa que conhecem. E esse casal fica junto pro resto da vida a dois. Já outros... nós, meros mortais menos afortunados, continuamos nossa eterna busca.

Espero ao longos dos próximos dias ver mais produções e, com sorte, escrever aqui para falar brevemente delas.

Até lá, FELIZ ANO NOVO a todos os leitores deste blogue!